quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Gente da Terra 01 - Parte 1




Copyrigth 2000 by Andrade, José Alves

Gente da Terra

1ª Edição

Volume I

Impressão - Gráfica da UFLA

Editoração: Celeida Mara Tubertini Maciel

Capa - Luiz Alberto Soares

WebDesigner e Diagramação: Marlon Hudson de Lima (35 8801-7339)

Revisão Eugênio Pacelli e Edno Tubertini

Editoração Eletrônica: José Marcos Martins e Celeida Mara Tubertini Maciel


Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser utilizada ou reproduzida - em qualquer meio ou forma, seja mecânico, eletrônico, fotocópia, gravação, ou outro, sem a prévia autorização escrita do autor.



DEDICATÓRIA


Dedico esta obra ao Senhor Nosso Deus, criador de todas as coisas, à memória de meus pais Benedito de Pádua Andrade (Planche), que prestou valiosa colaboração com os dados sobre Lavras e sua gente - Elvina Alves de Abreu (D.Noca) e dos irmãos Antônio e Aloísio, às irmãs Mirna e Maria Auxiliadora, à minha esposa Maria Sueli Pereira de Andrade, companheira e amiga de todas as horas, aos meus queridos filhos José Renato (advogado) e André Gustavo (físico), ao meu neto André, à Dindinha de Manhuaçu, às pessoas que eu amo e que me amam, àqueles que me inspiraram, à família e à memória de Bi Moreira, a todos que contribuíram desde a criação de Lavras até os dias atuais para engrandecimento deste Santuário Cultural.

O autor.



Nosso objetivo neste livro foi traçar perfis de personagens residentes em nossa comunidade, ou fora, no sentido de que os leitores possam conhecer um pouco mais da vida daqueles que aqui nasceram ou foram adotados como filhos.


Gente da Terra visa mostrar quem são e a potencialidade destes que muitas das vezes passam despercebidos de muitos e principalmente dos próprios lavrenses.


São conterrâneos que se destacaram em vários setores da vida.


Nada mais justo do que prestar-lhes um tributo, perfilando-os em GENTE DA TERRA.




AGRADECIMENTO


Ao Jornal Tribuna de Lavras, nas pessoas dos diretores Luiz Gomide, José Eduardo e dos funcionários: Pacelli, Édno, Áureo, Vanderlei, Juliano, Sidnei, Lazinho, à Academia Lavrense de Letras, ao Foto Wildes e seus fotógrafos (Luiz Alberto, Pablo, Edvaldo, Felipe, Marcelo), ao pessoal da gráfica da UFLA, às diretorias do Clube de Lavras, às professoras Yonne Siqueira Fantazzini, Nely Furbetta Pinheiro, ao Dr. Mário Figueiredo Filho, ao músico Ogmar Panzera, ao Walter e Édio, Nércias' Buffet, a Celeida M.Tubertini Maciel, Marlon Hudson de Lima (Designer), aos personagens, aos leitores.


O autor.


PREFÁCIO


Gratidão - uma nobre virtude.


Diz o poeta: “Cada um que passa em nossa vida, não nos deixa só e nem vai só. Deixa um pouco de si, leva um pouco de nós”.


Com esse pensamento queremos dizer que GENTE DA TERRA foi criada por nós, em parceria com o Jornal Tribuna de Lavras, Rotary Clube de Lavras Sul, Academia Lavrense de Letras, Clube de Lavras, Foto Wildes, Nércias’ Buffet, Guttemberg Som, Ogmar Panzera, com a finalidade de homenagear e valorizar os profissionais, com o objetivo maior de considerar todos excelentes na medida que são úteis e exercem com dignidade suas profissões, para engrandecimento da comunidade.


O que nos motivou a escrever GENTE DA TERRA foi a visão que temos tido do mundo atual, do século XXI, onde o progresso explodiu e, nos estilhaços, vêem-se coisas boas que beneficiam a vida mas, em contrapartida, coisas negativas, como: inversão de valores, notícias sensacionalistas constituindo as principais manchetes e ocupando os melhores espaços nos órgãos de comunicação, o homem sendo considerado uma máquina, sendo despersonalizado, tratado por números e não pelo nome de batismo ou de registro, tendo o outro homem como inimigo, supervalorizando os bens materiais, guerreando, destruindo.


Através dessa visão, queremos chamar atenção do homem para observar mais o seu interior, para redescobrir o verdadeiro sentido da vida e fazer aflorar as coisas boas que existem e ficam em estado de latência no seu ser. Lembrar que ele é filho de Deus e por isso está aqui na terra. Que ele não é máquina, não é número, tem sentimentos, desejos e vontades. Lembrá-lo que é um ser humano, e, como tal, não nasceu para se isolar ou ser egoísta. Nasceu para viver em sociedade, para servir, socorrer, ajudar, colaborar, solidarizar, participar da vida comunitária através da profissão e de seu ser para tornar o mundo melhor.


Há muita gente boa, GENTE DA TERRA, espalhada por esse mundo afora.


Em todos os cantos existem os bons, os que se dão sem reservas, sem reflexões premeditadas, os que agem apenas impedidos pelo prazer espontâneo de servir. Aqueles que não alimentam desejos imoderados, aqueles desapegados às coisas materiais e, sobretudo, aqueles que, numa busca constante, procuram no próximo a oportunidade de ser útil.


Por que não mostrá-la? Por que cruzar os braços, emudecer e nada fazer?

Mudaremos o mundo, torná-lo-emos melhor, à medida que valorizarmos o homem, chamando-o pelo nome, sabendo quem é, onde mora, o que faz e tendo-o como irmão.


Esse é o objetivo de GENTE DA TERRA. Falar sobre essas pessoas e da grande riqueza que há dentro de cada uma. É descobrir e mostrar que ainda existem os idealistas, os altruístas. É valorizar a vida. É refletir a grandeza do homem no espelho de suas obras.


O reconhecimento do valor do homem é uma gratidão que se presta a GENTE DA TERRA.


O autor




Não foi fácil escolher quem iria perfilar primeiro, visto que Lavras é rica de valores. Diz o ditado, antigüidade é posto. Somada a história de quem conta e faz história e com ela se confunde, trouxemos para inaugurar a coluna GENTE DA TERRA o historiador e jornalista Sílvio do Amaral Moreira, o nosso Bi Moreira , Amaral Sobrinho, Zé Gamão , a memória viva de Lavras.

Em 15/07/1912, nasceu aqui em Lavras, Sílvio do Amaral Moreira, filho de José Moreira de Alvarenga e Altina Moreira do Amaral.

Foi na infância um menino como qualquer outro e viveu grande parte dela sob o teto do Hotel Moreira. Freqüentou o Grupo Firmino Costa, Colégio Evangélico e Escola de Comércio Noturna, fundada pelo Dr. Abelardo Guerra. Diplomou-se em 1.929 como guarda-livros pela Escola Técnica de Comércio do Instituto Gammon.

Aqui uma pequena pausa para explicar alguns detalhes dos cognomes e matar a curiosidade de muitos.

Por que Bi Moreira? Surgiu nos tempos de infância, quando pela incapacidade de pronunciar BINO, abreviatura pela qual os irmãos tratavam o tio Urbino, e ele só pronunciava a primeira sílaba, o que causava certa hilaridade. Sá Maria, cozinheira do Hotel Moreira, lançou e pegou BI MOREIRA.

Por que Amaral Sobrinho? Uma homenagem ao tio José Sílvio do Amaral, diretor do jornal no século passado.

Por que Zé Gamão? Por força das atividades que exercia no Instituto Gammon, onde sempre foi muito admirado e querido pelos alunos, professores, funcionários e diretores.
Bem, dadas estas explicações, podemos continuar.

No dia 06/03/30 foi convidado a trabalhar na Escola Superior de Agricultura de Lavras, como secretário desta e do seu diretor, Dr. Benjamim Hanicutt.

Diante de seu dinamismo e grande capacidade de trabalho quase foi para o Rio de Janeiro como secretário deste mesmo diretor, a quem coube a organização do Congresso Mundial de Escolas Dominicais, realizado na Capital da República em 1.932. Não aceitando o convite, continuou na Escola com o Dr. Wheelock.

Ainda em 32 ou 33 um fato, por pouco, mudava o destino do Bi - a ida para Juiz de Fora, de onde trouxe o Certificado de Reservista, caso contrário estaria no 11º RI, e, com certeza, numa boa graduação do exército.

Em 1.934 foi trabalhar na tesouraria do Instituto Gammon, ao lado do Sr. Antônio Alvarenga e, mais diretamente, ao lado dos Drs. Baker e Calhoum.

Em 12 de setembro de 1.936 desse ano, contraiu núpcias com Maria G. Moreira (Neném Godinho). Deste matrimônio tiveram quatro (4) filhos: José Sílvio, Márcio, Gilson e Denise, dos quais tem verdadeiro orgulho.

Bi deu continuidade ao seu trabalho no Gammon e na Esal como tesoureiro, secretário, auxiliar administrativo e professor até o ano de 1.968, quando foi aposentado no serviço Público Federal, pois com a federalização da Esal, em 1.963, passou a ser funcionário público. Mas nunca se ausentou destes educandários, pois como a Lavras, tem também a eles ligado seu cordão umbilical.

Paralelamente às atividades profissionais, Bi escreve para jornais desde 1.932 - A GAZETA, O INSTITUTO, O AGRICULTOR, O AGRÁRIO, NOVA LAVRAS, entre outros, sendo correspondente de jornais do Rio, BH e SP. Especialmente escreve para TRIBUNA DE LAVRAS: Nossa Terra e Nossa Gente, Roteiro de Minha Saudade, Um Bom Domingo Para Você, Acrópole, focalizando a cidade e a sua gente, com incursões pela história da região.

Foi co-fundador da Sociedade dos Amigos de Lavras; sócio fundador do Rotary Clube de Lavras.

Idealizador e edificador do Museu de Lavras (Hoje Museu Bi Moreira, com muita justiça), instalado no velho campus da Esal - um museu eclético histórico-pedagógico e consta das principais revistas especializadas do país.

Lavras, mais do que centenária, tem a sua história contada por Bi Moreira. E é uma pena não existir ainda um livro escrito por ele, legando às gerações futuras esta preciosidade de rara beleza e grande conteúdo cultural.

BI MOREIRA é a memória viva de lavras.

SILVIO DA AMARAL MOREIRA, BI MOREIRA é Gente da Terra









Perfila hoje em nossa coluna O CARDIOLOGISTA E PROFESSOR DR. ADELINO MOREIRA DE CARVALHO que nasceu em Lavras, no dia 23 de abril do ano de 1945, filho de Gumercindo Moreira de Carvalho e Maria da Glória Freire.


Sua infância foi vivida no bairro do Campo do Cemitério (Antigo Estadual), onde, juntamente com colegas, deliciou a primavera do desabrochar de sua vida.

Fez o curso primário no Grupo Escolar Firmino Costa, o ginasial e científico (hoje as 4 últimas séries do 1º grau e 2º grau) no Colégio Nossa Senhora Aparecida - um dos berços da cultura lavrense que precocemente desapareceu, deixando um grande vazio no setor cultural e uma profunda saudade naqueles que ali ministraram e buscaram o saber.

Terminando o 2º grau, partiu para a capital paulista e lá chegando, ingressou no Curso de Letras, na Universidade de São Paulo - USP - onde concluiu em 1970, o bacharelado Português-Inglês. Iniciou, em seguida, o curso de medicina, objetivo maior de sua vida e o concluiu pela Escola Paulista de Medicina, em SP, capital em 1981.

Fez dois anos de residência em Clínica Médica, junto ao Hospital Beneficente São Caetano do Sul- SP.

Especializou-se em Cardiologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Iniciou suas atividades como docente na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Alfenas, em 1988, e a partir de 1989 passou a ser o seu primeiro diretor, cargo no qual se encontra em exercício.

Durante sua trajetória de Lavras para São Paulo e Alfenas, além do exposto, Dr. Adelino Moreira de Carvalho foi professor titular de Língua Portuguesa e Inglesa no Curso e Colégio Objetivo e Curso Santa Inês, em São Paulo, por 15 anos; publicou o livro “Linguagem Aplicada” de ensino de Língua Portuguesa, pela Editora Moderna – SP; participou de trabalhos científicos, teses de mestrado e doutorado da área médica, especialmente na E.P. de Medicina; participou de bancas examinadoras de candidatos ao Magistério Superior; Médico por 6 anos do Corpo Clínico do Hospital Beneficente S. Caetano, membro do Projeto Hercúleo para implantação e consolidação do Curso Superior de Medicina e do Hospital Universitário “Alzira Velano”, em funcionamento, que constitui padrão de referência para todo o Estado.

Aprecia a leitura, a pesquisa científica, razões maiores de sua cultura universal.

Tem admiração à família e é muito grato a Maria Aparecida de Carvalho, sua irmã, que considera sua segunda mãe.

É casado com a mato-grossense Beatriz Helena.

O casal tem três filhos: Gabriel, Diego e Filipe.

Além de professor e diretor da Escola, exerce a medicina na especialidade de Cardiologia na cidade de Alfenas.

O CARDIOLOGISTA E PROFESSOR DR. ADELINO MOREIRA DE CARVALHO é Gente da Terra.







Nossa coluna traz hoje um lavrense de coração que há 8 anos, ou seja, em 1985, recebeu da comunidade, através de seus lídimos representantes , por merecimento, o Título de Cidadão Honorário de Lavras, pelo seu espírito de liderança, capacidade de trabalho dentro e fora dos limites da Gloriosa Polícia Militar de Minas Gerais, dedicação e amor a Lavras.

Quem perfila é O CORONEL MÁRIO LÚCIO CALÇADO, nascido em Rodeiro, MG, em 18/11/43, filho de Mário Calçado Martins e Dinorah Bicalho Calçado.

Seus estudos básicos foram feitos em sua cidade natal, indo em seguida, 1964, para Belo Horizonte onde ingressou no CFO. Em outubro de 1967 chegou a aspirante, depois promovido, por merecimento e antiguidade, a tenente, capitão, major, tenente coronel e, em 18/12/90, a coronel.

Dentro desse espaço de tempo ainda fez Curso de Orientação Social pela PUC-MG; Filosofia Pura no Instituto Superior de Ciências Artes e Humanidade de Lavras, Curso de Formação de Oficiais, concluído em 1967; Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais em 1978 ; Curso Superior de Polícia em 1988. Publicou a tese “Polícia Militar X Polícia Civil - Histórico dos Conflitos, o que modificar na Constituição Estadual” .

Como oficial serviu ao 8º BPM, Gabinete Militar do Governador Rondon Pacheco , 7º BPM e 2º CRP.

Como oficial superior foi Sub-comandante e Comandante do 8º BPM - Lavras, Comandante do 7º BPM - Bom Despacho, Comandante do 2º Comando Regional de Policiamento. Atualmente exerce a função de chefe de Gabinete Militar do Governador Hélio Garcia e Comandante da Polícia Militar de Minas Gerais.

No exercício de suas funções foi condecorado com as seguintes medalhas: Mérito Militar - Bronze (1974) , Prata (1984), Campanha em Bronze, Insígnia da Inconfidência, em 1974, Medalhas Santos Dumont - Bronze - Ouro (1991), Mérito “Coronel Fulgêncio de Souza Santos”, “Alferes Tiradentes” - Bicentenário da Inconfidência (1991), “Bicentenário da Morte do Alferes Tiradentes” (1992), medalhas da Ordem do Mérito de Brasília, no grau de Comendador (1992), Ordem do Mérito Legislativo Estadual (1992), Pacificador (1992) e da Ordem do Mérito Legislativo Municipal (1992).

Recebeu os Diplomas: “Amigo do CPOR” e “Colaborador Emérito do Exército Brasileiro em 1991/92 e ainda os títulos de Cidadão Honorário de Lavras (85), Bom Despacho (91) e Belo Horizonte em 1992.

É casado com a lavrense Dirce Gonçalves Calçado, com quem tem três filhos: Marcus Vinícius, Marilúcia e Sara. Todos lavrenses.

Este lavrense de coração chegou aqui no final da década de 60 e passou a fazer parte da comunidade, ligando-se à terra através de sua esposa, filhos e amigos.

CORONEL MÁRIO LÚCIO CALÇADO é Gente da Terra.








Hoje nossa coluna faz uma viagem de retorno a partir dos anos 40, precisamente ao dia 28 de abril, lá na rua Rui Barbosa (antiga rua Umbela), onde nasceu e viveu a infância e boa parte da adolescência, em companhia dos pais e, posteriormente, com o tio Norberto Naves Gouveia (o Setenta do extinto Banco Mineiro da Produção, hoje BEMGE) e a avó Maria Naves de Avelar, o Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Dr. NILSON VITAL NAVES, filho de Nicodemos Naves de Gouveia e Júlia Vital de Oliveira, de saudosa memória.

Sua formação escolar desenvolveu assim: curso primário no Grupo Escolar Paulo Menicucci, ginasial (4 últimas séries do 1º grau) no Colégio Nossa Senhora Aparecida, estes em Lavras-MG e o colegial no Colégio Marconi, em Belo Horizonte. Fez Curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, bem como Estudos Superiores de Doutorado em Direito Penal nos anos de 1962 a 1966 e 1967 a 1968, respectivamente.

Já formado, passou a exercer suas atividades profissionais:

- Exercício de advocacia em Belo Horizonte, Pedro Leopoldo e Betim, de 1966 a 1969; Promotor Público substituto do Estado de São Paulo, após concurso público de provas e títulos, realizado em fins de 1968, com exercício na capital e no interior, de 14/02/69 a 24/05/70;

Promotor Público da comarca de Caconde (1ª entrância), promovido, por merecimento, por Decreto de 17/10/72; autorizado, em caráter excepcional, pelo Governo Paulista, o afastamento, para ficar `a disposição do Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo do cargo efetivo, por Decreto de 17/10/72; cargo em comissão de Secretário Jurídico, nomeado pela Portaria nº 106 do Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, em 20/11/72;

Secretário Jurídico do Ministro Olavo Bilac Pinto, no Supremo Tribunal Federal, de 20/11/74 a 06/02/75; assessor de Ministro , com exercício no Gabinete do Ministro João Leitão de Abreu, de 09/02/78 a 12/08/81; autorizado, em caráter excepcional, por resolução de 18/08/81, pelo Governo paulista, o afastamento para ficar à disposição do Gabinete Civil da Presidência da República, sem prejuízo do cargo efetivo, até 15/03/85;

Assessor da Chefia do Gabinete Civil da Presidência da República, de 20/08/81 a 15/03/85. No período de afastamento, sem prejuízo do cargo efetivo, foi promovido para o cargo de Promotor Público da comarca de Paraguaçu Paulista, em 23/01/73, e para o cargo de 3º Promotor Público da comarca de Guarulhos, em 03/05/76, e para o cargo de 31º Promotor Público da comarca da Capital, em 18/02/77 e, finalmente, para o cargo de Procurador da Justiça, em 05/10/82; Ministro do Tribunal Federal de Recursos, a partir de 11/04/85;

Ministro do Superior Tribunal de Justiça, a partir de 07/04/89; Presidente da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, de 12/11/90 a 12/11/92; Presidente da 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça, a partir de 09/11/92; Membro efetivo do Conselho da Justiça Federal, a partir de 27/08/92; Atualmente Ministro do Superior Tribunal de Justiça, vice presidente, Presidente do STJ.


Distinções Honrosas

Ordem de Rio Branco, no grau de Comendador, em 24 de março de 1982; Medalha do Pacificador, em 11 de outubro de 1982; Ordem do Mérito Militar, no grau de Cavaleiro, em 25 de julho de 1983; Ordem do Mérito Judiciário, no grau de Comendador, em 11 de agosto de 1983; Professor Emérito da Faculdade de Direito das Faculdades Metropolitanas Unidas, de São Paulo, em 4 de novembro de 1988; Ordem de Rio Branco, promoção no grau de Grande Oficial, em 14 de abril de 1989; Grande Medalha da Inconfidência, Minas Gerais, em 21 de abril de 1989; Medalha Comemorativa da Inauguração da Sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, em 19 de novembro de 1990;

Ordem do Mérito Legislativo Municipal, de Belo Horizonte, no grau Grande Mérito, em 20 de dezembro de 1990.


Obras e Trabalhos Publicados

Da Prescrição e da Decadência no Direito Civil, in Revista da Faculdade de Direito da UFM, outubro/1964; Estrutura Jurídico-Penal do Crime, in Revista “Justiça”, órgão do Ministério Público de São Paulo, nº 65/1969; Alguns Aspectos do Crime Continuado, in Revista “Justiça”, órgão do Ministério Público de São Paulo, nº 70/1970;

A Ação no Modelo Tipo, in Revista dos Tribunais nº 467/288; O Supremo Tribunal Federal e o Princípio da Prescrição pela Pena em Concreto, in Revista Forense nº 249/95 e Revista dos Tribunais nº 472/284; Código Penal (organização, atualização e notas), Companhia Editora Forense, Rio de Janeiro (1ª edição/1975, 2ª edição /1976, 3ª edição/1977, 4ª edição/1983, 5ª edição/1984); Código de Processo Penal (organização atualização e notas), Companhia Editora Forense, Rio de Janeiro (1ª edição/1976, 2ª edição/1977, 3ª edição/1982, 4ª edição /1983, 5ª edição /1984);

Legislação Penal Militar - Código Penal Militar, Código de Processo Penal Militar , Organização Judiciária Militar, Segurança Nacional (organização, atualização e notas), Companhia Editora Forense, Rio de Janeiro (2ª edição/1976, 3ª edição/1980-esgotada); Constituição da República Federativa do Brasil (organização, atualizada e notas), Companhia Editora Forense, Rio de Janeiro (2ª edição/1976, 3ª edição /11977);

Regimento Interno e Súmula do Supremo Tribunal Federal (organização, atualização e notas), Companhia Editora Forense, Rio de Janeiro (3ª edição/1979, 4ª edição/1981).


Família

A família, para o Dr. Nilson Vital Naves, é o pilar da sociedade.

É casado com Adélia Cecília Menezes Naves com quem tem dois filhos: Guilherme Menezes Naves e Pedro Henrique Menezes Naves.

O MINISTRO DR. NILSON VITAL NAVES é Gente da Terra.









Nossa coluna se inspira hoje na primavera, estação das flores, das cores vivas e bonitas, do prazer e da alegria de viver.

Lavras, Terra dos Ipês e das Escolas, terra de artistas e de tantos valores, foi agraciada no dia 27 de setembro, início da primavera, com o nascimento, lá na rua Santo Antônio, hoje Firmino Sales, da artista INAH GOULART PENIDO, filha do saudoso casal João Bueno Goulart e Maria Sena. Para o artista o ano não importa, pois como para a música, a dança e a arte, não há idade, nem fronteira, é sempre tempo de apreciar o que toca a sensibilidade, o coração e a alma.

Artista é assim...

Ela fez o curso primário no Grupo Escolar Firmino Costa, o secundário e o normal no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, onde diplomou-se como professora.

Como desde a tenra idade apresentava aptidão para a arte, música e dança, ingressou no Colégio Carlota Kemper para estudar piano; a fim de aprimorar seus dotes musicais, foi para o Conservatório Tancredo Neves, em São João Del Rei, onde concluiu o curso e fez dois anos de especialização.

Paralelamente fez o curso de violino, no mesmo Conservatório.

Viajou por todo o Brasil. Conheceu as maiores e melhores escolas de arte e principalmente as de dança, uma de suas paixões.

Em 1.941, casou-se com o inesquecível Dr. Marcelo Otto Penido, professor de Entomologia da Escola Superior de Agricultura de Lavras, com quem teve um filho, o advogado Otto Marcelo Penido.

Foi professora primária e exerceu suas atividades em várias escolas da comunidade e, dentre estas no Grupo Escolar Firmino Costa, onde regeu a cadeira de Canto e Música, lá se aposentando depois de 28 anos de exercício.

Integrou, durante algum tempo a extraordinária “Írio Coral e Orquestra”

Inah Goulart Penido, amante da música, da dança e da arte, com o seu know how, fundou em Lavras o “ BALLET INAH PENIDO” que teve uma existência de 32 anos ininterruptos, ensinando, educando e formando bailarinas que, com suas apresentações sempre constantes em Lavras, Minas e em outros Estados, inebriava a todos, pois como se sabe, “A DANÇA É A MÃE DAS ARTES”, e como tal, os movimentos, gestos e toques suaves, leves, singelos e mágicos, em harmonia constante com a música, propiciam através do expressivo ou abstrato o êxtase.

Quantas apresentações fantásticas: Lago dos Cisnes, Quebra-Nozes, Romeu e Julieta, Carnaval, Riquezas da Terra e outros.

Quem assistia aos espetáculos, lembrava com saudade o Ballet Francês, berço desta dança que a todos encanta, seja no individual, seja no coletivo, bem como o Ballet Russo, apresentados em espetáculos no Brasil e no mundo ou mesmo pelo cinema e pela televisão.

A brilhante apresentação do Ballet Inah Penido , verdadeiro show de coreografia, graça e beleza marcou presença no Centenário de Lavras - 1968.

Desta época ela conserva belo pôster que marca sua participação - Ballet Inah Penido - em programa de televisão.

Durante sua trajetória, a artista ministrou cursos de Ballet em Campo Belo, Oliveira, Perdões, Boa Esperança e outras cidades, fundando escolas que perduram até hoje.

Participou com fundadora da “SOLCA” - Sociedade Lavrense de Cultura Artística - que teve seus dias de glória com grandes acontecimentos artístico- culturais, com artistas, músicos e bailarinos de Lavras, de outros municípios e até do exterior. A SOLCA se localizava onde era a Casa Americana, hoje Banco Real e depois, no edifício Decimoni, hoje 20 de julho.

Muitas de suas alunas dão continuidade ao seu trabalho que deixou raízes, e, para ficar sempre viva em Lavras, a lembrança do Ballet, o Colégio Nossa Senhora de Lourdes tem hoje uma escola de dança que leva o nome “INAH PENIDO”.

Quem vai à casa desta artista se depara com uma estante repleta de placas, medalhas, troféus e fotografias que marcaram para sempre a gratidão das comunidades a esta beleza de obra - Ballet Inah Penido - que todos guardam no coração , na mente e na retina dos olhos que tiveram a felicidade de o ver.

Como se sabe o artista é assim...um sonhador. E o aplauso, sua realização.

Mais uma vez as luzes da ribalta se acendem e as cortinas do palco da vida se abrem para mostrar a arte, a música, a dança, o Ballet.

A ARTISTA INAH GOULART PENIDO é Gente da Terra.










Nossa coluna hoje se instala no interior de um agradável escritório de engenharia.

No centro, uma prancheta e sobre esta, régua T, compasso, esquadro, normógrafo, canetas, escalímetro, papel vegetal e outros instrumentos profissionais da área.

Em um dos lados, uma estante com bons livros e projetos de estudo, nas paredes, quadros de bico de pena, nanquim, a óleo e outros. Uma mesinha com uma linda orquídea e um sofá confortável, em um dos cantos, convivem harmoniosamente no mesmo espaço, decorando o ambiente. A iluminação natural e de luminárias é perfeita, pois fora idealizada para tal e a música ambiente é seleta.

Defronte á mesa de trabalho, uma banqueta, lugar do engenheiro . Na mente deste, mil projetos. Sua especialização - construção de estradas - para levar o progresso e aproximar regiões e povos.

Agora, andamos um pouco por estas rodovias, atravessando pontes, avenidas e ruas e vamos até a Praça Santo Antônio, no Casarão Pomárico, onde, em 25/02/37, nasceu o engenheiro civil, Dr. CÉSAR POMÁRICO, filho de Vitor Pomárico e Afonsina Augusta Lopes.

Projetos e mais projetos desde a infância...

A formação educacional começou na Escola Estadual Firmino Costa, onde realizou as quatro primeiras séries do 1º grau, descendo pela rua Misseno de Pádua até o Colégio Nossa Senhora Aparecida para fazer as quatro últimas séries do 1º grau; segundo grau no Colégio Santo Antônio e o curso superior na Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais , em Belo Horizonte, concluído em 1962.

Depois recebe os retoques finais e alguns aprimoramentos como: Curso Intensivo de Dimensionamento de Pavimentos na Northingham Universíty em Nothingham, Inglaterra; estágio na Wimpey, em Londres; estágio em Organismos Rodoviários Franceses nas cidades de Paris, Nantes e Bordeaux, sob a supervisão do Ministério de Lequipament e Du Longement nos Campos de Auscultação de Pavimentos, Construção Conservação de Rodovias.

Terminado e executado o projeto educacional, diante da dinâmica da vida, inicia o familiar: casou com Leila Mendes Pomárico. Desta união nasceram os filhos: Soraya, Andréa, Luciana, Marco Antônio e César Júnior.

Concluídos estes dois projetos, vem o terceiro, profissional.

Ingressou no Departamento de Estrada de Rodagem, DER/MG, como engenheiro, prestando seu labor como chefe da 10ª Residência Regional sediada em Varginha. Lá, foi responsável pela edificação da Nova Sede Regional .

Em 1986 foi designado para o cargo de Diretor de Projetos do DER/MG.

EM 1987 exerceu a Chefia de Gabinete da Diretoria Geral do DER/MG.

De 1988 a 1991 foi designado para gerente do Programa de Melhoramento das Rodovias do Vale do Jequitinhonha, com financiamento parcial do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Foi um dos responsáveis pela construção de grande parte das rodovias: Perdões - Campo Belo; Nepomuceno - Santana da Vargem ; Circuito das Águas; Itanhandu - Passa Quatro.

Participou da Comissão de Negociação, junto ao BID, em Washington, para a construção da rodovia que liga São Vicente - Minduri.

Em 1991, aposentou-se.

Recentemente, foi designado pelo Governo do Estado de Minas Gerais para ser o Coordenador do Programa de Duplicação da BR 381, Rodovia Fernão Dias, que liga Minas a São Paulo, uma das principais artérias da malha rodoviária do país.

O engenheiro Dr. César Pomárico projeta e constrói estradas - canais que unem vilas, cidades, capitais, continentes e povos, separados por campos, vales, montanhas, rios e mares, indicam direções e realizam ideais, vencem distâncias e desafios, descobrem caminhos que conduzem o homem à felicidade.

O ENGENHEIRO DR. CÉSAR POMÁRICO é Gente da Terra.










Nossa coluna enfoca hoje alguém que vem se preocupando com um dos problemas sérios de nossa comunidade e do país. Alguém que, juntamente com outros, fundou em Lavras uma entidade que tem sido a porta aberta (quando tantas outras se fecham), através da qual estende as mãos para levantar os caídos, desamparados, desesperançados e retirá-los quase do fundo do poço, das ruas, das esquinas.

Alguém que realiza, na verdade, as mesmas funções de médico e psicólogo no tratamento dos alcoólatras. O alcoolismo, sabe-se, é uma doença e como tal necessita de tratamento. Os alcoólatras buscam, na bebida, refúgio e solução de problemas, mas acabam perdendo o respeito de si mesmos, transformando-se de senhores, em escravos, caminhando como nau sem rumo, à deriva, de lugar algum para lugar nenhum.


Estamos falando de ANTÔNIO FERNANDES NETO, filho de Benfica Antônio Fernandes e Ana Pinto Barros, nasceu em 26/08/14, na rua das Piteiras, hoje 8 de Dezembro - localiza nos fundos do Estádio da Associação Olímpica de Lavras.

Acreditamos que alguns dos nossos leitores ainda não identificaram bem o nosso personagem. Mas, ele é bem conhecido pela alcunha de “CANELA” . E, por falar em canela, por que o apelido? Porque, quando menino, na “Chacrinha”, participando das “peladas” de futebol, dava muitas “caneladas”, não se machucava e os outros sempre levavam a pior com o “canela de ferro”. Quem o apelidou foi o Ivo Nunes.



Fez o primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa e aqui, um registro: foi aluno do Prof. Orozimbo Herculano de Melo, o seu diretor, o nominado na Escola. Fez ali também um curso de carpintaria. Já naquele tempo, o Prof. Firmino Costa havia implantado, naquela instituição de ensino, vários cursos como: carpintaria, sapataria, economia doméstica (culinária, corte e costura), técnicas agrícolas, datilografia e outros - cursos hoje ministrados nas 4 últimas séries do 1º grau. Este fato demonstra que o diretor daquela Escola, naquela época, estava anos-luz, à frente da educação.

Posteriormente, concluiu seus estudos na Escola Malafaia, com o Prof. Abelardo Guerra.

Terminado o primeiro grau, ingressou na “Universidade da Vida”, escola das escolas.

Foi trabalhar na R.M.V. - Rede Mineira de Viação - atualmente, Rede Ferroviária Federal S/A, como aprendiz de carpintaria, por um período de 2 anos, sem remuneração. Depois, aos 18 anos, foi para o 8º BPM, onde permaneceu 10 anos. Ali, além de suas atribuições militares, dirigiu, como chefe a carpintaria, sendo designado para ajudar na construção do Hospital Militar de Belo Horizonte. Sua estada na Capital mineira durou 4 anos. Após, retornou a Lavras e requereu sua baixa na corporação, em 1944.

De volta a Lavras, trabalhou como carpinteiro. Ajudou na construção da Praça de Esportes (Lavras Tênis Clube) e Hospital Vaz Monteiro. Neste último, sua contribuição foi gratuita, atendendo a uma solicitação do médico Dr. Dilermando Leite Corrêa, um dos fundadores.

Esteve por um lapso de tempo trabalhando em Volta Redonda, mas regressou logo, para trabalhar na Rede Mineira de Viação, onde se aposentou, em 1962, como carpinteiro.

Muito preocupado em ajudar o próximo, em servir, pois conhecia de perto o problema alcoolismo - mal que assola e destrói lares e pessoas - dirigiu-se a Barra Mansa, em companhia de seu irmão Sebastião Fernandes, para conhecer a Associação dos Alcoólatras Anônimos. Trouxe de lá o projeto para fundar, em Lavras, uma similar. Aqui contou com a colaboração do jornalista e radialista Herculano Pinto Filho, Dr. Edmir Sá Santos, Pe. Henrique, Dr. Bernadino Dessimoni, Dr. Francisco Rodarte e outros.

Após algumas reuniões preliminares nas dependências do Salão dos Vicentinos, no prédio que se localiza atrás da Matriz de Sant’Ana, foi concretizado o sonho. Era fundado o Grupo Ipê dos Alcoólatras Anônimos de Lavras. Isto aconteceu em 24/05/70.

A finalidade desta entidade é: “Compartilhar suas experiências, forças e esperanças, na recuperação de homens e mulheres, a fim de ajudar no seu problema comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo”.

O Grupo Ipê reuniu-se no Salão dos Vicentinos, por um período de três ou quatro anos, depois, transferiu-se para a sede do Rotary Clube de Lavras, onde permanece, tendo recebido de todas as diretorias o apoio necessário para sua consolidação e consecução de sua finalidade.

A prestação de serviço executada pelo Grupo Ipê, de recuperação dos alcoólatras, é permanente e disseminadora, pois outros grupos foram fundados como: São Sebastião, Esperança, N. S. Auxiliadora, Cruz Vermelha, bem como em outras comunidades.

O trabalho é anônimo, mas de grande significado social. Só quem tem ou teve um problema desta natureza, em casa, sabe avaliar a dimensão deste empreendimento.

Além desta empreitada Fernandes, foi também Comissário de Menores na Comarca de Lavras, durante 10 anos e, em suas funções, encaminhou muitos destes que perambulavam pelas ruas, sem rumo e sem esperança.

Quanto `a vida familiar, casou-se com Edithe Cândida da Silva com quem teve os filhos: Marcos, Maria Aparecida, Gilda, Márcio, Murilo, Marília, Jorge, Heloísa, Márcia e Geórgenes.

ANTONIO FERNANDES NETO , “CANELA”, é um homem simples, humilde, mas a sua obra ultrapassa os limites da compreensão humana.

Lá, na sede dos Alcoólatras Anônimos, do Grupo Ipê e também nas outras, inicia e termina a reunião com esta oração:

“Ensina-nos a aceitar o que não pode ser mudado, lutar pelo que pode ser modificado, e sabedoria para distinguir uma situação de outra”.

ANTONIO FERNANDES NETO, “CANELA” é Gente da Terra.









Alongamento, aquecimento e... nossa coluna vai até Atenas, na Grécia, no ano 776 a.C. , nascedouro do esporte e dos Jogos Olímpicos, para relembrar os primórdios e buscar um ramo de oliveira - a maior honra para o atleta grego vencedor - e entregá-lo à personagem que hoje perfila para nossos leitores.

Personagem que participou dos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992.

Os Jogos Olímpicos sofreram uma paralisação temporária, mas ressurgiram graças ao Barão Pierre de Coubertin, no final do século XIX. E por falar nele, foi ele também quem criou o Símbolo Olímpico composto de cinco anéis entrelaçados, inscritos numa bandeira branca; suas cores representam os continentes: azul, Europa; amarelo, Ásia; preto, África; verde, Austrália; vermelho, as Américas. Há quem diga que as cores foram escolhidas porque com elas se compõem as bandeiras de todos os países do mundo.

Como dissemos, os Jogos Olímpicos recomeçaram em 1896, um longo tempo depois de criados, entre 5 a 13 de abril. No começo eram realizados em um só dia e a competição era uma corrida. Hoje, são muitas as modalidades de competições esportivas e o tempo é maior. A partir do reinício, de 4 em 4 anos, são realizados este eventos em países diferentes. Um detalhe: em 1916, 1940 e 1944 não aconteceram tais Jogos porque o mundo estava em guerra.

Dentre as competições dos Jogos Olímpicos, está o voleibol, esporte criado em 1895 pelo Diretor do Departamento de Educação Física da Associação Cristã de Moços de Holyoke, Massachussets, E.U.A., introduzido no Brasil no ano de 1917 e aceito como esporte olímpico em 1957.

Chama-se a atenção para esta modalidade esportiva porque nela se distingue a jovem que focalizamos.

De Atenas chegamos a Barcelona – Espanha, e lá, a nossa personagem, defendendo as cores verde-amarela do nosso querido Brasil, no voleibol feminino.

É ANA PAULA MENDES RODRIGUES, lavrense da gema, que nasceu na rua Francisco Andrade, no dia 13/02/72, filha dos professores Paulo Rodrigues Monteiro e Maria Auxiliadora Mendes Rodrigues .

Freqüentou o pré, as oito séries do 1º grau e a 1ª do 2º grau no Instituto Gammon, terminando os estudos no Colégio Clemente Faria, em Belo Horizonte.

Sua infância e adolescência foram vividas no coração do Instituto Gammon, entre campos, quadras, pistas, área verde, ipês, gérberas e buganvílias, respirando um ar de cultura centenária e sentindo as emoções do esporte que tem ali a sua morada.

Aos 11 anos de idade, já havia determinado sua vida. Seria jogadora de vôlei e confidenciou isto a sua amiga Heloísa H. Carvalho.

Sua carreira esportiva começou no Gammon, com o prof. Carlos Wander (Drico). Depois aos 12 anos continuou no Lavras Tênis Clube, com os técnicos: Kaíco e Kênia Naves. Permaneceu jogando neste clube até aos 16 anos, quando Selma Scheid Lopes, outra lavrense, campeã sul-americana de vôlei, de outros tempos, incentivou, juntamente com os pais, sua ida para o Minas Tênis Clube de Belo Horizonte.

Dia 22/02/88 - Ana Paula viaja em companhia de seus pais. Destino: Minas Tênis Clube-BH.

Neste ano foi convocada para a Seleção Mineira, categoria infanto, para disputar o campeonato brasileiro, sagrando-se campeã.

1989 - Convocada par a Seleção Brasileira - infanto - disputou o Mundial da Juventude, em Curitiba, sendo vice-campeã.

1990 - Participou do Campeonato Brasileiro Juvenil em São Lourenço.

1990 - Foi campeã sul-americana em Tucumã - Argentina. Neste campeonato foi eleita o melhor Block.

1991 - Participou do Campeonato Brasileiro juvenil em Montes Claros, sendo campeã.

1991 - Participou do Mundial Juvenil na Tchecoslováquia, e foi vice-campeã.


1992 - SELEÇÃO BRASILEIRA – OLIMPÍADAS - BARCELONA - 4º lugar.

1992 - Vice-campeã brasileira - L’Acqua di Fiori; vice-campeã Sul-americana; vice-campeã no Mundial Interclube - Itália.

1993 - Joga pelo L’Acqua di Fiori, disputando o campeonato da Liga Nacional e está em 1º lugar da 1ª fase.

1993 - É convocada para a Seleção Brasileira, para disputar a Liga Mundial em Hong Kong.

Ana Paula é jogadora de meio e muito versátil em quadra.

A crônica esportiva especializada sempre chama a atenção para ela, tal o seu desempenho.

Além destas atividades, Ana Paula, apresenta outras como: aos 12 anos foi bicampeã de salto em altura e extensão dos Jogos Estudantis de Lavras. Em 1991, elegeu-se Miss Lavras e participou do Concurso de Miss Minas Gerais, em Montes Claros. Foi capa de várias revistas, principalmente de uma especializada, “Internacional Volley Tech-Alemanha-Março/92.

ANA PAULA MENDES RODRIGUES é Gente da Terra.








Nossa coluna continua sua viagem, agora percorrendo outro roteiro: Egito, China, Babilônia, mais uma vez a velha Grécia, indo até o extinto Império Romano, preciosidade e fonte inesgotável das Ciências Jurídicas que balizam a conduta do homem sobre a face da terra. Os romanos foram os primeiros a organizar o Direito - que nasceu com a vida, com o homem, com a sociedade e cuja história se confunde com a própria existência.

O mundo das relações entre os homens é o mundo do Direito e daí as deduções: de um lado, a faculdade individual de agir de acordo com este e invocar a sua proteção e aplicação de seus legítimos interesses; e de outro, como sendo regra de conduta e organização coativa imposta pelo Estado e dirigida a todos como norma geral de agir.

Século XX. O mundo passa por transformações. O homem cria novas necessidades. Novos ramos do Direito emergem. A dinâmica propicia a evolução.

Lavras, 31/03/1913, rua Dr. Francisco Sales - antiga rua Direita - local escolhido para o nascimento do estudioso das Leis e do Direito, do que é justo, do que é reto, DR. GIL DE ANDRADE BOTELHO, filho de Aureliano de Andrade Botelho e Adélia Alves de Azevedo.

Cursou as quatro primeira séries do 1º grau na Escola Estadual Firmino Costa e as quatro últimas séries, bem como o 2º grau, no Instituto Gammon e o superior na Escola de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, concluído em 1933.

Formado em advocacia, retornou a Lavras, sendo nomeado Promotor de Justiça da comarca, onde permaneceu até 1941, quando requereu sua exoneração.

Nesse mesmo ano contraiu núpcias com Augusta de Campos Gouveia, com quem teve três filhos: Aureliano, Maria Inês e Cláudio.

A partir de seu afastamento da Promotoria Pública, dedicou-se à advocacia geral nas Comarcas de Lavras, Perdões, Campo Belo, Nepomuceno, Varginha e outras da região bem como na Capital mineira.

Como advogado militante e membro da 17ª Subseção da OAB/MG, presidiu os destinos daquela entidade por quatro anos, após o término da gestão do renomado jurista CARVALHO SANTOS.

Dr. Gil de Andrade Botelho, além de advogado, é um cidadão prestante e como tal apresenta uma larga folha de serviços prestados à comunidade. Dentre estes destacamos: foi sócio fundador da Associação Gammonense e participou da instalação da herma do Dr. Gammon, defronte o Colégio Carlota Kemper sendo orador oficial da solenidade Dr. Carlos Luz - gammonense que ocupou por breve período a Presidência da República; presidiu o Lavras Tênis Clube, o Clube de Lavras , interinamente o Rotary Clube Lavras Sul, o Sindicato Rural de Lavras, ocasião em que realizou a Exposição do Centenário de Lavras e mudou a entrada daquele Parque (naquela época localizado onde é hoje o Condomínio Jardim da Palmeiras);

Foi vereador por dois mandatos, com apresentação de vários projetos benéficos à comunidade; integrou a Congregação da ESAL; foi membro do Conselho Diretor - FELA - INCA - por nomeação do Governo do Estado; membro do Conselho de Legislação da FAEMG, durante muitos anos; membro da Companhia Lavrense de Eletricidade – CLE - órgão que explorou a energia elétrica em Lavras, melhorando-a e tornou-se um dos responsáveis, juntamente com Haical Haddad, Paulo de Lourenço Menicucci, João Theodoro, Sílvio Ferreira, Olney de Sousa Andrade e outros, pela mantença e depois transferência dela para a CEMIG, no governo municipal de Leonardo Venerando Pereira (Nadinho), atendendo às imposições do progresso energético e anseios da comunidade.

A energia elétrica chegou a Lavras por volta de 1910, vinda da Usina do Cervo. A prefeitura e a R.M.V. eram as detentoras. Algum tempo mais tarde a prefeitura privatizou-a transferindo-a para CLE. Em 1956, a Companhia Lavrense de Eletricidade adquire e repassa a energia vinda de Itutinga - CEMIG. No período compreendido entre 1970 a 1972, a CEMIG adquiriu os direitos de concessão e do patrimônio e passa a explorar a distribuição de energia elétrica em Lavras.


Dr. Gil Botelho é fazendeiro nas horas de folga e nesta área também se destacou. Com o 5º lugar no concurso de produtividade de milho no Estado e o 1º em Lavras. Além desta cultura, explora a pecuária de Leite.

É o decano dos advogados lavrenses, dotado de irrefutável ética profissional e merecedor por isso mesmo da admiração de seus pares e da comunidade forense.

DR. GIL DE ANDRADE BOTELHO é Gente da Terra.








Após algumas viagens por roteiros diferentes pelo Velho Mundo, vamos aportar um tempo aqui nesta terra denominada “Atenas Mineira”, não só pela cultura que enseja, mas por ser também uma fonte viva, manancial de grandes atletas e grandes talentos.

Não faz muito tempo, trouxemos para nossa coluna, um destaque do voleibol feminino, e hoje apresentamos outro, só que no basquetebol masculino.


O basquete, ou bola ao cesto, foi criado em Springild. Massachussets, E.U.A. pelo canadense James Naismith em 1891. No Brasil, quem o introduziu, foi o prof. Augusto Shaw, mas sua implantação definitiva foi a partir de 1912. Hoje em dia é um esporte praticado em todo o mundo. Os E.U.A. apresentam uma das melhores equipes, e levou às Olimpíadas de Barcelona, o “Dream Time”, ou o time dos sonhos.

O personagem que trazemos nasceu na Rua Sete de Setembro, no dia 10/04/54 e cresceu no interior, bem dentro do Instituto Gammon, onde viviam e trabalhavam seus pais, os professores de Educação Física, José Lima e Edna de Campos Lima, que doaram suas vidas àquele educandário e à juventude brasileira. É o DR. JOSÉ LIMA FILHO carinhosamente chamado ZEZINHO.

Aqui, “um gancho”. Prof. José Lima, cuja ausência marca presença com a lembrança e a saudade, foi o mestre que consagrou campeões como: Marcelo, Maurício e Fausto de Souza; Alfredo e Selma Sheid Lopes; Stela Pacheco; Gabriel Júlio Mattos Muller; Jessemon Delani Siqueira; Edmilson Bosco Chitarra, outros e o próprio filho e todos levaram e elevaram o nome de Lavras e do Brasil além mares.

José Lima Filho fez seus estudos no Instituto Gammon, do pré até a 3ª série do 2º grau e os cursos de Educação Física e Fisioterapia na Pontifícia Universidade de Campinas - PUC CAMP.
Casou-se com Maria Luiza Cruz Lima, em São Paulo, tendo deste casamento a filha Raísa Cruz Lima.

Iniciou sua vida esportiva no basquetebol, aqui em Lavras, por volta de 1966, junto com um grupo de amigos, liderados pelo prof. Mauricinho, quando fundaram o time XX de Julho, em homenagem ao Dia da Cidade. No começo, não havia nenhuma pretensão a não ser compartilhar do convívio agradável entre amigos e exercitar o corpo - Mens sana in copore sano. Mas com o correr do tempo, a equipe se fortaleceu e transformou-se num time campeão, conseguindo os seguintes títulos: Tricampeão Infanto-Juvenil do Interior; Tetracampeão Juvenil do Interior; Campeão Infanto-Juvenil do Estado de Minas Gerais.

Participou da Seleção Mineira nas categorias infanto-juvenil, juvenil e adulto, destacando-se e sendo convocado para a SELEÇÃO BRASILEIRA, em 1974.

Em 1975, ele foi cursar Educação Física e Fisioterapia em Campinas e jogar no Tênis Clube daquela cidade.

Disputou o Campeonato Paulista e integrou a Seleção Brasileira de Basquete por várias vezes.

Excursionou com a Seleção de Novos nos Estados Unidos, em 1976.

Participou do Pré-Olímpico, em Montreal (Canadá), 1977.

Participou da Copa Intercontinental em Israel, Itália, Bélgica, Iugoslávia e Rússia, em 1977;

Universidade da Bulgária( 1977);

Torneio das Filipinas (1977);

Campeão sul-americano na Argentina, em 1978;

Universidade do México em 1979;

Finais do Campeonato Português, defendendo o Olivais Futebol Clube, da cidade de Coimbra, em 1981.

Em 1982, transferiu-se para São Paulo integrando o Esporte Clube Corintians e participou do Campeonato Paulista -campeão - 1983 e 1985; Torneios Sul-Americanos; Torneio do Cristal - Palace em Londres - Reino Unido; Torneio do Natal, em Paris.

Após quatro temporadas no Coríntians, transferiu-se para Limeira, onde permaneceu por duas temporadas e, em 1988, foi para o Palmeiras, onde se encontra até hoje disputando sua 5ª temporada.

Sua trajetória nesses 25 anos de basquetebol proporcionou-lhe muitas emoções, muitas alegrias e por que não dizer, às vezes, tristezas com as derrotas, mas deu-lhe sobretudo muitos amigos e admiradores com os quais repartiu sempre a sua vida.

Dr. José Lima Filho - Zezinho - é atualmente coordenador de basquetebol da Prefeitura de Campinas; Técnico de Basquete das Categorias Inferiores do Tênis Clube de Campinas; Fisioterapeuta do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa da Secretaria Municipal de Esportes da cidade de São Paulo ; Fisioterapeuta do Departamento de Futebol Profissional da Sociedade Esportiva Palmeiras e também da Academia Esporte Total em São Paulo.

Dr. José Lima Filho - Zezinho - trilhou o caminho dos pais e mantém acesa a pira que continuará iluminando o caminho das novas gerações esportivas do nosso País.

DR. JOSÉ LIMA FILHO – ZEZINHO - é Gente da Terra.







Nossa coluna, hoje, para falar do nosso personagem, busca a sabedoria no Livro dos Livros, o mais antigo e o mais moderno de todos aqueles que foram e são editados e publicados - a Bíblia - livro que narra a história do povo de Deus, seus ensinamentos, sua palavra para a vida, para a salvação e fortalecimento da fé.

Dentro deste contexto queremos traçar um paralelo entre a parábola do “filho pródigo” e a juventude.

Esta parábola está na Bíblia e é como uma gota d’água dentro do oceano, ou como um grão de areia no deserto, diante de tantas outras expressivas e comoventes passagens bíblicas. Ali é retratada a história da Salvação, da Reconciliação e da Recuperação. É a história do filho mais jovem que se emancipa, toma a herança e desaparece no mundo, gastando tudo na boêmia. Terminado o dinheiro, procura trabalho. É explorado e passa a viver miseravelmente. Lembra-se da casa do pai e da fartura. Reconhece seus erros e volta. Reconcilia-se com o pai que o recebe com carinho e festeja por recuperar o filho que havia perdido. O filho mais velho revolta-se por ciúmes. O pai diz: “Você sempre esteve aqui ao meu lado. Sabe quanto custa ter um filho longe, sem notícia, desamparado, e vivendo ao léu? Ele voltou. Sua volta foi como se ele tivesse morrido e tornado a viver”.

A juventude, cheia de VIDA, quer participar; realizar seus sonhos e às vezes não é ouvida, não é aceita, não é promovida e não é amada. É transformada em ouvinte silenciosa, colocada à margem, aliciada e apenas usada. Depois, alguns destes jovens se rebelam e ou se drogam para chamar a atenção, porque não procuramos conhecer a sua história, não lhes demos a oportunidade de manifestar-se e não os ajudamos a descobrir o verdadeiro sentido da Vida.

Neste ponto, como na parábola, há necessidade de Recuperação, Reconciliação e Salvação.
E, em Lavras, nasceu esta ESPERANÇA, com alguém que veio lá de Recife, Pernambuco, do Morro da Conceição, que teve a felicidade de acolhê-lo no seu nascimento, no dia 02/05/49. PADRE ISRAEL BATISTA DE CARVALHO, é filho de José Batista de Carvalho e Severina Lins de Carvalho.

Fez seus estudos básicos na Escola Estadual do Morro da Conceição, em Recife, as quatro últimas séries e o 2º grau na Escola Santa Inês, em São Paulo; Curso Superior de Filosofia, em Brusque, Santa Catarina, e Teologia, em Taubaté, São Paulo.

Padre Israel chegou a Lavras em 27/01/83 e, através de um trabalho atuante no Colégio Nossa Senhora Aparecida, junto à juventude lavrense, pôde constatar o problema da droga e os prejuízos causados por ela.

Começou isolado e silenciosamente a desenvolver um trabalho de recuperação dos viciados e, aos poucos, tal empreendimento foi ganhando corpo e se transformou numa realidade chamada “FAZENDA SENHOR JESUS” . Em 27/02/84, instala-se nas imediações da Ponte do Funil, sua sede principal. Ali seus recuperandos começam o tratamento. Em 1989, houve a aquisição de um imóvel no local denominado “Angola”, perto do trevo das rodovias Zito Abreu ( Madeira) e Ribeirão Vermelho, pela Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, para onde foi transferida a Fazenda Senhor Jesus ou Fazendinha do Padre Israel.

À época da aquisição pouca coisa havia ali. A determinação, a obstinação, a liderança e a vontade de servir do idealizador eram tão grandes que em pouco tempo, transformaram aquele local num verdadeiro paraíso, onde as pessoas se tratam, se recuperam, se reconciliam e ajudam a tornar a Fazendinha cada vez melhor e mais aprimorada para receber novos recuperandos.

Aqueles chegam à Fazenda Senhor Jesus para se tratar, submetem-se a uma entrevista seletiva e o tratamento é fundamentalmente a Terapia Ocupacional. Há ainda, e é bom frisar, uma infra-estrutura constituída por psicólogo, médico, odontólogo, prof. de educação física, agrônomo, yoga e acompanhamento espiritual feito pelo próprio Padre Israel. O custo do tratamento é quase zero, e a divulgação da obra é feita graças aos testemunhos dos recuperados que atraem para lá gente de todo o país.

É bom revelar - e o fundador sempre faz questão de enaltecer - a colaboração da Congregação, das comunidades, voluntários anônimos, entidades educacionais, fábricas, indústrias, comércio e outros, sem os quais não seria possível edificar e nem manter esta instituição que, desde a fundação, até a presente data, recebeu cerca de 350 pessoas, e destas, 70% foram recuperadas.

Padre Israel, neste tempo que aqui permanece, já foi agraciado com várias homenagens, dentre as quais destacamos: Título de Cidadão Lavrense em 19/10/90; diploma de Mérito Cívico do Memorial Francisco Ribeiro de Carvalho em 10/02/90; destaque especial da comunidade, de A Gazeta em julho de 1990. Além destas, outras calam profundamente na alma e no coração: os Testemunhos da Verdade dados pelos recuperados à família e à sociedade. Há também a homenagem contínua da comunidade que o acompanha desde o Colégio Nossa Senhora Aparecida, dando-lhe o apoio e o incentivo para tomar pelas mãos amigas os irmãos drogados e viciados, que caminham sem rumo, a fim de salvá-los, fazendo-os renascer para si mesmos e para a VIDA.

Este é um trabalho de fé, de esperança e de amor semeado e que deve brotar nos corações dos homens, porque somos todos irmãos e lutamos por um só ideal, a VIDA.

Padre Israel é um semeador e um colhedor dos frutos da Vida.

Feliz da comunidade que tem um pastor como este!

PADRE ISRAEL BATISTA DE CARVALHO é Gente da Terra.








Nossa coluna, para falar do personagem de hoje, faz uma radiografia do nosso país, um país com 8.511.965 Km2 de extensão, 26 Estados, 1 Distrito Federal, uma população aproximada de 160 milhões de habitantes , rico em recursos naturais, mas com 20% de sua gente vivendo na pobreza.

Lavras, para não fugir à realidade nacional, tem também os menos favorecidos pela sorte.

E quem não se lembra dos esmoladores das ruas e das casas, de alguns anos atrás ?

Hoje, quase não existem mais por aqui.

Entretanto, retornando ao geral, ao nosso pais, e mesmo a outros do 3º mundo, vemos a pobreza se alastrar e sabe Deus como...

O artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de que o Brasil é um dos signatários, diz: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.”

Isto significa viver uma vida mais humana, justa e digna.

Felizmente ainda existem pessoas que se preocupam com a dignidade do homem. Lutam e trabalham por ela. São os altruístas.

Em Lavras, temos muitos destes e, entre eles está alguém que há muito vem desenvolvendo um trabalho em benefício dos nescessitados, daqui e de outras plagas, socorrendo-os, para não vê-los marginalizados. Realizam uma verdadeira operação S.O.S. a esses irmãos.
É O HUMANITÁRIO JOSÉ AUGUSTO DA FONSECA, filho de Leonidas Antônio Fonseca e Maria do Carmo Mesquita, que nasceu em 29/11/1916, na fazenda do Gordura, perto do Registro, município de Lavras.

Nascido em Lavras! Acreditamos que para muitos tenha causado surpresa e, não é para menos, pois até mesmo o saudoso Delegado Fiscal e o vereador Olemar Dias Coelho, certa vez, queriam apresentar um projeto de cidadania lavrense para José Augusto Da Fonseca... ele agradeceu dizendo ser filho de Lavras...

Outro detalhe é o seu apelido. “JOSÉ LEÔNIDAS”. Isto se deve em homenagem ao jogador Leônidas da Seleção Brasileira de Futebol, que marcou um gol de bicicleta, o mesmo acontecendo com o nosso personagem quando, nos idos de 1950, disputava uma partida pela Ferroviária de Lavras contra o Bangu de Ribeirão Vermelho.

Seus estudos foram feitos na Escola Estadual Rural da Fazenda Gordura e completados na Universidade da Vida.

Sua infância foi vivida no local onde nasceu, pisando com os pés descalços a terra fértil, respirando o ar puro do campo, ouvindo o correr das águas, das cascatas, o cantar dos pássaros nas manhãs ensolaradas, ordenhando o gado e cultivando o solo.

Aos 14 anos, deixou a vida do campo e veio para Lavras trabalhar com o Alfredo Daher, como caixeiro, no estabelecimento comercial de Secos & Molhados, na Avenida Vaz Monteiro, antiga Rua da Fábrica. Depois de permanecer ali um ano, trabalhou com o Jorge Zákhia na filial da Estação, por dois anos. Na padaria do Mourão, no Aquenta Sol, permaneceu por três anos. Após, trabalhou no Armazém do Mesquita e, em 1941, foi promovido a gerente, indo dirigir a filial da Guarita, em Santo Antônio do Amparo. Em 1943 comprou o referido estabelecimento e passou a negociar por conta própria.

Casou-se com Ilídia Botrel Fonseca em 15/06/43, com quem teve os filhos: Sirlei, Vera, Maria Nazaré, Vanda, Maria Lídia e Eliana.

Como comerciante, passou a exercer a mercancia do café, em toda a região e, em 1960, voltou para Lavras, onde inaugurou a firma Café Tipuana.

Em Lavras, como cidadão prestante, foi convidado a participar do Rotary no final da década de 70. Naquela instituição passou a conviver com outros líderes comunitários, cuja máxima é servir. Em 12/11/78 foi chamado por Edmir de Sá Santos - um dos grandes expoentes humanitários de Lavras, cujos exemplos devemos seguir - para reorganizar em nossa cidade, o Serviço de Obras Sociais - SOS - fundado por Anésio Ferreira Alvarenga. Dr. Edmir de Sá Santos e seus companheiros de diretoria o reorganizaram. Dr. Edmir, permaneceu na presidência até 25/08/82. A partir desta data, José Leônidas vem presidindo-o com o mesmo amor e dedicação. O SOS tem a sua sede no antigo prédio da Rodoviária, na Praça Santo Antônio, e se mantém através das doações da comunidade. Aqui, deve-se enaltecer o calor humano e a formação cristã do povo lavrense, sempre presente às reivindicações.

O serviço de Obras Sociais, dentro de seus objetivos, presta: ajuda de 50% à Cantina Irmão Iágo que fornece 130 refeições diárias; mantém, na Cantina Paulo Avelino 120 refeições diárias; construiu sete casas na Vila SOS, com 22 moradias; ajuda na reforma de casas; doações de medicamentos, passagens para carentes, roupas e agasalhos, consultas médicas e apoio a outras entidades assistenciais.

Além de cuidar do SOS, que é a menina de seus olhos, José Leônidas prestou sua contribuição à Diocese de São João Del Rei, nos movimentos de Cursilhos e Emaús, graças a um convite que recebeu de José Haical Haddad, iniciador destes, na Diocese, em 1972.

Engajado nestes, José Leônidas foi o responsável pela edificação da Casa de Cursilhos, em Itumirim, no ano de 1986, com capacidade de 120 acomodações.

Pela sua simplicidade e grande capacidade de liderança, já exerceu muitos cargos e recebeu muitas homenagens. Foi Presidente do Clube de Lavras; Vice-Presidente da Olímpica; Pres. da Associação de Pais e Mestres do Colégio N. S. De Lourdes; Presidente do Rotary Clube de Lavras. Recebeu Título de Cidadão Honorário de Itumirim - 03/10/76; Cartão da Diocese de São João Del Rei – (participação em 100 Cursilhos - 29/11/84); Placa do CPA-6 - Soldado PM de Deus e da Pátria - 08/10/86; Comenda Humanitária Capitão Francisco Ribeiro de Carvalho - 13/10/87; Honra ao Mérito - Rotary Lavras - 08/12/89; Diploma 50 anos de comércio - ACIL - 29/11/91; Reconhecimento Profissional - Rotaract - 02/10/92; Título PAUL HARRIS - Rotary Internacional - 08/02/93. Neste último está gravado: “Em reconhecimento pela prestação de tangíveis e significantes serviços com o objetivo de fomentar a compreensão e as relações amistosas entre os povos do mundo”.

JOSÉ AUGUSTO DA FONSECA - JOSÉ LEÔNIDAS - muito cedo aprendeu a amar e a valorizar o seu semelhante, fazendo-o sentir-se alguém.


JOSÉ AUGUSTO DA FONSECA - JOSÉ LEÔNIDAS - é Gente da Terra.








Hoje, nossa coluna focaliza um casal que se uniu pelos laços do amor, para, através dele, servir ao próximo.

AMOR. Quanta emoção encerra esta palavra!

AMOR - sensibilidade maior que motiva o ser na busca de seus sonhos, aspirações e realizações. Todos nós vivemos uma busca sem fim durante a vida, e, às vezes, acabamos sem nada encontrar, porque não descobrimos o nosso irmão, que sempre está ao nosso lado.

É bom viver no meio deste sentimento e com ele no coração. É bom amar e ser amado. A vida tem um sabor diferente quando ele está vivo. O leitor sabe disso e sente, quando aciona e dispara, a tecla da memória e vem à lembrança, a família, aqueles que nos fazem felizes, aqueles que descobrimos na caminhada e com quem compartilhamos, alegrias e dores, sucessos e fracassos.

O AMOR é realidade, é vida. Encontrá-lo, vivê-lo significa sair de dentro de si mesmo, deixar de ser prisioneiro do materialismo, do egoísmo, do isolamento, da aparência e passar a viver fraternalmente com os outros.

E, é falando sobre este tema que a todos toca, comove e encanta, que chegamos aos nossos personagens.

ELA é ALDA COSTA MAIA, filha de Miguel Costa Lima e Francisca Naves Fonseca, nascida em Macaia, MG, às margens do Rio Grande, em 30/11/28. Fez seus estudos básicos na Escola Estadual, vivendo sua infância e adolescência ali mesmo, ajudando o pai no comércio, jogando vôlei e apreciando o equilíbrio ecológico da região, na perfeita harmonia das águas do rio, do verde das matas e campos da rica fauna, e do vai-e-vem da balsa centenária, levando e trazendo sonhos e esperanças, de um margem para a outra.

Em 1949, mudou-se juntamente com a família para Itumirim.

Aqui, uma pausa, até chegar o encontro...

Ele, ATANOEL DE MOURA MAIA, filho de Arthur da Costa Maia e Ágda Moura Maia, nasceu em Lavras, MG, em 19/09/21, na antiga casa do Sr. Julinho Lima, situada onde biburca a Rua Dr. Francisco Sales, originando as ruas Melo Viana e José dos Reis Vilela. Estudou na Escola Estadual e sua infância e adolescência foram vividas em Luminárias, com uma rápida passagem por Ingaí.

Dotado de um porte físico atlético, praticou esporte, sendo um bom atacante no vôlei e um grande jogador de futebol.

Aos 20 anos, foi par o exército como voluntário. Apresentou-se ao 11º RI, em São João Del Rei , sendo em seguida transferido para Vitória, ES. Em 1945 requereu baixa, saindo como 2º Tenente (RI) e voltou para Luminárias. Em 1946, mudou-se para a capital mineira para trabalhar como escriturário. Permaneceu até 1949 quando, por designação do governador Milton Campos, dirigiu-se para Luminárias, para instalar oficialmente o município. Terminada a Intendência, viajou para Itumirim, para visitar seu irmão Anastácio, no dia 03/07/49, quando encontrou Alda, cuja família permaneceu morando naquela cidade, só por um ano. Tempo suficiente para o encontro, conhecimento e pedido de casamento. Ah! Estávamos esquecendo: ATANOEL E ALDA se conheceram num jogo de vôlei. Destino ou coincidência? Nada disso. Amor à primeira vista. Em 31/07/50, um ano após o primeiro encontro, casaram. Deste casamento nasceram os filhos: Arnon, Angélica, Sheila, Áurea, André e Áulus.

Retornando ao ano de 1949, Atanoel, após entregar o município legalmente organizado, implantou naquela cidade um agência do Banco Nacional e, como funcionário deste, ficou até 1970, quando se aposentou em São Paulo. A sua trajetória funcional no banco foi ascendente. Começou em Luminárias, foi para Belo Horizonte, dali para Juiz de Fora como Contador, Rio de Janeiro como auditor e, finalmente, São Paulo.

Aposentado, regressou a Lavras e, em 1972, assumiu, juntamente com sua esposa Alda, a direção da Creche Lar Emília de Andrade, inaugurada em 08/03/70, com o objetivo de amparar a criança, oferecendo abrigo, alimentação, assistência médico-odontológica e atividades pedagógicas. No início, eram 19 crianças, hoje, uma centena. Não basta escrever ou falar sobre a Creche. É preciso ver para avaliar a grandeza do trabalho ali desenvolvido. Além deste extraordinário empreendimento com as crianças da Creche Lar Emília de Andrade, do Centro Espírita Augusto Silva, que funciona de segunda a sexta-feira, no prédio da Rua Misseno de Pádua, outros benefícios são oferecidos à população como: medicamentos para pessoas carentes de toda a região, numa média de 35 atendimentos diários; tratamento odontológico; empréstimo de 8 cadeiras de roda; ajuda para a cantina Irmão Iágo, Grupo Alan Kardec (este atende 70 famílias carentes), isto tudo com o produto arrecadado nas casas, através da CAMPANHA DO QUILO, feita aos domingos, apresentação diária do programa Alvorada Espírita Cristã, da Aliança Municipal, pelas ondas da Rádio Cultura. A receita da Creche vem de LBA, venda de trabalhos manuais (feitos por voluntárias) no Bazar da Creche, doações , comissões sobre vendas de passes, de material escolar; aluguel de salas. Conta ainda com funcionários cedidos pelo Estado e Prefeitura. Aqui, ressalta-se a participação, mais uma vez, da comunidade lavrense.

É dignificante o trabalho desenvolvido pelo casal.



O reconhecimento por parte da população se faz pela entrega de títulos e homenagens que não são poucas: Diploma do Rotary Lavras Sul- Prestação de Serviços 30/01/75: Honra ao Mérito - Câmara Municipal de Lavras - 09/76; Honra ao Mérito - Tribuna de Lavras - 05/77; Honra ao Mérito - SENAI - 09/78; Título Benemérito - Biblioteca Municipal “Meirinha Botelho” Lavras - 04/87; Comenda Comunitária Capitão Francisco Ribeiro de Carvalho - 10/87; Diploma de Mérito Cívico - Prefeitura Municipal de Lavras - 04/92.

Atanoel e Alda vivem a filosofia cristã de AMOR AO PRÓXIMO e justificam o pensamento contido no protótipo da cartilha da Creche, em relação à Escola Singular de Ensino, em atividades, para crianças de 5 anos: “Educar os pequeninos é sublimar a humanidade”.

ALDA COSTA MAIA E ATANOEL DE MOURA LIMA estão há onze anos na Creche Lar Emília de Andrade Silva, lapidando os pequeninos diamantes, para que possam fazer reluzir dentro da comunidade lampejos de sensibilidade e os homens possam construir a VIDA, sob a égide do AMOR.

ATANOEL DE MOURA MAIA E ALDA COSTA MAIA são Gente da Terra.








Hoje nossa coluna vai até a Praça Dr. Augusto Silva, bem no coração da cidade, para ver o rotineiro e centenário movimento estudantil, ao término das aulas e observar os transeuntes no caminhar constante em busca de seus ideais. Cada um com seus projetos e desejos guardados em segredo na mente. Ali e acolá, as pessoas conversam. Utilizam os ensinamentos aprendidos na escola com os mestres. Escola - fonte viva do saber, onde se ministra coletivamente a instrução. Mestres - profissionais da área de ensino que transmitem conhecimento e moldam personalidades.



O sol está a pique. Estamos à sombra da frondosa Tipuana Refletimos. Relembramos a década de 60. Naquele tempo existiam apenas os colégios: Gammon, Aparecida e Lourdes. Todos particulares. Era por demais difícil ingressar em um deles e, por isso, muitos jovens deixaram de estudar. O CNEC e o Tiradentes só chegaram em 1964, o Estadual em 1965 e o Polivalente em 1972, proporcionando aos menos favorecido oportunidade de estudo.

Flui o tempo. Faz calor. Sentimos uma brisa fresca tocar nossa face e com ela nossos pensamentos viajam para um lugar bem longínquo, Japão, e lá, vemos a forma de conduzir o processo educacional e o exemplo de valorizar a cultura e os mestres. Como se sabe, não faz muito tempo, este país, fora quase totalmente destruído na II Grande Guerra Mundial e, dos escombros, renasceu, tornando-se uma das maiores potências do mundo. Isto ocorreu porque investiu tenazmente na educação e no trabalho e o resultado está a olhos vistos. Ali o professor é valorizado. É o mestre, e por isso, reverenciado.

Só se constrói um grande país, investindo na Educação, acreditando nos Educandos e valorizando os Profissionais da área.

Lavras, “Uma das Capitais da Inteligência”, conforme bem definiu Assis Chateaubriand, conta com muitas escolas e muitos mestres. Dentre as quase 30 escolas hoje existentes de 1º, 2º e 3º graus e seus quase 20 mil estudantes, está o nosso personagem, presidindo uma delas, a CNEC (Campanha Nacional de Ensino da Comunidade), valorizando a educação e tendo-a como mola propulsora do progresso.

É O CAPITÃO PAULO BENJAMIM MENDES filho de Higino Mendes de Abreu e Assunta Tereza Ana, nascido na cidade de Alto Rio Doce, MG, em 15/01/29.

Sua infância foi como a de tantos outros meninos. Desde cedo batalhou para conseguir um lugar ao sol. Estudou as 4 primeiras séries do 1º grau em sua cidade natal. Aos 10 anos deixou o convívio familiar, indo para a Escola do Caraça onde cursou as 4 últimas séries e o 2º grau. Aos 17, motivado por um anúncio de jornal sobre a Escola de Sargento das Armas fez em Ouro Preto, sua inscrição e teste, sendo aprovado. Apresentou-se em Realengo, RJ, onde submeteu-se a novo teste, classificando-se. Fez o referido curso. Como sargento passou uma temporada no Batalhão de Guarda . Nesta época, prestou vestibular na Escola Gama Filho, RJ, foi aprovado e graduou-se em Administração de Empresa aos 21 anos. Fez, tempos depois o Curso de Educação Física na Escolado Exército, tendo-se destacado em todos esses, como excelente aluno. Como militar, esteve a serviço em Belo Horizonte, Fernando de Noronha e Rio de Janeiro, onde fez Pára-quedismo, na Marechal Hermes, no Campo dos Afonsos, saindo como Mestre de Salto. Foi para Goiás, onde encontrou Lourdes Rosa Mendes, com quem se casou e teve os filhos: Rosana, Rosanita e Paulo Higino. De Goiás veio para Lavras dirigir o Tiro de Guerra, permanecendo até 1962, quando foi transferido para Guaxupé. Em 1964 retornou ao Rio de Janeiro, para o pára-quedismo. Em 1967 foi designado para a Delegacia de Serviço Militar de Três Pontas e, posteriormente, para Lavras, onde reformou-se como capitão, em 1979.

Ainda na ativa, em 1977, assumiu a presidência da CNEC que contava com 150 alunos, 11 professores, 5 funcionários e funcionava precária e provisoriamente na Escola Estadual Álvaro Botelho.

Como administrador, imprimiu àquela instituição de ensino uma nova metodologia de trabalho e aos poucos, foi transformando-a em uma grande escola, como esta que ora vivenciamos.

A CNEC localiza-se no Bairro Jardim Glória, com sede própria, cuja construção se deu sob a presidência do personagem que enfocamos. Conta atualmente com 2.000 alunos, 66 professores e 20 funcionários. Possui 19 salas de aula, 1 sala de ginástica feminina, 1 sala de informática, salas especiais para o pré e 1 praça de esportes. Ministra os seguintes cursos: pré, 1º e 2º graus, contabilidade, normal e informática. Um detalhe: o valor da mensalidade escolar é quase nada, e isto é para permitir o ingresso dos estudantes nesta escola.

Capitão Paulo Benjamim Mendes, além de militar reformado, empresário e professor, foi presidente de várias entidades, técnico de futebol da Olímpica, do Fabril, outros da região, também do Goiás e do Bangu do RJ.

Habituado ao serviço e afeiçoado a nobres causas, tem uma vida marcante na comunidade, participando ativamente, quer no setor esportivo, empresarial ou educacional, razão das homenagens e títulos: Título de Cidadão Lavrense - Câmara Municipal - 28/04/72; Título de Sócio Benemérito - Clube Trespontano - 28/04/74; Sócio Benemérito - Clube de Doadores de Sangue - Guaxupé - 25/11/64; Diploma de Honra ao Mérito - Rotary Clube Lavras Sul - 30/08/79; Diploma de Honra ao Mérito - Prefeitura Municipal de Lavras - 03/77; Diploma da Polícia Militar de MG - Área 2; Diploma da Liga Esportiva de Lavras - 22/03/77; Diploma do Lions Clube de Lavras e outros.

Capitão Paulo Benjamim Mendes está à frente da CNEC há 16 anos e a obra testemunha seu trabalho.

Novos horizontes, novas perspectivas estão aí com este colégio.

Lembramos: “Faça algo pelo qual você não recebe outra recompensa senão o privilégio de tê-lo feito”. Ou ainda: “A medida do homem se faz pelo tamanho de suas realizações.”

CAPITÃO PAULO BENJAMIM MENDES é Gente da Terra.








Nossa coluna, hoje, convida você para fazer um passeio no Túnel do Tempo, para relembrar a história de uma das áreas da comunicação e sua importância para o desenvolvimento da humanidade.

Naturalmente ela nasceu com o homem primitivo que percebeu, desde o início, o poder de comunicar-se através de gestos. Depois, com a palavra falada e escrita. Os tambores africanos também resultaram das primeiras reflexões do homem sobre a possibilidade de codificar as palavras e transmiti-las à distância.

O tempo corre.

Chega à lembrança, Boston, Massachussets, E.U.A., 1.876, data em que Alexander Graham Bell inventou o telefone. Com esse invento, a comunicação entre as pessoas e os povos de todo o mundo tornou-se extremamente fácil e as distâncias passaram a não mais existir.

Do telefone de Graham Bell até o celular, instrumento de última geração, muitas conquistas foram objetivadas neste campo.

Atualmente, vivemos mergulhados num mundo de alta tecnologia , onde as mensagens se deslocam à velocidade da luz (300.000 Km/s), para atender com extraordinária rapidez, às necessidades do homem moderno.

O Brasil aderiu ao invento do telefone e o Imperador D. Pedro II o introduziu no país. O primeiro aparelho foi instalado no Palácio de São Cristovão, Rio de Janeiro, em 1.876.

Em Lavras, não foi diferente. Sua implantação deu-se no princípio do século, por Antônio Alvarenga.

E, por falar em telefone, ele está tocando...
Quem o atende é a nossa personagem, uma das primeiras telefonistas lavrenses, BRAUNILDES BREVES, carinhosamente chamada D. NÍDIA, filha de Messias Breves e Mariana Breves, nascida em Lavras- MG, à rua Comendador José Esteves, em 29/07/1.898.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual Firmino Costa e mais tarde fez um curso prático de enfermagem, o que motivou sua mobilização para a Guerra Mundial de 40, ficando à disposição da Cruz Vermelha do Brasil, em Lavras.

Concluídos os estudos básicos, foi convidada pelo prof. Firmino Costa para prestar o seu labor naquela casa de ensino, permanecendo ali cerca de 3 a 4 anos. Durante sua estada naquele estabelecimento, um fato chamou sua atenção sobremaneira: na presença de um grupo de turistas americanos, ela teria ouvido um dos visitantes assim se expressar, segundo relato do intérprete: “ Esta escola é de 1º mundo, pois além do ensino tradicional, ministra aulas na área profissionalizante.

Ainda menina-moça, nossa protagonista deixa a escola onde trabalhava, para aprender e ser telefonista, ingressando na primeira Companhia Telefônica da Cidade, instalada numa casa no final da Rua Firmino Sales, posteriormente demolida para se construir a “Tranzica”.

No início, podia-se contar nos dedos o número de aparelhos existentes. Cia. Fabril Mineira, Instituto Gammon, Santa Casa, Dr. Paulo Menicucci, Colégio Nossa Senhora de Lourdes eram alguns destes.

Nos meandros da memória, alguns acontecimentos ficaram gravados e, dentre estes, estão: o primeiro telefone feito para a vizinha cidade de Conceição do Rio Grande, hoje Ijaci, com o Vilas Boas; o telefonema histórico do fundador Francisco Pizzolante convidando um integrante da família Bastos, em Perdões, para inauguração do Teatro Municipal de Lavras, com a apresentação da peça lírica, do RJ, “a Ópera Aída”, em 1918; um telefonema triste de Perdões, comunicando a morte de uma família, cujo carro em que viajava ficara preso nos trilhos, sendo alcançado pelo trem; um telefonema alegre anunciando o final da guerra. E o último telefonema ainda não houve, não aconteceu. O telefone está no gancho, aguardando o seu chamado.

Braunildes Breves, ou D. Nídia, durante a sua trajetória de 40 anos ininterruptos na telefonia lavrense, trabalhou com os diretores: Antônio Alvarenga, Aristides e Aristeu Fonseca, Otávio e Maria Reis. Não trabalhou no tempo da Telemig porque aposentou-se pouco antes desta encampar a Telasa, nos meados da década de 70.

Recebeu algumas homenagens: do Colégio Nossa Senhora de Lourdes, da Escola Estadual Firmino Costa, de alunos da Esal, Título de Sócia-Honorária da Cruz Vermelha do Brasil - Filial de Lavras e de toda a comunidade que não se cansa de agradecer-lhe os inestimáveis serviços prestados nas horas tristes ou alegres do tempo passado, quando o telefone ainda era tocado à manivela e precisava do auxílio da telefonista.

1993. Satélites, microondas, fax, telefonia automatizada, celular, aparelhos computadorizados, mil parafernálias, mas continua operando na mesa da central a telefonista, em auxílio à lista, serviço de interurbano, informações e outros, quebrando a frieza e a rigidez do simples disparar da campainha, mostrando que o homem ainda é importante na era das máquinas.

BRAUNILDES BREVES, D. NÍDIA, é a telefonista lavrense quase centenária, otimista, que deixa transparecer no brilho de seus olhos a grandeza de seu espírito jovem e a certeza de que, para servir é preciso viver e saber-se vivo, amar e ter a esperança renascendo a cada instante dentro de si.

O telefone está tocando...

É BRAUNILDES BREVES, D NÍDIA, a telefonista, que é Gente da Terra.










Nossa coluna, hoje, faz algumas indagações para chegar até o nosso personagem da semana.

Poderia o homem moderno desenvolver suas atividades, normalmente, sem o auxílio das máquinas? Vejamos. Quanto tempo levaria para chegar ao 144º andar do edifício Empire State Building, em New York , pela escadas ? E pelo elevador? Conseguiria, à noite, ver as horas no relógio do sol ou na ampulheta ? E no de pulso ou de parede? Poderia levantar do chão, através da força muscular, um caminhão carregado? E com o uso do macaco? Quantos dias levaria uma notícia da Europa ou do Japão para chegar ao Brasil por mensageiro? E pelo telefone ou televisão? Quantos meses levaria para se fazer uma viagem no dorso de um animal do norte ao sul do país? E de carro ou avião? Já abriu uma garrafa? Cortou unha? Andou de bicicleta? Usou uma faca? Utilizou uma tesoura? Subiu uma rampa? Acionou um computador?

Em todos esses questionamentos podemos verificar a presença dos geniais inventos criativos do homem, que facilitam e tornam mais agradável a realização de seus trabalhos e de seus entretenimentos.

Lembramo-nos de alguns inventos e seus criadores, como: a lâmpada elétrica de Thomas Alva Edson; o avião de Alberto Santos Dumont; o elevador de Elisha G. Otis; o automóvel de Nícolas Cugnot; a imprensa de Gutemberg.

Falando em invenções, máquinas e descobertas, chegamos até o Km 343 da BR 265, onde está instalada num galpão de 1.000 m2 , a Ind. Agaerre, do engenhoso HÉDNO LUIZ REIS, filho de Otávio Reis e Maria da Costa Reis, mais conhecido como EDINHO DA AGAERRE que nasceu em Lavras, MG, à Rua Thomaz Antônio Gonzaga, em 08/06/1931.

Freqüentou a Escola Municipal Rural do Cervo, cursando as quatro primeiras séries do 1º grau e no Instituto Gammon, onde completou as duas séries seguintes.

Sua infância e adolescência foram vividas no Cervo, em companhia da família. Lá, na fábrica de Leite Condensado, aprendeu mecânica de caldeiras e de outras máquinas, passando a gostar muito mais destes empreendimentos do que dos estudos, razão porque os interrompeu.

Aos 19 anos, foi para o exército, voltando aos 21, quando passou a trabalhar como motorista profissional de caminhão, no Expresso Lasmar e na Soteco.

Em 1953, casou-se com Adelia Gomes Reis, com quem teve os filhos: Eva, Nilo e Ericson.

Muito criativo e atendendo à vocação, montou sua primeira indústria na rua Otacílio Negrão de Lima, onde é hoje o Supermercado São João. Em 1961 fundou a primeira Fundição do Sul de Minas, na Av. Comandante Soares Júnior e passou a industrializar carcaça para motor elétrico Lorenzeti. Permaneceu ali até 1972, quando mudou para a BR 265. Hoje é uma indústria de médio porte para fabricação de caldeira a vapor, moinho de bola (para fábrica de cimenteira, cerâmica e calcário). Há também usinagem pesada de grande porte. Com o crescimento e projeção, inscreveu-se na CACEX (Carteira de Exportação) e, com isso, possibilitou a exportação de seus produtos, levando o nome de Lavras além da fronteira. A prensa para fabricação da farinha de peixe, exportada e instalada na Lagoa de Maracaibo, na Venezuela, é um destes. Além dos negócios exteriores, há, com freqüência os internos, com as firmas: Cia. Vale do Rio Doce, Cia. Vidraria Santa Marina, Cimento Portland Barroso e com os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Paraíba e outros.

Edinho é uma pessoa desejosa de saber o porquê, onde, quando e como dos acontecimentos, numa curiosidade contínua e infatigável, buscando sempre o conhecimento e a aplicação deste nas coisas que, de tempos em tempos, motivam o homem a descobrir algo que possa satisfazê-lo.

Seus demorados diálogos com o saudoso professor Tautimil Libeck -grande inteligência e grande figura humana - a leitura constante de física no capítulo da mecânica, invento e inventores, Ford e outros, demonstram sua vontade sempre crescente de aprender. Aliás, não foge à regra, pois não existe em qualquer criatura viva, a não ser no homem, este desejo de saber.
Suas atividades estão sempre voltadas para a indústria, mas já foi piloto da reserva da antiga Força Aérea Brasileira e como homem público, deu também sua contribuição à comunidade lavrense, no período de 1972 a 1976, ocupando uma cadeira na Câmara Municipal de Lavras, apresentando projetos de interesse comunitário.

Recebeu os Títulos: Honra ao Mérito- Rotary Clube Lavras Sul - 1974; Colaborador Aeroclube de Varginha -1975; Dedicação e amizade-Polícia Militar de Minas Gerais-1975; Honra ao Mérito-Câmara Municipal de Lavras-1976.

Homem e máquina se completam no universo, tornando o trabalho mais fácil, o viver mais suave e agradável.

Lavras tem sua participação nesse princípio universal de progresso e modernidade, graças a seus grandes talentos.


Um deles - HÉDNO LUIZ REIS - o EDINHO DA AGAERRE - que é Gente da Terra.









Nossa coluna, hoje, parte de uma máxima que diz: “É impossível a vida animal sem que haja a vida vegetal”. Integramos o ecossistema e como tal obedecemos às complexas relações existentes entre os seres vivos e o meio. A agricultura fala de perto desta assertiva, pois de sua análise etmológica podemos concluir: ager, agri-campo, e cultura-cultivo do campo. As plantas fotossintetizantes aí estão, na base da cadeia alimentar, constituindo-se numa fonte inesgotável de alimento à vida dos animais.

Partindo deste entendimento, vamos encontrar o nosso personagem, estudioso da agricultura e mais precisamente da fitopatologia, disciplina que estuda as doenças das plantas. Além de seus vastos conhecimentos específicos que o projetaram, bem como o nome de Lavras, propiciou ele, num passado não muito distante, muitas alegrias a seus conterrâneos, também no atletismo. Quem tem a oportunidade de convivência, nota sua capacidade intelectual, sente sua personalidade marcante e ouve suas palavras dosadas de sabedoria que enriquecem o intelecto.

Quem perfila para os nossos leitores é O PROFESSOR PAULO DE SOUZA, filho de José de Oliveira e Souza (saudoso Zequinha, contador da Prefeitura de Lavras) e Lola Pinto de Souza, nascido em Macaia, em 27/04/1924.

Fez as quatro primeiras séries do 1º grau em duas etapas. A primeira, até a 3ª série, na Escola Estadual Firmino Costa, e a segunda, na Escola Estadual Álvaro Botelho.

Como naquele tempo não havia separação entre as quatro últimas séries e o 2º grau, estudou os cincos anos seguintes no Instituto Gammon e fez mais dois complementares na ESAL, onde prestou vestibular e cursou agronomia, formando-se em 1947.

Aos 20 anos, foi convocado para a Força Expedicionária Brasileira (FEB), indo para Três Corações, onde permaneceu um ano e meio. Lá concluiu o Curso de Formação de Graduado do Exército e dali foi transferido para o Rio de Janeiro. Estava convocado para a guerra, ficando à disposição do comando no Brasil.

Em 1945, prestou concurso no DASP, para o IBGE, para ser agente municipal de estatística de Lavras, sendo aprovado. Três anos mais tarde submeteu-se a concurso no Ministério da Agricultura e sendo aprovado, passou a trabalhar no Serviço de Fomento e Extensão Agrícola, em Minas Gerais, onde permaneceu até 1952; de 54 a 1957 exerceu a chefia do Posto Agropecuário de Itabira, MG.

Casou-se com a lavrense Terezinha Camisão de Souza, em 1951, com quem teve os filhos: Cristina, Deborah, Paulo, José Camisão, Olga, Arquimédes e Álvaro. Todos lavrenses.

Em 1952, mudou-se para os Estados Unidos, para fazer Master of Science (MS), em Fitopalogia, na University of Maine em Orono. Concluído o curso foi convidado pela Cia Dupont de Nemours a integrar seu quadro de pessoal. Trabalhou em Wilmington, in State Delaware, durante seis meses.

Retornou ao Brasil, ficando até 1957 em Itabira, MG. Dessa data até 70, prestou serviço ao Ministério da Agricultura como chefe da Estação Experimental de Lavras. De 70 a 72, esteve no Gabinete do Ministro da Agricultura, Cirne Lima, do governo Médici, colaborando na execução dos primeiros trabalhos do Plano de Integração Nacional - Amazônia e Transamazônica. De 72 a 74 exerceu o cargo de Diretor do Instituto de Pesquisa Agropecuária do Centro-Oeste.

No ano de 1974 foi novamente para os Estados Unidos fazer o Doctor of Philosophy (Ph.D), no Departamento de Fitopatologia na North Carolina State University, em Raleigh, NC, e posteriormente, em 1978, esteve na Inglaterra, fazendo o Post-Doctor, no Departamento de Microbiologia do Solo da Rothamsted Experimental Station.

Terminados os cursos, voltou ao Brasil para desenvolver pesquisas na EMBRAPA e ser o Secretário Nacional de Produção Agropecuária - SNAP - no Ministério da Agricultura de Amauri Stabili, do Governo Figueiredo, onde permaneceu até 1982, quando regressou à Escola Superior de Agricultura de Lavras - ESAL - onde se aposentou.

Fez inúmeros estágios e cursos informais de pós-graduação, nos Estados Unidos, Brasil, Holanda e França.

Publicou diversos trabalhos científicos nos Estados Unidos, Itália, França e Brasil.

Apresentou palestras, seminários e conferências no Brasil e no e exterior.

Participou de associações estrangeiras e brasileiras de estudos ligados à agricultura e fitopalogia.

Declinou de vários convites como da Dupont de Nemours - USA E TVA - National Centerfor Fertilizer Development em Muscle Shoals, Alabama-USA, tal o amor dedicado à nossa terra.

Por ter se destacado nos estudos, esporte e na vida profissional, recebeu distinções e prêmios como: Bolsa de Estudos - Secretaria da Agricultura-MG; Bolsa de Estudos - Internacional Institute of Education -New York-USA; Diploma dos Diários Associados - Os 10 mais da Agropecuária: Diploma do Diário de Minas; Membro da Sigma Xi, The Scientific Research
Society Membro da The Honor Society of Agriculture, Gamma Sigma Delta; Professor Honoris Causa - Escola Superior de Agricultura de Mossoró; Comenda Rio Branco na qualidade de Grão-Mestre das Ordens Brasileiras, por indicação do Presidente da República; Conselheiro do Conselho da Comunidade do Centro Nacional de Pesquisa para Defesa da Agricultura, CNPDA/EMBRAPA; Medalha de Mérito Esportivo -Municipalidade de Lavras - atividades regionais e nacionais de 1942 a 1950; Medalha de Recordista Sul-americano de salto com vara; Medalhas - Campeão Brasileiro Universitário por 5 anos consecutivos em atletismo; Título de cidadania-Itabira; Homenagem de Itabira dando a uma escola o seu nome; Paraninfo 15 vezes na ESAL, Professor Homenageado inúmeras vezes, e outros.

Lavras é uma cidade privilegiada. Tem a Escola Superior de Agricultura - ESAL - uma das melhores do país e na docência, professores do nível do :

PROFESSOR DOUTOR PAULO DE SOUZA que é Gente da Terra.







Nossa coluna hoje, fala da vida. Da sua vida, da nossa vida. Essa vida que é um dom, uma graça, um talento, um presente. Vivê-la é poder deliciar com tudo que existe e se imagina. Ela é bela e extraordinária de ser vivida.

Em suas nuances, deixa transparecer os contrastes que lhe dão o verdadeiro sentido: Alegria e tristeza, amor e ódio, felicidade e infelicidade, bem e mal, guerra e paz, saúde e doença. O conhecimento e a vivência desses binômios significa valorizá-la e o poeta traduz com seu toque mágico expressando:

“Como admirar o brilho das estrelas, se não existir a escuridão?” E nós concluímos: como valorizar o positivo sem conhecer o negativo? A vida é assim: coração, alma e sentimentos. Há nela, para todos, um caminho a ser percorrido.

Nesse trajeto, vê-se que ninguém é auto-suficiente, que todos são limitados e que um necessita do outro para viver. Experiências do dia a dia confirmam essa realidade: um ombro para se apoiar ou o consolo de uma palavra amiga como sendo raios de luz a iluminar os momentos de limitação e de dificuldade, quando a neblina ofusca a visibilidade, o farol se apaga, o sol se eclipsa e as esperanças se diluem na estrada escura, fria e solitária.


Nosso personagem tem sido durante toda a sua vida este facho de luz, este bálsamo que ameniza os sofrimentos, suaviza as dores e devolve esperanças.

É o FARMACÉUTICO PROVISIONADO EDUARDO LAURENTI, filho de João Laurenti e Brasilina Carrer Laurenti, nascido em Mogi-Mirim (SP), em 02.10.1923.

Vindo para Lavras, morou na rua Dr. Lourenço Menicucci, bem defronte à casa de D. Mariana (mãe do Planche), nos meados de 1924, quando ainda não havia completado 1ano de idade.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual Firmino Costa, sendo sua professora Hebe Hermeto, que o indicou a seu pai, Dr. Antônio Hermeto Corrêa da Costa, para trabalhar na farmácia, tal era sua aptidão para a profissão.

Antes porém de ingressar na Farmácia Hermeto, situada onde é hoje a casa da Lêda Hermeto, na rua Dr. Francisco Sales, trabalhou com seu pai no transporte de cargas. Antigamente, em Lavras, como em outras cidades do interior, eram poucos os caminhões de transporte e estes só faziam serviços das próprias firmas, ficando então para os carroceiros os transportes das mercadorias particulares, da Estação D’Oeste - Zona Norte - para o centro da cidade.

Em 1936, começou a trabalhar na Farmácia Hermeto. Nesse estabelecimento funcionavam a farmácia de manipulação e venda de medicamentos e o Laboratório Hermeto que industrializava: Bechsin - xarope para tosse, Dai-Natha para tintura de cabelo e outros produtos como: Evanescente, creme de barbear e Leite de Beleza (colônia).

Dez anos passados, adquiriu a firma, junto com Antônio de Pádua (Toniquinho de Pádua). Essa sociedade durou até 1949. Após, seus irmãos Mário e Vírgilio Laurenti passaram a trabalhar ali e, posteriormente, tornaram-se sócios.

Em 1950, casou-se com Rosa Mazzochi Laurenti e deste casamento nasceram os filhos: João, Hugo, Rosângela, Paulo e Anderson.

Em 1969, a farmácia mudou-se para o local onde permanece até hoje. O profissional responsável por ela é o próprio personagem que, em 1967 fez, em Belo Horizonte, um curso de oficial em farmácia, na Secretaria de Saúde de Minas Gerais, sendo provisionado.

Muitas e muitas histórias marcaram a vida de Eduardo Laurenti e dentre estas citamos: uma que ocorreu com uma criança que ele atendeu numa emergência, salvando-a, e cujo fato mereceu registro em um revista norte-americana; e outra, no tempo em que as farmácias ficavam de plantão, à noite, e era uma delas, ele foi agredido, quando dormia, correndo sério perigo de vida.

Sua vida sempre foi atribulada, porque o farmacêutico não tem hora para refeições ou mesmo para o repouso. Qualquer hora é hora, pois o remédio é essencial a cura da doença e da dor.

É o farmacêutico mais antigo da cidade. É do tempo em que se escrevia farmácia com PH e os almanaques eram a coqueluche da época.

Além de suas atividades profissionais, dedica também tempo de sua vida ao Lions Clube de Lavras, do qual é sócio fundador e está na ativa há uns 30 anos, prestando sua colaboração à comunidade, servindo.

Deu sua contribuição na área política, exercendo a vereança no período de 1964 a 1970, no último governo de João Modesto, de saudosa memória.

Pelos serviços prestados recebeu algumas homenagens como: Diploma - Rotary Clube de Lavras Sul; Diploma - Lions Clube de Lavras; Diploma - Associação Comercial e Industrial de Lavras e outras da comunidade.

Como dissemos, para valorizar a saúde é preciso conhecer a doença e é neste estágio que entendemos o verdadeiro sentido da vida.

Eduardo Laurenti sabe, por experiência própria, que a vida é uma conquista e que a luta é o preço da vitória.

O FARMACÊUTICO EDUARDO LAURENTI, no seu mister, continua sua obstinação em servir ao próximo, principalmente nas horas difíceis de sofrimento e de dor.

O FARMACÊUTICO EDUARDO LAURENTI é Gente da Terra.









Feche os olhos e veja o bondinho descendo e subindo a Rua Direita - da Estação D’Oeste até a Rua Dr. Melo Viana - transportando passageiros, atraindo turistas. Ouça ao longe o apito do trem, da saudosa Maria Fumaça que trafegava continuamente, levando o progresso.

Bons tempos...

Hoje, nossa coluna busca em um cantinho da memória, recordações que fazem brotar no coração uma saudade imensa do que passou, trazendo à garganta, um soluço, e nos olhos, uma lágrima. É difícil e até mesmo impossível esquecer o que ficou, pois há na lembrança uma visão benfazeja, propiciando imagens mil de coisas felizes catalogadas: o primeiro amor, o primeiro beijo, a festa de 15 anos da menina-moça, o primeiro barbear do jovem adolescente, o primeiro emprego e o primeiro ordenado, a primeira boneca, o primeiro carro e ... tantas outras que cada um guarda quase que egoisticamente só para si, no segredo da mente. O dinamismo da vida fez o passado, traz o presente e indica o futuro. Quem vive está realizando sonhos e ideais que são gravados para serem passados no filme: Reminiscências de uma vida em busca da felicidade.

Nosso personagem está, neste momento, juntamente com nossos leitores, revivendo, isto é, trazendo para o presente cenas de sua vida de ontem que deixaram lembranças e se transformaram, com o tempo numa suave dor chamada saudade.

A Fábrica Velha localizada no Porto Dr. Jorge, quando ainda o nosso Rio Grande era navegado, é testemunha do nascimento do FERROVIÁRIO ARTUR SANTOS PENONI, filho de Lino Santos Penoni e Benvinda de Abreu Penoni, no dia 02/08/1914.



Estudou a primeira série do 1º grau na Escola Rural da Fábrica Velha e as séries subsequentes na Escola Estadual Firmino Costa. Naquele tempo os alunos que se destacavam recebiam, como prêmio, uma bolsa de estudo no Gammon, se do sexo masculino e, no Lourdes, se do sexo feminino. Nosso personagem foi escolhido, indo para o Gammon fazer dois anos complementares e depois, o 1º ano do ginásio, sendo aprovado. Interrompeu sua vida escolar, pois em 1930, com 16 anos de idade, foi trabalhar na Estrada de Ferro Sul-Mineira como praticante de Estação. Em 1932, passou a exercer suas atividades na Rede Mineira de Viação , que era constituída pelas Estradas de Ferro Oeste de Minas. Estrada de Ferro Paracatu e Rede de Viação Sul-Mineira. Todo este complexo ferroviário em 16/03/57 foi incorporado pela recém-criada Rede Ferroviária Federal S/A.

Como praticante de estação, esteve em Fama. Lavras, Itanhandu, Arantina e Ibiá. Em 1933 foi promovido a conferente (aquele que processa os cálculos e encaminha mercadorias), sendo transferido para Barra Mansa.

Tempos depois retornou a Lavras e exerceu também a função de telegrafista. Em 1942, passou a ser Agente de Estação e, como tal, esteve em Augusto Pestana, Traituba, Ribeirão Vermelho e em quase todas as estações da região. Pelo seu brilhante desempenho profissional foi guindado ao cargo de Auxiliar Administrativo, passando a trabalhar na Segunda Divisão - prédio que fica próximo à Estação.

Em 1953 foi nomeado chefe da seção de movimento e, como titular, era responsável pelo trecho compreendido entre Angra dos Reis e Garças de Minas, onde circulavam diariamente 30 trens de carga e 10 de passageiros. Em janeiro de 1978 aposentou-se, encerrando sua carreira marcada pelo esforço, dedicação e competência.


Durante o tempo que permaneceu na empresa, teve oportunidade de trabalhar ao lado dos engenheiros: Carlos Antônio Filgueiras, Harley Anselmo, Manoel Barbosa, José Alfredo Unes, Ismael Azevedo e outros.

Além de suas atividades profissionais, dedicou parte de sua vida à Associação Atlética Ferroviária e, como membro da diretoria, dirigiu a sede deste clube na Avenida Pedro Sales, ao pé da ponte, de 1955 a 1964, e ajudou a construir o complexo esportivo da Av. Dr. Gammon, o qual conta com piscinas, sauna, ginásio coberto. É o sócio nº 1 da Associação Atlética Ferroviária.

Artur Penoni foi um grande jogador de futebol e de vôlei. Como jogador de futebol defendeu as cores do Aliança Futebol Clube, que mais tarde passou a se chamar Império, depois Brasil. Posteriormente, quando a fábrica de tecidos transferiu-se do Porto Dr. Jorge para a Avenida Vaz Monteiro, estava o time desativado, mas voltou com um novo nome dado pelo Artur Penoni, em homenagem à fábrica de tecidos - FABRIL Esporte Clube. Jogou futebol também na Olímpica e, voleibol no time Avenida, sendo um bom ponta direita e um exímio levantador.
Um fato de grande importância ocorreu em sua vida em 30/05/36 - seu casamento com Ana Liberato Penoni, com quem teve os filhos: Antônio, Artur, Joaquim, Marília, Ediléia e Ana Lúcia.

Recebeu durante sua caminhada alguns títulos: Medalha de Honra ao Mérito da V.F.C.O. (1966); Diploma de Honra ao Mérito - Emater - CNAE (1978); homenagens dos ferroviários e muitos outros.

O FERROVIÁRIO ARTUR DOS SANTOS PENONI, em seus 47 anos de serviços prestados à ferrovia do Brasil, contribuiu para o engrandecimento de Lavras, da região e do nosso país.

O FERROVIÁRIO ARTUR DOS SANTOS PENONI é Gente da Terra.








Nossa coluna, hoje, visita um hospital e constata mais uma vez que os homens se igualam na fatalidade e se solidarizam na dor.

É um hospital dotado de toda uma infra-estrutura física, com pessoal altamente especializado, capaz de atender a demanda e as necessidades da comunidade. À entrada, na recepção, um movimento contínuo, sem igual, de pessoas que chegam, em cujas faces estão estampados a aflição e o desespero, enquanto outras saem felizes por retornarem a seus lares, recuperadas.

Em sua intimidade, um corre-corre constante dos médicos e enfermeiros para preservar a vida humana. Ali, as horas parecem intermináveis. De dia, as conversas das visitas, os passos nos quartos, os avisos nas caixas sonoras fazem uma mistura de sons que preenchem o tempo e o espaço.

À noite, um grande vazio toma conta de tudo. Os corredores tornam-se desertos e sombrios, as vozes não se fazem ouvir e apenas passos lentos ou rápidos ecoam na imensidão deles, indo em direção aos aposentos dos pacientes. Benditos passos, porque trazem consigo a enfermeira que, com sua presença, dá alívio, conforto e esperança, retira a tristeza, a solidão e faz brotar nos corações a alegria de viver. Benditos passos que conduzem a enfermeira em seu apostolado de dias, meses e anos, num verdadeiro sacerdócio de amor, paciência, renúncia, caridade. É de manhã. Um novo dia está começando. Que o sol traga em seus raios o brilho da vida e da saúde.


Como é agradável ter ao lado uma criatura que encoraja tantas vidas, ouvindo-lhes as confidências, minorando-lhes o sofrimento, renovando a esperança de vida.

Bendizemos sempre os passos que trouxeram para Lavras a ENFERMEIRA AMÉLIA SILVA REIS, filha de Deodato Reis e Eurídice Silva, nascida em Carrancas, MG, em 26/10/1916.

Fez o primeiro grau em sua cidade natal e, logo em seguida, mudou-se para Lavras, terra que adotou como sua.



Aqui chegando, menina-moça, foi trabalhar no Hotel Oeste, de propriedade do seu tio, o engenheiro José Reis . Esse hotel se localizava onde é hoje a Clínica do Dr. Bonfim, perto da Estação D’Oeste, na Praça Dr. José Esteves. Como gostava da área de saúde, fez um curso de enfermagem na Cruz Vermelha, com dois anos de duração. Formada, foi convidada pelo Dr. Dejesar Gonçalves Leite para administrar a Casa de Saúde São Rafael, na cidade de Formiga.

Tempos depois, retornou a Lavras para dirigir o ambulatório da Indústria Metalúrgica Matarazzo, cujo médico responsável era o Dr. Gilberto Vilela. Com a desativação daquela indústria, passou a exercer sua atividade profissional de enfermeira, chefiando a equipe de enfermagem da Maternidade da Santa Casa de Lavras. Dali, foi para a Maternidade Dr. Orlando, passando rapidamente pelo Hospital Felício Roxo, em Belo Horizonte e, finalmente, chegando ao Hospital Vaz Monteiro, a convite da Dra. Dâmina, e ali trabalhou por muitos anos, aposentando-se na década de 70.

Durante seu trajeto em todos esses anos de serviço como enfermeira, cuidou de muitas gestantes, recém-nascidos, acidentados, idosos, jovens e adultos.

Vários fatos marcaram sua carreira de idealismo e amor ao próximo. Um, de modo especial chama-nos a atenção. Certa noite, em um dos hospitais, onde prestava serviços, a energia acabou. Acenderam velas. Mas por descuido de alguém, uma delas ficou bem debaixo de uma cortina que se incendiou. Só não houve um incêndio de grandes proporções, porque Amélia o debelou, arrancando do suporte a cortina em chamas, arriscando a própria vida.

Amélia Silva Reis, uma das enfermeiras mais antigas da cidade, é pessoa simples e humilde. Sempre gostou de trabalhar no anonimato. Seu trabalho foi dedicado à doação total para os desvalidos, para os que sofrem, para os vulneráveis, para os pobres. Vive satisfeita por fazer os outros felizes. Pode-se até dizer que a enfermeira, que ora enfocamos, tem algo em comum com o semeador. Ela semeou, semeou com amor, como se estivesse semeando na vida das pessoas, o seu coração repleto de ternura, bondade e compreensão.

Ainda hoje, Amélia tem objetivos, acredita neles e os persegue para servir ao próximo dentro do seu apostolado.

A ENFERMEIRA AMÉLIA SILVA REIS é Gente da Terra.









Atenção!

Cinco segundos para o próximo programa.

Silêncio no estúdio.

Microfones abertos.

No ar.... a voz da saudade.

Nossa coluna hoje, vive as emoções do rádio, um dos mais importantes meios de comunicação de todos os tempos. Houve época em que famílias se reuniam em sua volta para ouvir notícias, músicas, novelas, futebol e outras variedades. O vocabulário era adequado e o senso ético prevalecia.

Com o advento da televisão, houve uma queda na audiência, mas em seguida, voltou ativamente pelas ótimas programações e também porque a aquisição deste aparelho era muito mais acessível do que a daquela. Nos dias atuais, vê-se que pessoas de todas as camadas sociais não abrem mão do rádio.

Acordam com o som do rádio-relógio, dirigem-se para o trabalho, executam suas obrigações ao som da música e, nos momentos de distração, escutam seus programas prediletos. Diuturnamente, milhões e milhões de pessoas do mundo todo ligam seus aparelhos em FM, AM, ondas longas e curtas, para se distrair ou se informar.


Atenção!

Interrompemos nossa programação normal para apresentar o primeiro radialista de Lavras. Continue a sintonia nas ondas das lembranças e deixe-a na freqüência de seu coração.

No estúdio, o JORNALISTA ELCÍDIO GRANDI, filho de Américo Grandi e Carlinda Grandi, que nasceu em Lavras, em 03/07/1922.


Fez as quatro primeiras séries do 1º grau, na Escola Estadual Firmino Costa, as quatro últimas e o 2º grau no Instituto Gammon, o Técnico-Agrícola na Esal, Arquitetura e Filosofia Aplicada ao Jornalismo no Rio de Janeiro.


Aos 15 anos de idade, levado pela sua curiosidade e aptidão nata, idealizou e construiu, juntamente com Apolônio Ribeiro e Alberto Lembi, uma rádio doméstica que teve duração limitada.

Aos 21, cheio de sonhos, projetou e edificou o Obelisco ( o Pirulito), com 10 metros de altura, erigido na Praça Central, defronte a 1ª Igreja Presbiteriana, dedicado a Lavras, em nome da sua juventude.

Em 1945, montou um atelier no antigo prédio do Banco Nacional, onde aplicava seus conhecimentos artísticos de escultura, pintura e fotografia.

Em 1948, vindo a Lavras a Seleção de Futebol da Colômbia para um amistoso contra a Olímpica, fez o personagem uma saudação eloquente, em espanhol aos visitantes.

Marcou época o ano de 1947, quando fundou a Rádio Cultura D’Oeste, juntamente com Leon Jofre Avayou, José Mendes, Rui Lemos e outros.

Como diretor dela se destacou, sendo convidado para dirigir a Rádio da cidade de Formiga, em 1949. Ficou lá até 1951, quando Juscelino Kubitscheck o levou par a Rádio Inconfidência de Belo Horizonte e para o Palácio, para fazer reportagens e cobertura jornalísticas das viagens do governo pelo interior e mesmo fora do Estado. Nesse ano recebeu dois convites. Um da SIRA (Serviço Internacional Radiofônico Argentino) e outro de Damasco-Síria para dirigir numa emissora o departamento de língua portuguesa.

Optou pelo primeiro, atendendo à sugestão de sua noiva, indo trabalhar como produtor na Rádio Belgrado de Buenos Aires. Quatro meses após sua estada, Peron fechou a SIRA. Diante de tal fato, foi trabalhar na Rádio Telecomunicacione do Paraguai. Trabalhou ainda nas Rádios Carrasco do Uruguai e Nacional do Chile.

Além de suas atividades jornalísticas, pintava e esculpia obras, expondo-as em toda a América do Sul, Central e do Norte. Caribe, México, Califórnia, Miami, Venezuela e também outras plagas conheceram o talento do artista lavrense. De 1951 a 1959, quando retornou ao Brasil de suas andanças pelo exterior, fez cursos de inglês, francês, italiano e espanhol.

A Rádio Globo do Rio de Janeiro foi a escolhida em seu retorno ao país. Permaneceu nesta emissora por seis anos, como titular de notícias e reportagens. Foi ele o criador e responsável pela vinheta “O GLOBO NO AR”, apresentada antes e depois dos noticiários e após os mesmos.

O microfone prateado exposto na sala de visita de sua casa faz reviver os tempos idos e o lançamento desta vinheta. Prestou ainda sua colaboração profissional nas Rádios Tupi e Roquete Pinto do Rio de Janeiro na parte de jornalismo. Fundou a Rádio Cruzeiro na Bahia, sendo mais tarde seu diretor. Dirigiu também as Rádios Bahia e Cultura em Salvador. Retornou ao Rio de Janeiro em 1972 para trabalhar novamente na Rádio Tupi, depois de uma breve passagem por Lavras, em 1971. Foi designado para uma missão na Rádio da Amazônia, do mesmo grupo e, no Vigésimo oitavo dia, era chamado de volta para ocupar o cargo de diretor da Tupi. Posteriormente, ocupou a Direção de Assuntos Especiais do SEARA- Serviços Associados do Rádio. Por problemas de saúde, aposentou-se em 1978, retornando a Lavras, sua cidade natal.


Elcídio Grandi é um dos talentos de Lavras quer como arquiteto, escritor, jornalista, radialista, filósofo, escultor e pintor.

Seus livros: O Meu Ei Para Você; A Cruz de Lázaro; Inglaterra e França - Os Amigos de Hitler; 31 novelas radiofônicas encenadas; os mais de 400 programas de Rádio sobre assuntos variados; os editoriais de “A Gazeta”, no tempo de João Renato de Pádua; as colaborações de “A República”; na época de João Goulart. Quadros, esculturas, projetos mostram o talento do personagem.

Em sua caminhada foi agraciado com a Medalha de Fundador - Rádio Cultura de Lavras - 26/01/57; Placa - Jubileu de Prata - 30/06/70; Insígnia Força Aérea Italiana; Anel de Ouro - Melhor Noticiarista do Rádio-1954 -Rádio Globo e outras.

São dele estas palavras: “Andei mais do que agüentariam as pernas. LI mais do que devia e que podia. Bendita ignorância que faz feliz quem a preserva. Agora... não há volta. Infelizmente.”

Talentos são talentos.

O RADIALISTA ELCÍDIO GRANDI é Gente da Terra.








“SMILE, GOD LOVES YOU”

Certa vez, passando por determinado local, deparamos com essa frase cuja tradução é : “SORRIA, DEUS TE AMA”.

É uma verdade. O sorriso é a presença de Deus dentro do homem. É uma luz que brilha no rosto das pessoas, refletindo felicidade. Ele nasce e vem da alma, do coração. É natural e não custa nada. Transmite paz, amor, dá esperança, abre portas, derruba barreiras, aproxima os seres. O sorriso apaga o ódio, faz renascer amizades retira sombras, desconfianças, abre caminhos , é alento para os desanimados, faz feliz quem o dá e quem o recebe. Ninguém é tão pobre que não o possa oferecer e ninguém é tão rico que não o possa receber.

O mundo passa por momentos difíceis, mas nem por isso o homem precisa deixar de sorrir. Ele ainda tem a vida, a fé e a esperança, riquezas natas e, com elas, pode construir um mundo melhor. Basta querer.

É necessário que os homens sejam mais solidários e vivam juntos, não só fisicamente, mas sobretudo, espiritualmente. A distância tem separado os homens e dificultado a convivência e o relacionamento. A distância espiritual é pior, pois os homens que vivem num mesmo prédio de apartamentos, separados apenas por uma parede ou por uma laje, estão fisicamente perto mas a quilômetros e quilômetros uns dos outros.

O momento é de aproximação, de solidariedade.

Faça alguém sorrir e veja a felicidade estampada em seu rosto.

Há dentre as profissões uma que cuida da parte estética do rosto, fazendo com que as pessoas, quando sorriem, mostrem não só a beleza da alma mas também a beleza dos dentes. É a odontologia.
Nossa coluna, hoje, apresenta um profissional que há mais de 57 anos vem desenvolvendo um trabalho que permite ao homem sorrir com vontade de sorrir.

Ele é o decano dos ODONTÓLOGOS, DR. JOÃO BATISTA RIBEIRO DA SILVA, nascido em Lavras, em 21/10/1912, filho de Marcílio José Naves e Francisca Augusta da Silva.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual Firmino Costa, onde fez também o curso de professor rural. O correspondente às quatro últimas séries e o 2º grau, no Instituto Gammon. Formou-se em Odontologia pela Escola de Farmácia e Odontologia de Uberaba, em 12/11/1935.

Sua infância foi de trabalho e estudo. Faz questão de reverenciar com respeito e emoção o inesquecível e saudoso médico humanitarista Dr. Paulo Menicucci, com quem teve o privilégio de trabalhar no ambulatório da Companhia Fabril Mineira, como seu auxiliar de saúde. Em Uberaba, não foi diferente; estudava durante o dia e à noite exercia o cargo de secretário adjunto da Escola de Farmácia e Odontologia. Formado, montou seu consultório e iniciou suas atividades profissionais, atendendo Lavras e região até 1972, quando se aposentou. Ainda hoje, exerce a profissão no Sindicato Rural de Lavras.

Em 1943, no dia 8 de dezembro, um acontecimento importante e decisivo marcou a vida do nosso personagem: casou com Violeta Soares Ribeiro da Silva, com quem teve os filhos: Maria Tereza, João Batista e Luciano.

Paralelamente às atividades de odontólogo, prestou grandes serviços à comunidade. Durante mais de 20 anos exerceu o honroso cargo de secretário da Cruz Vermelha - Filial de Lavras que, sob a presidência do Cap. Francisco Ribeiro de Carvalho realizou um trabalho de assistência social de grande porte, com repercussão em todo o território nacional, enfrentando dificuldades e incompreensões, levando sempre em consideração o respeito à dignidade do ser humano. Nesse período foi criada a Escola de Enfermagem que preparou com eficiência dezenas e dezenas de enfermeiras que ficaram oficialmente de prontidão, à disposição do Corpo de Saúde das Forças Armadas, durante a 2ª Guerra Mundial. Promoveu a nível comunitário várias campanhas e vários concursos, visando sempre ao cuidado com os dentes e com a saúde. Como profissional exemplar, esteve à frente da Associação Odontológica de Lavras como presidente e secretário, por muitas vezes. Preocupado em prestar bons serviços na profissão, participou de congressos e seminários nas principais cidades do país, aprimorando-se. Inúmeros acontecimentos marcaram sua vida profissional. A memória guarda todos eles.

Nosso personagem não se limitou apenas à odontologia. No esporte deu a sua contribuição, exercendo a presidência do clube Atenas, vice-presidência do Fabril e presidente do seu conselho deste. Foi presidente da Junta Disciplinar Desportiva da Liga de Lavras. Como homem de fé, cursilhista, fez uma série de palestras para jovens e adultos. Desempenhou a função de Ministro da Eucaristia na Paróquia de Sant’Ana.

Por sua participação ativa nos vários setores da comunidade, foi agraciado com os seguintes títulos: Diploma-Sócio Grande Benemérito da Cruz Vermelha - Filial de Lavras - 1952; Certificado Grande Colaborador da Cruz Vermelha-Filial de Lavras-1989; Certificado - Jornada Odontológica de Lavras - Associação Odontológica de Lavras 1964; Certificado de Inscrição - Remida - Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais - 1984; Homenagem da Associação Odontológica de Lavras - Presidente de Honra; Homenagem familiar - tem seu nome perpetuado em um edifício da cidade, onde foi, no passado, a sede da Cruz Vermelha.

A humildade e simplicidade de Dr. João Batista constituem a tônica de sua vida. Tem sempre um sorriso a oferecer e, na profissão, contribui para que as pessoas possam sorrir.

O ODONTÓLOGO DR. JOÃO BATISTA RIBEIRO DA SILVA é Gente da Terra.








E o próximo, como vai?

Nossa coluna, hoje, para falar do personagem, traz para os leitores a mensagem de São Francisco de Assis que nos legou um belo exemplo de partilha e doação, quando renunciou a todos os seus bens materiais e passou a viver lado a lado com os pobres, assistindo-os. Ei-la: “Senhor fazei de mim um instrumento de vossa paz! Onde houver ódio fazei com que eu leve o amor; onde houver ofensa que eu leve o perdão; onde houver discórdia que eu leve a união; onde houver dúvida que eu leve a fé; onde houver erro que eu leve a verdade; onde houver desespero que eu leve a esperança; onde houver tristeza que eu leve alegria; onde houver trevas que eu leve a luz. Ó Mestre! Fazei com que eu procure mais consolar do que consolado; compreender do que ser compreendido; amar do que ser amado... pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna.”

Há, neste mar de gente que habita o planeta terra, uma grande parcela que vive esquecida, abandonada e, mesmo assim, caminha, convive, luta, sofre e se alegra com a vida. Falta-lhe: comida, moradia, emprego...amor. As periferias das metrópoles, das cidades médias e pequenas são as vitrines que expõem esta realidade.

Olhos que não vêem, ouvidos que não ouvem, bocas que se calam, braços que se cruzam.

Existem muitos Franciscos espalhados por este mundo afora, praticando ações concretas, gestos e atos em benefício dos desamparados, demonstrando a grandeza do ser humano.

Aqui em Lavras temos também os que se importam com os menos favorecidos pela sorte e, dentre eles, está o MÉDICO VETERINÁRIO DR. EDMIR DE SÁ SANTOS, que nasceu em Aquidauana, MT, em 23/11/1913, filho de Leopoldo dos Santos e Virgínia Sá Santos.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual de Campo Grande. As quatro últimas e o 2º grau, no Ginásio Dom Bosco, dos Padres Salesianos. Aos 22 anos foi para Viçosa, onde prestou vestibular e fez o Curso de Veterinária, concluindo-o em 1940

Formado, trabalhou na sua especialidade, em Taubaté, por um ano. Prestou concurso na Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, ficando 4 anos na 11ª Circunscrição agropecuária, em São João Del Rei. Dali, foi para o Rio de Janeiro, onde se submeteu a outro concurso no Ministério da Agricultura. Aprovado, passou a exercer sua funções no Fomento de Produção Animal, na cidade de Uberaba.

Em setembro de 1945, contraiu núpcias com Neusa Resende Sá Santos, com quem teve os filhos: Paulo Roberto, José Carlos e Virgínia Isabel. Todos lavrenses.

Em 1947, veio para Lavras, trabalhar no Serviço de Defesa Sanitária Animal. Em 1953, fez um curso de Aperfeiçoamento na Universidade do Km 47-RJ. Em 1959, depois de 23 anos no Ministério da Agricultura, transferiu-se para a ESAL, onde ficou até 1984, quando se aposentou como Professor Titular.

Durante sua jornada profissional fez vários cursos e experimentos. Foi alvo de muitas homenagens: Cartões de Prata: Aspesal-79, Agronomia –79; 1º Congresso da AMEZ-78, Reconhecimento-78; Honra ao Mérito-Lavrense do Ano-1979; Agrônomos-81; Zootecnia-81-84-85-86; Formandos-83; Aspesal-84; Agrônomos-90; Grupo dos Ipês-90; Honra ao Mérito-AAA-93; Diploma-50 anos de formado UFV; Título de Cidadão Lavrense e outros.

Em Lavras não há quem não o conheça. Dr. Edmir é o Veterinário. É o professor da ESAL de alto gabarito e de grande respeitabilidade entre os seu pares e discentes. Ingressou no Rotary Clube de Lavras, nos idos de 1956, para seguir seus objetivos e viver sua filosofia: “Dar de si sem pensar em si”. É aquele que contribuiu para a fundação da Associação dos Alcoólatras Anônimos de Lavras. É o reestruturador do Serviço de Obras Sociais –SOS - ao qual, em 1978, deu nova vida para dizer sim ao faminto e dar-lhe o pão; para dizer sim ao desabrigado e dar-lhe um abrigo; para dizer sim ao desempregado e dar-lhe um trabalho; para dizer sim ao doente e dar-lhe os remédios e assistência para recuperar a saúde; para dizer sim ao desesperançado e devolver-lhe a esperança. É o secretário “Ad Perpetum” da Sociedade de São Vicente de Paulo, cujos objetivos se identificam com os do SOS. É um dos que caminham para a frente com olhos que vêem, ouvidos que ouvem, boca que fala, braços que se abrem para acolher os necessitados, colaborando na preparação de um futuro melhor.

Dr. Edmir é cidadão lavrense de fato e de direito De fato, porque vive aqui há muitos anos e, de direito, porque a comunidade lhe outorgou, através de seus representantes, o Título de Cidadão Lavrense, o qual exibe com muita alegria.

Seus hobbies são cuidar dos pobres, viajar.

Como é bom saber que existem pessoas desprendidas e que se doam ao próximo, inspiradas na bondade, no senso de justiça, no amor.

São Vicente de Paulo diz : “Não me basta amar a Deus se o meu próximo eu não amo.”

Dr. Edmir de Sá Santos, durante sua vida, tem servido ao seu semelhante. As obras estão aí, testemunhando.

O MÉDICO VETERINÁRIO DR. EDMIR DE SÁ SANTOS é Gente da Terra.







Ao homem é dado o direito de viver e sonhar.

Um dia, alguém sonhou com o Brasil e navegou a bordo de um navio pelas águas do Mediterrâneo e do Atlântico, buscando encontrá-lo. Foi uma longa viagem. Iniciou-se no Líbano, passou pelo Egito - terra das famosas Pirâmides - Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos, indo atracar no porto da Espanha, país dos grandes navegadores de outrora. Após breve estadia, levanta âncora novamente e parte rumo ao Brasil, singrando o Atlântico e aportando no Rio de Janeiro, em 1911. Com ele chega o libanês João Antônio Elias, que um dia sonhara com o Brasil e que trazia na mente mil sonhos e no coração a esperança de realizá-los.

Por incrível que pareça, em 1914, a história se repete. Agora, com uma outra personagem, Abla Calixto Elias que, saindo também do Líbano, passando pela Síria, Turquia, Grécia - berço da cultura e nascedouro das Olimpíadas - Itália de tantas histórias e tradições, França de Napoleão, da Torre Eifel, Espanha, Portugal de nossos colonizadores, chega ao Brasil uma sonhadora.

É inacreditável a força que o destino tem. Dois imigrantes libaneses, depois de desvendarem os mistérios do desconhecido, venceram barreiras, dificuldades como clima, língua, hábitos diferentes, aqui se encontram, no país verde-amarelo e se casam. MAKTUB - ESTAVA ESCRITO. Dessa união nasceram 8 filhos, dos quais o segundo é o personagem que perfila hoje em nossa coluna.

É o COMERCIANTE ABÍLIO ELIAS TÍCLE que nasceu em Cássia, MG., em 02/07/1917.

Fez seus estudos básicos na Escola Estadual de Cássia e as quatro últimas séries do 1º grau no Colégio Parisiense, em São Sebastião do Paraíso.

Sua infância e adolescência foram vividas em sua terra natal e seus pais propiciaram-lhe um lar, onde o amor, os valores espirituais e o apreço ao próximo eram cultivados.

Em 1939, aos 22 anos de idade, veio para Lavras como representante da Singer, máquina de costura. Trabalhou nesse ramo até 1945 quando, juntamente com Paulo Modesto, estabeleceu um comércio de cereais - Secos & Molhados que funcionou onde é hoje a Cooperativa Alto Rio Grande.

No ano de 1941, Abílio casou-se com Maria Aparecida Unes Ticle, com quem teve os filhos: João Alfredo, Carlos Roberto, Regina Vitória, Virgínia Helena, Fernando Antônio, Maria de Fátima, Maria Cristina, Abílio Filho e José Marcos.

Com o passamento de sua esposa, contraiu segundas núpcias com Raquel Andrade Rezende Tícle, em 1982.

Na década de 50, desfeita a sociedade comercial de Secos & Molhados, passou a explorar o comércio dos Enxovais Pérola. Por volta de 1965, voltou a exercer a mercancia de máquinas de costura e eletrodomésticos, em sociedade com Lauro Mesquita e João Alfredo, na firma Utilar, em atividade até hoje.

Desde que chegou a Lavras, até aposentar-se, sempre desenvolveu suas atividades comerciais nas imediações da Rua Raul Soares, Praças D. Josefina e Mercês. São 54 anos ininterruptos, realizando-se, dando de si e transmitindo uma boa imagem de sua ocupação profissional.

Além de um grande comerciante, Abílio Tícle se destacou em outras atividades: Presidente do Clube de Lavras por dois mandatos; Presidente da Associação Comercial e Industrial de Lavras; Venerável da Loja Maçônica Deus e Caridade 7ª de Lavras. Nesta, como aprendiz, companheiro, mestre e venerável, demonstrou através de sua conduta de vida a triologia: Liberdade , Igualdade e Fraternidade que constitui a tríplice argamassa que liga e constrói todas as obras, segundo o lema universal da instituição. Foi o idealizador e edificador do majestoso prédio dotado de linhas modernas, na rua D. Inácia, onde está instalada a Loja Maçônica de Lavras, para receber seus membros, atender a comunidade em Farmácia, aulas de Esperanto, datilografia e outras atividades.

Abílio Tícle vem aplicando seus talentos conforme ensinamentos do Arquiteto dos arquitetos. E, por isso mesmo, tem recebido em troca muitas homenagens: como medalhas de Alferes Tiradentes; Mestre Instalado, Perfeição Maçônica - 50 anos de Maçonaria; Diploma de Honra ao Mérito - Associação Comercial e Industrial de Lavras; Título de Cidadão Lavrense e outras.

É um lavrense de coração, fruto do amor de quem sonhou, viveu e imaginou um cenário como o Brasil para construir um lar.

O COMERCIANTE ABÍLIO ELIAS TÍCLE é Gente da Terra.










As boas obras permanecem.

Segundo um provérbio, “só passarei por este mundo uma vez. Assim, todas as boas ações que eu puder praticar, não devo hesitar um só momento, pois serão o marco de minha passagem por esta vida “.

Os homens caminham todos na mesma estrada em busca de seus ideais. Uns caminham rápido, outros, devagar. Os primeiros se preocupam apenas com a distância e com o tempo, o restante é indiferente. Os outros se detêm sempre para apreciar o que a vida lhes propicia. É um por-do-sol, uma flor a desabrochar, uma chuva a cair, o vento a soprar, uma estrela a brilhar, uma música a ouvir, um alguém a chamar.

É bom caminhar lentamente pela vida, ser útil e servir a alguém.

No ocaso da vida haverá por certo do que recordar e do que ter saudade.

Tempos atrás, a médica Dra. Dâmina Zakhia de Souza, mulher de extraordinária sensibilidade e amor ao próximo, sentindo os anseios dos menos favorecidos pela sorte e, principalmente das mulheres e crianças, criou o Posto de Puericultura Izabel, a Redentora, com o objetivo da dar assistência à maternidade e à infância. Pouco tempo depois ampliou seus atendimentos e passou a fornecer alimentos, medicamentos e vários cursos profissionalizantes, para atender as gestantes e outros segmentos da comunidade.

Os anos se passaram. Dra. Dâmina também passou, mas deixou no rastro de sua caminhada sua obra.

Hoje, o Posto de Puericultura continua em atividade nas dependências do Hospital Vaz Monteiro, cumprindo sua finalidade, tendo à frente, carregando o bastão do revezamento, a não menos extraordinária Professora de Ioga, MARIANA MAIA DE ANDRADE, LANA, caminhando ao lado dos necessitados e apoiando-os.

MARIANA MAIA DE ANDRADE, carinhosamente chamada de Lana Maia, nasceu em 13/12/30, em Ingaí, quando este ainda era município de Lavras, sendo filha de Arthur da Costa Maia e Agueda Moura Maia.

Fez seus estudos básicos na Escola Estadual de Luminárias e estudou posteriormente, por algum tempo, no Colégio São Pedro, em Lavras.

Sua infância foi vivida em Luminárias e a adolescência, em Lavras.
Seu apelido, LANA, significa luz, tocha, e se deve a seu pai, que era esotérico.

Casou ainda bem jovem com Sebastião Ferreira de Andrade e teve os filhos: José, Aloísio, Artur Antônio e Walmira Cássia. Além desses, o casal ainda criou mais 14 filhos adotivos, encaminhando-os na vida.

Amante da ginástica e do controle da mente, muito cedo passou a desenvolver essas atividades, tendo feito, inclusive, um curso de longa duração em São Paulo, sobre Ioga. Após, participou dos cursos Mino Control no Rio de Janeiro; Hermógenes e de dois congressos mundiais de Ioga em São Paulo.

Por volta de 1970, Lana iniciou sua participação no Posto de Puericultura Izabel, a Redendora, pioneiro no Estado de Minas em assistência à maternidade e à infância, bem como o primeiro a criar o Clube das Mães.

Como sempre, começou pelas aulas de Ioga, ensinou artesanato e passou a administrar o Posto. Ali eram dadas vacinas; havia, como ainda há, distribuição de remédios, atendimento às mães e eram ministrados 18 cursos profissionalizantes, entre os quais destacamos: enfermagem, culinária, cabeleireiro, manicure, Ioga e outros.

Anualmente três eventos marcam época: Dia das Crianças, Dia das Mães e Natal, quando se ministram palestras educativas e há entrega de presentes e de certificados para os formandos dos vários cursos.

Atualmente estão sendo ministrados os cursos de cabeleireiro e Ioga. Fez-se também a distribuição de leite, alimentos e medicamentos.

Lana Maia, além de sua participação incansável no Posto de Puericultura, presta também contribuição à Fazendinha do Padre Israel, dando aulas de Ioga e ajudando em outras atividades.

Na comunidade, como não poderia deixar de ser, auxilia um número sem fim de pessoas carentes que se dirigem à sua casa, na certeza do atendimento.

Por sua dedicação à nobre causa comunitária, recebeu em 1977, o diploma de Honra ao Mérito - Personalíssimo do Ano.

É bom saber que, nesta caminhada da vida, o homem não é nenhum órfão a andar sob um céu vazio numa terra sem esperança. Muitos, como a Lana, caminham devagar e vêem não só a beleza do céu, da terra e do mar, mas vêem também quem está a seu lado.

Mariana Maia de Andrade, Lana Maia, continua sendo o farol do Posto de Puericultura Izabel, a Redentora, obra pioneira que será sempre um marco na história de Lavras.

MARIA MAIA DE ANDRADE- LANA MAIA é Gente da Terra.









Vê-se melhor com os olhos do coração.

O homem se mantém em sintonia, em perfeito relacionamento com os seres e com o ambiente em que vive, graças aos órgãos dos sentidos. É através deles que ele pode interpretar os fenômenos que se passam a seu redor.

Audição, visão, gustação, olfato e tato permitem ouvir, ver, saborear, cheirar, sentir; propiciam sensações agradáveis quando o homem identifica sonoridade, contempla as coisas da natureza ou as criadas por ele mesmo, aprecia sabores, inala perfumes, interpreta estímulos.

Este ser tem tudo para ser feliz mas é insaciável, insatisfeito, procura, nos meandros da vida, bastar-se numa busca infindável.

Diante das evidências, nota-se que a grandiosidade da vida não está somente nas buscas externas, nas satisfações proporcionadas pelos órgãos dos sentidos e na imaginação. Ele está muito mais no interior do ser. Por isso é preciso olhar para dentro de si, é preciso ouvir a voz do coração, analisar sentimentos, sentir o aroma e o toque da gratidão, na essência e no dom da vida.

A vida é simples e esta simplicidade nos ensina a viver.

Nossa coluna, hoje, mostra-nos a beleza da vida em duas dimensões, através do nosso personagem. A primeira, quando ele, em contato com a natureza que Deus criou, com tudo e com todos, pôde, como outro qualquer, sentir as emoções das cores e da luz. A segunda, quando teve um dos órgãos do sentidos prejudicado - a visão. Cultivou a paciência, encheu o coração de serenidade. Suas narrativas são fantásticas, impressionantes. Dão o testemunho de um projeto de vida marcado pela compreensão, pelo trabalho e pelo amor.

Quem nos dá essa lição de vida é ATHAÍDE MARCELINO DE LIMA - TATÁ DA PADARIA - filho de Joaquim Marcelino de Lima e Maria José Lima, nascido em Lavras, na Praça Dr. Jorge, em 27/12//1925.

Estudou as duas primeiras séries do 1º grau na Escola Carlota Kemper e as duas últimas na Escola Estadual Álvaro Botelho.

Sua infância e adolescência foram vividas na Praça Dr. Jorge e na chácara do Instituto Gammon.

Seu apelido, TATÁ, se deve ao Custódio Padeiro, funcionário do estabelecimento que certo dia, vendo-o pedir dinheiro a seu pai para comprar picolé do Carroceiro. Tatá, achou graça na forma com que ele chamava o carroceiro e o alcunhou assim.

Desde cedo começou a trabalhar e por isso mesmo não pôde continuar os estudos. Trabalhar na Padaria Brasileira que mais tarde passou a denominar-se Padaria São Jorge.

Athaíde perdeu a visão mais ou menos aos 22 anos de idade, mas isso não lhe tirou a vontade de viver . Contando com o apoio da família e dos amigos, venceu tal dificuldade, como os grandes vencedores vencem os desafios.

A dedicação ao trabalho também foi uma forma de vencer. Trabalhava diuturnamente, mas ainda sobrava tempo para o entretenimento e seus companheiros eram Sebastião da Casa das Tintas, Dirceu da Lozinha e outros, dos quais guarda boas recordações.

Em 1981, um fato muito importante ocorreu em sua vida. Conheceu Cleodete Maria Gomes de Lima ( a quem carinhosamente chama de Cláudia ), que mais tarde, em 17/04/1989, passou a ser sua esposa e companheira de todas as horas e com quem reparte as alegrias e tristezas.

Tatá tem dentro de si a luz que lhe permite ver mais do que muitos, porque estes, embora vejam tudo em volta, não conseguem perceber nada além de si mesmos.

A prova dessa acertiva é o movimento de pessoas de todas as camadas sociais que se dirigem diariamente à mercearia da Praça Dr. Jorge, como fregueses ou amigos, para estar com ele, recebendo estímulos positivos de mansidão, serenidade, paz.

Athaíde, pelo seu jeito simples de ser, recebeu uma homenagem no Rotary Club de Lavras que relembra-a com saudade.

É um homem feliz porque tem Deus em seu coração.

ATHAÍDE MARCELINO DE LIMA - TATÁ DA PADARIA - é uma lição de vida e é Gente da Terra.









Certa vez um idoso disse a um jovem: “Lembra-te que um dia eu já fui o que tu és e algum dia tu serás o que sou.”

Iniciamos nossa coluna assim porque, para alguns, o idoso é tido como um ultrapassado, um quadrado, um careta. Ledo engano para os que o vêem sob essa ótica, pois o homem da terceira idade vive o presente, relembra o passado e antevê o futuro. É aquele que, dos embates da vida, pode dizer: vivi, lutei e venci.

Com ele o tempo passou. Horas, dias, meses, anos. Com ele passaram a infância, período da descoberta do ser, das indagações; da juventude, com seus deslumbramentos com seus desafios, com seus arroubos; idade do conhecimento de si mesmo, da realização pessoal; a terceira idade, época da experiência, da sabedoria, do bom senso, do equilíbrio.

Um livro seria pouco para narrar uma caminhada de quem passa pela vida realizando, servindo, amando, deixando de si para os que iniciam suas jornadas, uma esperança.

Quantos planos, quantos sonhos, quantas lembranças, quanta saudade...

O tempo é implacável. Corre, corre. Veja, está correndo... 1993.

Perfila, hoje, em nossa coluna, o PROFESSOR DOUTOR ALCEBÍADES GUARITA CARTAXO, filho de Joaquim do Couto Cartaxo e Maria Eulina Guarita Cartaxo, nascido em 02/01/1892, em João Pessoa - Paraíba.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual de João Pessoa e as quatro últimas no Instituto Ayres Gama, em Recife, Pernambuco. O segundo grau, no Liceu Paraibano, em João Pessoa, Paraíba. O curso superior de agronomia, na Escola Nacional de Agronomia - ENA - RJ - concluído em 1914.

Após formado, fez os cursos de especialização em Agricultura, Química Agrícola, Aplicação de Radioisótopos na Agricultura.

Logo depois, na década de 20, foi trabalhar como agrônomo e professor em Jaboticabal, SP, tendo também exercido o cargo de Engenheiro Residente da Diretoria de Estrada de Rodagem, em Jacupiranga, SP. Foi gerente das Fazendas Cafeeiras em Jacarezinho, PR, onde permaneceu até 1939.

Nesse interregno, conheceu Carmem Pereira Cartaxo com quem casou e teve os filhos Beatriz, Dulce, Fábio, Eduardo e Marli.

Em 1939, veio para Lavras, ocupar a Cadeira de Química Agrícola e Tecnologia Rural da Escola Superior de Agricultura de Lavras que à época, pertencia ao Instituto Gammon. Assume a direção da Esal, de 1946 a 1951. Onze anos mais tarde, volta a ocupar a sua direção, período por que passava pelo processo de federalização. Aposentou-se quando contava com mais de 50 anos de serviços.

Sempre ligado ao ensino e à pesquisa, participou do 1º encontro de Tecnologia Rural, realizado no Rio de Janeiro, em 1966; do 16º Congresso de Oleicultura Nacional, realizado em Lavras, em 1976. Apresentou os trabalhos: Seca do café despolpado e secagem em tulhas secadeiras; Classificação Periódica tendo por base a valência máxima dos elementos químicos; Fórmulas Genéticas Estruturais das combinações dos elementos químicos e respectiva nomenclatura. Realizou as pesquisas: Assimilação do carbono pelo sistema radicular dos vegetais; Função do potássio na alimentação do vegetal; Função do calcário além de corretivo do PH do Solo; Cultivares em terrenos declivosos com cobertura verde.

Além de suas atividades docentes, exerceu outras: Diretor e Secretário do Sindicato Rural de Lavras, Tesoureiro da Associação Rural, Tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Lavras (APAE), Coordenador do Grupo de Ação Comunitária do PRODAC, Representante da comunidade junto à Congregação da Esal, Tesoureiro da Comissão Executiva da 39ª e 40ª Exposição Regional de Lavras, Presidente da Associação Rural do Lavras, Suplência de Deputado, membro da diretoria do Clube de Lavras, da Cooperativa Alto do Rio Grande , da comissão de fundação da CNEC, sendo seu 1º diretor, da Sociedade dos Amigos de Lavras, Sócio-fundador, presidente e sócio atuante do Rotary Club de Lavras.

Pelo seu desprendimento, vontade de servir, e relevantes serviços prestados a diversas instituições por onde passou, foi agraciado com os seguintes títulos: Diploma de Decano dos Engenheiros Agrônomos de Minas Gerais - Sociedade Mineira de Engenheiros Agrônomos; Diploma de Professor Emérito - Esal; Diploma e Medalha de Ouro Agronômico - Sociedade Mineira de Engenheiros Agrônomos; Título Honorífico de Agrônomo Informante - Diretoria de Estatística da Produção - PR ; Título de Cidadão Lavrense -Câmara Municipal de Lavras - 1964; outros.

Do nascimento até hoje são passados 101 anos.

O agrônomo, o professor, o pesquisador, o incentivador, o rotariano Dr. Cartaxo, pela sua vida, transmite às gerações que o sucederem o pensamento exordial: “Lembra-te que um dia eu já fui o que tu és e algum dia tu serás o que eu sou.”

O PROFESSOR DOUTOR ALCEBÍADES GUARITA CARTAXO, DR. CARTAXO, é Gente da Terra.








Paz - uma busca universal

Desde que o mundo é mundo e o homem passou a habitar a face da terra, passaram também a existir os conflitos.

A história, através dos tempos, conta-nos as guerras: Púnicas, Duas Rosas, Cem Anos, Napoleônicas, 1914, 1939, Vietnã, Golfo Pérsico, Bósnia.

Quantas guerras, quantas mortes, quanta destruição!

O homem aspira à paz dentro e fora de si.

Nos dias hodiernos, muito mais. Ele está vivendo uma época de violência, ele está vivendo um tempo de guerra psicológica de angústia, insatisfação, incerteza, insegurança , pressionado pelo medo, tensões, conflitos, cansaço.

Enfartos, “stress”, disfunções orgânicas com cirurgias, terapias, tratamentos são os resultados dessa grande carga que ele carrega diariamente, sem poder se libertar.

É o reflexo desse mundo de dinamização extraordinariamente rápida, da cibernética, do computador, da informática.

Saliente-se que o homem não é nenhuma máquina. É um ser humano dentro de todo o progresso que criou e, como tal, tem sentimentos e sofre na carne as agruras e as intempéries do meio em que vive.

Ele clama por paz.

Nossa coluna, hoje, fala de paz, porque o nosso personagem, lutando nos meados da década de 40, nos campos de batalha da Itália, defendendo o nosso país, viveu por um lapso de tempo os horrores da guerra. Por isso prega para todos a paz que é um bem supremo sem igual.

Ele é o EX-COMBATENTE 2º TENENTE JOÃO CARVALHO PENA – TODÃO - filho de Faustino Alves Pena e Joana Alves Pena, nascido em Lavras , MG, em 10/05/1919.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual Firmino Costa.

Teve uma infância saudável.

Seu apelido TODÃO, foi dado por José Faustino, seu irmão mais velho.

Ainda jovem, começou a trabalhar como aprendiz e depois como pedreiro, com o saudoso mestre Herculano Pinto de Miranda, na construção de casas e também dos mausoléus no Campo Santo de Lavras.

Em 1942, foi para São João Del Rei, servir ao Exército. O tempo de serviço era de um ano, mas como o mundo estava em guerra, foi sorteado para permanecer no quartel e, em setembro de 1944, juntamente com outros colegas, inclusive os de Lavras, pela FEB, embarcou para a Itália, tendo aportado tempos depois, em Nápoles. Dali foi para Livorno, Pisa, Belvedere e participou do “front” (frente) por 6 meses, nas batalhas de Monte Castelo, Montese, Monte Gattini e outras. Não há como esquecer os efeitos de uma guerra. As impressões ficam gravadas de tal forma na mente que, muito tempo após, ainda se acorda, no meio da noite, lembrando os acontecimentos, as mutilações, as mortes, as destruições e ouvindo os sons dos aviões, das bombas, dos canhões e das metralhadoras. Só mesmo quem esteve num campo de batalha pode falar daquele inferno.

Terminada a guerra em 1945, foi incumbido pelo superior hierárquico para buscar as armas da rendição. No caminho, sofreu um acidente, onde três morreram e ele quase perdeu a perna esquerda. Não acompanhou o contingente da FEB de volta ao Brasil, porque foi mandado para os Estados Unidos tratar-se. Ficou lá cerca de três meses, nas cidades de New Orleans e Miami. Como demorou a retornar, pensaram que havia morrido no campo de batalha.

Recuperado do problema da perna, voltou para o Brasil, sendo recebido como herói.

O ex-combatente TODÃO pertence agora à reserva da Força Expedicionária Brasileira - FEB - contingente militar terrestre que tomou parte ativa na campanha da Itália, nos anos de 1944/45. É um dos bravos e corajosos soldados que lutaram e defenderam nosso país e nossos ideais, colocando em risco suas próprias vidas.

Em 1946, trabalhou na Prefeitura Municipal de Lavras e, nesse mesmo ano conheceu Maria da Conceição Aparecida Pena com quem se casou em 1947. Dessa união nasceram os filhos: Carlos , Paulo César, Maria de Lourdes, Rinaldo e Sérgio Renato.

Afastando-se da Prefeitura, foi trabalhar com os empresários Humberto Gattini e Maurício de Souza, como encarregado de obras nas Usinas Hidroelétricas de Furnas e Estreito, construindo barragens, casas.

Convidado pelo prefeito João Modesto, volta a prestar serviços à Prefeitura e ali permaneceu até aposentar-se, em 1979. Trabalhou com vários prefeitos. Foi um dos funcionários públicos anônimos que ajudou Lavras na construção de suas escolas, pontes, estradas, ruas, igrejas, prédio da prefeitura nova.

Pelos serviços relevantes prestados à Pátria nos campos de batalha, na Itália, pela sua bravura, foi homenageado pelo Presidente Juscelino Kubitscheck de Oliveira com a Medalha e Diploma de Honra ao Mérito. Também agraciado pela comunidade através de um monumento erigido na Praça Central, onde são relacionados nomes dos ex-combatentes.

Ele e seus companheiros da Força Expedicionária Brasileira se encontram quase que diariamente nas dependências da sede que fica no prédio da Câmara Municipal de Lavras, mantendo viva a amizade que os uniu num tempo de guerra.

JOÃO CARVALHO PENA – TODÃO - mostra-nos que a paz é possível. É necessário apenas que os homens diminuam as distâncias que existem entre eles e se aproximem como irmãos.

O EX-COMBATENTE - 2º TENENTE JOÃO CARVALHO PENA - TODÃO - é Gente da Terra.










APAE - uma história de amor.

Dentre tantas histórias, esta é uma que nos toca o coração.

O primeiro encontro foi no ano de 1972, na rua 14 de agosto, antigo Beco do Pião, entre a família Cunha e o Rotary Clube de Lavras Sul, com o objetivo de fundar a APAE de Lavras.

Foi um encontro apaixonante. Amor à primeira vista. Tudo deu certo.

A princípio, genitores esperançosos, crianças portadoras da Síndrome de Down, uma casa simples e acolhedora, contornada por árvores frutíferas, flores, área livre e, no seu interior, uma sala de aula ornamentada pela Zenílvia e Zenita, feita especialmente para receber crianças dotadas de extrema sensibilidade,.

A escolinha da rua 14 de agosto, dedicada aos excepcionais, era um lugar como uma grande loja de brinquedos, atraindo crianças em busca dos seu preferido. Ou ainda parecia um alimentador - pequeno reservatório de água açucarada dependurado num suporte do jardim, atraía os beija-flores para fazerem o show de oscilações com seus vôos de rara beleza, pairando no ar,.

Tempos depois, com o crescimento, a escolinha, transferiu-se para a sede do Rotary Sul, ali permanecendo vários anos, até mudar-se definitivamente para sua sede própria na Av. Pe. Dehon.

Carinho, amor, dedicação foram os ingredientes e requisitos essenciais dispensados pela primeira professora Zenílvia, pelo Rotary Sul e comunidade na criação e implantação dessa escola que, este ano, comemora seu vigésimo aniversário, abrigando, atualmente mais de 150 alunos. É modelo e eterno amor do Rotary Clube de Lavras Sul.

Em nossa coluna, hoje, perfila uma das protagonistas da APAE e do Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento - CEDET.

É a DRA. ZENITA CUNHA GUENTHER, filha de Diógenes de Souza Cunha e Maria Carlos da Cunha, nascida em Cruzeiro-SP, em 19/06.

Cursou as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual Firmino Costa; Normal Rural na Fazenda do Rosário e Psicologia no Instituto de Educação de Minas Gerais.

Sua infância e adolescência foram vividas em Lavras, para onde a família se transferiu na década de 40.

Ao concluir o Curso Norma Rural, foi convidada por D. Helena Antipoff, para trabalhar como professora das classes anexas à Escola Normal da Fazenda do Rosário, onde permaneceu 3 anos.

Em 1960, volta a Lavras, por ter sido nomeada diretora da Escola Estadual Tiradentes. Um ano mais tarde é convidada para trabalhar novamente na Fazenda do Rosário, como assistente de D. Helena Antipoff e professora de Psicologia. Em 1962, por concurso, recebeu uma bolsa de estudos da Aliança para o Progresso, seguindo para Indiana University nos Estados Unidos, para estudar Psicologia da Criança e Educação Pré-Escolar. Lá conheceu Richard Guenther, com quem se casou. Desse casamento nasceu sua filha Louise. De volta ao Brasil, prestou serviços por 2 anos no Instituto da Educação e Apae, em Belo Horizonte, atendendo determinação da bolsa. Em 1966 volta aos Estados Unidos, onde se graduou em Psicologia pela Universidade of South Florida e completou o Mestrado em Orientação Educacional. Em 1971, ingressou na Universidade Federal de Minas Gerais como docente. Em 1975, foi novamente para os Estados Unidos, com uma bolsa da Capes e fez o Doutorado na Univesity of Florida, em Psicologia da Educação, concluído em 1977.

Envolvida com a educação e os bem-dotados, em 1984 resolve deixar a UFMG e dedicar-se inteiramente ao trabalho e pesquisa, sendo reconhecida no mundo como uma das primeiras pessoas a estudar a sério a questão dos dotes e talentos nas classes sociais desprotegidas. Convidada, foi para Salvador, BA, trabalhar na Escola Especial para Bem-Dotados da Fundação José Carvalho, por 5 anos. Nesse período, envolveu-se com o grupo internacional da categoria e foi eleita para o Conselho Mundial de Bem-Dotados e Talentosos, representando o 3º mundo.

Em 1986, volta para os Estados Unidos; ali participa de congressos, encontros e conferências bem como em vários outros países: Alemanha, África do Sul e Portugal onde ajudou a organizar a Associação Portuguesa para Crianças sobre-dotadas. Foi convidada pela Escola Superior de Educação Santa Maria, do Porto, a integrar o seu quadro como membro do Conselho Científico, responsável pela área de formação de professores.

Retornou ao Brasil e a Lavras no ano de 1989, mas continua a manter contatos profissionais com os Estados Unidos e Portugal, onde trabalha alguns meses por ano.

Hoje, no Brasil, leciona em Cursos de Pós-Graduação, faz palestras, conferências e participa de encontros em todo o país.

Em Lavras, seu mais recente projeto é a Criação e Instalação do Centro para o Desenvolvimento de Potencial e Talento – CEDET- uma iniciativa do Rotary Club Lavras Sul.

Dra. Zenita é psicóloga, professora, coordenadora, membro e consultora de vários órgãos do Brasil e do exterior, com vários livros e artigos publicados dentro e fora do país.

Pelos relevantes serviços prestados à educação, a nível nacional e internacional, foi agraciada com os títulos: Membro Honorário da Associação de Orientação Educacional da Bahia; Citação de Honra por Superior Academic Performance - University of South florida - 70; Reconhecimento por excelência de Acadêmicos - University of South Florida - 69 ; Cartão de Prata - Portugal; Diploma e Cartão de Prata - Rotary Club Lavras Sul; Sócia Honorária - Rotary Clube Lavras Sul; outros.

1973 - Funda-se oficialmente a APAE de Lavras para atender os excepcionais.

1993 - Funda-se oficialmente o CEDET de Lavras para atender super-dotados.

Dois marcos históricos que a família Cunha e o Rotary Clube Lavras Sul plantam nos solos das Minas Gerais e da Terra dos Ipês e das Escolas.

Lavras é uma cidade privilegiada, pois tem dentro de suas linhas demarcatórias, pessoas ilustres, abnegadas que a tornam melhor para se viver, inspiradas no amor e no servir.

A PSICÓLOGA DRA. ZENITA CUNHA GUENTHER é uma delas e é Gente da Terra.










Momentos de reflexão

Reis e súditos; ricos e pobres; cultos e iletrados...

A vida é um dom, uma dádiva.

Ao nascer, o homem recebe do Criador seus talentos para com eles fazer o que melhor lhe aprouver, sabendo, entretando que um dia prestará contas. O homem criado à imagem e semelhança de Deus, a Ele voltará.

Nem todos serão reis, doutores, ricos ou grandes. Existirão os súditos, os humildes, os pobres e os pequenos. Cada um terá condições de desenvolver seus talentos, mostrando suas qualidades de ser e não de ter, independentemente de posição social, econômica ou intelectual.

Na vida, o homem caminha por estradas desconhecidas, sem saber o que encontrará pela frente. Vive cheio de sonhos e fantasias. Armazena planos e ambições. Busca realizações, conquistas, vitórias. Luta. Deseja ser alguém. No entanto, às vezes se esquece de que é um mortal que está na terra por tempo determinado e que vive no meio de coisas transitórias, passageiras. Que a vida é tênue e que seus sonhos, planos, fantasias podem desmoronar de um momento para outro. Que tudo tem princípio e fim como a própria vida.

A morte é o fim da vida terrena. A sucumbência de um ente querido mostra a fragilidade , a insignificância do ser humano.

A vida ensina ao homem que ele não foi criado para si, como se fosse uma ilha, e nem para se trancar em seu egoísmo e abrir-se em suas vaidades. Que o sucesso, o poder, a fama, a riqueza são bens temporários. Ensina que ele foi criado para partilhar, servir, amar e viver em fraternidade.

Com este preâmbulo, nossa coluna, hoje, faz perfilar uma humildade em pessoa que há muito trabalha na Cidade dos Mortos, onde os vivos vão verter seus prantos, levando flores orvalhadas de saudade.

É GERALDO ANDRADE BOTELHO - PILÃO - filho de José de Andrade Botelho e Cristina Moreira Cardoso, nascido em Lavras, MG, EM 21/08/1913.

Estudou as três primeiras séries na Escola Estadual Firmino Costa e completou seus estudos com o saudoso professor José Luiz de Mesquita.

Sua infância e adolescência foram vividas nas Praças do Cemitério e Santo Antônio.

Seu apelido , PILÃO, foi dado por um colega de futebol, devido a seu aspecto físico.

Começou a trabalhar muito cedo no comércio de carne. No início, foi empregado de Artur de Souza e José Clemente. Depois passou a negociar por conta própria e em sociedade com Geraldo Gualberto.

Em 1933, quando contava 20 anos de idade, deixou o comércio e foi trabalhar em companhia de seu pai, no Campo Santo. O cemitério central de nossa cidade foi construído pelos escravos, em 1853, numa iniciativa dos missionários capuchinhos, Frei Eugênio e Frei Francisco. Em três de abril do mesmo ano foi sepultado o primeiro corpo. A Capela de São Miguel, levantada no centro dele, foi construída em 1864 por meio de subscrição promovida pelo Cap. Antônio José da Costa Pereira e sr. Pedro Xavier de Moura. Anteriormente o cemitério se localizava nas imediações da Igreja do Rosário.

Trabalhando no Cemitério, PILÃO permaneceu nas administrações dos padres Frederico, Fernando, Clemente, Henrique, João Prost, Aurélio e Carlos, trabalhando ao lado de Herculano Pinto, Azarias Rezende (sr. Nenêm), Totonho, Jorge e outros.

Ajudou a construir o cemitério da Saudade, em 1968.

Lembra e relata os enterros de antigamente. Eram a pé. Depois, foram feitos através da carrocinha do sr. Custódio, pai do Virgílio Carvalho e o acompanhamento, ainda a pé.

Lembra também que, no passado, os indigentes eram enterrados nus e em covas rasas.

Nesses 60 anos ininterruptos de trabalho, muitos deles ao lado da companheira Rosa Joana de Carvalho e dos filhos Rosilane, Rosenir, Luiz , Adélio e Adauto, vem servindo à comunidade, através do anonimato, construindo mausoléus, colocando corpos na última morada, participando em silêncio da dor daqueles que ali levam seus entes queridos. Assim, Geraldo de Andrade Botelho - Pilão - o coveiro octogenário nos dá uma lição de vida: o servir através da simplicidade e da humildade.

O Campo Santo é um lugar de paz onde, na morte, as pessoas dormem o sono da eternidade. É onde as vaidades se acabam e o egoísmo chega ao fim.

A Bíblia já nos adverte: “Lembra-te que tu és pó e em pó te transformarás.”

GERALDO ANDRADE BOTELHO - PILÃO - é Gente da Terra.










Futebol: uma paixão

Este esporte remonta aos primórdios das civilizações. Os ingleses foram os fundadores do “The Football Association”, cabendo a Charles Miller, um brasileiro, a sua implantação no Brasil.

Seus precursores não poderiam imaginar que ele se tornasse o mais popular e universal de todos os esportes e que os latinos seriam seus melhores praticantes.

Vamos abordá-lo, lembrando um dia de jogo.

O palco das grandes emoções está preparado. Tudo pronto para a apresentação do espetáculo das multidões. Os times estão em campo, a bola no centro, o juiz, os bandeirinhas. Na assistência, o multicolorido das bandeiras e camisas embelezam o ambiente.

Expectativa, ansiedade, nervosismo.

Início do jogo. A bola rola no gramado. Os jogadores, posicionados, mostram suas técnicas e habilidades, dominam a bola, raciocinam rápido, fazem passes perfeitos, driblam, fazem overlap, mostram o futebol arte.

Na arquibancada, no rádio, na televisão a torcida assiste, ouve e vê a tudo e a todos com uma certa impaciência.

Bola pra lá, bola pra cá e o jogo se torna a cada minuto mais emocionante, com as jogadas bonitas e criativas de mestres. Chutes a gol, cobranças de “corners”, impedimentos, laterais, faltas tornam a partida ainda mais atraente. É um “show” que enche os olhos e alegra o coração. É uma verdadeira magia a encantar o homem, a espantar suas tristezas.

De repente, a bola balança a rede.

GOOOOOOOOOOL!!!

Um grito uníssono do narrador em coro com todo o estádio ecoa por todos os cantos e fica a ressoar no labirinto auditivo. A torcida entra em delírio e a alegria se estampa na face de cada um, com um sorriso nos lábios e um brilho nos olhos.

É a felicidade.

Explode coração.

Aqui em Lavras, a bola já balançou as redes muitas e muitas vezes com o Agrícola. Himalaia, Moreno, Operário, Aliança, Olímpica (fundada em 1937), Fabril, Ferroviário, Flamengo, Comercial, Santa Efigênia, River Plate, times de várzeas, outros e, voltando um pouco mais no tempo, no LAVRAS SPORT CLUB (hoje, Olímpica), propiciando momentos de êxtase, vibração.

E é falando em LAVRAS SPORT CLUB que nossa coluna, hoje, faz perfilar um dos remanescentes desse esquadrão que tantas glórias deu a Lavras e à sua torcida.

ZOROASTRO ROSA – ZORA - filho de José Zeferino Sales e Rosalina Cândida de Oliveira, nascido em Lavras, MG, em 12/09/1913.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual Firmino Costa.

Seu apelido, ZORA, foi dado pelo historiador, museólogo e jornalista Bi Moreira que, à época, jogava no juvenil do Lavras Sport Club, como goleiro.

Filho de família humilde, muito cedo começou a trabalhar. Iniciou suas atividades como aprendiz de carpinteiro na oficina de carpintaria da escola, e de mecânico, na oficina de José Fráguas.

Optou pela mecânica e foi trabalhar na oficina de Carlos Moumor (Toim) e Erasto Emrich. Após, prestou serviços à Esal e a Crizoti, um dos membros da família Charneca, em Belo Horizonte.

Em 14/07/51, casou-se com Maria da Conceição Viana. Desse casamento nasceram os filhos Jorge, Maria Aparecida, Carlos e José Bento.

De volta a Lavras, atendendo à indicação do seu amigo Dr. Sílvio Menicucci, seu companheiro de futebol no juvenil do Lavras (Sílvio era centeralfo), passou a trabalhar na Confer. Por volta de 1962, aposentou-se.

Paralelamente a sua vida profissional, sempre participou do esporte, jogando no Lavras Sport Club e na Olímpica.

No primeiro, esteve de 1931 a 1937, e no segundo, de 1937 a 1945, defendendo o time tricolor e mantendo acesa a pira olímpica, num tempo em que se jogava por amor à arte e à camisa.

Participou de muitos eventos esportivos como titular do Lavras e, dentre esses, cita os jogos contra o América de Belo Horizonte, em1934, quando o Lavras venceu por 4 a 1 , e contra o Palestra Itália (Cruzeiro), cujo placar ficou de 1 a1. Jogando pela Olímpica, disputou muitos jogos e se lembra do principal adversário, o Fabril.

Do tempo passado faz questão de lembrar seus companheiros e principalmente os remanescentes vivos: VICENTE (BARBUDO), RUI MENDES E CANHOTO. Guarda na mente os nomes de uma das últimas escalações do Lavras: Inhanguera, Erasto, Dé, Vicente Esteio, Eurico Bueno, Barbudinho, Canhoto, Zora, Camundongo, Lourival e Nequinha. O Artur de Souza entrou no lugar de Vicente Esteio. Citou ainda alguns nomes de jogadores mais antigos, fundadores do Lavras em 03/08/1913: Alfredo Fantazzini, Getúlio de Oliveira, Antônio e Álvaro de Carvalho, Armando Ganda.

Lavras, oh Lavras!

Bendita a história que torna presente o passado e nos faz reviver com saudade os tempos de outrora.

Não pudemos assistir aos jogos, mas podemos ler e ouvir as lembranças de quem fez história dentro do futebol, esporte que embriaga as multidões.

ZOROASTRO ROSA - ZORA - o craque do futebol lavrense é Gente da Terra.










Esperança: uma réstia de Luz.

Dia-a-dia que passa, sentimos que ao clamor velado das crianças de rua de nosso país, que passam fome, vivem na miséria, abandonadas, jogadas ao léu, ao Deus dará, sem saúde e sem casa, juntam-se vozes para reacender a memória do povo.

No calor dos noticiários dos órgãos de comunicação, a respeito delas, ficamos estarrecidos, indignados, mas ao mesmo tempo, indiferentes, porque pouco ou quase nada fazemos para minorar essa situação.

Impotência? Incapacidade? Falta de recursos? Ou simplesmete indiferentismo?

Não podemos nos esquecer de que um dia também fomos crianças e até atingirmos o estágio da idade adulta, passamos pelas fases da infância e adolescência, experimentamos diversos sentimentos, superamos esforços, conflitos, crescemos e, nesse trajeto, recebemos dos pais, educadores e comunidade os elementos essenciais para a formação de nossos hábitos, caráter, personalidade, como: atenção, orientação, amparo dedicação, carinho, amor.

Ao contrário, as crianças de rua nada têm e vivem em busca de alguma coisa. Vivem na simplicidade sem disfarces, sem truques, em meio às dificuldades e, muitas vezes, sob olhares gelados dos adultos. Assim mesmo, acalentam um grande sonho em seus corações, que é a esperança de um mundo melhor, no futuro.

Elas estão sedentas de amor, de autenticidade, de exemplos dignos, de verdade, de modelos de vida, de confiança, de uma prova concreta de que é possível ser feliz.

Ouvimos sempre essa frase: “País do Futuro”.

Não se construirá o país do futuro sem investir nas crianças .

Deixemos do lado o indiferentismo.

Deixemos de jogar nos outros a culpa dos problemas.

Ajudemos. Não fiquemos assistindo a eles, à distância.

As crianças de rua estão presentes nas tardes sombrias, nas noites frias ao relento, nos dias despovoados, nos amanheceres sem esperanças. Vamos transformar seus dias sem sol, sem cor, sem luz, em dias ensolarados, coloridos e brilhantes, para que a alegria brote de seus corações.

Crianças abandonadas...

Há anos, Lavras conta com uma voluntária anônima misturada à população e que vem cuidando dessas, numa demonstração de que, mesmo sendo pobre e simples tem como ajudar o próximo e mostrar a grandeza de sentimento e espírito de solidariedade.

É MIRANDOLINA DE JESUS, filha de Maria Antônia da Conceição, nascida em Lavras, MG, em 25/11/1929.

Estudou o primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa.

Originária de família humilde, cedo começou a trabalhar. Ainda menina, foi prestar serviços na casa de Marta Gattini, como pajem de Francisco. Permaneceu naquele emprego por cinco anos. Após, voltou para o Queixada, para trabalhar na fazenda de João Azarias de Carvalho. Aos 33 anos de idade, retornou a Lavras e trabalhou como cozinheira para Emerenciana Andrade, José Azarias, Bar e Restaurante Pinguim, Peixe Frito, Cisne, Tipuana. Em 1978, aposentou-se.
Mirandolina, mesmo antes de se aposentar, por volta de 1973, vem dedicando sua vida aos menores carentes, pois assumira no passado, consigo mesma, um compromisso de executar essa tarefa.

Aprendeu nos embates da vida que é servindo que se encontra a felicidade.

Por incrível que pareça, mantém hoje, em sua casa, uma casa simples, com apenas cinco cômodos, na Av. Sílvio Menicucci, 17 crianças que são seus verdadeiros filhos, oriundos de lares diferentes. A mais nova tem 20 dias e a mais velha 20 anos. É inacreditável, mas é realidade.

Ver para crer.

Sua luta diária é hercúlea. Às vezes não dorme. Faz todos os serviços de casa, pajeia, costura, leva as crianças para as escolas, buscando-as de volta, também a pé, no final dos períodos.

Indagada de como conseguia manter uma família tão numerosa com os parcos recursos de aposentadoria, mostrou-nos que Deus é muito bom. Tem conduzido para sua casa, além das crianças, a bondade dos homens, através de doações de alimentos, roupas, remédios e a força da fé para levar à frente essa missão.
Lucimara, Luiz Paulo, Tatiana, Jaqueline, Priscila, Tiago, Ana Carolina, Wesley, Natália, Isabela, Bruno, Élcio, Bruno, Clara, Regina, Estefânia e Marcos Fernando formam essa família maravilhosa.

São 17 crianças que não estarão perambulando pelas ruas. São 17 crianças que estão recebendo carinho, amor, educação, alimento e um lar.

A casa de Mirandolina é um ninho a agasalhar filhotes. É um coração cheio de amor que aquece e alimenta os que sentem frio e fome.

É um espelho para que possamos ver o que passa ao nosso redor, principalmente com as crianças de rua.

MIRANDOLINA DE JESUS, a mãe adotiva, é Gente da Terra.









UNIVERSIDADE: um sonho

Lavras, terra das escolas, da cultura, do saber, da tradição, desde os primórdios de sua existência, estabeleceu-se como um polo educacional no Brasil e, há anos, acalenta um grande sonho: uma universidade.

A história é testemunha de sua vocação educacional com o Colégio Mineiro, datado de 1857; com o Grupo Escolar Firmino Costa, o terceiro a ser implantado em Minas, em 1907 e que revolucionou o sistema pedagógico da época com seus cursos práticos, numa antevisão do futuro; com a vinda do Instituto Evangélico (Instituto Gammon), em 1893, hoje com os recursos de Educação Física e Administração de Empresa, além do 1º e 2º graus; com a criação da Escola Superior de Agricultura de Lavras – ESAL - em 1908, com seis cursos de graduação: Agronomia, Zootecnia, Engenharia Agrícola, Engenharia Florestal, Administração de Empresas Rurais e Cooperativismo, Medicina Veterinária, doze cursos de pós-graduação, dez a nível de Mestrado e dois a nível de doutorado; com os colégios: Estadual, Polivalente, CNEC, Tiradentes, Lourdes, Aparecida, Centro Educacional da Criança, CAIC; com as Escolas Estaduais de 1º e 2º graus; com o Instituto Superior de Ciências Artes e Humanidades de Lavras - INCA - Faculdade de Filosofia - Odontologia - Fisioterapia; e ainda cursos isolados.

Todo esse complexo educacional tem demonstrado, através dos anos, que não é por acaso que Lavras ostenta os títulos: “Terra dos Ipês e das Escolas”; “Aqui se Respira um Ar de Cultura”; “Uma das Capitais da Inteligência do Brasil.”

Justificam-se tais titulações porque Lavras, por suas instituições de ensino e os profissionais que aqui se graduam, projeta para todo o país e, até mesmo para o exterior, seu alto grau de ensino.

Além do que, como cidade-polo se insere de forma própria no centro da área física das três maiores capitais do país: Belo Horizonte Rio de Janeiro e São Paulo. Complementando, tem ainda uma população de 80.000 habitantes da qual 1/3 estuda, somada aos inúmeros estudantes imigrantes de outras plagas.

Diante de tais transparências, alguns trabalhos e manifestações já foram realizados na ESAL para a transformação dela em Universidade de Lavras, assim como, num passado recente, semelhante processo foi desenvolvido, junto ao Estado, para a inclusão do INCA na Universidade Estadual de Minas Gerais.

Salienta-se que, objetivando tais posicionamentos, estarão concretizando um sonho e atendendo às aspirações de todas as forças vivas da comunidade lavrense, das regiões de Minas e do Brasil.

Falando-se em Universidade, vem-nos à mente a lembrança de um grande educador que desde sua chegada a Lavras pautou a vida pela educação. Por isso, nossa coluna, hoje, faz perfilar um personagem que tem dedicado sua existência à nobre causa do saber.

PROFESSOR CANÍSIO IGNÁCIO LUNKES, filho de Emílio Henrique Lunkes e Thecla Lunkes, nasceu em São Luiz Gonzaga, RS, em 13/03/1929.

Fez as quatro primeiras séries no 1º grau na Escola Paroquial de sua cidade natal. As quatro últimas e o segundo grau, no seminário Sagrado Coração de Jesus, Corupá, SC. O Curso Superior de Filosofia, na Faculdade Dom Bosco, em São João Del Rei. Teologia no Convento Sagrado Coração de Jesus, em Taubaté, SP. Cursou ainda, em especialização: Sociologia, Psicologia, Orientação Educacional, Psicanálise, Filosofia, Comunicação e Liderança.

Professor Canísio aportou em Lavras vindo de Taubaté, SP, em 28/12/1957, quando deixou o seminário para trabalhar como professor no Colégio Nossa Senhora Aparecida, a convite do Padre José Poggel. Permaneceu nesse educandário até 1980, lecionando várias disciplinas. Paralelamente dispensou seu tempo também às escolas: Estadual Dr. João Batista Hermeto (por concurso), no Colégio de Lourdes, Escola Estadual Tiradentes. Desempenhou a docência no INCA, FAFI de Três Corações. FAFI de Boa Esperança, Instituto Sagrado Coração de Jesus, em Brusque, SC, Instituto Goethe de Belo Horizonte na filial de Lavras.

A vida do nosso personagem sempre foi voltada para a educação. Tanto é verdade que foi, ao lado de companheiros, o organizador e responsável pela implantação e funcionamento do Instituto Superior de Ciências, Artes e Humanidades de Lavras, diretor do INCA; Presidente do Conselho Diretor da Fundação Educacional de Lavras; um dos fundadores e o primeiro diretor do Ginásio Pedro Sales; fundador e organizador do Ginásio Secundário de Ijaci, MG; Membro do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais; Membro da Comissão Municipal de Ensino de Lavras.

Foi também aqui em Lavras, no ano de 1958 que conheceu Marília Amaral Lunkes, com quem se casou em 1960, de cuja união nasceram os flhos Luiz, Érico, Cristiane e Johann.

Pelos relevantes serviços prestados à educação e às comunidades, foi agraciado com os seguintes títulos: Cidadão Lavrense - Câmara Municipal - 1973; Cidadão Honorário de Ijaci - Câmara Municipal - 1976; Comendador e Cavaleiro Sagrado da Ordem Militar e Hospital de São Lázaro de Jerusalém e de Nossa Senhora do Monte Carmelo; Presidente Honorário Perpétuo do setor local do Ginásio Secundário de Ijaci-MG; Benfeitor da Faculdade de Filosofia de Três Corações; Diploma Destaque - Serviços Prestados à Comunidade Lavrense -Tribuna de Lavras; Insígnia da Inconfidência - Governo do Estado de Minas Gerais e outros.

Professor Canísio é rotariano e seu lema de vida é servir.

Seu trabalho em prol da educação sempre encontrou ressonância em vários companheiros que por ele são lembrados e enaltecidos.

O educador e professor de História, Francês, Inglês, Alemão, Psicologia e outras disciplinas, além dos ensinamentos ministrados ao longo do tempo, abre à comunidade de Lavras, através de suas obras na educação, as portas para a tão sonhada UNIVERSIDADE .

PROFESSOR CANÍSIO IGNÁCIO LUNKES é Gente da Terra.









Liberdade

A liberdade nasce com o homem.

Como é bom ir, vir, fazer ou deixar de fazer alguma coisa, manifestar-se, ter uma crença, praticar uma atividade intelectual científica e de comunicação, ter privacidade e tantas outras atitudes inerentes à liberdade e aos direitos humanos.

O homem, por ser um animal político, isto é, social, como tão bem definiu o sábio grego Aristóteles, há quase dois mil anos, não nasceu para viver isolado, mas em contato com os outros homens para participar e aprimorar a vida em sociedade.

Em razão da convivência do homem com os outros homens, como se sabe, podem advir conflitos de interesses, quando os de uns se opõem aos dos outros. Aliás, não poderia ser diferente, pois cada um tem sua individualidade.

Na luta pela vida ele é capaz de vencer dificuldades e superar obstáculos. De conquistar e perder. De magoar e perdoar. De sofrer e alegrar. De construir e destruir. De escolher o certo e o errado.

A liberdade está na consciência da escolha.

Errar!

Todos nós erramos. Uns mais, outros menos. Consciente ou inconscientemente. Ninguém pode dizer que é perfeito, pois o erro é do homem. É como a dor, todos sofrem. Uns de uma forma, outros, de outra, mas ninguém escapa do sofrimento.

Em sociedade, quando o homem pratica um ato ilícito, torna sua liberdade restrita e, julgado culpado, passa a cumprir penas privativas de liberdade como a de reclusão e detenção, em penitenciárias, colônias ou casas de albergados, ficando separado dos seus familiares, da sociedade e pagando pelos seus erros, por um tempo determinado.

Exatamente falando sobre esse homem ou melhor sobre esses homens, seres humanos, nossos semelhantes que, por um motivo ou outro não nos cabe aqui analisá-los, desviaram-se do caminho e passaram a viver separados num daqueles estabelecimentos.

Nossa coluna, hoje, traz para perfilar uma personagem que durante anos e anos esteve à frente de um serviço social solidário, junto à cadeia, levando àqueles o conforto espiritual, palavra amiga, orientação, alimento, remédio, médico, dentista, professor, advogado com a certeza de recuperação e volta deles aos seus lares, ao convívio dos seus, da sociedade - reabilitados para um novo começo.

É a PROFESSORA MARIA DE LOURDES RIBEIRO NOGUEIRA , filha de José Batista Ribeiro e Olívia Lopes Ribeiro, nascida em Macaia, MG, em 16/01/1902.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual de Lambari. As quatro últimas e o curso normal, na Escola Normal de Três Corações.

Depois de formada, casou com Antônio Alves Nogueira. Roseando Francisco Ignácio é o filho que a acompanha até os dias de hoje.

Seu marido era itinerante e, em sua companhia lecionou em várias cidades: Carmo da Cachoeira, Nepomuceno, Lavras, Lambari, Rezende e em Baependi, onde se aposentou. Prestou também seu labor na zona rural.

Depois de aposentada, veio para Lavras e morou com sua irmã Iolanda, com D. Antonia Siqueira e ainda com a irmã, Iracema, na Vila Murad.

Fatos importantes marcaram a vida desta professora. Não só profissional como socialmente.

Um deles nos chama a atenção sobremaneira: quando estava com aproximadamente quatro anos de idade, recebeu de sua mãe um pedaço de doce (rapadura) e, ao invés de saboreá-lo totalmente, retirou-lhe uma parte do mesmo e levou-a para o preso, na cadeia que ficava próxima de sua casa, na cidade de Lambari.

A mãe ficou admirada com a generosidade da criança. Ela que pensara somente na alegria proporcionado à filha, naquele instante, foi surpreendida pela atitude de grandeza da criança, na sua simplicidade.

Com essa amostra, não poderia ser diferente a vida de nossa personagem. Foi uma vida dedicada aos detentos.

Desde que chegou a Lavras, desenvolveu um trabalho de assistência aos presos da cadeia local, através de campanhas comunitárias e amigos da 1ª Igreja Presbiteriana. Encontrou nessa jornada de servir e de amor ao próximo muitas adesões. Conseguiu, ao longo do tempo, recuperar muitos deles, tendo inclusive formado um em Direito.

Por seu trabalho em benefício dos presos foi, certa vez, homenageada pela Câmara Municipal de Lavras. Recebeu também de alguns recuperados cartas de reconhecimento e gratidão.

Maria de Lourdes Ribeiro Nogueira é mais um dos servidores anônimos que olha por aqueles que muitas das vezes são esquecidos pelos amigos, pelos familiares e pela sociedade.

A PROFESSORA MARIA DE LOURDES RIBEIRO NOGUEIRA é Gente da Terra.







Primavera

Num desespero final, agosto vai se despedindo do ano, com saraivadas de ventos frios e cortantes e leva consigo os agouros, deixando, em cada canto, a beleza das cores nas flores, que surgem, com a primavera.

Já e setembro. O colorido abraça a natureza e a alegria se faz presente. Começa um verdadeiro desfile: o ipê amarelo mesclado com o branco, o roxo e o rosa, aqui, ali e acolá; as gramíneas verdes atapetam o solo e refletem esperança; as margaridas e gérberas dançam ao sabor da brisa; as rosas em botão se abrem num verdadeiro sorriso à vida e, lá no alto, espargindo luz e calor, de braços abertos, está o sol, iluminando a natureza e embelezando-a com seu maravilhoso jogo de luz, está o arco-íris.

É primavera.

Estação da graça, da beleza e das flores.

Com essa introdução, nossa coluna, hoje, traz para perfilar um personagem que tem muito a ver com a mãe natureza. É o agrônomo e professor que tem dedicado parte de sua vida às causas comunitárias e à defesa do meio ambiente.

PROFESSOR LUIZ CARLOS GONÇALVES COSTA, filho de Eurico de Oliveira Costa e Antonietta Gonçalves Costa, nasceu em Juiz de Fora, MG, em 20/01/39.

Fez as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual Antônio Carlos, as quatro últimas no Ginásio Mariano Procópio, em Juiz de Fora. O segundo grau, parte no colégio São José (JF) e parte no Colégio Saleziano João Bosco, em São João Del Rei.

Teve uma infância saudável bem como a juventude.

Em 1957, ingressou na Escola de Sargento das Armas, em Três Corações - MG - onde exerceu a função de instrutor, por dois anos. Em 1959, foi transferido para o 11º RI, em São João Del Rei, onde permaneceu até 1962, exercendo funções importantes. Nesse ano foi transferido para o quadro de instrutores da 4ª Região Militar e classificado no Tiro de Guerra 264 - Lavras, MG. Em 1967 desligou-se , a pedido, do Serviço Militar Ativo do Exército.

Em Lavras, quando instrutor do TG, cursou Agronomia na Esal, tendo concluído o curso em 1966. Convidado, ingressou no quadro docente dela, em 1967, iniciando assim uma nova trajetória em sua vida.

Também foi em Lavras que conheceu Mariza Rafaela Mesquita Costa com quem se casou em 1967. Desse casamento nasceram os filhos: Luiz Carlos (Júnior), Érica e Rodrigo.

Fez vários cursos de especialização em Laticínios e Microbiologia de Alimentos.

Em 1974, foi selecionado para cursar na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, o Mestrado em Ciências de Alimentos, obtendo, em 17/12/76, o grau de Mestre, aprovado com “Distinção”, com média dez (10) e louvor por decisão inânime da Banca Examinadora. De 1966 a 1993, participou de inúmeros Cursos de Aperfeiçoamento em Ciências e Tecnologia de Alimentos. Exerceu o magistério superior, lecionando a nível de graduação e pós-graduação as mais diversas disciplinas. Participou de várias atividades culturais tanto na Esal, com em outras universidades.

Foi consultor, revisor da Revista Ciências e Prática da Esal; Revista Pesquisa Agropecuária Brasileira, da Embrapa; bolsista do CNPq; publicou artigos científicos em revistas especializadas; orientou teses de mestrado; participou de congressos, seminários e Workshop. Publicou monografias e um livro sobre a História da Extensão Universitária da Esal; proferiu palestras; participou do grupo de trabalho “A Extensão Universitária no País”, a convite do Ministro da Educação; presidiu o grupo de trabalho encarregado da elaboração de uma política agrícola para Minas, como subsídio à comissão de transição do Governo Hélio Garcia.

Dentre suas múltiplas atividades administrativas, na Esal, destacam-se: chefe de Departamento, Coordenador Geral de Extensão, Membro da Egrégia Congregação e do Conselho Departamental, Presidente da ASPESAL por duas gestões. Institui a FAEPE em 1976, orgulho para a Escola e para Lavras. Exerceu o cargo por mais de 7 anos. Atualmente é o Diretor-Tesoureiro da COOPESAL.

Na vida comunitária foi sócio-fundador do Rotary Clube Lavras Sul, e ali presidente das avenidas, secretário e presidente do Clube, secretário do governador do distrito 4560 - gestão 90/91, representante do governador gestão 92/93, presidente da Comissão Distrital Preserve o Planeta Terra, presidente da Comissão Distrital do Meio Ambiente. Na APAE, foi conselheiro e vice-presidente, e ainda presidente do Aero Clube de Lavras, tesoureiro do Lavras Tênis Clube. Presidiu a campanha “Por uma Cidade Melhor” e atualmente, é membro do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (CODEMA); Educação e Cultura, Saúde, Prevenção e Combate à Cólera. É professor na Faculdade de Educação Física do Instituto Gammon.

No decorrer de sua vida foi alvo de inúmeras honrarias: Elogios individuais - Exército Brasileiro - Três Corações e São João Del Rei; destaque 2º lugar no TG 264 em toda a região - 4ª RM; Formandos da Esal - 1971; Presidência de Honra - Lira Musical Lavrense Carlos Gomes; lista sêxtupla - escolha de diretor - Esal - 79/83; Rotariano do ano - 86/87 - Lavras Sul; Rotariano 100% - 90/91 e 92/93; homenagem do Governador - 90/91; também dos professores e funcionários da Esal; Título Paul Harris - 1992 - Rotary Internacional; Moção do Distrito 4560 - 90/91; homenagem - Museu Bi Moreira - 1983; homenagem ASPESAL - 90/92; Conselheiro do Memorial Francisco Ribeiro de Carvalho - Cruz Vermelha de Lavras - 1991; outros.

Professor Gonçalves sente-se orgulhoso por ter prestado serviços ao Exército Brasileiro e à Escola Superior de Agricultura de Lavras-Esal. Como rotariano, sócio do Rotary Clube de Lavras Sul, tem sido uma verdadeira alavanca impulsora do servir à comunidade.

Não nasceu em Lavras, mas casou com uma Lavrense e tem três filhos lavrenses. É lavrense de coração.

PROFESSOR LUIZ CARLOS GONÇALVES COSTA é Gente da Terra.







Viagem

Captando os sons suaves de violinos que adentram mansamente em nossos ouvidos, voamos nas ondas melódicas da música italiana, viajamos através dos pensamentos, dando asas à imaginação e sonhamos. Tudo é possível, tudo se realiza, encontra-se a felicidade.

Como num passo de mágica, chegamos à Itália, país depositário da arte de tantos artistas como Miguel Ângelo, Rafael, Leonardo da Vinci; da música de Puccini, Verdi, Enrico Caruso, Maria Callas, Pavarotti; do teatro de Dante Alighieri; da história dos Romanos e dos Italianos.

Tantos e tantos anos são passados, séculos, e ali está a velha Itália, conservando suas obras, seus templos, seus palácios, tudo sem alterar seu aspecto tradicional, mostrando ao mundo que o presente é feito do passado e que o futuro se espelha no presente.

Itália!

De norte a sul, torna-se difícil escolher o que de mais belo pode-se contemplar. Das divisas com a França, Suíça, Áustria, Iugoslávia até a Sicília, na Calábria, no pé da bota, tudo vale a pena visitar, para sentir emoções e alimentar o espírito: Milão do Teatro Scala; Roma do Foro Romano, do Coliseu; Vaticano da Basílica de São Pedro, da Capela Sixtina; Nápoles - Capri - da Gruta Azul; Pompéia, cidade soterrada pelo Vesúvio; Veneza, cidade construída sobre as águas, das gôndolas; Verona do Teatro de Arena; Morigerati (Salermo), terra do Carlo Del Prete; Vicenza, cidade da família Frasson (Fernando); Ferrara, terra natal da família Mazzochi e tantas outras belíssimas cidades, com suas peculiaridades histórias, berço de tradicionais famílias lavrenses.

Nossa coluna, hoje, afinada com os acordes de uma música, traz para perfilar o nosso personagem, um descendente italiano, radicado em Lavras há mais de 50 anos e, que durante sua vida, tem deixado marcas profundas em nossa comunidade.

É O EMPRESÁRIO VICTORINO MAZZOCHI, filho de Hugo Mazzochi (italianíssimo) e Elvira Ramalho Mazzochi, nascido em Belo Horizonte, MG, em 13/07/1917.

Mazzochi fez as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual José Bonifácio, em Belo Horizonte. Aprimorou seus estudos com o saudoso Professor Abelardo Guerra, em Lavras.

Sua infância foi como a de uma criança comum, mas sua adolescência quase não a teve, pois muito cedo começou a trabalhar na antiga Casa Guanabara, em Belo Horizonte.

Foi escoteiro, pois tinha o espírito desbravador, gostava de desafios, realizava-se no cumprimento do dever.

Em 1932, ingressou na gloriosa Polícia Militar de Minas Gerais, BH tendo sido nesse mesmo ano transferido para Lavras, em companhia de outras milícias, sob o comando do Coronel Persilva, para instalar, nessa cidade, o 8º Batalhão de Polícia - Inicialmente, era denominado 8º BCM e instalado no prédio em frente à Praça D. Josefina e no prédio em frente ao Clube de Lavras. Um fato chamou a atenção nessa época. Como não havia em Lavras acomodações suficientes para todos os militares, eles foram recebidos em casas de família, até a edificação dos alojamentos próprios, no local conhecido por Alto de Santa Efigênia.

Um dia, como não poderia deixar de ser, passeando no jardim da Praça Dr. Augusto Silva, conheceu Martha Mazzochi. Namoraram e noivaram por seis anos. Nessa ocasião foi transferido para Extrema. Ficou lá um mês. Não concordou com a mudança e pediu baixa à Polícia Militar, saindo como cabo. O comandante do 8º, à época, era o Coronel Soares Júnior.

Em 1938, casou com Martha. Desse casamento nasceram os filhos: Sérgio, Hugo, Itamar, Nádia e Fábio.

Como civil, foi trabalhar no Jorge Zakhia (hoje Estabelecimentos Zákhia), pois seu sogro Godinho lhe conseguira um emprego de balconista com o sr. Jorge Zakhia.

Trabalhou como empregado até 1951, quando foi convidado pelo proprietário, para participar como sócio da empresa, em reconhecimento à sua capacidade, honestidade, tenacidade. Nesse interregno, além de balconista, viajou para a firma em toda a Minas Gerais, ora em lombo de cavalo, ora em trem, ora num fordinho 29.

Até hoje não esmorece. No trabalho, é o primeiro a chegar e o último a sair, embora aposentado.

Não esquece os ensinamentos preciosos que aprendera com Jorge Zakhia sobre a arte de comerciar e a ele é eternamente grato.

Victorino Mazzochi foi também um dos fundadores da Distribuidora de Bebidas Lavras e Eletrovidros Zakhia.

Na vida diária, gosta mais de ouvir do que de falar.

Tem hobbyes como curtir as delícias da natureza no sítio Santa Martha, ao lado dos familiares e amigos; viajar, de vez em quando, para a Itália, a fim de ver a terra dos ancestrais, matar a saudade dos parentes e amigos que lá residem; ouvir boas músicas, e dentre essas, as interpretadas pelo seu filho Hugo (tenor) e acompanhar sua esposa Martha nos recitais dos quais participa como professora de violino.

Foi agraciado no Rotary Clube de Lavras Sul com um Diploma de Honra ao Mérito, pelos serviços prestados `a comunidade através da empresa da qual é sócio.

Victorino Mazzochi é um empresário que exerce a atividade comercial há mais de 50 anos, em Lavras e goza do respeito e admiração dos lavrenses.

O EMPRESÁRIO VICTORINO MAZZOCHI é Gente da Terra.










Lembramos, não faz muito tempo, nas cidades do interior e mesmo nas capitais, determinadas pessoas eram distinguidas com um tratamento especial e, dentre essas, o PROFESSOR. Quanto ele chegava à sala de aula, os alunos se levantavam e o reverenciavam, em sinal de respeito e admiração. O PROFESSOR era o MESTRE. Tinha um padrão de vida compatível com a sua profissão.

O tempo passou e as coisas mudaram.

O PROFESSOR, elemento disseminador da cultura, formador de personalidade, moldador de caráter, continua sendo o mesmo idealista, preocupado com o futuro da juventude e do país, mas esquecido daqueles que, passando pelos bancos escolares, recebem seus ensinamentos, galgam altos postos e adquirem notoriedade.

Esquecimento, baixo salário, condições precárias de trabalho não impedem a perseguição obstinada para se atingir o alvo - EDUCAR PARA A VIDA. Essa é sua missão, pois ele acredita na EDUCAÇÃO como fator principal de desenvolvimento e crescimento de uma nação.

Ensinar as letras, as quatro operações, os conteúdos programáticos, despertar o espírito de brasilidade, de civismo, de amor à Pátria, ver o educando crescer física, intelectual, espiritual e moralmente é seu ideal, é sua meta maior. A função de MESTRE é, acima de tudo, um sacerdócio que busca, através do amor - amor à profissão, amor às pessoas - multiplicar e ativar os talentos de cada ser, para formar uma mentalidade, a consciência dos verdadeiros valores que dignificam e enobrecem o homem.

MESTRE - haverá por certo algum dia sem sol, mas não haverá, jamais, um dia sem luz, porque você estará sempre presente.

Nossa coluna, hoje, traz para perfilar um PROFESSOR dentre os milhares espalhados por esse Brasilafora, incumbidos da formação integral do homem.

É O PROFESSOR DR. RENATO DE AQUINO PÁDUA, filho de João Renato de Pádua e Maria do Rosário Pádua, nascido em Lavras, MG, em 19/06/1910, neto de Misseno de Pádua e Maria Benvinda de Pádua.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual Firmino Costa. As quatro últimas e o 2º grau, no Instituto Gammon. O curso de Odontologia foi iniciado em Uberaba e concluído em Alfenas, em 1937. Fez ainda cursos de Cades, habilitando-se para o magistério nas disciplinas: Desenho, Ciências, Geografia e História.

Sua infância foi vivida, em parte na Fábrica Velha (Dr. Jorge) , ao lado dos irmãos: Túlio, Luiz, José, Maria Helena, Carmen, João e Maria Benvinda (D. Vindinha), onde seu pai era gerente da Cia. Fabril Mineira. Mais tarde, com a transferência da Fabril para Lavras, a família também se mudou.

No Gammon, estudou em regime de semi-internato. Formado em Odontogia, em Alfenas, retornou a Lavras e, em 03/09/38, casou com Maria Coimbra Pádua, a qual namorava desde 1928. Desse casamento nasceram os filhos: Sueli e Pedro.

Como dentista, trabalhou em Campo Belo, Lavras, Cabo Verde e Governador Valadares.

Em 1950, quando foi para Governador Valadares, além das atividades odontológicas no SESI e clínica particular, lecionou no Colégio Presbiteriano e fundou o Colégio Clóvis Salgado, tendo em anexo, a Escola de 1º grau denominada Instituto Tiradentes. Nessa cidade, fez parte da Loja Maçônica Mestres do Vale, tendo sido seu venerável.

Em 1960, a convite do amigo Sílvio do Amaral Moreira, Bi Moreira, voltou para Lavras para lecionar no Instituto Gammon, ao lado de inesquecíveis MESTRES: Roberto Coimbra, Lourdes, José Lima, Jair Guaracy, Waldir Azevedo, Sinval Silva, tantos outros. Paralelamente, lecionou também na escola Estadual Dr. João Batista Hermeto.

Durante sua vida foi sempre alvo de elogios e homenagens pelo seu jeito de ser. Paciência e bondade foram sua virtudes primordiais, a par da competência como MESTRE.

Recebeu uma significativa homenagem da Loja Maçônica Mestres do Vale de Governador Valadares, no Jubileu de Prata - 1951/1976.

Da comunidade lavrense, dos colegas e alunos do Instituto Gammon e Estadual, sempre mereceu respeito e admiração.

PROFESSOR Renato, como tantos PROFESSORES, sempre falou a linguagem do amor e por isso ocupa um lugar de relevo e é sempre lembrado como MESTRE e EDUCADOR.

PROFESSOR DR. RENATO DE AQUINO PÁDUA é Gente da Terra.








ARTE - A beleza das obras está em Deus e nas mãos de quem cria.

A arte está na imaginação do homem que viaja para dentro de si mesmo, governa seus pensamentos e busca na fertilidade de sua mente a REPRODUÇÃO DAS FORMAS que manifestam sua intimidade, passando do abstrato para o concreto, do obscuro ao transparente, através da técnica, tirocínio, paciência, habilidade, liberdade, criatividade.

Ela é tão antiga quanto à humanidade, pois é o homem o seu criador. Não tem idade e por isso não envelhece. Está sempre nova.

Olhe ao seu derredor. Sua sensibilidade lhe permite. Veja quanta coisa bonita, quanta beleza para se admirar.

Olhe mais adiante, além de você mesmo. Contemple as obras de Niemeier, Burle-Max, Portinari, Di Cavalcanti; as obras de Antônio Francisco Lisboa (ALEIJADINHO); a Pietá, de Miquel Ângelo; as pinturas - “Mona Lisa” e “A Ceia”, de Leonardo da Vinci; a “Mulher do Espelho”, de Pablo Picasso; a Estátua da Liberdade, em Nova York; as Muralhas na China; o Arco do Triunfo, em Paris; o Cristo Redentor, o Bondinho do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, tantas outras obras de arte existentes.

A arte está presente em todos os lugares, nas pequenas e nas grandes obras, emocionando e fazendo o homem feliz.

A imaginação e a criatividade do homem são realmente incríveis.

Ele é o artífice coadjuvante que, o ajuda, com seus toques mágicos, põe mais beleza no mundo e na vida do ser humano.

Falando em arte, artífice, nossa coluna, hoje, traz para perfilar um dos mais antigos artesãos do couro e produtos similares que, por 50 anos, em Lavras, tem, com sua arte, criado e recriado muitos modelos de calçados para mostrar as formas, os contornos as linhas, guardar, proteger os pés femininos, masculinos, infantis ou adultos que caminham por esse mundo de Deus.

É O ARTESÃO MAURÍCIO BATISTA ALVES, filho de Abelardo Batista Alves e Maria da Conceição Alves, nascido em Coqueiral, MG, em 13/01/1921.

Estudou apenas alguns meses numa escola municipal de sua cidade, pois sua deficiência visual (miopia) o impossibilitava de continuar.
Sua infância e adolescência foram vividas em sua terra natal.

Aos 17 anos, foi para Nepomuceno, onde aprendeu o ofício de sapateiro e passou a fabricar chuteiras.

Em 1939, mudou-se para a Fazenda do Lenheiro, em Lavras, para trabalhar no fomento de fumo. Permaneceu ali dois anos.

Em 1941, veio para a zona urbana e passou a trabalhar, à noite, no “Dufles’Bar” (antigo Bar Antártica, na Praça Dr. Augusto Silva) e durante o dia, aprimorava seus conhecimentos artesanais de sapateiro com Samuel Henrique, o “Mié”, na sapataria onde é hoje o prédio do Ciro Arbex.

Em 1943, adquiriu, em sociedade com Samuel Henrique, uma pequena fábrica de calçados, na rua Cincinato de Pádua (atrás da Igreja do Rosário), onde fabricavam calçados sob medida, desde botas masculinas até o famoso Luiz XV. Nesse tempo, saliente-se, as meninas-moças de Lavras e região, encantadas com as modas lançadas pelas atrizes famosas, solicitavam ao artesão que lhes reproduzisse modelos exibidos por aquelas, em filmes que se tornaram clássicos na literatura do cinema. Tudo era feito à mão, com a criatividade do profissional. João da Sá Carminha, Samuel Henrique, Luiz, Júlio Henrique, Maurício Sanábrio, Pedro e outros formavam sua equipe de trabalho.

Foi nesse tempo que iniciou também, na Sapataria Santo Antônio, o conserto de calçados.

Em 1946, casou com Geny, América Alves. Desse casamento nasceram os filhos: Naly, Ronaldo, Rômulo e Rosa Maria.

Em 1964, transferiu para a sede própria, na rua Santana, a Sapataria Santo Antônio e, em março de 1993, inaugurou, no Distrito Industrial, juntamente com seus filhos Ronaldo e Rômulo, a fábrica de Calçados e Materiais Esportivos Finotti-Masson - que distribui seus produtos para todo o país.

Além de suas atividades profissionais, organizou, em Lavras, dez campeonatos de Douradinha, tendo sido campeão por três vezes, ao lado de Fofinho, Ary, Mazinho, Dely Leão, José Antônio, Itamar e outros. Esses campeonatos foram realizados no Clube de Lavras, Lions e Sapataria Santo Antônio.

Por ser um profissional competente, habilidoso, prestador de serviço à comunidade, foi agraciado em 1992, com o título de Empresário do Ano - ACIL - 50 anos.

No Salmo 19 encontramos: “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”.

Fabricar calçados, materiais esportivos, consertá-los exige arte, técnica, habilidade.

Como dissemos, a arte está presente nas pequenas e nas grandes obras.

O ARTESÃO-SAPATEIRO - MAURÍCIO BATISTA ALVES é Gente da Terra.








Os invisíveis seres microscópicos

Eles estão por toda parte. No ar, na água, no solo, nos animais, nos vegetais. A olho nu é impossível visualizá-los. Para vê-los necessitamos recorrer ao uso do microscópio simples ou eletrônico. Alguns deles são benéficos, outros, prejudiciais aos seres vivos.

Quando parasitam as plantas e animais, descaracterizam a perfeita harmonia orgânica, trazem desequilíbrio e provocam doenças.

Hospedando-se no organismo humano, há necessidade de se buscar nas técnicas científicas a solução para combatê-los.

São os vírus causadores de tantas doenças como poliomielite (paralisia infantil), gripe, sarampo, caxumba, hepatite, outras e, mais recentemente, a AIDS; as bactérias responsáveis por difteria (crupe), pneumonia, amigdalite, abscessos; os fungos causadores das micoses, botulismo; os protozoários causadores de amebíase, balantidíase, giardíase, malária, doença de chagas, outras.

Muitas são as doenças que advém desses seres invisíveis. Mas, graças aos recursos tecnológicos, aos medicamentos, à perícia dos bioquímicos, cujo estudo é o mundo microscópio, o planeta Terra se alivia aos poucos, desses flagelos que ameaçam a saúde do homem, dos animais e plantas.

Bioquímicos, em laboratórios sofisticados, investigam esses seres e oferecem aos médicos e pacientes com diagnósticos precisos e avaliações para o tratamento, constituindo dessa feita num grande apêndice à medicina.

Convivendo com o mundo microscópico, nossa coluna, hoje, traz para perfilar o personagem que vive estudando esses seres.

É O BIOQUÍMICO DR. JOSÉ ALAIR COUTO, filho dos saudosos e inesquecíveis José Vilela Couto e Geralda Junqueira Vilela, nascido em Boa Esperança, em 20/03/1943.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual de Coqueiral. As quatro últimas no Colégio Domingos Sávio, em Paraguaçu. O segundo grau foi feito em Varginha, Três Corações e Belo Horizonte e o curso de Farmácia e Bioquímica, na Universidade Federal de Minas Gerais.

Sua infância foi vivida na cidade de Coqueiral e a adolescência, em Paraguaçu.

De Três Corações foi para Belo Horizonte, fazer a 3ª série do 2º grau e se preparar para o vestibular. Como havia acontecido um problema na fazenda de seu pai (caiu um raio durante uma tempestade e matou quase todo o gado de leite), teve que arranjar um emprego, para se manter na Capital. A convite do Dr. Américo Gasparini, trabalhou no Hospital Felício Roxo e, no ano seguinte, foi para a Cia. de Seguro Minas Brasil.

Prestou vestibular para medicina, ficando como excedente, optando então, para Farmácia e Bioquímica. Quando cursava o 3º ano, foi chamado como excedente para matricular-se em Medicina. Não aceitou e concluiu o curso por gostar dele e ter certeza de que aquela era realmente sua vocação.

Teve uma vida estudantil muito ativa. Foi presidente do Diretório Acadêmico e presidente da Comissão de Formatura.

Em 1970, formou-se. Estagiou no Laboratório do Hospital da Balela, BH, e Hemoclínica, do Laboratório do Hospital Felício Roxo. Dali, a convite do Dr. José Carlos Loyola, veio para Lavras, trabalhar no Laboratório Santa Cecília, onde está até hoje, como seu sócio majoritário.

Em 1972, casou com Maria Deli Figueiredo Couto. Desse casamento nasceram os filhos Alessandra, Adriana e André, todos lavrenses.

Depois de formado, fez muitos cursos de especialização. Entre eles estão: Medicina Nuclear, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro; curso no Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN), onde obteve licença para trabalhar com Radioisótopos In Vitro; curso de Micologia, na USP, em São Paulo; Curso de Fertilidade e Espermograma, na Universidade Católica, em Porto Alegre, RG; curso de Gasometria, em Recife e outros.
Em 1971, como cidadão prestante à comunidade, foi convidado a ingressar no Rotary Clube de Lavras Sul. Está lá desde aquele tempo, tendo, durante esse período, ocupado todos os cargos de diretoria, inclusive a presidência, com destacada atuação.

Na Santa Casa de Lavras, também ocupou todos os cargos de diretoria. Foi um dos responsáveis, juntamente com o Dr. Sílvio Menicucci e outros, pela construção do novo prédio.

Seu laboratório foi distinguido com os diplomas de Excelência de Qualidade, por várias anos. Em 1992, foi destacado entre os melhores do país.

Sua maneira de viver é invejável. Aplica à profissão e à vida as normas do Rotary. A Prova Quádrupla é sua bússola de conduta. É a verdade? É justo para todos os interessados ? Criará boa vontade e melhores amizades? Será benéfico para todos os interessados?

Servir é seu lema.

Tem como pensamento o seguinte: “Não basta passar pela vida como meros espectadores - alfaiates do efêmero - mas como efetivos participantes dela - construtores para a eternidade.”

Vencer não é tudo, mas o esforço para vencer é.

Dr. José Alair está em Lavras há 23 anos.

Orgulha-se de viver aqui com sua família.

O BIOQUÍMICO DR. JOSÉ ALAIR COUTO é Gente da Terra.








Busca - um desejo de todos.

Os homens e mulheres nascem bonitos e atingem na juventude o apogeu da beleza física. Depois de experimentar esse êxtase, a vontade é continuar assim, jovem.

Entretanto, aos 25 anos aproximadamente, já está em movimento, silenciosamente, o desgaste do organismo. As células, aos poucos, perdem sua capacidade de renovação e, de mansinho, o envelhecimento vem chegando. Surgem então os esteticistas, cirurgiões-plásticos com recursos e fórmulas mágicas para dribá-lo.

Lembramos que os alquimistas procuravam a “pedra filosofal”, capaz de transformar em ouro as outras substâncias, bem como procuravam descobrir a fórmula do “elixir da longa vida”, para as pessoas permanecerem sempre jovens.

Nos dias hodiernos, preserva-se a referida obstinação.

Não fumar, não beber, alimentar-se equilibradamente, fazer exercícios físicos, caminhar, cuidar da pele, frequentar academias e institutos de beleza são alguns dos processos de rejuvenescimento utilizados por homens e mulheres.

Essa busca é salutar.

Com esse raciocínio, nossa coluna, hoje, traz para perfilar a personagem que não é nenhuma alquimista, mas que por muitos e muitos anos ampliou os limites da beleza feminina, colocou mais graça e charme e transformou sonhos em realidade, em dias e noites de glória.

É A CABELEREIRA JUDITH ZEHURI MACIEIRA – JUDY - filha de Ibrahim Zehuri e Júlia Baraket, nascida no Rio de Janeiro, em 15/011920.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau no Colégio Regina Celi, RJ. As quatro últimas séries, no Colégio Irmãs Franciscanas, na cidade de Balbek, Líbano. O contabilidade, no Colégio Santa Terezinha do Menino Jesus, RJ.

Ainda menina, foi morar no Líbano, em companhia de seus tios e irmãos, após o passamento de sua mãe. Lembra que saiu do Brasil com apenas sete anos de idade. Permaneceu lá durante oito anos. Ali aprendeu a falar o árabe, o inglês e o francês, além do estudo regular. Retornando ao Brasil, instalou-se com a família novamente na Cidade Maravilhosa, por três anos. Do Rio foi para Varginha, depois para Caxambu, onde conheceu Rafael Macieira (DEGO), de saudosa memória. Em 1945, casaram-se. Desse casamento nasceram os filhos Tânia, Áthos e Tamara. Nessa mesmo ano, o casal mudou-se para Lavras, por motivo de transferência de trabalho, pois à época, Rafael, era funcionário do Banco Financial.

Radicada em Lavras, cidade que elegeu como sua, Judy montou seu instituto de beleza, para com sua habilidade e bom gosto, tornar a mulher lavrense mais bonita, atraente e radiante, com penteados, corte, reflexos, permanentes, maquiagens, tratamento especial para as mãos e pés, propiciando-lhes maior realce.

Judy, como é carinhosamente chamada na intimidade, fez muitas amizades em Lavras. Foi através delas que iniciou sua contribuição à comunidade, com desfiles de moda, penteados, bailes. O primeiro desfile realizou-se a pedido da Dra. Dâmina Zakhia, no sentido de angariar fundos para edificar o Pavilhão Mário Hugo Ladeira, no Hospital Vaz Monteiro. Um sucesso, no antigo Clube de Lavras. A renda que extrapolou as expectativas, foi direcionada para aquela entidade.

Posteriormente, outros eventos dessa natureza foram se sucedendo. Todos com êxito total e sempre com rendas revertidas para entidades filantrópicas. Tornou-se, por isso muito conhecida. Recebeu da comunidade muitos prêmios, não só pelos empreendimentos de cunho social, mas também por ser uma profissional de 1ª grandeza.

Os bailes, como os dos casados, deixaram grandes recordações. O baile do século, em 1968, esse realmente ninguém esquece. Basta lembrar que aqui esteve, no Clube de Lavras, numa noite memorável, como convidado seu e também dos médicos Pedro e Sílvio Menicucci, o ex-presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira, cujo encontro ficou registrado na foto que traz a dedicatória dele à nossa personagem. Esse acontecimento encerrou com chave de ouro sua participação na vida social de Lavras, cidade que a acolheu com simpatia e amizade.

Por seu instituto de beleza passaram muitas profissionais que, posteriormente, montaram seus próprios salões, dando continuidade à arte de embelezar as pessoas. Lembra-se com orgulho de Syrlene, Nally, Cida Motta, Dalva, Mirley, Lúcia, Nadir, Terezinha Fidelis.

Aqui fazemos um parêntese para falar de perto desses institutos de beleza.

ESQUINA 777

Esquina dos encontros

de ruas e praças


de pessoas que se cruzam


do ontem com o hoje


do antes com o depois.


Esquina da imaginação

onde as musas se adornam


se enfeitam e se elegem


as mais belas.


Esquina das maquiagens e fragrâncias

das delícias


dos desejos, das vontades


dos sonhos e da vaidade feminina.


Esquina da inspiração

da sensualidade


do prazer


da descoberta



onde faz renascer nas mulheres


a alegria de viver.


Não só as mulheres, mas todas as pessoas renascem e se rejuvenescem a cada momento, quando encontram, pelo caminho, profissionais que as fazem sentir-se mais felizes.

A CABELEREIRA JUDITH ZEHURI MACIEIRA – JUDY - é Gente da Terra.








BEM-TE-VI: recanto de um poeta.

Ao paraíso encantado do poeta foi dado esse nome para homenagear uma das aves mais populares do país, que tem as cores parda e amarela e um canto sonoro bem claro. Bem-te-vi.

Bem-te-vi, bem te vejo, oh! Natureza, mãe de todas as coisas. Dos rios, lagos, mares, matas, recanto onde se refugia um dos poetas lavrenses que, fugindo do burburinho da cidade, foi buscar abrigo em meio à natureza, junto à sombra das árvores, no colorido das flores, no canto dos pássaros, na limpidez das águas que rolam das serras, no brilho das estrelas, no pôr e no nascer do sol, deliciando-se com a calmaria e beleza da paisagem.

Recanto da paz, da calma, da serenidade que faz chegar, à imaginação, a inspiração capaz de captar, nos meandros dos pensamentos, para dar às pessoas fantasias, ilusões, esperanças, sonhos, alegria de viver e tudo que elas anseiam.

A sensibilidade do poeta o faz brindar, a cada instante, a vida, a natureza, os amigos, com drinques especiais de floração de amor, em meio ao silêncio do campo, deixando vaguear, na interioridade de seu ser, matizes cambiantes dos sentimentos, transportando-os na estrada do coração.

Poeta é poeta.

Fala com alma, fala com o coração.

Nossa coluna, hoje, traz para perfilar um personagem cuja sensibilidade é apreciada pelos mais exigentes leitores e admiradores da poesia.

É O POETA SEBASTIÃO NAVES DA SILVEIRA, filho de Joaquim Antônio da Silveira e Maria Naves da Fonseca, nascido em Macaia, MG, em 22/08/1917.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau em uma Escola Estadual de Macaia.

Sua infância, até os nove anos, foi vivida em sua cidade natal, a adolescência, em Oliveira. Foi lá também que exerceu inúmeras atividades profissonais e onde fez um curso prático de contabilidade.

Ao vinte e dois anos, veio para Lavras onde, por três meses trabalhou na firma Haical Haddad. Em seguida, prestou serviços no escritório de seu sogro José Rocha e em 1942, passou a exercer atividades contábeis para a Indústria Reunida de Cal.

Em 1948, casou com Ruth Rocha Naves. Desse casamento nasceram os filhos: Ricardo (de saudosa memória), Kênia, Kátia, Keila e Késia.

Em 1960, com o know-how adquirido através do tempo, montou seu próprio negócio, a Indústria de Cal “SN” - Empresa de Mineração - que tem como atividade a extração e beneficiamento de calcário, cuja produção é escoada para a região bem como distribuída para todo o território nacional. Esta empresa, juntamente com outras do mesmo grupo, gera empregos diretos e indiretos.

Paralelamente às atividades empresariais, nosso personagem, através do servir, tem dado uma contribuição valiosa aos vários segmentos da comunidade. Foi presidente e sócio fundador do Clube dos Comerciários, dotando-o de uma belíssima sede própria; presidente do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), durante dois anos por indicação do executivo municipal; presidente do Frabril Esporte Clube; tesoureiro da Associação Lavrense de Amparo aos Pobres ; secretário por vários anos do Diretório Municipal da UDN, partido pelo qual foi vereador de 1960 a 1964, tendo apresentado vários projetos de cunho comunitário; membro, há vários anos, do Conselho Fiscal do Sindicato de Indústria de Cal e Gesso do Estado de Minas Gerais, filiado à Federação de MG; membro do Conselho Fiscal S.A. em Lavras; cursilista, membro do Rotary Clube de Lavras, desde 1963, tendo ocupado todos os cargos de diretoria, inclusive a presidência de 1967/68; coordenador das atividades de Rotary-SOS, sendo seu atual vice-presidente; representante de governadores de Rotary; Governador do Rotary do Distrito 4560 - 1983/84; membro da Academia Lavrense de Letras que preside, no momento.
Recebeu pela excelência de atividades desenvolvidas, o seguintes títulos: Cidadão Lavrense - Câmara Municipal de Lavras - 1974; Paul Harris - Rotary Internacional; Empresário do Ano - Associação Comercial e Industrial de Lavras - 1992; Empresário do Ano - Comunidade Varginhense; inúmeras placas de prata - Rotary do Distrito 4560; Diploma do Rotary Internacional; outros.

Mesmo com toda essa gama de atividades, nosso personagem sempre encontrou tempo para a música (participou da banda de música de Oliveira); pintura - quem vai à sua casa ou ao Sítio Bem-te-vi, pode admirar a beleza de seus quadros; literatura - sua maior paixão no momento é escrever poemas.

Seu livro “O Caminho do Tempo e Outros Poemas” mostra sua sensibilidade e inspiração poética. Outro, no prelo, bem como uma Antologia da Academia Lavrense de Letras, em breve serão lançados.

Do seu livro tiramos:

“A pipa do tempo

Empinada no ar

A balançar


Em constante vaivém


Vai marcando distraída


O tempo da vida


Que a gente não sabe


O tempo que tem.”



O POETA SEBASTIÃO NAVES SILVEIRA é Gente da Terra.








Presente - Futuro

É extraordinária a história de uma nova vida.

O anúncio de uma vida humana a caminho de um lar é mais bonito do que uma nova aurora, um arco-íris, um novo mundo. Ela começa exatamente quando um, dentre milhões de espermatozóides,, consegue fecundar um óvulo e gerar um novo ser. Tudo se desenvolve a nível uterino. Uma vida dentro de outra vida. É motivo de orgulho esse depositário de tanta esperança e amor.

Dêem-se às grávidas, os cuidados especiais para que possam gerar em seu ventre o que há de mais especial - A VIDA. Deixem falar mais alto a voz do amor, a voz do coração. Conscientizem-se de que a maternidade não se resume apenas em gerar a vida, mas, sobretudo, dar ao nascituro condições para realizar-se plenamente como gente.

Às crianças, as atenções devidas para que possam crescer e valorizar a vida humana, sem egoísmo, sem materialismo, mas através da fé, da sabedoria, do desprendimento.

Mudaremos o mundo a partir de nós mesmos, quando usarmos o carinho contra a rebeldia, o amor contra o ódio, a fé contra a descrença, a paz contra a guerra; quando plantarmos, no lugar dos espinhos, flores, e estendermos nossa mãos ao semelhante.

O presente é o futuro amanhã.

Nossa coluna, hoje, traz para perfilar alguém sensível que se tem identificado à solução de problemas sociais.

É a PROFESSORA ZULMA TEIXEIRA DE PAULA LIMA, filha do saudoso Célio Teixeira de Andrade e Cordelina Ferreira de Carvalho, nascida em Lavras, MG, em 17/11/1946.

Sua infância e adolescência foram vividas em Lavras.

Fez as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Álvaro Botelho. As quatro últimas e o Normal, no Instituto Gammon. O Curso de Letras na Faculdade de Filosofia de Varginha. Os cursos de mestrado “Latu-sensu”, pela UNICAMP e pela Universidade do Centro Oeste do Paraná.

Logo que se formou, ingressou na carreira de magistério, no Instituto Gammon, lecionando no pré-primário, primeiro e segundo grau.

Em março de 1969, casou com o professor Luiz Augusto de Paula Lima. Desse casamento nasceu o filho Luiz Augusto.

Em 1974, passou também a trabalhar, como professora, no Instituto de Ciências Artes e Humanidade de Lavras –INCA - lecionando as disciplinas: Inglês, Literatura Inglesa e Norte-Americana e Prática de Ensino. Além das aulas teóricas, possibilitou aos seus alunos a apresentação de peças teatrais da autoria de clássicos como Shakespeare. Atualmente escreve uma monografia sobre o teatro de Brecht e sua infância na peça Amadeus de Shaffer. Paralelamente a essas atividades, organizou, para a FAEPE, o 1º festival de Músicas Sacras, envolvendo 13 corais da cidade de Lavras.

Herdou de seus pais o dom de servir e imprimiu à sua vida esse grande talento, para estar ao lado dos necessitados, lembrando sempre as palavras: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças... ” Ec. 9.10.

Creche - Foi uma de suas iniciativas na Esal, cuja edificação e funcionamento mostram, hoje, a sua capacidade de realização. Em reconhecimento a seu trabalho, neste ano de 1993, foi convidada para paraninfar a 1ª turma. O culto ecumênico, no aniversário da Esal, foi outra conquista sua e que se tornou uma tradição. Ainda na Esal, atendendo a um projeto governamental de interesse da Escola Superior de Agricultura de Lavras, viajou por várias regiões do país, fazendo pesquisas sobre Escolas Técnicas de 1º e 2º grau.

Como membro ativo da 1ª Igreja Presbiteriana de Lavras, dedica parte do seu tempo aos idosos e grupos de casais. Participou ativamente, junto com outros integrantes, da assistência ao Albergue, hoje infelizmente desativado. Pertenceu a Comissão Municipal de Prevenção a Aids. Na Sociedade de Senhoras, na Área de Assistência Social, teve a idéia de criar um CURSO PARA GESTANTES CARENTES. O primeiro contou com a participação de 23 mulheres grávidas (adolescentes carentes não só de bens materiais mas principalmente de carinho e atenção). O curso ministrado nas dependências da 1ª Igreja cresceu muito e este ano está funcionando, pela 5ª vez, com mais de 60 gestantes. Além de receberem todos os cuidados do pré-natal e outros ensinamentos, ganham um enxoval básico para o bebê. Esse trabalho envolve atualmente uma grande equipe da 1ª Igreja e pessoas fora dela.

Em reconhecimento aos serviços prestados como professora e assistente social, recebeu as seguintes homenagens: Placas de Prata, Patronesse, Homenagem Especial - INCA - Placa de Prata - Comunidade Esaliana pela edificação da Creche, outras.

Nossa personagem tem como hobbies a pintura e viagens. Em sua casa e em casas de amigos podem-se apreciar seus quadros, os quais já foram expostos em galerias de arte, recebendo elogios. Teve oportunidade de conhecer outros países como Colômbia, Estados Unidos, Panamá e México, além de todo o Brasil.

Esses são prêmios para quem vive para servir.

Seu lema de vida:

“Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão.” Is. 40.31.

“Eis-me aqui Senhor, envia-me a mim.” Is. 6.8

A PROFESSORA ZULMA TEIXEIRA DE PAULA LIMA é Gente da Terra.








“Minha terra tem palmeiras”, tipuanas, ipês...

Jardins - jardinagem: uma arte milenar.

A arte de cultivar jardins remonta à antiguidade. No Império Persa já eram freqüentes os jardins junto às casas e em alguns lugares, para cobertura de terrenos.

Os jardins suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo, traduzem essa assertiva.

É primavera.

Buganvílias, rosas, jasmins, bem-me-queres, margaridas, beijos, lírios, violetas, orquídeas, arbustos, árvores, gramíneas, lagos, fontes, hermas, coretos, compõem a paisagem de um jardim, natural ou artificial, multicolorido e acolhedor que, contrastando com a selva de pedra, mostra uma perfeita harmonia entre o inerte e o vivo e traz entre brisas suaves, que escapam furtivamente entre as plantas, o frescor e a fragrância do perfume aromatizante das flores que nos embriagam e alegram os olhos.

Cidades, casas, estabelecimentos de ensino, logradouros públicos, condomínios ganham novo visual e mais vida com jardins que, na florescência, além da beleza das cores, propiciam o vôo dos insetos e pássaros na busca do néctar e na viagem da polinização, para disseminar as espécies, multiplicando-as.

Bendita a natureza!

Bendito quem a preserva!


Felizes daqueles que não procuram o lucro e o progresso na destruição da flora, pois sabem que a vida dos animais depende da vida vegetal.
Que as futuras gerações encontrem uma primavera alegre com o canto dos pássaros, com a beleza e o perfume das flores e digam:

Abençoadas foram as mãos que trabalharam e cultivaram o solo.

Em Lavras, existem pessoas que amam a natureza e, dentre elas está alguém responsável por muitos jardins.

Nossa coluna hoje, traz para perfilar o personagem amigo das plantas, amigo das flores.

O JARDINEIRO GERALDO BARNABÉ é filho de Camilo Manoel Venâncio e Guilhermina Marciana de Jesus, nascido no Macuco, distrito de Itumirim-MG, em 20/01/1912.

Ainda menino veio para Lavras, em companhia dos pais.

Estudou as duas primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa e as duas últimas, na Escola do Professor José Luiz de Mesquita, onde se diplomou.

Aos 15 anos de idade, foi trabalhar na Escola Carlota Kemper, a convite de D. Henriqueta Tannekill, que precisava de um office-boy, para fazer mandados e cuidar do jardim daquela casa de ensino. O convite fora feito por ser sua mãe funcionária do Kemper e amiga da diretora.

Habilidoso, com mãos boas para o plantio, passou a lidar mais com a jardinagem, aprimorando os ensinamentos recebidos do mestre José Luiz que lhe despertou o Dom, através de um pequeno vaso de samambaia paulista.

Deixou, no Kemper suas marcas não só com a beleza dos jardins, mas também com o plantio de árvores frutíferas e, principalmente das Palmeiras Imperiais que todos apreciam, plantadas em 1932.

“Minhas terra tem palmeiras”, no Kemper, graças ao Geraldo Barnabé e, no Jardim Central, graças ao Cesário e seu filho Alaor que as plantaram, possivelmente no século passado.

Em 1974, a convite do reverendo José Costa, foi trabalhar no Gammon, onde se encontra até a presente data. Ali é o responsável pelo plantio de muitas árvores como buganvílias, beijos, rosas, ipês e pela manutenção da beleza da Chácara, juntamente com um seu xará.

Em Lavras, muitas casas recebem em seus jardins os cuidados do nosso personagem.

Há sessenta e três anos presta serviços ao Instituto Gammon. Quarenta, no Kemper e vinte e três, na Chácara. Sua vida é cultivar flores.

O jardineiro Geraldo Barnabé casou duas vezes. A primeira com Maria José, com quem teve os filhos: Lázaro, Vicente, Vítor, Abelardo e Alice. A segunda, com Odete dos Santos. Desse casamento tiveram os filhos: Vanda, Heloísa, Patrícia e Lázara.

Pelo trabalho dedicado à terra, à plantas, às flores recebeu os seguintes prêmios: uma medalha de D. Margarida e outra de D. Vanda, ambas, diretoras. Também foi homenageado pelo jornalista Bi Moreira.

É um apaixonado pela natureza e pelas flores. Enquanto viver, cuidará da terra, plantando para dar-lhe vida.

“Minha terra tem palmeiras...”

De Alberto de Carvalho (Acrópole - 21/09/75), constatamos o desaparecimento silencioso da palmeira:


A PALMEIRA QUE MORRE

Palmeira que morre, que desaparece,

olhando Lavras, lá de cima,


tristonha, dolente...


Palmeira que sonhou subir bem alto,


manchar de verde o azul do céu...


e agora, fatal,


ergue o triste tronco esguio


e pende o leque em funeral...


Palmeira que seca, que desaparece,


tristonha


dolente


Leve de Lavras férvida prece,

cálida


viva


silente...


E peça a Deus, palmeira morta,


que Ele tenha dó da gente...


Não deixem que as plantam morram.

Plantem uma árvore.


O JARDINEIRO GERALDO BARNABÉ é Gente da Terra.








Diplomacia: ciência das negociações.

Como sabemos, mais de três quartos do globo terrestre são cobertos pelas águas de oceanos e mares e o restante, que se encontra imerso, forma os cinco continentes: Eurásia, América, África, Oceania e Antártida.

Dentro dessas massas continentais, estão espalhados os milhares de países, grandes e pequenos, cada qual com sua história, cultura, tradição, língua, aspiração, características, peculiaridades, autonomia, regime de governo, ligados uns aos outros através de relações e negociações.

Para intermediá-los está a diplomacia que consiste na arte de representar os Estados, numa atividade que existe desde o começo da civilização, tendo como objetivo as relações pacíficas entre os povos, para expressar conteúdo do entendimento internacional.

O embaixador, diplomata do mais alto nível, é o representante pessoal do chefe de sua nação, junto ao governo de outro Estado.

Para exercer suas atividades como embaixador, “em passant”, obedece às normas. Seu nome é apresentado ao governo estrangeiro. Aprovado, chega ao seu posto para exercer sua missão e solicita, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores, uma audiência com o chefe de Estado. Numa cerimônia, ele apresenta suas credenciais e esse ato marca sua aceitação formal por aquele país.

E é, falando em diplomacia, que nossa coluna, hoje, traz para perfilar um personagem que tem representado o Brasil junto a várias nações do mundo.


É O EMBAIXADOR CLÁUDIO CÉSAR DE AVELLAR, filho de Alencar Pereira de Avelar e Umbelina Avelar, nascido em Belo Horizonte, MG, em 24/12/1934.

Aos dois anos veio para Lavras, onde viveu sua infância e início da adolescência. Como atleta, jogou futebol na posição de ponta direita, pelo Athenas, no campeonato da segunda divisão, ao lado do goleiro Francisco Rodarte e do zagueiro Paulão. Como corredor, foi campeão carioca dos 400 metros rasos, competindo pelo Botafogo Futebol e Regatas, do Rio de Janeiro.

Fez seus estudos de primeiro grau na Escola Carlota Kemper e no Gammon. O segundo grande Oficial da Marinha, na Escola Naval do Rio de Janeiro. Direito, na Faculdade Cândido Mendes, RJ. Diplomacia, no Instituto Rio Branco, RJ. Economia, em Torino, Itália e Direito Internacional, em Genebra Suíça.
Terminando o curso, na Escola Naval nosso personagem deu uma volta ao mundo, numa viagem de meses. Retornando, trabalhou no Rio de Janeiro. Depois de algum tempo foi para o Hospital Naval, em Salvador e posteriormente, voltou à Cidade Maravilhosa.

Nesse interregno, fez um curso preparatório para ingressar na diplomacia. Aprovado, estudou três anos e iniciou sua carreira. Formado, foi indicado para um missão na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. Ali permaneceu quatro anos. Findo esse prazo, foi designado para uma missão permanente do Brasil, em Praga, Checoslováquia, onde ficou por um período de quatro anos. Aqui, um parêntese. Em sua estada nesses dois países, teve a companhia de sua mãe, Umbelina (ex-professora e vice-diretora da Escola Estadual Firmino Costa).

Além das missões já citadas, serviu como embaixador do Brasil em Budapeste, Hungria; Moscou, Rússia; Manila, Filipinas; Islamabad, Paquistão; Pequim, China; Bruxelas, Bélgica.

Tem representado o Brasil em reuniões internacionais, junto a organismos especializados das Nações Unidas e organizações internacionais, em Nova Iorque, Genebra, Londres, Paris, Roma, Tóquio e Pequim.

Foi ainda Secretário Executivo da Comissão de Comércio Brasil-Leste Europeu. Diretor de Mostras Industriais do Brasil, em Moscou, Praga, Varsóvia, Budapeste, Bucareste, Sofia, Berlim, Leipzig e outras cidades do leste da Europa. Essas Mostras Industriais do Brasil eram stands montados com todos os tipos de produtos fabricados e industrializados no Brasil e negociados com o exterior. Exerceu o cargo de Diretor da Siderbrás-Siderurgia Brasileira - Holding das empresas estatais brasileiras, e de negociador de cota de exportações brasileiras de aço para os países europeus - Bruxelas-Bélgica e Paris-França; para os Estados Unidos-Washington; para o Japão-Tóquio e para a China-Pequim.

O embaixador Cláudio César atualmente se encontra no Brasil.

O Ministro Conselheiro casou duas vezes. A primeira, com Dália Maria de Carvalho com quem teve os filhos: Alexandra e Cláudio César Júnior. A segunda, com Cláudia de Oliveira.

Seus hobbies são leitura, música, esporte.

Pelo cargo que ocupa além da bagagem cultural, é um poliglota.

Na sua trajetória diplomática, além das homenagens de praxe, recebeu Medalhas, Diplomas, Comendas.

Em 1990, Lavras prestou-lhe uma homenagem especial, agraciando-o com um Cartão de Prata.

Saber que Lavras tem um embaixador que representa o Brasil nos outros países enche de orgulho a sua gente. Valores são valores.

O EMBAIXADOR CLÁUDIO CÉSAR DE AVELLAR é Gente da Terra.








1994.

A Bela tarefa de unir os homens.

No horizonte, uma nova aurora anunciando um ano de realizações.

Olhem para as cidades, para os campos, para as concentrações humanas. Vejam quanta gente!

Essa gente somos nós, uma multidão a caminhar rumo ao futuro, na certeza de um tempo que há de vir, melhor, onde o amor, a justiça, a paz, a solidariedade tenham cidadania garantida e o homem, o seu lugar na sociedade.

Vivemos em casas, apartamentos, casebres, debaixo de pontes; vivemos nos morros nas favelas, nas cidades, nas capitais, nas zonas rurais; somos brancos, pretos, amarelos, mulatos; nutrimos e acalentamos em nossos pensamentos e em nossos corações, vontades, desejos, aspirações, ideais; lutamos pela vida; acreditamos em Deus; guardamos em nós, uma grande esperança.

Esperança - poder invisível, sem limites, que habita em nós e é o caminho, a bandeira, a luz a nos conduzir ao encontro de nossos sonhos. Poder que ilumina a vida de toda essa gente a peregrinar debaixo desse céu, por estradas conhecidas ou incertas; que alimenta o espírito em suas fragilidades; que dá forças para conquistar objetivos; que nos fala dos direitos que temos de compartilhar das extraordinárias riquezas desse mundo; que nos mostra através da beleza da vida que o Senhor vive e está no meio de nós.

Acreditamos, temos certeza e por isso proclamamos o Senhor que une a todos nós e está presente todos os dias na pessoa de nosso irmão, onde CRISTO fez sua morada.
“Vem e segue-me”.

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida...”

Essas passagens do Evangelho servem como diretriz, indicam caminho, incentivam o homem na realização de seus sonhos, alimentam a ESPERANÇA desse povo de Deus.

Nossa coluna, hoje, neste primeiro mês do ano, traz para perfilar um dos semeadores da palavra de Deus, que vem servindo ao próximo, aproximando os homens na fé e na esperança.

É O PADRE CARLOS MARTINENGHI, filho de Ernesto e Ângela Martinenghi, nascido em Botuverá, SC, em 17/09/1955.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Padre João Stolte, em Botuverá e as quatro últimas, no Ginásio Corupá, ambos em Santa Catarina. O segundo grau, no Seminário de Curitiba. Em Jaraguá do Sul fez o noviciado. Filosofia, em Brusque, e Teologia em Taubaté. Ordenou-se padre em 07/01/1984, celebrando a sua primeira missa em sua cidade natal.

Como sacerdote, foi designado para trabalhar em Varginha, onde permaneceu por quatro anos. Nessa paróquia, exerceu seu ministério, trabalhou com a Pastoral da Juventude e as Escolas. Foi nomeado Assessor Diocesano de Campanha e Assessor da Província Eclesiástica.

De Varginha, MG, foi transferido para São José dos Campos, SP, onde assumiu comunidades , trabalhou com as Pastorais, criou Sistemas de Paróquias Satélites e conviveu com o operariado.

Em 27/01/91, veio para Lavras a fim de cumprir mais uma missão sacerdotal. Aqui, dedica-se à Catequese, abertura da Paróquia às Comunidades e Pastorais e tantas outras funções ligadas à Igreja.

Por ser um sacerdote apaixonado e dedicado à nobre causa do servir a Deus e ao próximo, entrega-se de corpo e alma ao serviço do amor, da justiça, da paz, da solidariedade, da união dos homens. A Matriz De Santana, as Comunidades: Vila Murad, Vale do Sol, Nova Lavras, Santo Antônio, Lar Augusto Silva, N.S. Aparecida, N. S. Das Mercês, Novo Horizonte, Água Limpa, Criminoso, Jabuticabeiras, Boa Vista, Três Barras, Cajuru, Engenho de Serra, Maranhão, Pimentas, Rosas, Formiga; as Pastorais, os diversos Movimentos Religiosos ganharam novo impulso, entusiasmo, fortaleceram a fé e reacenderam a chama da esperança com sua orientação.

Padre Carlos é o pastor que dirige seu rebanho tendo como missão o seguinte: o importante não é “ter”, mas “ser”; não é “falar”, mas “ouvir”; não é “receber”, mas “dar”; não é ser “servido”, mas “SERVIR”.

Todos caminham pela estrada da vida em busca de uma luz. À noite, nos portos, os navios procuram se dirigir pela luz do farol; nos aeroportos, os aviões decolam e aterrissam guiados pela pista iluminada; os insetos se conduzem pela luminosidade da lâmpadas; no Mundo, os homens se orientam pela luz da fé e da esperança.

Feliz o povo que tem pastores, missionários, intérpretes da palavra de Deus para ajudá-lo a caminhar rumo ao futuro.

Padre Carlos é o pároco da Matriz de Santana.

Durante sua caminhada, como Padre, tem recebido manifestações de apreço e admiração das comunidades.

PADRE CARLOS MARTINENGHI é Gente da Terra.








Música: uma arte divina.



A música é sentimento, é combinação harmoniosa com apenas sete notas que nos faz sentir alegria, tristeza, presença, ausência, êxtase, amor, saudade...

Para o homem, a música é algo transcendental. Ela fala, através das notas, das sutilezas da alma, pinta com cores vivas os momentos marcantes da vida, harmoniza o espírito e, na melodia, embala o ser com suas fecundas imaginações. Na ausência de pessoas e objetos, preenche os espaços vazios e fantasia a imagem das coisas vistas ou vividas.

A música é um elo que nos liga ao passado e nos projeta ao futuro.

Representa o admirável.

É enlevo, é imortal.

Por ser uma obra composta através da imaginação, nos faz, às vezes, sonhar acordados, alimentando nossos devaneios, estando nós num lugar e os pensamentos, em outro.

As coisas que vemos, sentimos, ouvimos tocam a todo instante nossa sensibilidade e provocam, a cada momento, emoções que causam modificações em nossos comportamentos.

Dos clássicos de Mozart, Straus, Bach, Beethoven, Brahns, Schubert, Carlos Gomes, Villa-Lobos, ao havy metal, rock, samba, bolero, valsa, tango, mambo, frevo, aos mais diversificados estilos regionais, a música agrada a todos, fala a todos, não tem idade, não tem fronteira, não tem pátria - é um patrimônio da humanidade.

A música é interpretada de vários modos.

A vocal, pela voz. A instrumental, quando por um só instrumento, é solo; em pequeno número, música de câmara; e por muitos, orquestra.

A música é um estado de espírito, um estado d’alma.

Fechemos os olhos. Deixemos vir à memória a lembrança daquela música que marcou um tempo inesquecível e vivamos, de novo, aquelas emoções. Sejamos felizes, mais uma vez.

É falando em música, em orquestra, que nossa coluna, hoje, sob os acordes musicais, traz para perfilar um dos talentos de nossa terra.



É O MÚSICO ÍRIO IGNÁCIO DE JESUS, filho de Floriano Inácio de Jesus e Flauzina Maria de Jesus, nascido em Lavras, MG, em 16/04/1931.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Álvaro Botelho. As quatro últimas, bem como o segundo grau, nas Escolas da Polícia Militar de Minas Gerais. Direito, na Faculdade de Varginha.

Desde cedo, sua vocação foi a música. Deus o premiou com este talento.

Ainda criança, iniciou-se na arte musical aprendendo a executar quase todos os instrumentos.

Certa ocasião, quando ainda contava apenas sete anos de idade, exibia-se tocando bandolim em um bar na Praça das Mercês, acompanhado por seu pai, ao violão, quando um dos presentes - sr. Juca Venerando - interrompeu os aplausos ao final de uma interpretação e desafiou Floriano: “Duvido que o menino tenha conhecimento de música”. Sob os olhares dos presentes que se mostravam extasiados com a música do menino-prodígio, Floriano disse: “Se o sr. duvida, busque a partitura”. Poucos minutos mais tarde colocou a partitura da Valsa “Conde de Luxemburgo” em frente ao pequeno músico. E ele, olhando a surrada partitura, com seus dedos ágeis executou a valsa, indiferente ao duelo que ali se travara. Afinal, sob os aplausos da platéia, para surpresa de todos, Juca Venerando retirou do bolso uma nota de dez mil réis e com ela presenteou o pequeno músico, cuja estrela começava a brilhar.

Por ser uma pessoa de grande sensibilidade, relembra seus companheiros de infância: João Nunes (J. Sapo), Olavo, Moacir, Zé Pinhão, Zé do Cruzeiro, João Cota, Cotinha, Orlando Nunes (Puiana) e tantos outros em cuja companhia freqüentou o Grupo Escolar Álvaro Botelho. D. Madalena (diretora), Maria Puccini, Hebe Hermeto. Marieta, Lucy Guerra e outras professoras são sempre lembradas pela importância que tiveram em sua formação.

Graças à sua musicalidade, ainda muito jovem, ingressou no Oitavo Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais, sendo promovido ao posto de sargento, um ano após. Nessa corporação fez seus estudos intermediários e em 1952 atingiu o oficialato. No posto de aspirante, foi servir no Batalhão de Guarda da Capital. Transferido para o 4º Batalhão, em Uberaba, prestou serviços como delegado em vários municípios da região.

Em 1930, retornou a Lavras, formando um sexteto de cordas integrado pelos violinistas Paulo Alves, Martha Mazzochi, Giselda Hermeto, seu pai Floriano (callo), Inah Penido (piano). Diante do sucesso do grupo, resolveu criar a GRANDE ORQUESTRA E CORAL DE LAVRAS, integrada por elementos civis e músicos do 8º Batalhão e pelo ballet da extraordinária Inah Penido. Essa orquestra se apresentou nas cidades de Pouso Alegre, Barretos, Barbacena e outras. Fez várias apresentações na televisão mineira, representando nossa terra.

Tempos depois, criou ÍRIO-CORAL E ORQUESTRA, substituindo a anterior. Essa maravilhosa orquestra tem atuado em vários Estados, com o privilégio de, por três vezes, estar em Brasília, participando de festas promovidas pela Presidência da República e Congresso Nacional.

Ao concluir os cursos de aperfeiçoamento de oficiais na Polícia Militar, foi promovido aos postos de capitão e major, reformando-se como tenente-coronel.

Formado em Direito, passou ao exercício da advocacia.

Írio, em sua trajetória, exerceu as seguintes funções: subcomandante e comandante interino do 8º BPM, delegado de polícia, diretor da construção do Colégio Tiradentes, diretor do núcleo de reformados, orientador do Mobral, presidente do Conselho Deliberativo da Associação Olímpica de Lavras.

Família - casou duas vezes. A primeira, com Dagmar Arcoverde Cavalcante com quem teve os filhos Edson, Emilson (falecido), Hebe e Wagner. A Segunda, com Angelina Costa Silva com quem teve os filhos Andréa, Írio Jr. e Soraia. Alguns dos filhos herdaram seus dotes e talentos musicais.

Írio e música - música e Írio se confundem no tempo e no espaço.

A orquestra está tocando...

O MÚSICO ÍRIO IGNÁCIO DE JESUS é Gente da Terra.








Saber: um busca universal.

O homem tem, por natureza, desejo de conhecer a si mesmo e a cultura dos povos. Essa vontade é inerente ao homem, na busca do saber, na ativação da memória, na reprodução do passado, na procura do encantamento dos sentidos, no entendimento das artes, no significado do enigma, da vida e da morte.

Durante toda sua vida o homem busca explicações para seus questionamentos.

Como? Onde? Quando? Por que?

Este é o complexo mundo dos seres vivos.

O meio de que o homem se utiliza para ver o seu interior é o raciocínio. Ele tem uma capacidade inesgotável de criar, imaginar, dar formas, cores, idéias, manifestar, enfim, o seu eu, do abstrato ao concreto, do finito ao infinito.

Para conhecer o exterior, usa os sentidos, através dos quais entra em contato com o universo, onde passa a viver.

A busca é constante. É infindável.

Só ao homem é dada essa faculdade.

Aos seus olhos, as ciências, as artes despertam um grande interesse, enriquecem o espírito, permitem compreender a grandiosidade da vida.

Viver é uma ciência. Viver é uma arte.

O homem interpreta, no dia-a-dia, o seu eu, ensinando e ao mesmo tempo aprendendo a viver no grande teatro da vida.

Com esta introdução, nossa coluna, hoje, traz para perfilar um autodidata, cuja sensibilidade é demonstrada nas artes e nos idiomas.

É O ARTISTA LUIZ TEIXEIRA DA SILVA, filho de Joaquim Teixeira da Silva e Rachel Cicarelli, nascido em Lavras/MG, em 01/03/22.

Estudou os dois primeiros anos do 1º grau na escola dos Padres e os dois últimos anos na Escola Estadual Firmino Costa.

Teve uma infância normal. Muito cedo aprendeu o ofício de seleiro, que era a profissão do pai. Trabalhou como caixeiro na loja do Surur Murad. Em 1940, prestou sua contribuição à casa Werner. Em 1946, passou a trabalhar na Mobiliaria Aliança do senhor Perec (Paulo Russo); em 1953 foi admitido como sócio da firma pela sua capacidade gerencial e, mais tarde, tornou-se titular dela. Em 1978, aposentou-se, passando a firma para o filho Cláudio. Foi também proprietário de um indústria de móveis na Nova Lavras e fundador do Supermercado Esperanto.

Luiz Teixeira nasceu vocacionado. Aos 14 anos, já tinha histórias em quadrinhos publicadas em revistas e jornais do Rio de Janeiro, ao lado das histórias importadas.

Em 1972, quando fizeram uma pesquisa para saber quando começaram as histórias em quadrinhos brasileiros, nosso personagem foi incluído na relação dos pioneiros. Houve, nesse época, uma grande exposição no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, com o título: A HISTÓRIA EM QUADRINHOS E A COMUNICAÇÃO DAS MASSAS. Foram homenageados os autores vivos, entre eles Luiz, que ali compareceu. Essa exposição percorreu as principais capitais do País, sempre comentada nas colunas dos principais jornais e revistas. Ziraldo também esteve presente e naquela oportunidade, agraciou o autor lavrense com o seu primeiro livro, autografando-o.

Depois que se aposentou, dedicou-se à pintura, fez vários quadros e retratou várias pessoas. Dentre elas, Juca Procópio, cujo retrato se encontra no escritório da firma.

Através de seu trabalho, contribuiu com algumas alegorias carnavalescas para as escolas de Lavras. Também a maquete do antigo Teatro Municipal de lavras, em exposição no Museu B. Moreira, é uma de suas relíquias. Durante algum tempo, foi estilista de uma fábrica de calçados da África.

Em 1982, teve de interromper a pintura (arte mágica), devido à alergia pela tinta. Dedicou-se, então, à filatelia - arte de colecionar selos postais. O primeiro país no mundo a empregar selos na correspondência foi a Inglaterra e o segundo, foi o Brasil, também o primeiro nas Américas com o famoso “Olho de Boi”; à numismática - ciência que estuda as moedas e medalhas. A primeira moeda cunhada no Brasil foi o MIL RÉIS. Dedicou-se também ao esperanto, idioma que aprendeu em 1933, para facilitar seu hobbies.

Sua vasta correspondência internacional, através da qual permuta selos, moedas, cédulas e se comunica com amigos, é o esperanto. Através dele prestou auxílio a dois amigos, após a guerra, por intermédio, da Cruz Vermelha, enviando-lhes café e barras de chocolate. Uma dessas amizades é mantida até hoje.

Ainda com este idioma conseguiu colocar uma família lavrense em contato com familiares na Bulgária e, devido a uma bonita e curiosa história, descobriu muitas informações sobre a família do saudoso professor. Tautimil Libeck, na Letônia.

Durante algum tempo colaborou na Tribuna, com artigos sobre esperanto, charges e palavras cruzadas.

Foi tesoureiro do SOS, na fase de implantação; Centro Espírita Augusto Silva e participou da diretoria da APAE de Lavras.

Foi venerável da Loja Maçônica Deus e Caridade 7ª, por duas gestões.

Recebeu da Prefeitura Municipal de Lavras um diploma de Honra ao Mérito em 1979, pelos relevantes serviços prestados à cultura da cidade.

Luiz Teixeira casou duas vezes. Com a primeira esposa teve os filhos Elizabeth, Cláudio e Gilson. Com a segunda, Maria das Lágrimas, a Guiminha, os filhos Maria Emília, Marcelo e Marcília.

Tucci, na intimidade para os mais chegados, tem suas raízes maternas em Rimini, Itália, e trouxe consigo os dotes artísticos, daquela gente maravilhosa.

A sua simplicidade se faz notar.

O ARTISTA LUIZ TEIXEIRA DA SILVA é Gente da Terra.








Diz o poeta: “Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste”.

Que felicidade!

Como é bom ver Lavras, apreciá-la até lá no horizonte, até a altaneira Serra da Bocaina, testemunha que, ao longo dos anos, assiste à nossa comunidade na sua marcha triunfal, indo ao encontro do desenvolvimento e progresso, ocupando sempre uma invejável posição no cenário brasileiro.

Nossos precursores sabiam que esta cidade, nascida em função do garimpo do ouro e de pedras preciosas, da fertilidade de suas terras, da excelência de suas pastagens, plantada ao derredor da Igreja de Sant’Ana e circundada pelos seus limites geográficos, seria realmente este torrão sagrado, no qual as esperanças dos lavrenses seriam semeadas, floresceriam e estariam sempre vivas.

Lavras, berço da cultura, morada de tradicionais famílias, continua sendo a Lavras do Bondinho, da Igreja do Rosário, do Teatro Municipal, da Estação D’Oeste, dos hotéis Central, Moreira, Grande Hotel, da Ponte do Funil, do Gammon, da Esal, da Fabril, do Oitavo Batalhão, hoje mesclada com a tecnologia de ponta das novas indústrias, fábricas, escolas, atletas e, em cujo solo fértil e delimitações se encontram lavrenses que a ela dedicam seu trabalho, seu carinho, seu amor.

Como é bom amar esta terra, orgulhar-se dela e de sua gente.

Nossa coluna, hoje, traz para perfilar o filho de uma família cujas raízes estão fixadas na Fazenda Morro Redondo, na zona rural, de onde brota o alimento responsável pela nutrição do homem da cidade.

É o ADVOGADO DR. GIL VILELA, filho primogênito do saudoso casal Zequinha Vilela e D. Carminha Vilela, nascido em Lavras/MG, 06/10/1920.

Fez o primeiro e segundo grau no Instituto Gammon e o curso Superior de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais.

Desde muito jovem apresentou uma forte tendência para assuntos comunitários, fundando com alguns colegas a Academia Gammonense de Letras, de pequena duração.

Integrou os quadros da política universitária, sendo por esta razão eleito diretor da Federação Mineira de Esportes (FUME).

Formado em Direito, retornou a Lavras, ocupando interinamente a promotoria da Comarca. Após, voltou a advogar e a exercer a política.

Foi assessor político dos prefeitos João Modesto e Francisco Pinto. Elegeu-se, mais tarde vereador.

Em 1954, foi eleito deputado estadual, reelegendo-se por mais um mandato, interrompido para assumir a Chefia de Gabinete (hoje Sub-Secretário) da Secretaria de Interior e Justiça no Governo Magalhães Pinto.

Posteriormente, foi eleito membro da Junta Administrativa do IBC e, como Presidente da Comissão de Finanças, obteve recursos orçamentários do órgão para custeio, manutenção e preservação da Escola Superior de Agricultura de Lavras, fato que ressalta como um dos mais gratificantes de sua carreira pública, na campanha empenhada ao lado de outros companheiros, na defesa da Esal, até sua federalização.

Com o propósito de colaborar no programa de Industrialização de Minas, recebeu nova convocação do Magalhães Pinto, agora junto aos meios empresariais de São Paulo, sendo eleito diretor do Banco de Crédito Real de Minas Gerais. Na expressão do Governador, seria sua apresentação junto aos industriais paulistas, com a finalidade de captar projetos para Minas, até então tido como Estado “exportador de minérios e de mineiros” - com uma economia enfraquecida e sem crescimento populacional, como era reconhecido pelos órgãos de pesquisa.

O Banco de Crédito Real projetou-se como um dos maiores bancos nacionais e tal foi o crescimento de suas atividades nos Estados de São Paulo e outros do Sul, que se tornou constante a necessidade de mais funcionários, geralmente escassos na Paulicéia. Por isso eram sempre recrutados, na maioria, em nossa região, observado-se exclusivamente o critério de competência. Jocosamente passou a ser apelidado de Banco de Crédito Real de Lavras - aproximadamente mais de quinhentos lavrenses foram contratados, e muitos se projetaram na sua direção.

Assumindo interinamente a presidência, concluiu os estudos para a aposentaria de seus funcionários, mais tarde estendida aos demais estabelecimentos oficiais do Estado. Nessa ocasião, foi criado a primeira Companhia de Crédito e Financiamento de Minas, efetivada sob sua administração e orientação.

Integrado à vida pública, encerrou-a em definitivo por volta de 1974, na Arena. Passou a representar o Instituto de Desenvolvimento de Minas Gerais, o conhecido INDI, continuador do programa de industrialização do Estado, e em estreita colaboração com sua Diretoria e Técnicos, participou da implantação de inúmeros projetos industriais no território mineiro.

Em Lavras, o escritório do INDI de São Paulo teve, desde seu início, participação na vinda da MARDEL, da METALÚRGICA LAVRAS, da COFAP, entre outros.

Como derradeira atividade pública em favor de nosso Estado, honrado pela confiança do antigo adversário, o governador Tancredo Neves, e por indicação do saudoso colega Ministro José Hugo Castelo Branco, recebeu a incumbência de dirigir o Escritório da CEMIG, em São Paulo e posteriormente, aposentou-se como advogado.

Dr. Gil Vilela é casado com Maria Isabel de Araújo Vilela com quem teve os filhos: Paulo Sérgio, José Osvaldo e Cristina.

Participou ativamente da vida lavrense, fundando e dirigindo entidades juntamente com conterrâneos tais como Sociedade Lavrense de Cultura Artística - SOLCA - Rotary Club, Associação Rural, Cia. Lavrense de Eletricidade, além de outras.

Não encontra explicações para haver passado mais da metade de sua existência fora da “Santa Terrinha”, apenas fisicamente, porque jamais dela se tenha esquecido.

Embora muito atuante, gosta da simplicidade, da humildade e do anonimato, características de um verdadeiro cristão para quem: “O HOMEM SE AGITA E DEUS O CONDUZ”.

Hoje, dedica-se aos labores da roça, ora em Campos Altos, ora na velha fazenda da Laje, “voltando às suas origens.”

O ADVOGADO DR. GIL VILELA é Gente da Terra.








Subir ao pódio.

Esse é o sonho de quase todos os seres humanos porque o título de – vencedor – campeão - granjeia para o atleta do esporte ou da vida prestígio, uma grande estima e tais considerações representam uma felicidade até o final da existência.

O sabor da vitória é extremamente gratificante para aquele que luta, procura e encontra resultados positivos nos seus projetos e constitui, muitas vezes, um meio de afirmação das aspirações humanas.

Entretanto, ser um campeão do esporte ou da vida não acontece por acaso. Ele é fruto de muito trabalho, desprendimento, obstinação, determinação, sofrimento, abandono, solidão, força de vontade.

As pistas, as quadras, os campos, as piscinas, os ringues, o universo, a vida testemunham e contam os dramas, os episódios, as tristezas, as alegrias, as histórias dos campeões nos embates do dia-a-dia nos treinos, nas competições.

Quantas voltas em torno da pista solitária; quantas braçadas nas águas frias da piscina; quantos arremessos de disco, dardo, martelo, bola ao cesto; quantos saques, cortadas, bloqueios; quantos dribles, chutes a gol; quantos saltos com ou sem vara; quantas tacadas; quantas rodadas na pista; quantos saltos incertos; quantos vôos no silêncio das alturas; quantas derrotas; quantos e quantas...

Só ou em grupo, lutando pela vitória.

Vale a pena treinar, brigar, ter força de vontade.

Subir no pódio e, ao som do Hino Nacional -por que também não o Hino da nossa cidade? - ou simplesmente, sob os olhares de nossos familiares, de nossos amigos significa ser um atleta campeão no esporte, um vencedor na vida.

Aplaudindo cada vencedor, cada campeão de gente da terra, nossa coluna, hoje, traz para perfilar um casal que, de mãos dadas com o esporte e com a vida, esteve muitas vezes no pódio.

Ela é SELMA REZENDE SCHEID LOPES, filha de Silas Rezende e Corina Nascimento Rezende, nascida em Nepomuceno/MG, em 08/10/36.

Veio para Lavras ainda pequena.

Fez as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual Álvaro Botelho. As quatro últimas e o contabilidade, no Instituto Gammon.

Apaixonada pelo esporte, aos 15 anos foi para o Lavras Tênis Clube.

Em 1955, foi convidada para jogar no Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, tendo uma ascensão vertiginosa num curto espaço de tempo, participando de uma série de torneios: jogos abertos de Caxambu, Cambuquira e Poços de Caldas.

Destacou-se de forma brilhante nas várias modalidades esportivas.

VOLEIBOL

Campeã Mineira; Campeã Brasileira e Brasileira Universitária por Minas Gerais em 1957 e 1958; Seleção Mineira de 1955 a 1958; melhor jogadora do Brasil, em 1957; Campeã Sul-americana em 1958.

ATLETISMO

Campeã Mineira de salto em altura, arremesso de dardo e de disco, por vários anos; integrante da Seleção Mineira, em 1958, sendo vice-campeã brasileira de arremesso de dardo.

BASQUETEBOL

Seleção Mineira em 1956; campeã brasileira de lance livre, por equipe.

Ainda hoje, continua praticando o vôlei, o tênis, a peteca e hidroginástica.

Ele é PROF. DR. ALFREDO SHCEID LOPES, filho de Antônio de Araújo Lopes e Alexandrina Scheid Lopes, nascido em Minduri, Minas Gerais, em 19/12/1937.

Aos 7 anos veio para Lavras.

Fez as quatros primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual Firmino Costa, as quatro últimas no Colégio Nossa Senhora Aparecida e o 2º grau no Instituto Gammon; curso superior de engenheiro-agrônomo na ESAL, MS e PhD na Universidade Estadual de Carolina do Norte, EUA.

Como esportista, começou jogando na Associação Atlética Ferroviária, transferindo-se aos 15 anos para o Fabril, atuando como centroavante em um ataque formado por Alaor, Farnese, Alfredo, Lauro e Sérgio.

Foi nessa época que o Cap. Paulo, técnico do Fabril, “ordenou”: Alfredo, você não tem nada de centro-avante, vai ser quarto-zagueiro. Ali permaneceu por mais de dez anos como titular do Fabril e, posteriormente, da Olímpica.

Além do futebol, também se destacou em outras modalidades esportivas.

ATLETISMO

Campeão mineiro, por dez anos, das provas de salto em altura, triplo e extensão. Recordista mineiro de salto em altura e triplo, por quase 20 anos. Campeão de salto em altura do Troféu Brasil, em 1957. Campeão brasileiro de salto em altura em 1958. Melhor atleta de Minas Gerais em 1957. Vice-campeão sul-americano de salto em altura, em 1958 - Montevidéu - Uruguai. Campeão de salto em altura do Torneio Internacional de Outono de 1958 - Buenos Aires - Argentina. Integrante da Seleção Brasileira de Atletismo no XX Campeonato Sul-Americano - Montevidéu. Torneio Internacional Outono - Buenos Aires - Argentina, ambos em 1958; Jogos Ibero-Americanos, em 1960 - Santiago do Chile; XXI Campeonato Sul-Americano, em 1961 - Lima - Peru.


BASQUETEBOL

Campeão do Interior de Minas Gerais pelo Lavras, Tênis Clube, em 1955 e 1959. Seleção Mineira de 1958 a 1960. Seleção Mineira de 1958 a 1960. Seleção Universitária Mineira de 1958 a 1961.

VOLEIBOL

Seleção Universitária Mineira, em 1960.

A par de sua grande atuação no esporte, destaca-se também no setor cultural: Titular da Cadeira de Fertilidade de Solo dos Trópicos - ESAL - de 1962 a 1963. É autor de 62 trabalhos científicos publicados no Brasil e exterior. Vinte e sete boletins técnicos e cinco livros, um dos quais de publicação inédita no Brasil, como Primeiro Livro Eletrônico em Ciências do Solo. Foi orientador de Pós-graduação. Participou de mais de 200 eventos no Brasil e 21 no exterior. Proferiu palestras na Austrália, Filipinas, Japão, Itália, Inglaterra, Venezuela, EUA e Colômbia, participando de visitas técnicas na universidade na Holanda, Alemanha, Espanha, Portugal e França.

Dr. Alfredo desenvolveu, ao longo desse período, intenso trabalho que o projetou nacional e internacionalmente.

Recebeu inúmeros prêmios, distinções e títulos honoríficos: certificados de méritos da FAO - Roma - Itália em 1976; Pesquisador do Ano de 1986, Pela EPAMIG-MG. Patrono dos formandos da Faculdade Luiz Meneghel, Bandeirantes, Paraná, em 1987. Professor Emérito de 1989 - Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - Brasília, DF. Prêmio Ceres de Produtividade Agrícola 1990 - Brasília, DF. Professor Emérito da ESAL, em 1991. Paraninfo dos formandos do 2º semestre de 1992, ESAL. Comenda Antônio Secundino de São José - outorgada pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em 1993. Membro da Sociedade Brasileira de Ciências do Solo. Atualmente é consultor técnico da Associação Nacional para Difusão de Adubos e Corretivos Agrícolas (ANDA), SP.

A coleção de troféus e medalhas em exposição na residência do casal é o marco visível desse passado de glória.

Alfredo casou-se com Selma e o casal tem dois filhos lavrenses: Luís Henrique e Cláudia Mara.

Mais uma vez prevalece o provérbio:

MENS SANA IN CORPORE SANO.

O casal PROF. DR. ALFREDO SCHEID LOPES E SELMA RESENDE SCHEID LOPES é Gente da Terra.









Cidade limpa - gente educada.

Impressiona sobremaneira e causa prazer aos olhos do homem a beleza de uma cidade com ruas, avenidas, praças, bairros, casas, escolas, logradouros públicos limpos.

É deveras gostoso ver uma cidade limpa, mas é bom salientar que isso se deve à cooperação das pessoas da comunidade, do trabalho permanente e anônimo de funcionários que, nas horas mortas da noite, fazem a limpeza e a coleta do lixo que diariamente fábricas, indústrias, comércio, escritórios, casas, hospitais, feiras-livres, escolas jogam fora. São restos orgânicos, objetos estragados, sapatos velhos, carcaças de veículos, pedras, pedaços de tijolos, etc..

São toneladas e toneladas de lixo que, dia-a-dia aumentam com o crescimento populacional.

Uma cidade sem um bom serviço de saneamento está sujeita ao risco do lixo ficar depositado, amontoado nas calçadas ou jogado ao ar livre, nos terrenos baldios, causando uma péssima impressão visual e colocando em perigo a saúde das pessoas. O lixo, além de exalar um cheiro horrível, é o melhor fator para a proliferação de ratos, moscas, baratas - elementos transmissores de doenças ao homem.

O tratamento do lixo, através de aterros sanitários, incineração e mesmo dos lixões, contribui para a beleza da cidade e a saúde de seu povo.

O reaproveitamento do lixo que se faz atualmente vem demonstrar o princípio da LEI DE LAVOISIER:

“Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.”

Nossa coluna, hoje, traz para perfilar um personagem que, durante muitos e muitos anos, contribuiu para o embelezamento de nossa cidade, fazendo a coleta do lixo.

É o funcionário público municipal aposentado LUIS MOREIRA, filho de Antenor Moreira e Orosimba Contijo Moreira, nascido em Lavras, MG, em 22/07/32.

Estudou as quatro primeiras séries do 1ºgrau na Escola Estadual Paulo Menicucci, antiga escola do asilo.

De origem humilde, não teve oportunidade de continuar seus estudos e, aos treze anos, começou a trabalhar no Lar Augusto Silva.

Aos dezesseis anos, ingressou no serviço público municipal, através de um pedido que sua mãe fez ao então prefeito João Modesto de Souza.

No princípio, desenvolveu atividades gerais na enxada, com a capina de rua e na picareta, abrindo valas, estradas. Seis anos mais tarde foi transferido e passou a trabalhar como auxiliar no caminhão da coleta de lixo. O motorista era o José Idalgo e os outros ajudantes José Alegria, Antônio Canestri, Geraldo Domingos e Sebastião Pereira.

Naquela época, a coleta de lixo era executada de forma diferente dos dias atuais. O caminhão era um Chevrolet 1946, e o lixo era recolhido em latas, caixotes, caixas de papelão, bacias, etc, e jogado no pasto do asilo e lá para os lados de Itirapuã e Prudentes, para ser transformado em adubo e reaproveitado.

Os funcionários não portavam luvas, botas e luvas próprias, nem o lixo era embalado em sacos plásticos. Em Lavras, foi no governo de Maurício Pádua que se passou a usar o saco plástico.

Como naquele tempo as ruas não eram todas calçadas e nem havia asfalto, a capina era uma constante e, por isso, o caminhão fazia cinco viagens: as duas primeiras transportando os produtos da capina, para posteriormente coletar o lixo, e no final da tarde, fazer mais duas viagens com o material da capina.


Luís Moreira, por volta de 1962, submeteu-se a exame do Detran, sendo aprovado e passou a ser o motorista titular do caminhão de lixo da Prefeitura, em 1963.
Sente grande satisfação pela honra de ter trabalhado com os prefeitos João Modesto, Francisco Pinto, Maurício de Souza, Sílvio Menicucci, Leonardo Venerando, Sílvio de Castro e Maurício Pádua.

Além do trabalho da coleta do lixo, faz questão de ressaltar que, na época da falta d’água na cidade, trabalhava diuturnamente, levando o líquido precioso da Esal e da caixa d’água da rodovia para reabastecer casas, hotéis, escolas, hospitais. Orgulha-se de ter ajudado na abertura de ruas e, principalmente, transportado o asfalto para pavimentação do centro da cidade, no governo Leonardo Venerando.

Depois de uma grande jornada de serviços prestados à comunidade, aposentou-se em 1981, sendo substituído pelo motorista Paulo Nogueira.

Luís Moreira casou em 1958 com Hercília Adão Contijo. O casal teve os filhos Luís Antônio, Jorge Adão, Maria Aparecida, Antônio, José Maria, Zélia Adão, Erley, Marilene e Carlos Antônio.

Se não existissem os lixeiros, como ficaria nossa cidade?

A comunidade é a soma de todos os seus valores. Um necessitando do outro. Ninguém é auto-suficiente.

O FUNCIONÁRIO PÚBLICO MUNICIPAL APOSENTADO LUIS MOREIRA é Gente da Terra.







Rotary: uma fonte viva para servir.

Chicago - 23/02/1905.

Paul Harris funda o Rotary com a finalidade de fortalecer o companheirismo e agrupar homens dispostos a prestar serviços à comunidade, através de suas profissões, colaborando individual ou coletivamente com as entidades no sentido de tornar o mundo melhor, considerando cada ser humano merecedor de respeito e consideração, independentemente de raça, credo ou situação econômica.

1994. Os anos passam rapidamente. Dia-a-dia o Rotary cresce e evolui para acompanhar a dinâmica do universo.

Hoje ele existe em mais de 150 países e conta com mais de 1 milhão de sócios, homens de negócios e profissionais estabelecidos no mundo inteiro, prestando serviços humanitários, fomentando o ideal de servir, reconhecendo o mérito de toda ocupação útil, visando à consolidação das boas relações de cooperação e paz entre as nações.

A palavra Rotary significa rotativo. Daí seu emblema - uma roda dentada. É uma engrenagem ligada a tantas outras, que fazem girar o mundo e unir os homens através dos laços da amizade e do companheirismo.

Seus principais lemas são: “dar de si antes de pensar em si”; “mais se beneficia quem melhor serve”; “é dando que se recebe”; “quem não vive para servir não serve para viver”.

O rotariano é um ser humano como qualquer outro, apenas se diferencia dos demais porque segue e pratica a doutrina Rotária em benefício do seu semelhante.

E é falando em Rotary que nossa coluna, hoje, traz para perfilar um rotariano que durante anos e anos vem prestando sua valiosa contribuição às causas comunitárias.

É O GOVERNADODR - PROFESSOR OSWALDO LOUZADA SERRA, filho de Joaquim Serra e Isolina Louzada Serra, nascido em Portugal, em 12/05/15.

Ainda criança veio para o Brasil e, em fevereiro de 1932, para Lavras.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau em uma escola da cidade de Ribeirão Preto, SP; as quatro últimas e o segundo grau no Instituto Gammon; Curso Superior de Agronomia na Escola Superior de Agricultura de Lavras.

Formado, passou a exercer a atividade de magistério na ESAL, ministrando as disciplinas Desenho Técnico, Ecologia e Climatologia. Paralelamente às atividades na ESAL, lecionou nas escolas secundárias da cidade, Colégio Nossa Senhora Aparecida, Lourdes e Instituto Gammon, onde se sobressaía pela brilhante performance de mestre ao ensinar, principalmente, a Geografia, da qual é verdadeiro expert.

Quem teve o privilégio de assistir às suas aulas, viajou e conheceu o mundo nos meandros de seus ensinamentos, sem entretanto sair do lugar. Seu maior hobbie, ainda hoje, é o de viajar pelo mundo.

Professor Lousada, a par de seu labor, praticava tênis nas horas de folga, esporte no qual se projetou a nível estadual, sendo campeão do interior nessa modalidade.

Em 1940, casou com Lourdes Teixeira Lousada (já falecida), com quem teve as filhas Lousali e Moema, ambas lavrenses.

Durante a trajetória de sua vida tem prestado um sem-número de contribuições à comunidade onde vive, bem como ao País.

Foi sócio-fundador do Rotary Club de Lavras (fundado em 08/05/54). Atualmente é o único sócio-fundador ativo. Serviu ao Clube, praticamente em todas as avenidas. Foi vice-presidente do clube no ano rotário 58-59; Governador de Rotary Internacional no período de 76-77, do Distrito 4560; membro de comissões de fundação de Clubes, membro do Colégio de Governadores; delegado votante na Convenção Internacional de Rotary de Nova Orleans, EUA, em 1976 e 1977; delegado votante na Convenção do México em 1981; protocolo na Convenção Internacional de Rotary, em São Paulo, em 1981; representante pessoal do Presidente de Rotary Internacional Edward F. Cadman, na primeira conferência distrital em Teresópolis, RJ, em 1986.

Participou dos institutos rotários em Porto Alegre, Punta Del Este, Campos do Jordão, De-Merida-Yucatán-México, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Niterói, Buenos Aires, Brasília, Foz do Iguaçu.

Apresentou trabalhos nos institutos rotários em Brasília, Gramado, Belém, Nova Friburgo, Santos, Salvador e Blumenau.

Além da vasta contribuição rotária e como profissional do magistério, foi presidente de mesa eleitoral desde o governo de Getúlio Vargas até a eleição de 15/11/1976, membro de diretorias de associação e entidades de classes, em Lavras. Realizou uma viagem à Antártida, em companhia do prof. Walter Licínio de Miranda Barbosa, representando o País, trazendo de lá subsídios para o Governo Brasileiro sobre vastas regiões daquele Continente que poderiam ser exploradas pelo Brasil.

Honrarias recebidas:

Agraciado com o diploma outorgado pela Armada Argentina a “Serviço da Hidrografia Naval”, Departamento da Antártida, assinado pelas autoridades competentes, pela sua participação na assinatura, pelo Brasil no Tratado da Antártida. Diploma e medalha do mérito por serviços prestados, outorgado pela Sociedade Mineira de Engenheiros-Agrônomos. Diploma de Honra ao Mérito, outorgado pela Câmara Municipal de Lavras. Ofício do Ministério da Agricultura agradecendo a colaboração sobre o relatório da viagem à Antártida. Título Internacional de companheiro Paul Harris.

Atualmente faz questão de enaltecer a presença, em sua vida, de Cleurice Pereira Resende que o tem acompanhado em todos os momentos.

Neste ano está comemorando, juntamente com os companheiros e amigos, os 40 anos de fundação do Rotary Club de Lavras e os 50 anos de formatura.

GOVERNADOR - PROFESSOR OSWALDO LOUZADA SERRA é Gente da Terra.







Caminhos: as estradas da vida.

Desde o seu aparecimento sobre a face da terra, o homem busca encontrar seus ideais, percorrendo caminhos.

São picadas, trilhas, ruas, estradas, rodovias, ferrovias, rios, mares, ar.

São caminhos.

Através deles, o homem viaja, atinge objetivos. Alexandre Magno conquistou a Europa e o Oriente; Marco Polo chegou à China; Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil; Marechal Rondon ligou o Brasil de norte a sul, com os fios de telégrafo; Armstrong, Audrin e Collins chegaram à Lua; nós estamos aqui, lutando por nossas aspirações.

Caminhos.

Na verdade, todo homem necessita de caminhos que o conduzam aos campos, às cidades, ao trabalho, à escola, à casa, à Igreja.

O homem precisa de caminhos sinalizados, visíveis, conservados, retos, largos para seguir em busca de felicidade.

As curvas devem ser retiradas do caminho, para que o homem possa enxergar melhor o irmão e encontrar a alegria, o amor, a paz.

Antigamente, os caminhos que constituíam as estradas eram abaulados, curvos, tornando difícil o equilíbrio dos veículos que deles se serviam. A Via Ápia é um desses exemplos.

Já naquela época, as obras de engenharia se faziam presentes.
Os caminhos encurtam distâncias, aproximam nações, povos e traçam rumos para a conquista de sonhos.

Com o tempo que se renova, novos caminhos diariamente são abertos, novas esperanças são plantadas e o homem continua a perseguir sua trajetória, seus ideais, por caminhos nunca antes percorridos.

Caminhe pela vida sendo ela um caminho.

Nas cidades, os caminhos são as ruas que fazem a integração dos homens.

É claro, no passado, as ruas de Lavras não eram calçadas, pavimentadas como hoje.

Nosso homenageado desta semana foi o responsável pelo calçamento de muitas ruas que eram lamacentas ou empoeiradas.

Nossa coluna, hoje, traz para perfilar o CALCETEIRO JÚLIO PEREIRA DA SILVA, filho de João Pereira da Silva e Jovita Gonçalves, nascido em Itaiatuba/MG, em 29/07/17.

Ainda criança, com apenas 5 anos de idade, chegou a Lavras para não mais sair.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual Firmino Costa.

De origem humilde, muito cedo começou a trabalhar. Sua infância e adolescência foram vividas em Lavras, mais no labor do que no divertimento e nos sonhos.

Na década de 30, ingressou nas fileiras do 8º BPM que tinha, à época, como Comandante, o Coronel Persilva. Permaneceu nessa entidade por pouco tempo.

Dali, foi trabalhar como artesão do calçamento para a Prefeitura Municipal de Lavras, cujo prefeito era o doutor Jacinto Scorza. Passou por várias gestões de prefeitos: Coronel Pedro Sales, João Modesto, Maurício de Souza, Sílvio de Castro, Leonardo Venerando, Maurício Pádua.

O calceteiro Júlio Pereira da Silva, em 08/04/40, casou com Maria Conceição de Oliveira, com quem teve os filhos Luiz, Iraci, José, Antônio, Júlio e Glória.

Chama sua atenção a lembrança do 1º calçamento feito em Lavras. Começou por volta de 1942, quando colocou os primeiros paralelepípedos sobre a rua Barão do Rio Branco, iniciado nas imediações do Super Alves e subindo até o bairro Santa Efigênia, no Batalhão (antiga Rua Direita).

Nos dias atuais, embora a massa asfáltica tenha coberto alguns dos calçamentos que realizou durante anos e anos, ainda restam vestígios por toda cidade da marca de seu trabalho e da sua arte, em cada canto, em cada rua, em cada praça.

Palmilhou metro a metro os quilômetros e quilômetros das muitas ruas, praças e vilas com o seu trabalho: Misseno de Pádua (Mirante), Raul Soares, Expedicionários (Atlética), Rua das Flores, Benedito Valadares, Crisântemo, Vila São Francisco, Praça. da Estação, Dr. Gammon, Esal, Jardim Central e tantas outras aqui e em outras cidades vizinhas, promovendo o progresso.

Em quase todos os lugares que o lavrense pisa, está presente a sua arte e a sua passagem por este itinerário.

Tempo passado, tempo presente. Antes, ruas empoeiradas ou lamacentas, agora, ruas calçadas, pavimentadas.

A presença das mãos do homem e do seu trabalho estão aí. As diferenças entre o que era e o que é, são grandes. Valorizar o trabalho humano, por mais elementar que seja, é reconhecer a grandeza e a importância do homem na sociedade.

O trabalho, quando feito com amor, enobrece quem o pratica.

Os caminhos traçados pelo nosso homenageado impelem o homem para frente.

“O povo que não cultua a memória de seus filhos ilustres e não exalta os eventos marcantes de sua história, atraiçoa, por displicência, sua Pátria.”

O seu trabalho dignificante nos faz lembrar de uma canção que toca nossa sensibilidade e, possivelmente, se permitido fosse, também faríamos o que ele fez durante toda a sua vida:


“Se essa rua, se essa rua fosse minha,
eu mandava, eu mandava ladrilhar
com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante
para o meu, para o meu amor passar”

O CALCETEIRO JÚLIO PEREIRA DA SILVA é Gente da Terra.








Saúde: um bem precioso.

Gozar de uma boa saúde significa viver em boa condição – física, mental e social, isto é, em um estado de completo bem-estar. Por isso, a saúde é uma das maiores riquezas que o homem pode desejar.

Valoriza-se muito a saúde quando se estabelece um desequilíbrio no organismo e o homem vê-se acometido de uma doença. Perde-se a sensação de bem-estar e mil pensamentos passam a povoar a mente, gerando uma certa instabilidade.

Busca-se, de imediato, o alívio e a cura nos mais variados recursos para afastá-la e anular-lhe os efeitos maléficos e, sobretudo, para restabelecer o equilíbrio e preservar a vida.

Antigamente, pessoas menos esclarecidas supunham que as doenças eram causadas por influência da lua, das marés, dos espíritos maus e, assim, para curar os doentes baseavam-se, principalmente na superstição, magia, rituais frenéticos e truques de feiticeiros.

A humanidade evoluiu.

As ciências se desenvolveram

O homem atingiu, dentro da tecnologia, altos patamares para vencer desafios e alcançar o progresso.

As tentativas de aliviar sintomas e combater doenças são tão antigas quanto à humanidade.

Hoje, entretanto, a farmacologia, imensamente enriquecida se constitui base indispensável para defender, com maior segurança, a saúde do homem.
Este homem que, dia-a-dia, enfrenta os embates da vida, numa luta quase desumana, enfrenta também os inimigos causadores de doenças, declarados ou ocultos, espalhados por todos os cantos.

A farmacologia e a medicina, juntas, são utilizadas na cura das doenças.

O inverno está aí.

O organismo fica mais vulnerável aos microorganismos e as doenças se apresentam com mais freqüência.

Uma boa alimentação, higiene e a prática de esporte possibilitam uma maior resistência às doenças.

Valorize-se a vida, cuidando da saúde.

É preferível prevenir a remediar.

Falando em saúde, doença, remédio, nossa coluna, hoje, traz para perfilar um dos mais antigos profissionais de farmácia, em Lavras.

É O FARMACÊUTICO JOÃO VÍTOR DE REZENDE, filho de Joaquim Theodoro de Rezende e Maria da Conceição Rezende, nascido em Lavras, MG, em 14/02/1933.

João da Farmácia, como é carinhosamente chamado, nasceu na rua Umbela, hoje Rui Barbosa.

Fez as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa e as três seguintes no Colégio São Pedro.

Lembra-se com saudade de suas professoras Maria Helena, Viroca, Celeste Dessimoni, Dulce Barros, Edite Malafaia e de seus amigos de infância.

Por ser descendente de família humilde, desde cedo começou a trabalhar. Iniciou às atividades profissionais como aprendiz de farmacêutico, aos sete anos de idade, na Farmácia Nali, de propriedade de Paulo Corrêa, na praça Dr. Jorge. Daí foi para a Costa Pinto, trabalhar ao lado de João e Cahuam. Passou uma temporada na Drogaria Oeste com Ismael e Magno.

Tentou por dois anos em sociedade com José Mansur, o ramo farmacêutico, em Macaia. Não se adaptando ao clima da região, retornou a Lavras.

De volta, trabalhou na Farmácia N.S. Aparecida, com Francisco Ávila e Expedito. Pouco tempo depois, em sociedade com os mesmos, adquiriu este estabelecimento. Isto ocorreu por volta de 1956 e, em 1958 transformou-a em Drogaria Aparecida. Em 1968, Expedito deixou a sociedade. Sua drogaria, a partir daí, esteve instalada em vários locais da cidade, até estabelecer-se em definitivo em sede própria, onde está atualmente, no coração da cidade.

João Vitor, em 1964, foi para Belo Horizonte fazer um curso de dois anos na Secretaria de Saúde de Minas Gerais, de onde saiu com um diploma de farmacêutico provisionado.

Por não esquecer suas origens, sempre esteve ao lado dos menos favorecidos pela sorte, olhando-os e dando-lhes assistência, principalmente na doença.

Mantém durante toda sua vida profissional um relacionamento de perfeita harmonia com os hospitais lavrenses e com a classe médica.

João da Farmácia casou com Maria Adão de Rezende, em 11/09/55, com quem teve os filhos Álvaro, Rosângela, Marilene, Sandra e Márcia.

Pelos seus inúmeros serviços prestados à comunidade e principalmente à gente humilde, recebeu do Rotary Clube de Lavras um diploma de honra ao mérito, na década de oitenta.

A comunidade lavrense também lhe é grata pela dedicação, eficiência profissional e acima de tudo pela sua humildade.

Aprecia por demais sua profissão, razão por que sua presença é uma constante na farmácia, quer de dia, quer à noite.



Tem como hobbies o futebol, a música, a vida do campo.

O FARMACÊUTICO JOÃO VÍTOR DE REZENDE é Gente da Terra.








Somos os construtores do futuro.

Passadas as emoções da conquista do Campeonato de Basquetebol pelas meninas do Brasil, somadas às do Tetra do Futebol, quando a nação se vestiu de verde-e-amarelo, vivendo momentos de ansiedade, medo e êxtase, aqui estamos após as férias escolares e forenses.

Finda a euforia de tantas emoções, recomeçamos a luta do dia-a-dia pela sobrevivência, como qualquer cidadão brasileiro, caminhando para o futuro, acreditando no trabalho e na ação daqueles que dirigem nosso País, confiando no sucesso do real, torcendo para que nossos irmãos não passem fome, não morram de frio e encontrem trabalho para ajudar na construção do mundo.

Deus criou o mundo e os homens continuam sua obra. Acreditamos que Ele tenha deixado uma obra inacabada para que os homens possam, com seu trabalho, terminá-la. Trabalhar significa ajudar a construir e organizar o Universo e, nesse labor, tanto valem os que informatizam, os que vão ao espaço, os que manipulam os avanços biológicos, tecnológicos, como os que lavam, passam, cozinham, plantam, enfim, labutam nas mais diversas profissões.

Estamos caminhando para o futuro através do revezamento das gerações e participando, com o nosso trabalho para ajudar a Deus no seu grande projeto.

Se não construirmos o futuro com as nossas mãos e com o nosso trabalho, é quase certeza que ninguém irá construí-lo por nós.

Acreditamos no trabalho.

Acreditamos no futuro.

Cristo nos deu seu exemplo de carpinteiro e mostrou-nos que o trabalho enobrece o homem e o torna grande. Aproxima-o do Pai. Ele disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”.(João 5.17).

No Livro dos Livros encontramos: “O trabalhador é digno do seu salário” - (1-Tm 5.18).

Que todos tenham trabalho.

O trabalho é vida. O trabalho é uma conquista.

Que nossa fé, nossa esperança, nosso amor nos façam caminhar de mãos dadas em direção ao futuro, na certeza de sermos os colaboradores na construção desse grande edifício, onde cada um é um e onde todos são um.

Falando em trabalho, nossa coluna, hoje, traz para perfilar o personagem que desde os seus oito anos de idade tem prestado sua valiosa contribuição à nossa comunidade.

É O LAVADOR DE CARROS JOSÉ DO CARMO FILHO, nascido em 16/12/38, em Itumirim (MG), filho de José do Carmo e Acedina Cândida de Jesus.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa e mais dois anos no Colégio São Pedro. Lembra-se com saudade da professora Dona Madalena e de seus amigos de escola.

De origem humilde, veio para Lavras em companhia da família aos sete anos de idade. Ainda menino, com seus oito anos, iniciou a vida de trabalho engraxando sapatos nos pontos que escolhera defronte a Igreja Matriz e Praça Doutor Augusto Silva. Demonstrando grande aptidão para o trabalho, o senhor Humberto, proprietário do Grande Hotel, deixou-o fazer o transporte de malas dos viajantes daquele estabelecimento para a rodoviária e vice-versa -naquele tempo o Grande Hotel se localizava onde é hoje o Edifício Dr. Álvaro Botelho, antiga sede da Caixa Econômica Estadual e, a rodoviária, onde funciona hoje a Câmara dos Vereadores de Lavras.

Dali, foi trabalhar como entregador de carne no Açougue do Gadoni, tradicional família lavrense. Após uma temporada, foi para o Bazar Mineiro, do Nahid, trabalhar como caixeiro. Nessa mesma época, Doutor Maurício Zakhia, de saudosa memória, começou a construção do Posto Maurício, onde o nosso personagem, a convite, foi trabalhar como servente. Concluída a obra, novamente convidado pelo Dr. Maurício, agora, como frentista. Nessa época contava apenas quinze anos de idade. Nesse posto permaneceu até os vinte e cinco anos quando, em homenagem ao seu bom desempenho recebeu, como prêmio do Dr. Maurício Zakhia, o valor suficiente para aquisição de um maquinário de lavador de carro. Com essa quantia, em sociedade com José Simões (Zé Moura), instalou seu primeiro negócio na confluência das ruas Lourenço Menicucci com Francisco Andrade.

Mais tarde, com o passamento de seu sócio, tornou-se proprietário exclusivo do estabelecimento.

Em 30 de julho de 1965, casou-se com Francisca Salles Ferreira, com quem teve as filhas Elenice e Edinale.

Em 1985, aposentou-se por tempo de serviço e transferiu seu lavador para a esquina das ruas Francisco Andrade e João Modesto, onde continua até hoje, trabalhando e dando um trato especial a cada veículo que lhe é confiado.

Nosso personagem, ao longo da vida, vem demonstrando a todos que, embora simples o seu trabalho , faz com que as pessoas se sintam felizes e envaidecidas.

Sua máxima é: “O melhor e mais bonito carro é aquele que você possui.”

José do Carmo Filho é um dos mais antigos em exercício na profissão de lavador de carros.

JOSÉ DO CARMO FILHO é Gente da Terra.









Nossos pais - uma bênção.

Quantas e quantas vezes gostaríamos de falar coisas bonitas, agradecer-lhes o dom da vida.

Façamos isto agora. Eles se sentirão felizes, pois nos trouxeram no mundo e alegram-se conosco.

Ao dar-nos a vida, abriram-nos as portas do universo, para participarmos das alegrias e tristezas, do amor, e desamor, do trabalho, das derrotas, e vitórias, dos sonhos e das ilusões.

Ao dar-nos a vida, trouxeram uma pessoa nova, sem igual, ímpar, única. Essa pessoa, esse filho é você, sou eu, somos nós.

A imagem que brilha no rosto de uma criança, de um jovem, adulto ou idoso, é a imagem que traz,com maior ou menor intensidade, o brilho da marca do pai.

Ao nascermos, iniciamos o processo de perpetuação da história de nossos pais. Herdamos deles suas características e passamos a testemunhar permanentemente suas vidas.

Eles, juntamente com nossa mães, são a fonte da sabedoria onde buscamos exemplos para formar os alicerces de nossa existência. São o espelho no qual miramos nossa vida.

Seus ensinamentos, desde a infância, como andar, falar, até o direcionar nos caminhos, nos ensinam a situar, pouco a pouco, passo a passo, no mundo em que vivemos.

“Filho meu, guarda o mandamento de teu Pai e não deixes a instrução de tua Mãe” - Prov. 6.20

“Ouve a teu pai, que te gerou” - Prov. 23-22.

Pais equilibrados, autênticos, carinhosos, companheiros, amigos exercem a verdadeira paternidade responsável, fazem de nós, filhos, nós mesmos e não dependentes seus.

Somos felizes pelos pais que temos.

São os melhores do mundo.

Deram-nos a vida.

Continuamos sua obra.

Perpetuamos seu nome.

Ser pai é comungar com Deus na beleza da criação. O próprio Deus se identifica como “o Pai”.

“Honra a teu pai e tua mãe para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá” - Ex-20-12.

Nesta data, em que se comemora o “Dia dos Pais”, prestamos nossas homenagens a todos os pais e pedimos permissão para focalizar o personagem da semana, um pai, que é também o barbeiro mais antigo em exercício da cidade de Lavras, com muito orgulho, meu pai.

É O BARBEIRO BENEDITO DE PÁDUA ANDRADE-PLANCHE - filho de Antônio de Andrade Júnior e Mariana Pádua de Andrade, nascido em Santa Cruz do Rio Pardo, SP, em 09/04/1908.

Estudou as quatro primeiras séries do 1º grau em uma Escola Estadual daquela cidade.

Aos 13 anos de idade, veio para Lavras, em companhia da família.

Muito cedo começou a trabalhar, pois descendente de família numerosa e humilde, tinha que ajudar na criação e educação de seus irmãos menores.
Iniciou as atividades profissionais como vendedor de frutas e verduras; foi carregador de malas, engraxate e, posteriormente, barbeiro, profissão que exerce até hoje.

Seu primeiro emprego foi com o sr. Manoel Barbosa, no salão estabelecido no prédio do Franklin Alves de Azevedo, na rua Santana. Dali mudou-se para o salão em frente à antiga Prefeitura. Trabalhou com o sr. Dimas de Souza, indo em seguida para o Salão Rio Branco, onde fica hoje a Relojoaria Mesquita. Exerceu ainda suas atividades profissionais nas esquina do Zakhia, Praça Dr. Gammon, ali, em companhia de Adir. Passou uma temporada em Nepomuceno, Carmo-da-Cachoeira, Formiga, Belo Horizonte, Uberlândia, Araguari, Pires do Rio, Goiás Velho e tantas outras cidades pelo Brasil afora.

Lembra-se com saudade de Uberlândia, onde conviveu com Rondon Pacheco. Vasco Giponi, João Tomás de Rezende. José Tomás Azarias Rezende (Neném) e tantos outros e, especialmente de Mazico, seu irmão, de Dirceu Silva e Amália, em companhia de quem podia saborear ótimas guloseimas.

Cortou cabelos e fez barba de muita gente importante: Dr. Gammon, Dr. Sabino Lustosa, Juca Venerando, Rondon Pacheco, Carlos Luz, Negrão de Lima, Alysson, entre tantos outros, exercendo sua profissão.

Em 1939, deixou Uberlândia e veio para Lavras.

Namorou Elvina Alves de Abreu, filha de Anísio Gaspar, com quem se casou em 12/11/40. Tiveram os filhos Mirna, José Alves, Antônio, Aloísio e Maria Auxiliadora.


Em Lavras, trabalhou no Salão Elite com o José Silva e, no Salão Cristal com Didi de Carvalho e João Pomárico. Foi proprietário deste último, instalado onde é hoje o Banco do Brasil.

Com seu próprio salão - salão Planche - esteve em frente à Agência do INAMPS, casa do Samuel Alvarenga, perto do Posto Shell, em frente à Padaria Rocha, defronte à Casa Mansur (Comil) e, finalmente, em sua própria casa.

Aos 86 anos ainda trabalha e se lembra de seus clientes.

Uma curiosidade para muitos é o porque do apelido PLANCHE. O nome vem dos Três Mosqueteiros: “Planchet”, uma brincadeira de amigos.

Pelos serviços prestados e pela forma de ser, foi homenegeado pelo Rotary Club de Lavras Sul com um diploma.

É um grande contador da história de Lavras. Bi Moreira era seu ouvinte assíduo.

O BARBEIRO BENEDITO DE PÁDUA ANDRADE – PLANCHE - é Gente da Terra.








Alimento: uma questão de sobrevivência.

Bom dia.

É de manhã. Na mesa, o café, o leite, o pão, o bolo, a broa, a manteiga, o biscoito, frutas.

Comemos, bebemos.

Hora do almoço. Na mesa, arroz, feijão, angu, macarrão, carne, verduras, legumes, sucos, frutas, doce, água.

Comemos, bebemos.

Hora do jantar. Os alimentos estão de volta à mesa. Comemos, bebemos. Ficamos satisfeitos.

Os dias se sucedem e repetimos esse mesmo ritual, que é um uma das leis da sobrevivência.

Mas diante de uma mesa farta ou escassa, poucos param para pensar ou indagar de onde vêm os alimentos. Quantos trabalharam para que tivéssemos às nossas mesas todos esses tipos, todas essas iguarias.

Para que isso acontecesse foi preciso que alguém plantasse, colhesse, que alguém criasse animais, que outros transportassem, vendessem.

Vendo ao longo das planícies, baixadas, encostas, várzeas, plantações e plantações; nos campos, os rebanhos pastando; na calmaria e mansidão das águas superficiais dos rios e mares, imaginando o pescado escondido em suas profundezas, presenciamos um espetáculo visual que se completa em um centro de abastecimento, nas horas mortas da noite até o nascer do sol que, com seus raios multicoloridos, o tornam, ainda mais fantástico.

Ali pode-se ver e constatar a imensa riqueza produzida pelas terras brasileiras que chega através de caminhões que descarregam em seus pátios os mais variados produtos, desde o arroz, feijão, trigo, carne, derivados do leite aos hortigranjeiros como frutas, ovos, aves, verduras, hortaliças, legumes.

É através dessa preciosidade chamada agropecuária, que envolve milhares e milhares de pessoas, desde os fazendeiros até os mais humildes e anônimos trabalhadores que chegam às mesas os alimentos tão necessários à nossa sobrevivência.

É preciso plantar, cultivar o solo, criar animais para que a hipótese de Malthus não prevaleça nunca. Ela diz que enquanto a população cresce em progressão geométrica - 1,2,4,8,16,32... - os alimentos, crescem em progressão aritmética - 1,2,3,4,5,6...

Exaltamos merecidamente o homem do campo e, para tanto, trazemos para perfilar hoje, em nossa coluna, alguém que, além de cultivar a terra, tem uma larga folha de serviços prestados à comunidade.

É O FAZENDEIRO SÍLVIO FERREIRA DE CARVALHO, filho de Joaquim Antônio de Souza e Margarida Ferreira de Andrade, nascido na fazenda Registro, Lavras, MG, em 21/09/1909.

Fez seus estudos básicos na fazenda Vitória, hoje FAEPE. Após, estudou em Cruzília e, finalmente, no Colégio Santo Antônio, em São João Del Rei, onde teve a satisfação de conviver com os colegas e amigos, Dr. Lourenço Menicucci, Dr. Miranda, Tuchê, presidente Tancredo Neves, dentre outros.

Aos 20 anos de idade, no fulgor da mocidade, viu-se obrigado a abandonar os estudos para prestar seu labor na fazenda do pai.

Dessa época, até hoje, não parou mais de trabalhar.

No correr dos anos, conheceu Sílvia Ferreira de Carvalho, com quem casou em 1936. Desse casamento nasceram os filhos Luiz, Haydèe, Margarida, Cláudio, José Sílvio, Ricardo, Haroldo e Sílvia Regina.

Hoje, é avô de 21 netos.

Como cidadão sempre foi assíduo participante das causas nobres, e um dos líderes de classe, destacando-se na comunidade com a realização de muitos projetos.

Realçamos, no universo de suas conquistas comunitárias, a implantação do Internato da Igreja Adventista de Lavras, localizado na Estação do Itirapuã, no governo de Maurício Pádua; a construção do Cine Brasil, em companhia de Leonardo Venerando e outros, a criação da Companhia Lavrense de Eletricidade (CLE), em sociedade com Haical Haddad e outros; a fundação da ASSOCIAÇÃO DE CAVALOS MANGA-LARGA MARCHADOR e da COOPERATIVA ALTO RIO GRANDE com outros sócios, tendo sido seu presidente durante 12 anos.

Participou da diretoria do Sindicato Rural de Lavras durante a presidência do Dr. Gil Botelho; foi presidente da Associação Rural, quando o Parque de Exposição era onde é hoje o Condomínio Jardim das Palmeiras.

À época de Sinval Silva, como vereador atuante, apresentou inúmeros projetos ao encontro dos anseios da comunidade.

A simplicidade era a tônica de sua vida. Debaixo do seu jeito calado de ser, encontrava-se um grande realizador.

Com seus quase 85 anos de idade, ainda demonstra o vigor físico do homem do campo disposto a cultivar a terra, criar animais e produzir alimentos para a sociedade, na sua Fazenda Barro Preto, em companhia dos filhos.

É um homem temente a Deus, pautando a vida na conformidade da Lei Divina: “O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio”. Salmo 91:1,2. Nas manhãs de sábado, seu principal afazer é a frequência ao culto na Igreja Adventista.

Sílvio Ferreira é um semeador. Mostra isto na família, no campo, na comunidade.

Pelo seu trabalho foi homenageado com cartões de prata e, pela comunidade, recebeu um Diploma de Honra ao Mérito.

O FAZENDEIRO SÍLVIO FERREIRA DE CARVALHO é Gente da Terra.









Primavera - um desfile de flores e cores.

Bem-me-quer...

Mal-me-quer...

Bem-me-quer... e as pétalas, pausadamente, são destacadas das flores.

Flores - jóias maravilhosas esculpidas no reino vegetal em exposição por todos os cantos do mundo, verdadeiras obras de arte, símbolos de paz, alegria, amor...

Seus perfumes, suas formas, seus coloridos, seus encantos fascinam, embriagam, alegram, embelezam. E os homens se curvam diante dessas delicadas peças lapidadas pela natureza cujo arquiteto é Deus.

Dentre as inúmeras espécies espalhadas pelo mundo, escolhermos a ORQUÍDEA, para muitos, uma das mais belas. Ela se engalana e se destaca das demais pela imensa variedade de cores e matizes, formato das pétalas, sépalas, e outras características marcantes que, aos olhos dos ORQUIDÓFILOS - colecionadores, admiradores - ficam seduzidos pelo seu encanto.

Dos pólos ao equador, em terra ou em árvore, no ripado ou na estufa, ela viceja, floresce e mostra uma combinação de vida, de cores, de aroma.

É uma flor de requinte.

A sua cultura é algo fascinante, extraordinário, apaixonante.

Neste início de primavera, quando todas as flores desfilam frente aos olhos dos homens, dos pássaros, dos insetos, nossa coluna traz, na fragrância, na delicadeza, na beleza da ORQUIDEA, a motivação para falar do nosso personagem, cuja sensibilidade se demonstra no dia-a-dia através de suas pinturas, notas melódicas de sua gaita, sua voz, seus projetos arquitetônicos, seu orquidário e forma de servir ao próximo.

É O ENGENHEIRO CARLOS FREDERICO HERMETO BUENO, filho de Léo Bueno e Doquinha Hermeto, nascido em Lavras, MG, em 02/12/1932.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa e Kemper. As quatro últimas, no Colégio Nossa Senhora Aparecida e o segundo grau, no Instituto Gammon; curso de agronomia, na Esal.

Por ter perdido seus pais ainda muito criança, foi criado juntamente com o irmão Biô, pelos avós maternos, Tonico e Lucinda Hermeto, que residiam na antiga Farmácia e Laboratório Hermeto, onde ainda hoje, mora a Lêda Hermeto, sua tia.

Ali, por influência dos tios, Ângelo, Carnot e Tista, “experts” da construção civil, seguiu a carreira deles - engenharia.

Quando seu pai contraiu núpcias pela segunda vez ganhou mais três irmãos: Luiz Carlos, César Augusto e Maria Amélia e com eles passava férias na saudosa Fazenda do Marmelo.


Sua infância foi marcada pelas brincadeiras em companhia dos amigos Paulão e Tatão, bem como pelo futebol de rua, na Francisco Sales, no Mercado Municipal e na Olímpica.

Desenvolveu também, nessa época, seu talento para o desenho arquitetônico, paixão que aumenta com o passar do tempo.

Na juventude, adquiriu o gosto pelo canto lírico, pela gaita harmônica de boca, desenho artístico “Bico de Pena”, natação, atletismo... mas o esporte predominante era mesmo o futebol que, juntamente com o desenho, ajudou-o a custear os estudos.

Após passar um ano em BH, onde fez um cursinho, voltou para Lavras para ingressar na Esal. Isto aconteceu no ano de 1954 e a causa principal foi a namorada, hoje esposa, Nilza, com quem casou em 1957. Tiveram os filhos Léo, Mariza, Magda, Moisa e Cristina. É avô de cinco netos.

Enquanto estudava na Esal, jogava futebol no Fabril e na Olímpica. Nessa época vinham a Lavras grandes times de São Paulo, Rio, BH, com jogadores famosos como Garrincha, Nilton Santos, Didi, Djalma Santos, Pelé, com os quais teve o prazer e o privilégio de jogar. Não se esquece do Rosário Central da Argentina que aqui jogou e perdeu para a Olímpica. Desse tempo lembra-se de Luiz Vieira, Alfredão, Marcelo, Isnar, Miranda, Lauro, Nelson, Farnese, Tonho, Paulão, Delão, Brasileiro, Sérgio Valentini, Hugo, Danilo, Bené, Henrique e outros.

Ainda em 1957, ingressou na ACAR (hoje EMATER), trabalhou em Santa Rita do Sapucaí e Três Pontas até 1964. Daí foi para BH, onde coordenou o setor de Habitação e Construções Rurais, com cerca de 180 escritórios. Nessa mesma época, ministrou muitos cursos pelo Brasil afora.

Em 1967, a convite de Alysson Paulinelli, voltou a Lavras para lecionar na Esal e colaborar no projeto de construção do campus universitário, em fase inicial, assim como da FAEPE, do CLUBE DE CAMPO, tendo expandido seu trabalho nessa área por outras escolas do Brasil .

Por ser um bom professor recebeu muitas horrarias: paraninfo por três vezes, patrono e homenagem em quase todas as formaturas até 1991, época em que se aposentou. Guarda a todas com carinho e orgulho, numa coleção de placas comemorativas. Da Extensão, recebeu o “JEEP DE BRONZE”.

Publicou diversos trabalhos: apostilas técnicas, manuais para a Belgo- Mineira, Epamig, Centro Nacional de Gado Leiteiro (Embrapa). Fez muitos desenhos arquitetônicos e projetos rurais em diversos Estados brasileiros.

Como rotariano, sócio do Rotary Club Lavras-Sul, há mais de 20 anos, já ocupou todas as avenidas. Foi presidente e atualmente é diretor-redator do boletim semanal, dedicando-se de corpo e alma à principal atividade rotária que é SERVIR. Acaba de projetar, em nome do Rotary Lavras-Sul, a TRANSITOLÂNDIA que será construída no 8º BPM pela Prefeitura Municipal, visando ensinar trânsito, às crianças.

Recebeu, pela excelência de servir, o Título Paul Harris de Rotary Internacional.

Hoje em dia mora num sítio aprazível, na periferia da cidade, onde cultiva seus hobbies: desenhos de “bico de pena” que retratam cenas antigas de Lavras, com muitas casas hoje desaparecidas e ruas tão mudadas – antiguidade; o orquidário que, com uma coleção de 5.000 orquídeas nativas e híbridas, chama a atenção daqueles, que o visitam, pela exuberância e raridade das espécies.

As quintas-feiras são sagradas. Custe o que custar ele está sempre na Reunião do Rotary Club Lavras-Sul, dando valiosa contribuição comunitária através do SERVIR.

Carlos Frederico faz do companheirismo um lema de sua vida.

O ENGENHEIRO CARLOS FREDERICO HERMETO BUENO é Gente da Terra.







Portugal - Terra Mater.

“Por mares nunca de antes navegados... novos mundos ao mundo irão mostrando... para buscar do mundo novas partes da terra que outro povo não pisou. Os mares nunca de outrem navegados... longos mares... segredos escondidos a nenhum grande humano conhecido...”

Estes são pequenos fragmentos retirados da obra clássica OS LUSÍADAS, DE CAMÕES que, ao lado de outras grandes EPOPÉIAS - ODISSÉIA E ILÍADA DE HOMERO, ENEIDA DE VERGÍLIO - narram histórias maravilhosas e extraordinárias de viagens, aventuras, conquistas, sonhos, sentimentos e nos fazem lembrar o espírito cruzadista arraigado na alma dos nossos irmãos portugueses que, impelidos às descobertas de outras terras, em tempo de outrora, chegaram ao nosso querido BRASIL.

Ah! Portugal dos grandes e arrojados navegadores que navegaram nos mares bravios de águas agitadas e tormentosas, levando esperanças, trazendo conquistas; dos grandes escritores; dos lugares apaixonantes como Lisboa, da Ilha da Madeira, dos Açores, da região de Trás-os-Montes, do Porto, de Coimbra, de tantos outros inesquecíveis, ricos em cultura, de fortes e estreitos laços familiares.

Portugal, famoso país da Europa por suas descobertas, riquezas, danças folclóricas, touradas (onde os touros não são sacrificados), futebol, músicas - chulas, viras, fado - alimentos saborosos, especialmente o bacalhau, pelo vinho, bebida favorita, mundialmente famosa e apreciada.

E é falando nesse país irmão de tradições históricas que vamos buscar a nossa personagem para perfilar hoje, em nossa coluna.
É A PROFESSORA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ÁBIA BOTELHO SERRA E SILVA, filha do saudoso casal Dr. Humberto Pádua Botelho e Adir Botelho, nascida em Lavras, MG, em 01/12.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau no Colégio Armstrong, em Campo Belo, MG; admissão e as quatro últimas séries, bem como o 2º grau, no Instituto Gammon. Tanto em Campo Belo como em Lavras, estudou em regime de internato. Fez o curso de Educação Física em Bauru-SP, concluindo-o em Belo Horizonte.

Do seu tempo de infância e estudante, lembra-se com saudade dos amigos Tito, Zilá, Adaís, Nair Costa, Dirce Botelho, Clarice Coelho, Maria Amélia, Marcos Peçanha, Quinan, Márcio, Lauro e outros. Lembra-se também dos professores Sinval Silva, Rev. Francisco Alves, D. Nieta, Nair Paranaguá, D. Rosinha, Nelly Furberta, Waldir Azevedo, Roberto Coimbra e tantos outros que marcaram sua vida.

Fez parte da primeira turma a formar-se em Educação Física, no DI, no Estado de Minas Gerais, sendo portanto, uma pioneira nesta área e primeira professora de Lavras, formada nesta disciplina.

Graduada, veio para Lavras, lecionar no Instituto Gammon; além de Educação Física, outras disciplinas, promovendo inovações.

Ávida de conhecimento, fez vários cursos em S. Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires.


Em 1960, participou do 1º Congresso Luso-Brasileiro de Educação Física em Lisboa, Portugal. Teve, nessa ocasião, a oportunidade de viajar em companhia da comitiva de Jk, que fôra receber uma homenagem de Portugal.

Nesta mesma época, foi assistir aos jogos Olímpicos de Roma e conheceu, durante a viagem um casal influente em Portugal - Dr. Anderson Leitão e Dra. Maria José - que a convidou para ficar naquele país, com uma bolsa de estudo com duração de um ano, da Fundação Caloust e Gulbenkian.

Aceitou o convite e nesse período conheceu um jovem professor de Educação Física, técnico de futebol e escritor, chamado Rui Maurício Anjos Silva, com quem, em 17/11/1962, casou. Deste matrimônio nasceu o filho Rui Maurício Anjos Silva Júnior. O professor Rui tem cinco livros publicados e já foi técnico do Benfica de Lisboa.

Nossa personagem foi a primeira brasileira a usufruir da dupla nacionalidade, em 1971.

Obteve também o primeiro lugar no Curso de Doutorado em Educação Física na Área Educacional na Escola do Governo Português, defendendo a tese “A Evolução das Teorias Educativas-Escola de Bloom-Gestalt.”

Fez inúmeras cursos na Áustria, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Israel.

Por todos os países por onde passa e, através de seu trabalho como professora, deixa a marca de LAVRAS, demonstrando ser uma embaixadora de nossa terra.

Pelo seu trabalho em prol da educação em Portugal, Lisboa, já foi várias vezes homenageada, naquele país. E, uma das maneiras de ser homenageado ali, é ser escolhido por seus pares e comunidade como Delegado de Grupo, Orientador de Estágio, Coordenador, cargos que ela vem ocupando há anos.

Ábia tem vários hobbies. A leitura e as viagens predominam sobre os demais. Conhece mais de três dezenas de países e deles relata minúcias. Por exemplo o detalhe do Mar Morto, situado na Jordânia, fronteira com Israel, que apresenta a maior salinidade do universo. Em cada litro de água apresenta ¼ de sal, tornando impossível a existência de qualquer forma de vida e não deixando afundar o próprio corpo humano. Fala sobre as grutas das regiões desérticas que ,durante o dia, são frescas, oferecendo proteção do calor escaldante e, à noite, pela baixa temperatura externa, com os animais postados à frente de suas entradas, mantêm o calor interno.

Nessa última estada em Lavras trouxe um projeto para ser estudado entre uma escola local e a sua C + S PEDOR DE SANTARÉM, de Lisboa, cujo slogan é “Vamos Dialogar com o Mundo” - projeto de intercâmbio entre escolas, entre estudantes e entre países que visa, sobretudo, aproximação e troca de conhecimentos.

Ábia é uma sonhadora com o ensino para todos e a compreensão entre os povos.

Embora vivendo do outro lado do Atlântico, continua sendo uma LAVRENSE a difundir as coisas boas de nossa terra.

A PROFESSORA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ÁBIA BOTELHO SERRA E SILVA é Gente da Terra.








Voz: Uma preciosidade que encanta.

No mundo em que vivemos, ouvimos a cada instante os mais variados tipos de vozes. Baixo, barítono, tenor, contralto, meio-soprano, soprano, como um coral.

São vozes que chegam aos nossos ouvidos trazendo mensagens de alegria, prazer, tristeza, satisfação.

São vozes.

Com elas os homens travam conhecimentos, falam de negócios, de amor, contam a história da vida. São elas uma característica da espécie humana, pois só o homem é capaz de falar.

Portanto fale de tudo que faz você feliz. Fale da vida, do nascer de um novo ser, do germinar da semente, do desabrochar de um flor. Fale. Fale do tempo, da primavera, da chuva a cair, do riacho a correr, da brisa fresca de verão, do alvorecer, do crepúsculo, das ondas do mar, do azul celestial. Fale. Fale do sorriso da criança, do exemplo dos idosos, do amor, da esperança, da fé. Fale do concreto, do abstrato, da espera, da chegada. Fale. Fale de tudo que seu coração está repleto. Fale, pois a voz é a expressão da alma, do coração. Fale. Fale de tudo que faz você feliz.

A voz é um elemento essencial à vida das pessoas. E a linguagem oral, um dos instrumentos mais importantes da comunicação. Ela impressiona os povos, derruba barreiras, constrói nações, leva esperanças.

Falando em voz, nossa coluna, hoje, traz para perfilar um personagem possuidor de uma voz que tem ecoado por todos os cantos do mundo, falando do futebol e de nossa Lavras, através das emissoras radiofônicas onde tem trabalhado.

É O RADIALISTA JOSÉ SILVÉRIO DE ANDRADE, filho de Delfina Augusta de Andrade, de saudosa memória, nascido em Itumirim em 15/11/1945.

Fez as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Castro Alves, em sua cidade natal e as quatro últimas, bem como o científico, no inesquecível Colégio Nossa Senhora Aparecida.

Aos doze anos de idade, no ano de 1957, veio para Lavras estudar em regime de internato. Aqui ficou até o término do segundo grau. Fez muitos amigos, dos quais se lembra com saudade: Itamar Mazochi, Expedito Gadoni, Haroldo de Abreu, Vandão, Sebastião da Pneu Lavras, Paulinho Chicletes, dentre outros.

Já nesse tempo, sua paixão era jogar botão, narrar o próprio jogo e ouvir os vários locutores esportivos do Brasil, através das ondas radiofônicas.

Em 1963, a convite do amigo Dr. Itamar Mazochi, que à época trabalhava na Rádio Cultura D’Oeste, fez um teste para locutor esportivo; tendo sido aprovado e iniciando naquele ano sua carreira profissional ( o diretor da rádio era o prof. Isnar Silva).

Sua primeira narração foi o jogo entre Olímpica e Bragantino. Trabalharam ao seu lado, como repórter de campo, Osmar Alves e, como comentarista, o jornalista Herculano Pinto Filho.

Certo dia, quando narrava o jogo Olímpica x Atlético de Três Corações, foi ouvido por Jaime Gomide, radialista da Itatiaia de Belo Horizonte que, vendo sua performance, levou-o para a emissora e, em 1964, assinou contrato por dois anos.

Sua versatilidade, facilidade e expressão contribuíram grandemente para o sucesso. Sua voz agradável já ecoava além da Bocaina, além da Mantiqueira, indo atingir os ares cariocas e paulistas, através das ondas melódicas e dos seus gritos de gols.

A Rádio Inconfidência, ouvindo nos seus gritos de gols, a liberdade de uma voz que ressoava em todos os quadrantes das Minas Gerais, levou-o para fazer parte do seu elenco esportivo, tendo-o como seu principal locutor.

Mas sua estada naquela emissora não passou de cinco anos. A Rádio Continental do Rio de Janeiro veio buscá-lo por um período de três anos.

Agora, conhecido além de Minas Gerais, além do Rio Janeiro, aceitou o convite para trabalhar na Rádio Nacional de Brasília, até que a JOVEM PAM de São Paulo o descobriu e o contratou, em 1975. O diretor de esportes dessa rádio era OSMAR SANTOS, seu amigo, hoje, na Manchete.

Com a ida de Osmar para a Globo, naquela época, Silvério passou a ser o diretor de esporte daquela emissora e seu locutor titular.

Em 1985, foi convidado para trabalhar na Rádio Bandeirantes, onde permaneceu três meses. Seria o substituto de Fiori Giglioti, que estaria se aposentando. A negociação não logrou sucesso e retornou à Jovem Pan, onde permanece até hoje, sendo considerado pela crítica especializada como um dos melhores do País.

José Silvério, embora tenha narrado as copas de 78, na Argentina; 82 , na Espanha; 86, no México; 90, na Itália, sempre alimentou um sonho maior: narrar um final de Copa do Mundo, onde o Brasil fosse um dos finalistas. E, para sua alegria, aconteceu neste ano de 94, nos Estados Unidos, quando o Brasil enfrentou seu mais ferrenho rival europeu - a Itália - e o derrotou nos pênaltis, sagrando-se, para a alegria de todos os brasileiros, TETRACAMPEÃO.

Pela excelência de narração foi agraciado com: Dez Bolas de Ouro, pela Crônica Esportiva do Rio de Janeiro; Troféu Gandula de Portugal, do Jornal “A Bola” de Lisboa, por ter sido considerado o melhor locutor esportivo de Língua Portuguesa; troféus de torcidas organizadas do Estado de São Paulo; Troféu FORD - ACEESP, por três vezes; quatro troféus do Rotary Club-Morumbi, outros.

Como conhecedor profundo do esporte, proferiu uma palestra na Universidade de Coimbra, sobre o tema: “Rádio Esportivo”, sendo por esta razão, agraciado com uma medalha, em 1983.

Pela sua simplicidade de ser, humildade e desprendimento, divide o sucesso das transmissões com as equipes de reportagem e de plantões.

Pelas suas narrações emocionantes é aplaudido, xingado, amado e odiado.

Silvério é casado em Lavras, com Sebastina Pádua Andrade, conhecida popularmente por “Tianinha”, irmã do Paulinho Chicletes. O casal tem três filhos: Alessandro, Andréa e Ana Cristina. Comemorou, em 06/05 do corrente, Bodas de Prata.

Nosso homenageado gosta das coisas do campo. Aprecia os pássaros e, de preferência, os canarinhos. Gosta também de lembrar os jogos narrados, bem como dos lances inesquecíveis, como o do Pelé, jogando em sua festa de 50 anos e do jogo Brasil X França, na Copa do México, em 1986, cuja derrota o levou às lágrimas.

São dele essas palavras: “Quando estou narrando, me transformo, me entrego”.

O RADIALISTA JOSÉ SILVÉRIO DE ANDRADE é Gente da Terra.








Liberdade: um direito do homem.

Há vinte e sete anos, o jornal “Tribuna de Lavras” registra a história de nossa terra.

Não é uma história qualquer.

É uma história muito especial, pois fala de nossa gente, nossas conquistas, nossas aspirações, nossos desejos . Fala de tudo da “Terra dos Ipês e das Escolas” e enche de orgulho todos os lavrenses e a todos aqueles que aprenderam a amar nosso torrão.

Por isso, nossa coluna, hoje, quer cumprimentar “in memóriam”, o casal, João Gomide do Nascimento e Leonor Andrade do Nascimento que, em 22/10/29 trouxe ao mundo, na vizinha cidade de Ribeirão Vermelho, o jornalista Luiz Gomide.

José Eduardo, Ana Elisa e Maria Clara, seus filhos, seguem juntos, a narrar nossa história.

Nossos cumprimentos pelo natalício, hoje, e pela tenacidade de vinte e sete anos, semanalmente fazendo comunicação.

Deus o abençoe, Luiz.


O JORNALISTA LUIZ GOMIDE é Gente da Terra.








Economia - uma ciência, uma arte.

Podemos dizer mais do que nunca que, nos dias atuais, a economia está tão presente em nossas vidas quanto o ar que respiramos, a água que tomamos.

Ela está em nossas casas, nos alimentos, nos vestuários, nos medicamentos, nos transportes, nas máquinas, nos móveis e utensílios, nos brinquedos, enfim, em tudo que propicia nossos trabalhos, nossos estudos, nossos deleites, sobretudo, em nossas vidas.

Vivemos em função dela.

A palavra economia é de origem grega, cujo significado é governo da casa.

Etimologicamente, refere-se à administração doméstica. Entretanto, acresceram a palavra política ao termo e, desta forma, seu objeto passou a ser a administração da sociedade e não só do indivíduo, da casa. Política é, portanto, um qualificativo que serve para dar maior amplitude ao termo, fazendo com que a idéia particular de família se estenda às de Estado.

A economia política abrange, por isso, a família, o Estado, as Nações.

Ela é um conjunto de normas e de atos relacionados com a vida do homem em sociedade.

A nível doméstico, atende às necessidades básicas do homem e ajuda a ver, na vida de família, uma situação real do cotidiano que é enriquecida com a experiência.

Sob o ponto de vista mais amplo, é a ciência das riquezas, das trocas, das escolhas, dos controles da administração, dos fenômenos relativos à produção, distribuição, acumulação e consumo de bens materiais, pois ela existe em função das necessidades humanas e suas satisfações.

Desde que a vida é vida, lutamos para vencer desafios e torná-la melhor.

Racionais que somos, dotados de inteligência, buscamos no campo da economia, formas alternativas para atingir nossos objetivos e vencer dificuldades.

A Lei da Oferta e da Procura, acreditamos, ainda é a mola - mestra da economia.

A influência dela na vida política é decisiva, pois fornece aos homens e ao Estado as normas a se aplicarem para o progresso econômico do País.

Falando em economia, trouxemos para perfilar hoje, em nossa coluna, um economista lavrense de renome internacional.

É O ECONOMISTA E EX-MINISTRO DO PLANEJAMENTO, DR. JOÃO BATISTA DE ABREU, filho do casal (de saudosa memória), José de Oliveira Abreu (Zito) e Ana Scyla Pereira de Abreu, nascido em Lavras, MG, em 19/06/1943.

Sua infância foi vivida em Lavras e, parte dela, na fazenda das Três Barras.

De inteligência privilegiada, temperamento recatado, comedido, freqüentava as dependências da Associação Olímpica de Lavras, onde era mais um espectador e admirador das façanhas futebolísticas do que um jogador, pois à época, como agora, sua preferência sempre foi o tênis, que praticava com freqüência.

Fez, em 1962, o Tiro de Guerra na Turma do Sargento Vanor e tinha ao seu lado os amigos Gonçalves e Paulo Benjamim.

Sua vida escolar foi das mais brilhantes. Cursou as quatro primeiras séries do primeiro grau bem como as quatro últimas e o segundo grau, no Instituto Gammon. O curso de Ciências Econômicas na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Mestrado em Economia e Teoria e Política Monetária, na Escola de Pós-graduação em Economia, na Fundação Getúlio Vargas. Matemática aplicada à Economia Internacional na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG.

Pela sua capacidade, muito cedo exerceu múltiplas atividades profissionais, como as que passamos a destacar: professor da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas do Rio de Janeiro, economista do Departamento Econômico da Confederação Nacional da Indústria, do Rio de Janeiro, professor do Curso de Aperfeiçoamento em Engenharia Econômica- Escola Nacional de Engenharia-RJ, professor do Instituto de Engenharia-IME-RJ, professor Associado da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC/RJ.

Seu espírito de liderança somado à vasta cultura de economia, guindaram-no ao setor público, onde tem prestado valiosa contribuição ao País. Foi subchefe da assessoria Econômica do Ministério da Fazenda-Brasília, DF. Secretário Geral Adjunto da SEPLAM- Brasília, DF, Chefe da Assessoria econômica do Ministro, Chefe da SEPLAM-Brasília, DF. Chefe da Assessoria Econômica do Ministério da Fazenda-Brasília, DF, Secretário Geral do Ministério da Fazenda-Brasília, DF, Presidente da DIMINAS - distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários de Minas Gerais-BH, SECRETÁRIO DA FAZENDA DO ESTADO DE MINAS GERAIS-BH, MINISTRO DE ESTADO DE PLANEJAMENTO-BRASÍLIA, DF, no Governo do Presidente José Sarnei, Presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais-BH, ocupando atualmente o cargo de Vice-presidente do Banco BMG S/A - Belo Horizonte - MG.

Como se pode constatar, este lavrense tem demonstrado, de forma cristalina, ao país e ao mundo, que Lavras realmente é a “Terra onde se respira um ar de cultura”.

A família para o nosso personagem é o sustentáculo da sociedade.

É casado com Maria Helena Alves Moreira de Abreu, filha de Lavras e têm dois filhos. Pedro, que está cursando o primeiro grau e Maria Izabel que está estudando nos Estados Unidos da América do Norte.

Nosso personagem foi, por várias vezes, homenageado nas esferas: federal, estadual, mas sua modéstia e simplicidade não permitem que as divulgue. Prefere o anonimato.

Lavras já recebeu, por várias vezes, através de sua participação, benefícios de melhoramentos e progresso.

O ECONOMISTA E EX-MINISTRO DO PLANEJAMENTO DR. JOÃO BATISTA DE ABREU é Gente da Terra.







Uma conquista.

Certa feita tivemos a oportunidade de ler algo que nos cativou. Por este motivo, vamos transcrever este testemunho que é um exemplo vivo de determinação e, ao mesmo tempo, a história da vida de um vencedor.

“Existe na vida um tempo para plantar e um tempo de colher. Desde a minha infância, no bairro operário do Brás, o que me movia era um desejo irresistível de “ser gente”. Meu próprio pai, Leon Kasinski, que havia começado do nada, imigrado 2 vezes e, finalmente estabelecido como comerciante de autopeças, estranhava a força dessa minha determinação. Mas ela foi meu “norte” durante todos esses anos . Por algum tempo fui obrigado a ficar detrás do balcão de um loja, porém assim que pude, abri caminho para realizar minha vocação empreendedora e, junto com meu irmão Bernardo, tornei-me fabricante de autopeças, num tempo em que sequer a indústria automobilística estava implantada no País e só o produto importado era aceito como referencial de qualidade e durabilidade. Comecei essa empreitada em 1951 e costumo dizer que todo o meu capital era um sonho na cabeça e uma caneta Parker na mão. Foi dessa forma, meio louca, meio visionária, que eu conquistei o meu caminho para ser gente.

Da teimosia e da vontade férrea de perseguir, sem descanso, um objetivo, nasceu a COFAP. E hoje ela é a maior indústria de autopeças da América Latina, tem centros próprios de tecnologia e pesquisa, fornece para as mais importantes indústrias montadoras do mundo e seus produtos estão presentes em 93 países.

Para fazer dela uma empresa internacional, fui obrigado a tecer previsões ousadas nesses mais de 40 anos de atividades. Optei, em 1974, por desconcentrar a produção industrial e diminuir a dependência das fábricas paulistas e o resultado são as três unidades industriais que temos hoje, em Minas Gerais, gerando 3 mil empregos diretos e 12 mil indiretos e fazendo florescer a economia de Lavras; Cambuí e Itajubá. Em 1989, percebi que, para competir ainda com mais eficácia na Europa, que já absorvia 28% das exportações da empresa, tinha que ter uma unidade industrial dentro das fronteiras da Comunidade Européia. E hoje, temos a Cofapeuropa, nossa fábrica de anéis em, Portugal. Trata-se da mais moderna fábrica de componentes de motor em operação no mundo. Mas para ter a ousadia de fazê-la a milhares de quilômetros de distância, tive que, muitas vezes, desprezar raciocínios meramente econômicos para valorizar a criatividade e a sensibilidade de vencedor.

Quando recordo todas essa trajetória, é inevitável a lembrança de um provérbio iídiche que minha mãe Rosa Kasinski sempre dizia: “ O homem pensa e Deus ri”. Isso significa que os planos dos homens, calcados, muitas vezes, em loucas fantasias, dificilmente podem dar certo. Por isso, quando lembro dos meus sonhos de criar uma grande indústria brasileira, capaz de competir em igualdade e com as grandes empresas americanas e européias, e vejo a Cofap, penso que ela é uma grande consagração, maior ainda do que eu me permitia imaginar. Afinal, foram mais de 45 anos de desafios constantes para criar a maior indústria de autopeças do país. Portanto, se todos esses anos foram dedicados ao trabalho árduo, agora, nada mais justo do que repartir o fruto dessa colheita com aqueles que estiveram ao meu lado durante esse tempo todo: os meus amigos, a comunidade que abrigou e agasalhou meus mais acalentados sonhos de crescer.

De tudo isso surgiu a Fundação Abraham Kasinski, desse desejo legítimo de repartir com os meus companheiros de jornada os frutos do trabalho, destinando recursos, tempo e minha “usina particular de sonhos” para criar um entidade voltada ao fomento das artes, cultura, ciência, educação e ecologia. Os projetos mais vistosos da Fundação Abraham kasinski são a Universidade do Trabalhador, destinada a formar tecnólogos num país de doutores e o Parque Florestal Quedas do Rio Bonito, que tem a missão de restaurar uma natureza exuberante que o “homem esqueceu” de preservar. Além deles porém, acredito que muitos outros projetos, satélites desses maiores, florescerão no decorrer dos próximos anos. Com isso, a Fundação Abraham Kasinski me ajudará a resgatar a dívida social com todos aqueles que foram cúmplices e artífices dos meus sonhos e a cumprir o meu papel, não mais apenas como empreendedor e propulsor do desenvolvimento econômico, mas como cidadão consciente e preocupado com o resgate do conceito de cidadania.”

Estas são as palavras extraordinárias do nosso personagem a perfilar, hoje, em nossa coluna.

É O EMPRESÁRIO DR. ABRAHM KASINSKI, filho de Leon Kasinski e Rosa Kasinski, nascido em 11/07/1917.

Como consta no intróito, sua infância foi vivida em São Paulo, onde cursou o primeiro e segundo graus.

Formou-se em contabilidade, no Instituto Técnico Santos Dumont; Economia, na Álvares Penteado, aprimorando-se na Defesa de Tese.

Desde 1941 ocupa cargos de realce não só nas suas empresas como em outras atividades comunitárias e industriais do país.

Foi Diretor-Superintendente. De 1951 a 1965, Diretor-Presidente - Três Leões Cia. Comercial Construtora e Imobiliária; de 1958 a 1974, Presidente -Executivo - Thompson Cofap Cia. Fabricadora de Peças; de 1972 a 1974, Diretor-Presidente - Companhia de Empreendimentos Agrícolas.

De 1955 até o presente - Presidente Executivo, Presidente do Conselho de Administração Cofap - Companhia Fabricadora de Peças.

Atividades em Entidades de Classes.

Diretor Tesoureiro e Vice-Presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores; é até o presente, Delegado junto à FIESP e Membro do Conselho Superior de Comércio Exterior.

Recebeu os seguintes prêmios e condecorações.

Homem de Vendas do ano pela ADVB - 1988;

Comenda Cavaleiro da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, conferida pelo Presidente da República Federativa do Brasil, 1988.

Prêmio Eco - Categoria Educação - Câmara de Comércio Brasil - Estados Unidos-1989.

Administrador Emérito do Conselho Regional de Administradores de Santo André.

Medalha de Honra da Inconfidência por Méritos Cívicos, conferida pelo Governo do Estado de Minas Gerais -1990;

Medalha de Honra da Inconfidência por méritos excepcionais, conferida pelo Governo de Estado de Minas Gerais;

Grande Homenagem e Industrial do Ano, conferido pela Federação das Indústrias de Minas Gerais - 1994.

Justificando uma atuação dinâmica frente à Cofap, esta recebeu por seu intermédio, inúmeros prêmios no Brasil e no exterior.

Título de Cidadão Lavrense.

Palestras

Proferiu inúmeras palestras em várias localidades do país, sobre os mais variados temas como: Qualidade e Produtividade na Indústria de Autopeças; Uma Visão Desenvolvimentista da Qualidade no setor de Automóveis e Autopeças; A Siderurgia Brasileira e seus Desafios; Ciência e Tecnologia no Desenvolvimento; A Experiência da Indústria de Auto Peças em Minas Gerais; Comentários sobre a posição Brasileira ante a criação Mercosul; O Trabalho Especial - Participação no programa História Empresarial Vivida, desenvolvido pela USP (Universidade de São Paulo), com o objetivo de resguardar a memória da industrialização brasileira e lançar exemplos para formação de futuras lideranças.

Nosso personagem tem dois filhos: Roberto e Renato.

Ivone Soares, sua companheira, compartilha de sua vida, de sua companhia, de suas alegrias.

Com a Cofap, em Lavras, fábrica de renome internacional, passamos a ser conhecidos em quase 100 países do mundo.

A Fundação Abraham Kasinski, pelo seu instituidor, vem de encontro à preservação da natureza com o Parque Florestal Quedas do Rio Bonito em nosso município, bem como ao incentivo às artes e à cultura, assumindo a responsabilidade do Coral da Casa da Cultura e da Banda de Música Euterpe Operária.

Lavras se sente feliz por ter como Cidadão Lavrense um empresário do quilate de Abraham Kasinski.

O EMPRESÁRIO DR. ABRAHAM KASINSKI é Gente da Terra.








Doutor.

Venho fazer uma consulta.

Aparentemente nada sinto

Mas internamente algo me molesta

Meu coração está doente

A pressão descompensada

E a temperatura em desequilíbrio.

Confesso.

Não sei o que é.

Faça um exame completo, doutor.

Use seu estetoscópio

Ausculte meu peito.

Com o aparelho veja a pressão

Aproveite, tire a temperatura

E, se necessário,

Peça RX, exames laboratoriais e computadorizados.

Penso que meu mal

É causado pelo microorganismo da saudade

Que invadiu o meu coração

E nele se instalou

Parasitando-o

Não sei.

Diagnostique, doutor.

Seja certeiro e preciso

Minha vida depende do seu saber

Receite

Do receituário tomarei todos os medicamentos

Exceto os resistentes como:

antibióticos, sulfas e antitérmicos

Que, acredito

São impotentes contra o meu mal.


Os sensíveis, sim.

Tomarei todos.

À noite

Uma dose de elixir do amor

Para ver entre as estrelas, uma especial...

Pela manhã

Uma colher de esperança

Para sentir em cada nascer do sol

Um novo amanhecer, um novo prazer

E, de hora em hora

Ou todas vezes que a dor se manifestar

Uma drágea de doces lembranças

Para

A saudade matar.

Os poetas, os músicos, o tempo preparam os remédios usados para os males da alma e do coração.

Os médicos receitam os medicamentos que dão alívio à dor, para os males do corpo.

Nossa coluna, hoje, traz para perfilar o decano dos médicos lavrenses que, por muitos anos aqui clinicou, deixando sua marca profissional, legando-nos obras e o que é de mais preciso, seu filho, Dr. Fred, seguidor da profissão e de sua obra.

É O MÉDICO SANTARISTA DR. DILERMANDO LEITE CORRÊA, filho de José Corrêa e Alcina Leite Corrêa, nascido em Nazareno, MG, em 05/02/1911.

Descendente de família portuguesa, vindo para o Brasil à época da colonização, nasceu na Fazenda Ponte Nova, de propriedade do seu tetravô, Tenente Gabriel Leite.

Sua família era LOPES, mas com a guerra do Paraguai, movida pelo espírito de expansão do ditador Solano Lopes, para evitar suspeitas de colaboração com o inimigo, passou a chamar LEITE. Essa informação foi dada por seu pai e várias pessoas da família, a ignoram.

Aos quatro anos de idade, em companhia da família, mudou-se para São João Del Rei, onde nasceram seus irmãos Paulo e Luiz.

Em 1922, veio para Lavras.

Aqui, seu pai negociou com café, em sociedade com Ignácio Valentim e Aragão.

Seus estudos foram feitos em São João Del Rei, no Colégio Santo Antônio; em Campo Belo no Instituto Padre Machado; em Juiz de Fora na Academia; em Lavras, no Instituto Gammon; no Rio, na Escola de Medicina e Cirurgia; em Belo Horizonte, na Escola de Medicina.

Em 1937, formou-se em medicina.

Após, fez vários outros cursos de especialização em Cirurgia de Emergência Médica, Pediatria, Sanitarismo, Doenças Pulmonares, Tuberculose de Criança, Hanseníase.

Formado, foi nomeado Chefe do Centro de Saúde de Lavras, em 1938.

Na função, exerceu vigorosa fiscalização junto ao bares, restaurantes, hotéis, açougues, chegando até a construir açougues-modelos, com o auxílio do seu particular amigo, prefeito João Modesto.

Na parte específica de sua formação profissional, além do atendimento aos seus pacientes, tinha um carinho muito especial com a classe menos favorecida pela sorte.

Junto à comunidade, paralelamente ao seu ofício, prestou relevantes serviços.

Administrou e dirigiu a construção do Colégio Nossa Senhora Aparecida, com a colaboração dos Drs. Samuel de Barros, Paulo Menicucci, Ângelo Hermeto, João Theodoro, Herculano Pinto e muitos outros.

A construção do HOSPITAL VAZ MONTEIRO, com a colaboração de Procópio Alvarenga, doutora Dâmina Zákhia, Dr. Armando Amaral, Lauro Gontijo, Antônio Vaz Monteiro; inaugurado em 16 de fevereiro de 1944, constitui a marca de sua presença em Lavras, no setor de saúde.

O nome do hospital foi dado em homenagem ao sr. Antônio VAZ MONTEIRO, por ser ele o maior benfeitor de Lavras, na ocasião.

A época, era também ele quem mantinha a Fábrica de Tecidos (Fabril), dando emprego a mais de 400 pessoas.

Dr. Dilermando participou ativamente de sociedades filantrópicas, sociais, religiosas, dando-lhes sua valiosa contribuição. Católico, é vicentino convicto há anos, a convite do Juiz de Direito, Dr. Sabino Lustosa.

Durante sua vida sempre gostou de servir e por isso mesmo ministrou cursos e mais cursos, por essa Minas Gerais afora, para a classe médica ou leiga. Realizou dezenas de cursos de noivos e o cursilho de nº 30 em BH. Fez conferência sobre BCG para Associação Médica de Minas Gerais.

Médico sanitarista dos mais competentes, transmitia, através de cursos, seus conhecimentos para serem aplicados em benefício da comunidade.

Sua atuação destacada motivou o Dr. Mário Hugo Ladeira a convidá-lo para ser seu assistente na Secretaria da Saúde do Estado e, mais tarde, na Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.



Prestou ainda sua contribuição ao Serviço Nacional de Tuberculose, do Ministério da Educação e Saúde, bem com à Assistência Social “Dr. José Francisco Tamm Bias Fortes” e exerceu muitas outras atividades, representando a Secretaria de Estado da Saúde, em Minas Gerais.

Escreveu e publicou vários artigos sobre sua especialidade, em jornais, revistas.

A família, para Dr. Dilermando, é um dos pilares de sustentação da sociedade. É casado com Maria Aparecida há 54 anos. O casal tem 3 filhos. Fred, Paulo César e Maria Cecília.

No esporte sempre se destacou no voleibol. Foi várias vezes campeão nos clubes que representou e aqui em Lavras, foi membro efetivo do CLUBE AYMORÉ.

Foi homenageado em cidades por onde passou e pela classe médica.

No Hospital Vaz Monteiro, na sala de recepções, há uma placa e um retrato em sua homenagem.

A mensagem de Álvaro Albuquerque ao médico fala de perto àquele que durante seu sacerdócio salva vidas.

“Por certo, nem te lembras (tão criança eras naquele tempo...)

Um homem, quanta vez, mudou o pranto

De teus pais em sorriso de bonança.

Por certo, nem te lembras (já te cansa a memória talvez...) um dia, no entanto,

Este homem terá sido mais que um santo,

Salvando o filho teu - tua esperança.

O bem que se recebe a gente esquece...

Somente a dor jamais será esquecida.

Enfim, a coroa...desaparece...

Mas se este poema, acaso, te enternece,

Ama, teu médico, através da vida!

Lembra-te dele, ao menos numa prece”.

O MÉDICO SANITARISTA DR. DILERMANDO LEITE CORRÊA é Gente da Terra.








Controle de qualidade

Vivemos num mundo em que as transformações se operam minuto a minuto e passam a exigir o aprimoramento do ser humano em todas as suas potencialidades, para acompanhar seu extraordinário desenvolvimento.

Processa-se uma profunda modificação na qual o homem se engaja, ou fica à margem dos acontecimentos deste mundo que a cada instante se remodela.

Nas indústrias, busca-se a utilização dos recursos de última geração, bem como a mão-de-obra de alto nível para a obtenção dos seus objetivos.

Na educação, o processo não é diferente. Aliás, em todos os setores, o homem é o agente de desenvolvimento e investir nele significa investir no progresso.

Há algum tempo ouve-se, lê-se, fala-se muito a respeito do Controle de Qualidade, Qualidade Total.

Nos países do primeiro mundo esta forma é a tônica, quer quanto à matéria-prima, aos produtos industrializados, à parte cultural.

Como é bom salientar que, aqui em Lavras, temos uma Escola que desde sua fundação tem pautado seu comportamento nesta assertiva.

E não é por acaso que figura no ápice piramidal, juntamente com as melhores escolas do Brasil.

Os fundadores, diretores, corpo docente, discente, funcionários da ESAL dão mostra desta realidade através de sua história.

Há muito se exercita, se vive e se aplica o Controle de Qualidade. Daí, a transformação da ESAL EM UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS, um sonho há muito acalentado.

Por este motivo, nossa coluna, hoje, traz para perfilar um ex-aluno, lavrense da gema que, projetando-se no setor educacional brasileiro, muito tem contribuído para o desenvolvimento cultural de nossa comunidade.

É O ENGENHEIRO PROF. DR. PAULO ROBERTO DA SILVA, filho de Clóvis Pereira da Silva (Vico) e Maria Alves de Abreu (Liquinha), de saudosa memória, nascido em Lavras, MG, em 05/04/45.

Originário da comunidade rural das Três Barras, onde ainda vive seu pai, com seus 89 anos, a cultivar a terra, teve parte de sua infância vivida lá e outra em Lavras, onde cursou as quatro primeiras séries do 1º grau na Escola Estadual Firmino Costa.

Sua educação secundária e científica (quatro últimas séries do primeiro grau e segundo grau) foi moldada por educadores de cultura germânica, no saudoso Colégio Nossa Senhora Aparecida, pelas ilustres figuras dos professores: Pe. Érico Aller, Pe. Raimundo Weilhermam, Pe Luiz Tings, Pe. Tito, Pe. Eloi Koch e os não menos austeros Canísio Ignácio Lunkes, Nelson Werlang, Mário Siqueira, Roussaulière Mattos, Dilo Pinto de Moraes, Chitarra, Louzada, Sebastiana Fontes, José Martins, Waldir Azevedo, dentre outros.

Passou ainda um ano no Colégio e Seminário Santana, em Itaúna, também dirigido por missionários europeus, provenientes da Holanda. Aqueles educadores de vasta cultura despertaram, no então aluno, o gosto pelo aprendizado de línguas estrangeiras, em especial o inglês, o francês e o espanhol, conhecimentos que hoje lhe valem no exercício de suas atividades internacionais frente a órgãos do Governo na Capital Federal.

Formou-se em agronomia pela ESAL, em 1967. Fez mestrado em Engenharia Hidráulica e Saneamento na USP/São Carlos, em 1973. Aperfeiçoamento em Metodologia de Ensino, Planejamento e Avaliação do Ensino, Poluição do Ar e Água, na ESAL, 70/74. Inglês Técnico, na USP, em 1971.

Tendo concluído o curso de agronomia foi trabalhar em Belo Horizonte, numa empresa de planejamento agrícola e paisagismo onde, além de cuidar do gramado do Estádio Mineirão e dos Jardins da Refinaria Gabriel Passos, encontrou uma flor muito especial e que mais tarde veio a se tornar sua esposa. É ela Miriam da Costa Silva, com quem teve as filhas Luciana e Renata, gêmeas e Simone.

Em 1969, a convite do Prof. Carlos Hermeto e sob a direção do dinamizador da ESAL, Prof. Alysson Paulinelli, foi admitido no quadro de professores daquela Escola, onde ajudou a locar avenidas e prédios que hoje compõem o novo campus da ESAL.

De volta de seu curso de Pós-graduação na USP, foi indicado pela Congregação da Escola para coordenar e implantar a Pós-graduação na ESAL. Aí começou a demonstrar sua capacidade e liderança. Após visitas a Viçosa, Piracicaba e UFMG, para conhecer a administração de cursos de Pós-graduação, elaborou regimentos, planejou cursos e treinamento maciço do corpo docente esaliano, buscando verbas em Brasília e no Rio. Assim, obteve a aprovação do antigo DAU/MEC para os dois primeiros cursos de mestrado da ESAL: Fitotecnia e Administração Rural, implantados em março e julho de 1975, respectivamente. Estava iniciada a Pós-Graduação na ESAL pelas mãos desse lavrense que, em apenas um ano e meio, partindo do zero, conseguiu colocar a ESAL no restrito clube das universidades com cursos de Pós-graduação.

Hoje, a Universidade Federal de Lavras (UFLAESAL) desponta como um Centro Nacional de Excelência e a prova desta assertiva foi a fala de Sua Excelência, o então Ministro da Educação, Prof. Murilo Hingel, quando da transformação da ESAL em UNIVERSIDADE.

Entretanto, com suas constantes idas à Brasília, o nosso personagem acabou sendo convidado a aplicar o seu talento, capacidade e liderança no próprio Ministério da Educação, depois de ter seu nome aprovado pela Egrégia Congregação da ESAL, cedendo-o ao MEC. Assim, em julho de 1975, transferiu-se para Brasília. Nesta época, o diretor da ESAL era o saudoso Dr. Sílvio Nogueira.

No MEC ocupou vários cargos e exerceu elevadas funções, destacando-se a Coordenação Geral do Acordo - DAU/USAID/PEAS e do Programa do Ensino de Ciências Agrárias - PRODECA - com escritórios na Michigan State University, nos Estados Unidos, para onde se deslocava semestralmente, para vistoriar mais de duas dezenas de Universidades Norte-Americanas contratadas para treinar 250 professores brasileiros, incluindo esalianos.

Saliente-se que um dos grandes feitos para a ESAL e para Lavras foi a contratação de 35 novos professores e 120 funcionários, para a Escola, no período de 76/80, através da PRODECA, justamente numa época em que estavam proibidas as contratações nas universidades via Tesouro Nacional. Além disso, propiciou treinamento (bolsa de estudo) a mais de 40 professores da Escola, em cursos de mestrado e doutorado, criando assim as bases para o pedestal que a ESAL ocupa no cenário da Pós-Graduação Nacional.

Através de sua liderança no MEC, conseguiu criar o Curso de Agronomia, no final da década de 70, em Manaus e, para vencer obstáculos na sua implantação em local tão distante dos centros desenvolvidos, assinou convênio com a ESAL, levando professores e até mesmo o diretor para a nova escola de agronomia, Prof. João Márcio de Carvalho Rios, que lá permaneceu por três anos na qualidade de diretor pró-tempore.

Incluiu a ESAL, num convênio com a França coordenado por ele, na área de ensino e pesquisa agrícola, tendo propiciado viagens de intercâmbio àquele país para vários professores e diretores da Escola.

Professor Paulo Roberto tem uma extensa folha de serviços prestados à ESAL, FAFI, LAVRAS e à NAÇÃO, no campo cultural.

De seu vasto “curriculum vitae” constam vários cargos e funções não apenas no MEC, mas também no Ministério das Relações Exteriores, Ministério do Trabalho, Ministério da Agricultura e diversas missões de governo na Europa, América do Norte e em quase todos os países da América Latina.

Coordenou as comissões de Especialistas de Ensino do Ministério da Educação e Desporto. Foi nomeado pelo Ministro Murilo Hingel Coordenador Geral de Avaliação das Universidades Brasileiras.

Proferiu palestras e conferências nos Estados Unidos,
Europa, América Latina, Brasil, sob os mais variados temas. Organizou Congressos e Simpósios em quase todos os Estados brasileiros, Estados Unidos da América do Norte. América Central , América Latina, deles participando. Viajou, a serviço, para os seguintes países: EUA, Equador, Colômbia, Peru, México, Costa Rica, Guatemala, França, Canadá, Argentina, Guiana, Venezuela, Chile.

Deu consultoria e participou de Conselhos e Comissões Interministeriais.

Abraçou, ao lado de Prof. Silas Costa Pereira, diretor da ESAL, e de tantos outros, a luta para a transformação dela em UNIVERSIDADE.

Por seus relevantes serviços recebeu:

Diplomas de Mérito por serviços relevantes prestados à nação - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia- MG - 1983/85.

Diploma de Mérito por Serviços prestados à nação - Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA - 1978/82/87.

Medalha de Mérito de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA - 1984.

Medalha de Ouro “Honra ao Mérito da Educação Agrícola Superior” - Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - ABEAS - 1985.

Diploma por reconhecimento por Trabalho Científico Cultural e Extensão - Unifenas 08/09/89.

Apesar de estar há muito em Brasília, não esquece sua terra, sua gente.

A humildade é a tônica de sua vida.

O ENGENHEIRO PROF. DR. PAULO ROBERTO SILVA é Gente da Terra.







Recordar é viver.

Sendo o homem o somatório do material com o imaterial, distinguindo-se dos outros animais pelo seu raciocínio, é capaz de buscar na imaginação as fantasias de seu viver, com maior ou menor intensidade dependendo do distanciamento dos fatos, assim como o sol, cujo brilho é maior do que das outras estrelas, mas nem por isso as impede de brilhar.

A mente humana é de uma subjetividade transcendental e seu domínio pertence somente ao seu possuidor.

Através dela o ser se transporta do presente para o passado, do passado para o presente, imaginando, criando, recriando, vivendo, revivendo.

Ela é extraordinária e impressionante.

Não dá para dimensioná-la.

É, ao mesmo tempo nova e velha, velha e nova. Daí concluir-se não ter idade.

O jovem, o idoso, o homem em si, através de seus pensamentos secretos, percorre todas as coisas em todo o tempo e tem a faculdade de, através da MEMÓRIA, buscar, idealizar na imaginação os seus projetos.


DIGRESSÕES.

Você faz, eu faço, nós fazemos.

E como é bom mergulhar no tempo.

LAVRAS, 21/10/1911.

Nessa época, houve uma grande festa em nossa comunidade, ao receber um meio de transporte que só os grandes centros, à época, podiam ter - o BONDE.

Quantas lembranças, quanta saudade.

O sobe e desce, as paradas, as saídas, o tilintar do sinal eram uma constante que vêm à mente e não se esquece.

Era o bonde do Sinézio, do Cirilo, do Gerson, do TARZAN.

Sua história atravessou fronteiras como a história do nosso personagem, indo além das divisas das Minas Gerais, chegando a todos os recantos do Brasil, através de sua imagem, da sua voz, pela Rádio e TV Bandeirantes.

Nossa coluna, hoje, traz para perfilar o lavrense possuidor de uma voz grave e bonita a ecoar pelas ondas sonoras, país afora e que anteriormente, na sua juventude, ajudou a escrever a história do nosso bondinho.

É O RADIALISTA DR. ANTÔNIO DE CARVALHO FILHO, nascido em Lavras, em 21/03/46, filho de Antônio de Carvalho (Antônio Chiquinha da Prefeitura) e Iracema dos Santos.

Estudou as duas primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Paulo Menicucci e as duas últimas na Escola Estadual Firmino Costa. As quatro últimas séries do primeiro grau, no Colégio Nossa Senhora Aparecida. O colegial na Escola Estadual Dr. João Batista Hermeto. Direito na Universidade de São Paulo - USP.

Sua infância foi vivida na zona sul da cidade em companha de muitos e inesquecíveis amigos.

Sua vida tem algumas peculiaridades.

Um fato curioso que nos chama atenção foi durante sua admissão no Colégio Aparecida. A D. Aparecida, ao fazer a chamada, ele respondeu presente com uma voz fina. Todos olharam para o aluno. Era a voz mais aguda da sala, tipo tenorino. Era um jovem adolescente com aproximadamente 12 para 13 anos.

Possivelmente no início da década de 60, foi convidado pelos amigos Sávio Duarte e Orlando José (de saudosa memória), para trabalhar na Rádio Cultura D’Oeste - AM - pela intensidade de sua voz que agora era super-grave. Ali prestou seu labor até 68, com programas os mais variados, no início com Ricardo Mesquita e, posteriormente, só.

Nessa época, eram ouvidas as principais autoridades de Lavras e o povo, em geral com seus anseios e aspirações. Havia participação musical ao vivo de André do Nascimento, semanalmente. Música, poesia e três noticiários durante uma hora e quinze minutos de programa. Apresentou também o programa da Ave Maria e outros.

Enquanto estudava, trabalhava, visto que não era, como não é até hoje, fácil viver sem recursos financeiros.

Além do estudo, do trabalho na Rádio, ainda prestava seu trabalho na Prefeitura Municipal de Lavras como auxiliar administrativo e também como condutor motorneiro do BONDE.

A explicação do apelido TARZAN veio do carnaval de 1962, quando desfilou num carro alegórico montado pelo saudoso JOSÉ LOPES - o pipoqueiro que trabalhava ao lado da Igreja do Rosário. O carro tinha um elefante de tamanho natural. Ao lado do elefante, com o peito estufado, o TARZAN. Sobre o elefante, a Jane e o Boy. O apelido pegou devido à seriedade de Antônio Carvalho como TARZAN, então com 14 anos de idade. Ficou tão chocado com a gozação do povo que se recusou a sair nos dois dias seguintes de Carnaval, quando então a Escola de Samba da Nova Lavras foi obrigada a providenciar outro TARZAN, às pressas, para substituí-lo. O segundo TARZAN foi o “QUETINHO”, que desfilou só no segundo dia como TARZAN, obrigando a Escola de Samba a usar no terceiro e último dia, o “LANDINHO LAURENTE”, motorista de praça. O único que ficou com o apelido foi Antônio Carvalho, porque não encarou com esportividade a brincadeira. Daí, carregou o apelido para o Bonde, ficando ainda mais conhecido como Tarzan do Bonde, que também trabalhava na rádio.

Alguns fatos emocionantes aconteceram durante o seu período de vida em Lavras, mas sem dúvida a mais emocionante foi a transmissão pela Rádio Cultura do ápice dos festejos do Centenário de Lavras, em 1968, no grande palanque armado na Praça Dr. Augusto Silva.

Presentes à solenidade JK, Allyson Paulinelly, Tancredo Neves e outra dezena de autoridades ilustres, onde o destaque principal era para o maior orador sacro do Brasil, o Arcebispo de Niterói.

Chamado a discursar como a maior autoridade eclesiástica da cidade, o então vigário da Paróquia de Sant’Ana, Pe. Henrique Boeing, ficou muito nervoso, passando a palavra para o personagem ora em destaque, que discursou em nome da Paróquia. Um frio percorreu-lhe a espinha. Dominou-se, lembrando-se das aulas de improviso do mestre HERCULANO PINTO FILHO e conseguiu falar durante 20 minutos para o povo.

Após alguns minutos, perguntado sobre o que falara, não se lembrava de mais nada. Era demais, um adolescente discursando para os mestres da palavra!

Em 1969, passou a trabalhar em São Paulo, na Rádio Jovem Pan. Oito meses após, transferiu-se para a Rádio Bandeirantes onde permanece até hoje.

Paralelamente aos programas da Rádio Bandeirantes, atuou um certo tempo nas Televisões Bandeirantes e Cultura de São Paulo. Na primeira, com programas variados e Brasil Urgente, programa jornalístico que inaugurou as transmissões diretas, via satélite, no Brasil. Na TV Cultura foi noticiarista.

Seu trabalho na imprensa falada e televisada em São Paulo é um sonho realizado.

Durante todo esse tempo sempre se preocupou em divulgar o nome de sua querida Lavras, onde residem seus parentes e amigos.

Casou com Heloísa Helena Teixeira Carvalho, com quem teve os filhos: Helotônio Carvalho e Helba Carvalho.

Além de radialista, o nosso personagem é advogado militante e um apaixonado pelo esoterismo.

É do signo de Aires com ascendente em Capricórnio, Lua em Escorpião e meio do céu em Libra.

É membro da Sociedade Eubiose Brasileira e Grande Ocidente do Brasil, fundada pelo Prof. Henrique José de Souza, cuja sede localiza-se na vizinha cidade de São Lourenço.

Nosso personagem, em seus programas diários na Rádio Bandeirantes e principalmente no “Arquivo Musical” apresentado nas manhãs de domingo, fala de nossa terra e de nossa gente para todo o Brasil.

É uma pessoa simples e, como tal não gosta de notoriedade.

O RADIALISTA DR. ANTÔNIO DE CARVALHO FILHO é Gente da Terra.








CAMINHOS

Olhando para o céu, vemos nuvens, aves, espaço-naves cortando os ares.


Olhando para o mar vemos embarcações singrando as águas.

Olhando para a terra, vemos máquinas deslizando sobre ferrovias, rodovias, estradas, ruas, campos.

Vemos, no todo, homens percorrendo caminhos em busca de seus ideais. Caminhos que indicam a direção norte de suas vidas. Caminhos de ida e de volta, que levam e trazem esperanças.

Caminhos retos, curvos, de descidas, de subidas, caminhos largos, estreitos, que levam ao destino e que vencem distâncias.

São caminhos livres, caminhos difíceis, de estradas asfaltadas, empoeiradas, lamacentas, esburacadas; de tempo claro, nublado; de águas mansas, bravias, caminhos curtos, longos, mas são caminhos que levam os homens aos mais variados lugares.

Por esses caminhos, os homens transitam, navegam, voam.

Embora os caminhos sejam construídos para aproximar os países, os povos, estão os homens, maioria das vezes, mais distanciados, muito embora próximos e, quem sabe, na mesma casa, na mesma cidade, no mesmo país.

Com tantos caminhos abertos, os homens ainda ficam perdidos no tempo e no espaço. É necessário que os homens conheçam a si mesmos para poderem caminhar e chegar aonde desejam.

De que valem tantos caminhos, tantos atalhos, se os homens, muitas das vezes, não sabem para onde ir?

Falando em caminhos, em encurtar distâncias, nossa coluna, hoje, traz para perfilar um personagem que, como milhares de outros anônimos que se movem pelo mundo afora, transportou riquezas, produziu, trouxe, levou tantas pessoas para matar saudade de um ente querido, para chorar uma dor, para rever um amor.

É O MOTORISTA JOÃO BOTELHO, filho de Antônio Botelho de Siqueira e Maria Isabel de Oliveira, nascido em Lavras, Minas Gerai, em 16/01/1909.

Sua infância foi vivida nos arredores das Lavras do Funil, mais precisamente na comunidade dos Rosas, jogando futebol, bolinha de gude, soltando pipas, armando arapucas.

Fez as quatro séries do primeiro grau na Escola Municipal Rural dos Pimentas, tendo sido aluno do professor João Ribeiro.

Muito cedo começou a trabalhar, pois era filho de família humilde.

Seu primeiro emprego foi na Gráfica “O Município” e teve o privilégio de atuar ao lado de Castelo Branco, pai do saudoso Dr. José Hugo Castelo Branco.

Em 1924, trabalhou na oficina de ferraria de Carmélio e Ângelo Laurente.

Aos 16 anos de idade tirou Carteira de Motorista. A época, este documento era expedido pela Prefeitura Municipal e Delegacia de Polícia. Era prefeito, o sr. Manoel Silva e delegado, sr. Agnaldo Costa, filho de Firmino Costa.

Trabalhou no Hotel Central, cujo proprietário era o Sebastião Careca e também na firma de atacados do sr. Manoel Ciro, em 1927. No período de 1929 a 1933, trabalhou como motorista de caminhão, viajando por todo o sul de Minas, para a firma Gilberto Mota, atacadista no ramo de café.

No ano de 1934, casou com Ana de Azevedo. O casal teve os filhos João, Antônio, Marina, Darci, Nelson, Adir, Dirce e Eduardo. Neste mesmo ano, para completar sua alegria, adquiriu seu primeiro carro, um Chevrolet, ano 1928, de cor preta, com o qual prestou seu labor como motorista de praça até 1954, quando deixou de exercer essa atividade.

Sendo um dos mais antigos profissionais do volante, em Lavras, lembra-se com saudade, de seus colegas Vinícius, Tirinha, João Galdino, Jorge, Fantazzini, Turquinho, Juvêncio, Vaninho, Miguelzinho e outros, com os quais dividia o ponto de taxi que ficava bem defronte ao Hotel Central, hoje Vitória Pálace Hotel.

Quem não se lembra dos taxistas e caminhoneiros, estes encurtadores de distâncias, com disponibilidade para servir 24 horas por dia?

Muitas histórias aconteceram durante sua vida profissional, as quais não esquece.

Em 1960, foi trabalhar como motorista de ônibus na Empresa Nossa Senhora Aparecida que fazia a linha - Lavras - São Paulo, onde permaneceu até 1965. A guisa de esclarecimento, uma viagem de Lavras a São Paulo tinha a duração de 10 horas ou mais. Hoje, 5 horas.

Dessa data até 1969, trabalhou para Maurício Ornelas de Souza e Humberto Gattini, na Casa Americana, cujo estabelecimento se localizava bem em frente ao Jardim Central.

Na boléia de um caminhão, na direção de um ônibus ou de um automóvel de passeio, João Botelho viveu servindo ao próximo, pois sempre foi um apaixonado pela profissão e pelo seu semelhante.

Escrevemos para nosso personagem algo sobre caminho e viagem.

CAMINHEIROS

Somos caminheiros do ar, da água, da terra.

Somos passageiros da vida

Viajantes do tempo

Sonhadores.

Contemplamos nessa escalada

A transparência, o talento do Criador

Imaginamos a vida através dos pensamentos

Transportados pela mente

Dando asas à imaginação.

Nossa consciência é testemunha

Somos passageiros da vida

Viajantes do tempo.

Viajamos por caminhos diferentes

Mas chegamos sempre ao mesmo destino.

Sejamos pontes de ligação

Retiremos as curvas que impedem nossa visão

Alarguemos os horizontes do amor

Deixemos livres os caminhos do coração

Para recebermos

Para chegarmos aos nossos irmãos

E a DEUS.

O personagem João Botelho, hoje com os seus 86 anos, é um apaixonado pelo volante e ainda sabe admirar a beleza e a potência dos novos carros.

Sua maior alegria atualmente é curtir a família.

O MOTORISTA JOÃO BOTELHO é Gente da Terra.








Fé. Um poder infinito.

Todo mundo sonha nesta vida. Uns querendo a fama através da música, do futebol, do trabalho, da política, do dinheiro, da beleza, da cultura... outros em ter saúde, uma família feliz, uma vida longa, uma velhice tranqüila.

Em todos, o sonho está em harmonia com a fé no Senhor que é uma presença constante na vida de cada um. Aliás, sem ela a vida não teria significado e não se conseguiria nada, pois o homem é aquilo que pensa, aquilo em que acredita.

A Fé é a luz da vida.

Celebrá-la, transmiti-la é dar vida à vida.

No slogan da Campanha da Fraternidade deste ano encontramos uma interrogação que chama à atenção de todos e demonstra a surpresa que muitos têm ao ver que o excluído era o Senhor.

“Eras tu, Senhor?”

Em Mateus, 25.40, o evangelista mostra qual o conteúdo deste questionamento.

É a Fé.

Certifica-se desta feita que o homem, para concretizar seus sonhos, sejam eles pequenos ou de grande porte, precisa proclamar a sua Fé, assumi-la, vivê-la verdadeiramente perante todos e não simplesmente dentro de si.

Exteriorizando-a, verá que ela não tem limites, e assim o homem se realiza, tornando-se uma aliado do Senhor, abraçando a si mesmo, aos semelhantes e a causa dos excluídos - os pobres, os doentes, os drogados, os sem-teto, os famintos, os idosos, os encarcerados, os desempregados, os abandonados - ajudando-os na realização de suas esperanças, quer sejam materiais ou espirituais, porque a Fé se manifesta na ação direta do bem comum.

O dom da vida em si não é diferente para ninguém.

Por isto, hoje, mais do que nunca, tempo em que presenciamos através da imprensa infaustos acontecimentos, é necessários que o homem renove a sua Fé - deixando de lado aquela que prega simplesmente da boca para fora, falando em paz quando acredita na guerra, em amor, quando prega o ódio, na justiça, quando pratica injustiça - e a colocando-a em prática segundo o Evangelho, para modificar e transformar a sociedade, a fim de torná-la mais justa e mais humana.

Tenhamos Fé.

Acreditemos mais no Senhor.

É refletindo neste tema que nossa coluna, hoje, traz para perfilar um personagem que ao longo de sua vida tem servido ao próximo através da Fé, dando continuidade às palavras e aos ensinamentos do Senhor.

É O PADRE SILVESTRE MULLER, filho de Stephano Muller e Ana Maria Weber Muller, nascido em Lageado Mirim, município de Peritiba, Sta. Catarina, em 27/09/1925.

Cursou as quatro primeiras séries do 1º grau em uma Escola Estadual de sua terra natal e, em 1928, ingressou no Seminário de Corupá, SC. Fez o noviciado em Castro, Paraná; Filosofia, em Brusque, SC ; Teologia, em São Paulo. Em 09/12/1951, ordenou-se sacerdote em Taubaté, SP.

Concretizou-se parte de um sonho.

A Palavra de Deus estava profetizada.

“Tu és Pedra e sobre esta rocha edificarei minha igreja.”

Mais um seguidor de Cristo passou a pregar sua Palavra e seus ensinamentos, mostrando o valor da Fé.

Em 12/12/52, veio para Lavras. Posteriormente esteve na Igreja da Penha, RJ; em Candelária, R.C. Sul e, em 1969, retornou definitivamente a Lavras, onde permanece até os dias atuais.

Nessa peregrinação e pregação pelo Brasil, bem como em sua permanência na nossa comunidade, Pe. Silvestre realiza um trabalho comunitário que a muitos passa desapercebido mas que, aos olhos de Deus, da Igreja, dos excluídos, da cidade, tem um significado extraordinário.

Nosso personagem, ao longo de sua caminhada, tem feito um trabalho significativo de catequese, ministério pastoral, de visita aos doentes, de Cursilhos, de Emaús, de capelão, de assistente social.

As provas mais contundentes deste trabalho podemos ver na Legião de Maria, nos Cursos de Noivos, nos mais de 50 Cursilhos e Emaús, na Capela do Colégio N.S. de Lourdes, há 17 anos, na Igreja de Luminárias, onde esteve de 53/55, no Lar Augusto Silva (Asilo), desde 85, na Santa Casa de Lavras e em outros hospitais, nas casas dos paroquianos, na Igreja Matriz, no Campo Santo, onde às segundas-feiras faz seus ofício religioso.

Ele é um daqueles que não esquece o idoso, o doente, as crianças, os excluídos. Debaixo de sua aparência simples e humilde, sem saber, mostra a grandiosidade do ser que existe dentro de si.

Suas palavras mansas e suaves levam até as pessoas mensagens com um grande poder de reflexão e de enorme significado espiritual.

Retornando Mat. 28.19 vemos:

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

Para preencher esta grande vocação, nosso personagem renunciou a si mesmo, às riquezas terrenas, honrarias, vida familiar, passando a trabalhar solidariamente durante o dia em companhia dos cristãos e, às noites, em prolongadas vigílias e orações, empregando utilmente desta forma todo seu tempo ao serviço de Deus.

Lavras, sensibilizada com tamanha devoção religiosa, prestou-lhe uma significativa homenagem em 1991, quando comemorou seus 40 anos de sacerdócio, outorgando-lhe o título de Cidadão Lavrense.

Para ele buscamos refúgio no Livro dos Livros e trouxemos estas mensagens:

“Tu ...ó homem de Deus... segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão. Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado...”. 1 Tm 6.11.

“Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das cousas que não aparecem ” Hb 11.3.

PADRE SILVESTRE MULLER é Gente da Terra.








O HOMEM - SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE.

Segundo Aurélio, “a sociedade humana é um agrupamento de seres que vivem em estado gregário”.

Em nossa espécie , a sociedade é constituída de pessoas, mas também das coisas por elas produzidas, caracterizando desta forma a diferenciação entre o mundo dos homens e o mundo dos outros animais. Só ao homem é dada a capacidade de pensar, raciocinar e, em virtude destas qualidades, ele inventa, constrói, escreve, fala, estabelece com seus semelhantes comunhão de sentimentos, de idéias, objetivos.

Vê-se, portanto, que o homem nasceu para viver em sociedade. Nasceu para conviver com os outros. Só, a vida lhe seria desgraçadamente infeliz. Basta observá-lo para ver que ele não gosta do silêncio, do isolamento.

Na sociedade, “habitat” onde o homem desenvolve suas atividades numa associação de intercâmbio entre seus pares, dando, recebendo, compartilhando necessidades, numa busca de satisfação, muitas das vezes desconhece ou mesmo ignora a realidade e passa a viver no egoísmo, uma vida fictícia, fantasiosa, principalmente quando as portas do sucesso se lhe abrem, esquecendo-se de que, da mesma forma que se abriram, podem fechar.

Ser este homem de projeção, com melhor condição financeira ou social, não significa que seja mais do que os outros. O humilde é tão gente quanto qualquer outro, porque todos fazem parte desta sociedade, realizando sonhos, caminhando lado a lado, sorrindo, chorando, alegrando-se, entristecendo-se, desesperando, encorajando, levantando os que caem, guiando os que se perdem pela estrada da vida.

Muitos não entendem, mas é no viver em sociedade, na alegria, na dor, que se constata que a vida é a mesma para todos e que ela é efêmera, tal qual uma gota d’água submetida ao calor do sol ou a chama de uma vela exposta ao vento que, a qualquer momento, se esvai.

Por que então julgar o outro menos e pensar que não precisa dele, desvalorizando-o, desprezando-o?

Quem poderá garantir que amanhã a situação não ser inverterá?


Viver em sociedade é participar, é servir, é amar, é conscientizar-se de que todos são iguais e que a falta de um para executar alguma tarefa e estabelecer o elo entre as necessidades do homem é o mesmo que uma corrente arrebentada ou, uma engrenagem estragada. Não funciona.

Constata-se, assim, a importância do homem dentro da sociedade, seja qual for a sua atividade laboral.

A sociedade é o homem, e o homem, não vive sem a sociedade.

Por falar no homem, na sociedade, nossa coluna, hoje, traz para perfilar um personagem simples que, ao longo de sua vida faz BALAIOS e os comercializa na nossa comunidade.

É O ARTESÃO BALAIEIRO JOAQUIM LINO DO AMARAL, filho de Antônio Lino Amaral e Maria Cassiano Damaso, nascido em Ribeirão Vermelho, em 03/04/1910.

Descendente de família humilde, muito cedo iniciou sua vida laborativa e por isso não pôde estudar.

Teve, é verdade, uma meninice e uma infância muito salutar.

Afeito à vida do campo, criava passarinhos, armava arapucas, pescava, assistia ao nascer e ao por-do-sol no silêncio das alvoradas e dos crepúsculos, apreciando as cores e as belezas da natureza.

Ainda rapaz veio para Lavras e aqui continua até hoje, como artesão e negociante.

Através do domínio da técnica manual, cujos ensinamentos foram recebidos de seu pai, desde os 12 anos de idade vem fabricando balaios sob as mais variadas formas. São cestos grandes, pequenos, feitos de bambu, palha, taquara, cipó, utilizados nas diversas camadas da sociedade para medir e transportar milho, café, guardar roupa, coletar lixo no banheiro, prender peixes, vender verduras, expor revistas, colocar pão na mesa e tantas outras finalidades.

Seu trabalho é um estilo de vida e caracteriza um relacionamento perfeito entre o homem e o meio em que vive.

É uma profissão que vem dos seus antepassados. Seu avô Evaristo Paca, além de balaios, fazia vassouras e outros objetos com o bambu.

Ao fabricar seus balaios, nosso personagem utiliza bambus, cortados na minguante. Esta técnica é observada para propiciar-lhes durabilidade aos mesmos.

Quantos produz, tantos vende.

Seus clientes mais assíduos são Dr. Renato Barbosa, Dr. Hugo Paiva, Dr. Fausto, Dr. Sílvio e uma infinidade de pessoas anônimas.

Com seus 85 anos de idade, lembra-se com saudade dos amigos como Dr. Alberto Azevedo, José Olímpio (antigo balaieiro) e de tantos que o cercam de carinho e amor. É o caso do sobrinho Vicente (Pereira) e sua esposa Cleusa, com os quais mora no bairro Jardim Glória.

O apelido MEXERICA foi herdado de seus irmão Osório.

Quem o conhece, sabe que é uma pessoa com grande força de vontade, é um apaixonado pela vida.

Trouxemos para nosso personagem, do folclore gaúcho, a música em duas estrofes, BALAIO, com arranjo de Vítor Neves, que é cantada pelo coro da Casa da Cultura, presidido pelo músico Alfredo Amaral.


BALAIO

BALAIO, meu bem balaio

Sinhá, balaio do coração

Se a moça não tem balaio

Sinhá, a costura vai no chão.

Eu quisera sê balaio

Balaio quisera sê

Para andá dependurado

Na cintura de você.

O ARTESÃO BALAIEIRO JOAQUIM LINO DO AMARAL é Gente da Terra







Música: uma sublimidade.

A música, seja ela clássica, popular, sacra, folclórica, sertaneja, cantada, orquestrada, é a verdadeira expressão da alma.

Através dela o homem manifesta o seu pensamento, o seu sentimento.

Os notáveis e extraordinários compositores, através da sensibilidade, de seus talentos e de uma combinação rara de magia melodiosa com as sete notas - Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si - somente, e tão só com elas, compõem uma infinidade de músicas que falam de amor, saudade, dor, tristeza, felicidade, prazer, lembrança, transportando da mente para a pauta os encantos e desencantos, os sonhos e as ilusões, as buscas e os encontros, as chegadas e partidas que vagueiam pela mente, materializando-os.

A música é, indubitavelmente, uma arquitetura poética que transforma os sentimentos sublimes da alma em arte, pelo equilíbrio perfeito da combinação, da invenção e da liberdade de criar a beleza melódica.

É uma verdadeira obra-prima.

É divina, é celestial.

Não tem fronteira.

É a linguagem universal de todos os povos e dos corações.

É como a brisa que sopra em todas as direções; como o sol que emite diariamente seus raios luminosos e caloríficos, para manter a vida sobre a face da terra.

Com ela o homem sonha, viaja, devaneia, se perde e se encontra, entra e sai, começa e termina o inimaginável e o imaginável de uma grandeza íntima.

Feliz de quem compõe, de quem canta, de quem toca, de quem rege, de quem sabe ouvir e apreciar a música.

Falando-se de música, lembramo-nos da Banda Euterpe Operária, fundada em setembro, 1910, pelo saudoso professor José Luiz de Mesquita, a qual ainda persiste em nossa comunidade, com toda a pujança, abrilhantando nossos festejos com um repertório riquíssimo, do clássico ao popular, valendo-se dos primorosos arranjos e orquestrações, graças à versatilidade interpretativa e a tenacidade de abnegados músicos e, especialmente, do personagem que hoje perfila em nossa coluna Gente da Terra.

É O MÚSICO JOÃO CORRÊA DE SOUZA, filho de Osvaldo José Corrêa e Ambrozina Galdina de Souza, nascido em Carrancas, MG, em 22/11/32.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau em uma escola de sua cidade natal. Fez a quinta e sexta séries no Colégio Nossa Senhora Aparecida, em Lavras, MG.


Não pôde dar continuidade aos estudos, porque muito cedo precisou trabalhar.

Mesmo assim teve uma infância muito agradável ao lado dos amigos Tunico, Nenzinho e outros. Jogava peladas, soltava pipas, armava arapucas, nadava na famosa Cachoeira da Fumaça, visitava as sedutoras grutas.

Dotado de grande aptidão para a música, aos nove anos de idade já tocava baixo, na banda de Carrancas.

Aos dezessete anos, deixou sua terra natal e foi para Barra Mansa, cidade do Estado do Rio de Janeiro, para trabalhar na guarnição do Corpo de Bombeiros, tendo ali permanecido pouco tempo e ainda participando ativamente da banda de música daquela cidade.

Foi também funcionário do tradicional Hotel Careca, de propriedade do casal Sebastião e Tatana.

Em 1953, com seus 21 anos, retornou a Lavras, ingressando como músico nas fileiras do Glorioso Oitavo Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, sediado no Alto do Bairro de Santa Efigênia.

Permaneceu nessa corporação por dez anos como músico, da banda, tendo contribuído de forma especial para o seu engrandecimento, porque ela sempre foi tida como uma das melhores de Minas Gerais. Tocou ao lado do Sargento Fernando Maia, um dos maiores tarolistas; do Sargento Gangana, um expoente do trombone; do Sargento Osório, o expert do bumbo; do Sargento Sebastião, ás do pistão, do maestro Antônio Ferreira e de outros excepcionais músicos.

No dia 11 de abril de 1959, casou com Elza Pereira Corrêa. O casal teve os filhos Marília, Denise, Meire, Sara e Daniel.

Em 1983, convidado para participar como membro da Banda Euterpe Operária, foi eleito seu presidente e, por sucessivas reeleições, permanece até hoje no referido cargo.

Ao longo desses anos, à frente da Euterpe Operária, vem demonstrando seu espírito de liderança, ao lado de Celso Rodrigues, do maestro Télio e de outros, mantendo acorde a ressonância do som desta corporação musical que muito engrandece, não só a comunidade lavrense mas também as outras cidades onde participa de diversos eventos culturais.

João Corrêa não é só um militar reformado, não é só um músico. É um cidadão prestante pois, além de suas atividades normais, participa ativamente de sociedades beneficentes e atua, no momento, como vice-presidente da Associação de Alcoólatras Anônimos - Grupo dos Ipês de Lavras - cuja finalidade é a recuperação daqueles que caíram no vício da bebida, muitas vezes sendo esta a única porta aberta que os recebe.

Nosso personagem é uma pessoa humilde e simples na maneira de viver como todo filósofo, poeta, músico. Por essa razão tem recebido da sociedade e dos amigos o reconhecimento maior pelos relevantes serviços prestados nas áreas em que atua.

Recebeu também, não faz muito tempo, da Polícia Militar de Minas Gerais, através do Oitavo Batalhão, uma Medalha de Honra ao Mérito, pelo trabalho cultural prestado à Euterpe Operária.

Seu hobby principal é a música, veículo com o qual se comunica com seus semelhantes e com o Criador.

Como o salmista, em momento de grande sensibilidade, assim se expressou:

“Louvai o Senhor em seu santuário,

Louvai-o em seu majestoso firmamento.

Louva-o por suas obras maravilhosas,

Louvai-o por suas majestade infinita.

Louvai-o ao som da trombeta,

Louvai-o com a lira e a cítara


Louvai-o com tímpanos e danças,

Louvai-o com a harpa e a flauta.

Louvai-o com címbalos sonoros,

Louvai-o com címbalos retumbantes;

Tudo o que respira louve o Senhor !” (Salmo 150)

O MÚSICO JOÃO CORRÊA DE SOUZA é Gente da Terra.











Ter tempo.

Existem tantas e tantas coisas belas na vida e, às vezes, o homem não tem tido tempo para apreciá-las.

São presentes do Criador.

São graciosas.

Estão em toda parte.

No homem, no céu, na água, na terra, nos seres vivos, nos seres inanimados.

A contemplação e a valorização dependem da sensibilidade e dos olhos de quem sente e vê.

É um pôr-do-sol cujas nuanças contrastam com as cores das nuvens no azul celestial e o verde da natureza dando um multicolorido...

O alvorecer, onde o brilho da luz nos indica o nascimento de um novo dia para encontrarmos a felicidade agasalhada em nossos corações...

O luar de um noite para devanear.

O nascer de uma nova vida...

O sorriso de uma criança...

O desafio e a esperança de um jovem...

Um rosto marcado pelo tempo, uma cabeça coberta de cabelos grisalhos que, com seu exemplo, criou uma família.

É uma sinfonia de pássaros, um vôo de beija-flor.

Uma chuva a cair, o riacho a correr, a água contra o vento lutar e as ondas formar e o arco íris testemunhar...

É uma semente a germinar, uma planta a produzir, uma flor a desabrochar...

São as montanhas, as serras, as rochas...

Os campos, as florestas, os animais, os homens, as obras...
Naturais e artificiais.

Concretas e abstratas...

São tantas e tantas coisas belas...

Tenhamos tempo para observá-las e descobriremos as maravilhas e a essência da vida.

Falando em tempo, em beleza, nossa coluna, hoje, traz para perfilar alguém que, anonimamente, dentre milhares de outros foi um dos pioneiros de Brasília, Capital da Esperança, que enche os nossos olhos com as obras extraordinárias de Niemayer, Burle Marx, Lúcio Costa, J.K.. Alguém que ainda tem tempo para falar das coisas belas da alma e do coração nos seus livros.

É O ADMINISTRADOR DE EMPRESAS E ESCRITOR CARLOS MAGNO MAIA DIAS , filho de José Nogueira Dias e Henriqueta Maria Dias, nascido em Lavras, MG, em 03/02/1936.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa. As quatro últimas e o segundo grau no Instituto Gammon. O curso de administração, na Universidade de Brasília, DF.

Sua infância foi vivida ao lado de seus primos Flávio Rocha, Antônio Fráguas, dos amigos: Carlinhos, Gabriel Pita, Toninho Barão, Sílvio Júlio, Cármen Sílvia (estes dois filhos do Dr. Silvino e D. Virgínia Pena, seus padrinhos de batismo) e outros. Lembra-se do tempo de sua infância e adolescência, vivido no casarão da Rua Santana, número 8, onde ainda residem Ângelo e Vera Lúcia Delphim, no Jardim Central, no Gammon, no Teatro Municipal onde recebeu seu primeiro prêmio da Exposição Agropecuária de Lavras - um Livro - e onde também assitia aso seriados.

Quantas histórias, quantas brincadeiras, quantas lembranças, quanta saudade...

E o tempo passou. Com ele chegaram as realizações, as conquistas, as emoções, o casamento com Maria Auxiliadora de Mello Dias, (Dodôia), com quem teve os filhos Denize, Fabienne, Danielle, Carlos Magno, Alexandre Magno e Luciana.

Construindo a sua vida lá fora jamais esqueceu sua terra natal.

Profissionalmente, ocupou cargos de realce e exerceu as seguintes atividades: Diretor Geral de Administração do Ministério da Educação e Cultura, da Agricultura, do Planejamento, da Justiça; Secretário de Administração e Secretário de Modernização Administrativa do Ministério da Indústria e Comércio; Assessor dos Ministros da Agricultura Indústria e Comércio, Minas e Energia e do Trabalho; Conselheiro do Conselho Nacional do Serviço Social.

Foi professor na Escola Superior de Administração Fazendária, DASP, IDR/GDF, Centro de Treinamento de Ministérios e Centro Universitário de Brasilia (CEUB), em diversas disciplinas da área de administração.

No Governo do Distrito Federal, foi diretor, coordenador e superintendente de vários órgãos.

Foi candidato a Deputado Federal e ao Governo do Distrito Federal.

Como escritor, já escreveu inúmeros livros, alguns com edições esgotadas.

Escreveu no jornal Tribuna de Lavras - Crônica - “Cartas de Brasília”, por três anos espera um patrocínio para editar este livro.

Como esportista, jogador de futebol, tenista, jogador de sinuca, voleibol, prestou sua contribuição a Brasília, fundando a Federação Desportiva, o time de futebol Defelê, outros e graças ao seu amor pelo esporte, ocupou a presidência de muitas entidades esportivas.

Grande conhecedor da área de administração, fez muitas palestras e conferências. Foi conferencista na ADESG/JF, na Faculdade de Administração Machado Sobrinho e na Universidade Federal de Juiz de Fora - 1995.

Como cidadão prestante a Lavras, contribuiu de uma maneira especial ajudando as faculdades de Filosofia e Odontologia, lutando pela Universidade de Lavras, conseguindo verbas para a Esal, equipamentos para a Rádio Universitária, a federalização do Museu Bi Moreira, reativação da Biblioteca Municipal no INL, doações de livros e tantas contribuições para Lavras, Minas e outras regiões. Por isso recebeu muitas homenagens.

Título de Cidadão Honorário de Ouro Fino, de Santa Rita e diversas Câmaras Municipais, em todo o país; Professor Honoris Causa da Faculdade de Filosofia de Ouro Fino; Diploma de amigo da Marinha de Guerra do Brasil; Medalha de pioneiro concedida pelo Clube Pioneiro de Brasília; Embaixador do Centenário de Belo Horizonte a ser comemorado em 1997; diversos prêmios literários, outros.

Agora aposentado, sempre que tem um tempo, vem a Lavras rever seus familiares, os primos Vera e Ângelo, os amigos da Olímpica (veteranos), o pessoal da sinuca do Clube de Lavras, do tênis no Lavras Tênis Clube, jantar no Rotary Club Lavras Sul onde foi Sócio Honorário e matar a saudade de tantos amigos e de tantas coisas belas que há em Lavras - nesta época do ano representada principalmente pela beleza dos ipês amarelos, brancos, roxos, rosa, da buganvílias que fazem a decoração natural desta cidade - uma das mais lindas do Brasil.

Brindamos o nosso personagem com o poema, Muito Tarde de seu livro, Lua Azul.

Quando a saudade chegar me encontrará sozinho e vendo-me sorrir, há de perguntar:

O que tens, Poeta, por que estás fingindo se o teu próprio canto é que te faz chorar?

E eu te direi: Não, Saudade, não sou Poeta, e se já fui um dia, não tornarei a ser, pois hoje despertei e contemplei a meta que procurava a vida inteira sem saber...

Vai-te, Saudade, mas sou-te agradecido por tudo que me fizeste por me teres ferido quando o amor busquei sem o conhecer...

Vai-te amiga, pois a felicidade mora comigo, mas de ti, Saudade, é muito tarde para me esquecer...

O ADMINISTRADOR DE EMPRESAS E ESCRITOR CARLOS MAGNO MAIA DIAS é Gente da Terra.







O valor dos bens

Iludimo-nos quando pensamos que valemos o que temos.

Enganamo-nos porque valemos o que somos.

Na verdade, não temos nada.

Somos apenas administradores temporários das coisas terrenas.

A própria vida não é propriedade exclusiva do homem, da família, da sociedade.

Ela pertence ao Criador.

Chama-nos atenção, sobremaneira, dentre tantos bens materiais aos quais estamos atrelados, o DINHEIRO, porque tudo gira em torno dele, sendo, entretanto, relativo o seu valor.

Com o DINHEIRO podemos comprar a casa dos sonhos, mas não um lar; uma biblioteca completa a decorar a sala de estudos, mas não a sabedoria, a cultura; companhias, muitas companhias, mas não os verdadeiros amigos; uma cama incrementada, macia, mas não o sono: um crucifixo, mas não a salvação; um medicamento, mas não a saúde; um ataúde, mas não a vida.

O DINHEIRO mostra, muitas das vezes, o falso brilho do prazer e a excelência do TER sobre o SER.

Com isso podemos avaliar o valor dos bens materiais que nos circundam e chegar à conclusão de que realmente não temos; SOMOS apenas administradores temporários das coisas que Deus nos lega.

Muitos se iludem pensando que são os senhores DONOS DO MUNDO porque possuem uma situação econômico-financeira privilegiada ou qualquer outro dote acima dos demais, mas esquecem a dura realidade de que deste mundo não se leva nada.

Nos dias atuais, raramente se fala em gratuidade, ela, porém, deveria constituir a tônica da nossa vida, pois as coisas essenciais nós as recebemos de graça.

A Sabedoria Oriental nos ensina:

“Só passarei por este mundo uma vez.

Assim, todas as BOAS AÇÕES que eu possa praticar e todas as GENTILEZAS que dispensar a qualquer SER HUMANO, devo aproveitar este momento para fazê-las. NÃO devo hesitar, adiar, nem me esquecer delas, pois NÃO VOLTAREI a passar por este caminho.”

Um sorriso, um olhar, um cumprimento, um favor, uma prece, UM SERVIR nada custam, são especiais e inesquecíveis.

Falando nos valores dos bens materiais, passamos a valorizar mais as coisas espirituais ligadas à preciosidade do ser que é a vida e, trazendo para perfilar, hoje, em nossa coluna, o enfermeiro mais antigo da cidade que, pela sua humildade, ajudou a salvar muitas e muitas vidas. Reconhecemos esses valores.

É O ENFERMEIRO AURELINO COSTA (NEGO ENFERMEIRO), filho de Arlindo Silveira e Geny Costa, nascido em Lavras, MG, em 01/09/1921.

Fez as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa, aluno das professoras Cinira de Carvalho e Maria Helena Costa Pinto, das quais guarda profundas recordações.

Não continuou seus estudos por ser de família simples e muito cedo precisar de trabalhar.

Sua infância foi vivida em Lavras, mais precisamente na Praça Santo Antônio onde, em companhia de amigos, jogava peladas de futebol, soltava pipas e assistia aos espetáculos circenses.

Ainda não havia completado 14 anos de idade quando foi trabalhar como caixeiro do armazém do Sr. Jorge Chamum. Em 1937, com seus 17 anos, trocou o Armazém pelo Oitavo Batalhão, ingressando em suas fileiras. Nessa corporação permaneceu 7 anos, exercendo a função de enfermeiro, tendo dado baixa para trabalhar na Santa Casa de Lavras, a pedido dos médicos e ali permaneceu até 1952.

O dia 5 de setembro de 1946 é um dia muito especial, porque marcou profundamente sua vida. Nessa data casou com Iracema Costa. Para felicidade do casal nasceram os filhos Evaldo, Eraldo e Terezinha.

Em 1946, criado o Centro de Saúde de Lavras, foi nomeado Técnico em Laboratório, exercendo suas funções ao lado dos Drs. Dilermando Leite, Armando Amaral, João Renato de Pádua, Nei Villela de Andrade. Em 1970 aposentou-se como Técnico Laboratorista.

A convite dos saudosos médicos, doutores Lourenço Menicucci, Álvaro Carvalho, Jesus Vilhema, Antônio Teixeira, José Botelho, Gilberto Vilela e Dr. Miranda, foi trabalhar como enfermeiro no Hospital Vaz Monteiro, em 1952, onde permaneceu até 1982.

Dedicado à enfermagem, prestou concurso em 1956, para auxiliar de enfermagem, pelo Departamento de Fiscalização do Exercício Profissional da Secretaria de Saúde e Assistência de Minas Gerais.

Além de prestar labor à saúde nos hospitais citados, trabalhou no Hospital Lúcia Pinheiro e Maternidade Dr. Orlando.

Aposentado na área de saúde, prestou serviços na Cooperativa Agrícola Alto Rio Grande, como Gerente, por 9 anos, e de 1969 a 1975, na Empresa Cinematográfica de Lavras.

Como reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à saúde, foi agraciado com uma Placa de Prata, em 1977, pelo Hospital Vaz Monteiro; agradecimentos vários pela imprensa. Um entretanto, guarda com muito carinho, pois foi-lhe oferecido pelo saudoso museólogo, escritor, poeta, jornalista Sílvio do Amaral Moreira, Bi Moreira.

A UM AMIGO

Há cerca de 20 anos, fiz esta interpretação livre de um texto da oficialidade do Fort Leavenworth-Kan, U.S. Army, à oficialidade do Exército Brasileiro:

Que as jóias, o dinheiro e outros bens sejam a riqueza de outros. Isto não me interessa porque eu possuo um tesouro mais precioso: um amigo que é capaz de me compreender; um amigo, que a despeito das minhas faltas, continua leal, permanece íntegro e não transige com a mentira.

“A vida foi-me bondosa ao conceder-me um amigo tão amigo como o é você...”

Que sentimento de amizade, ou mais do que isto, o sentimento de simpatia e compreensão domine a humanidade nesses dias de tanta discórdia. Que inspire a todos o grande Amigo que pronunciou e viveu estas palavras:

“Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou.”

Este é um dos bens de maior valor que não se compra com O DINHEIRO.

Em sua missão, nosso personagem, impregnado de sentimentos nobres, através de seu espírito de solidariedade, levava aos doentes - com seu apostolado - conforto, caridade, esperança, amor, fazendo-os reviver e adquiria, pela gratuidade de seus atos, a amizade de todos.

O ENFERMEIRO AURELINO COSTA (NEGO ENFERMEIRO) é Gente da Terra.







Cozinha & Cardápio

No mundo dos seres vivos, a nutrição é uma questão de sobrevivência.

Para viver, os homens precisam se alimentar e é, através do PALADAR, um dos seus cinco órgãos dos sentidos, que diariamente escolhem o seu menu.

Os gostos são os mais variados e os sabores e prazeres dos alimentos, infinitos.

Entradas, pratos principais, sobremesas.

Imaginemos o prato de nossos sonhos.

É evidente que esse cardápio tão saboroso vá acionar de modo especial, o sentido do gosto, as papilas gustativas e, via de conseqüência, minutos depois, fazer com que a “boca fique cheia d’água.”.

Um cardápio bem elaborado pressupõe sabor, textura, cor, equilíbrio calórico, requinte do ambiente.

O aroma que se espalha pelo ambiente quando uma cozinha está em atividade, traz sempre lembranças e a vontade de degustar aqueles alimentos.

Prepará-los devidamente é obra de expert.

Aliás, cozinhar é uma arte.

Todo dia é dia, toda hora é hora, para saborear uma boa comida.

O importante é encontrar a pessoa certa para preparar os pratos. Artista que, com seus dotes culinários - habilidade, sensibilidade, experiência - encanta as pessoas através das fórmulas secretas da alquimia dos sabores. Alguém que faça a delícia dos gourmets e deixe em seus cardápios, pratos que ficam marcados no paladar de quem os saboreia.

Falando em sabor, em alimentos, em delícias, nossa coluna, hoje, mergulhando no passado, traz para perfilar uma pessoa simples, sensível, criada no interior, uma das cozinheiras mais antigas da cidade que, com seu toque mágico na lista de ingredientes, faz as maravilhas da cozinha.

Alguém que, para alcançar o lugar que ocupa no ranking da gastronomia, atuou em linha de frente nas cozinhas mais exigentes como a do Rotary Lavras, Lavras Sul e dos melhores restaurantes e socialites.

Foram anos e anos de experiência em sua carreira.

Hoje prepara, do mais sofisticado prato para as noites de gala, até os apetitosos para beliscar e bebericar calmamente, jogando prosa fora, nas happy hours.

É A COZINHEIRA MADALENA SIQUEIRA COSTA, filha de Manuel Wenceslau de Siqueira e Castorina Cândida das Dores, nascida em Carmo da Cachoeira, MG, em 03/02/1931.

Estudou parte das quatro primeiras séries do primeiro grau com a professora Tia Rita Gouveia, em sua cidade natal e, parte, na Escola Estadual Firmino Costa. Seus estudos ficaram prejudicados porque muito cedo teve que trabalhar.

Sua infância foi vivida na zona rural. Como toda criança, brincava de pique, nadava no ribeirão próximo de sua casa, andava a cavalo em pêlo e, brincando, ainda juntava as vacas no curral e depois, as apartava. Glydes, Delva, Isabel, Carminha eram suas amigas, lá de Carmo da Cachoeira.

Aos vinte anos, veio para Lavras, mais precisamente, para a casa do Sr. Túlio de Pádua, para trabalhar com sua esposa, Maria Emília de Pádua. Permaneceu ali por 12 anos. Sente saudade daquele tempo e fala de sua satisfação em ter convivido com aquela extraordinária família que muito lhe ensinou.

Nesse período, conheceu José Botelho Costa com quem casou no dia 05/06/58. Deste casamento tiveram os filhos João Augusto, Manuel e Rosemeire.
Prendada com os dotes culinários que Deus lhe deu, após o casamento, deixou a casa de Emília e passou a trabalhar por conta própria, como cozinheira, mas com um sonho: ter um dia o próprio restaurante.

Onde havia festa de casamento, aniversário e outros eventos comemorativos, lá estava Madalena, com suas mãos habilidosas e mente criativa, fazendo as mais deliciosas guloseimas.

Trabalhou para muitas famílias de Lavras e da região. Seu nome e sua fama extrapolaram os limites divisórios de Lavras, indo até outros Estados.

Aos Rotary Lavras e Lavras Sul prestou sua contribuição com deliciosas iguarias, por aproximadamente 12 anos.

Trabalhando, lutando preparando lautos jantares, coquetéis, com excelência de qualidade, chegou o dia dos seus sonhos.

Montou, nas dependências dos salões da Associação Olímpica de Lavras, em companhia do genro João e dos filhos - “MADA” - o seu restaurante.

Um bom gosto à toda prova. Espaçoso, bem decorado, móveis lindos, ambiente requintado e aconchegante e o principal, uma cozinha de primeira qualidade com cardápios que davam “água na boca”.

E o tempo passou.

Com os filhos cuidando de outras ocupações, tornou-se difícil a situação, até que resolveu não mais continuar com o restaurante, e passou atender apenas no “BUFFET MADA”.

Sente-se envaidecida de ter como colegas de profissão D. Vicentina, Bahia, Chica de Zé Onofre, Nenêm, Rita, Lourdes, Joana, Manoel e tantos outros grandes cozinheiros da região, com os quais vem dividindo o mercado da gastronomia.

A arte de cozinhar é deveras importante, pois está ligada à vida.

Uma boa alimentação propicia uma boa saúde e ajuda, sem dúvida alguma, a prolongar a vida.

Após falarmos tanto da arte de cozinhar, solicitamos à nossa personagem uma receita e fomos agraciados com esta delícia:

PEIXADA COM MOLHO DE CAMARÃO (para dez pessoas).

Dois quilos de peixe pintado, meio quilo de camarão, meia dúzia de limão, meio quilo de tomate, dois pimentões, dois molhos de cheiro verde, uma cebola, uma colher de sopa de azeite dendê, duas colheres de sal, um vidro de leite de coco, meia lata de pomarola.

Modo de preparar:

Cortar o peixe em fatias, lavá-lo bem com limão. Cortar em quadradinho: tomates, pimentões, cheiro verde. Ralar a cebola. Misturar todos este ingredientes e forrar a panela com parte desse molho. Após, colocar uma camada de peixe. Cobrir novamente com o molho, outra camada de peixe e assim, sucessivamente.

Levar ao fogo com a panela tampada e deixar por cerca de uma hora. Depois, é só servir, acompanhado de um bom vinho e... Bon appétit!

A COZINHEIRA MADALENA SIQUEIRA COSTA é Gente da Terra.







Trabalho - uma expressão de amor.

As maravilhas do universo são incontáveis.

A cada momento, alguém descobre uma e se extasia.

O mundo é realmente uma fonte inesgotável de riqueza, beleza, porém inacabado.

O homem, ser criado à imagem e semelhança do Criador, é o elemento indicado para concluí-lo, utilizando-se de sua imaginação, habilidade, trabalho.

E são as buscas desse homem, através do revezamento das gerações, que propiciam paulatinamente sua conclusão, à medida que cada um dá a sua contribuição.

O homem olhou para o céu, para as águas, para a terra, pensou...

Sonhou em ir ao espaço, à lua, voar, navegar sob as águas, cultivar o solo, construir espaçonaves, automotores, a televisão, o telefone com imagem, o computador... e conseguiu.

Ainda sonhando, continua buscando novas conquistas, novas descobertas.

No dia-a-dia, aprimora seus conhecimentos, troca idéias, realiza projetos avançados, aperfeiçoa a si mesmo e colabora com Deus no término desta obra maravilhosa que é o universo.

Trabalhar sem cessar.

Escala montanhas, viaja pelos espaços, ultrapassa oceanos, mares, mergulha no infinito, deixa sua terra natal, procura o desconhecido; vive o andarilho, transforma-se no artesão, no artista, no poeta, vive as mais variadas emoções, ganha, perde, realiza.

Quantas opções e emoções nessa trajetória!

Quantas formas de se encontrar com Deus, através do trabalho, do mais sofisticado até o mais elementar, para modificar a face da terra na sublime tarefa de concluir o mundo.

Vale a pena trabalhar.

Vale a pena sonhar.

Vale a pena contribuir para a edificação do mundo.

Cada um de nós será lembrado.

Cada um de nós será importante na história e dentro do projeto de vida que idealiza e realiza, principalmente quando voltado para o semelhante e para Deus.

Falando-se em trabalho, na construção do mundo, hoje, nossa coluna traz para perfilar uma personagem que, como muitos anônimos, nos mostra que para sentir as alegrias da colheita é preciso plantar.

É O ADVOGADO, PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS SALVADOR FRANKLIN MIRANDA.

Lavrense da gema, embora tenha certidão de nascimento da cidade de São Paulo, por circunstância de seus pais estarem, ocasionalmente, naquela cidade no dia 24 de agosto de 1943.



Salvador é filho de José Franklin de Miranda e de D. Lúcia de Abreu Miranda.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa, onde sua mãe, D. Lúcia de Abreu, foi por muitos anos servente escolar. Guarda daquela instituição de ensino grandes recordações. Lembra-se com saudade de suas professoras e diretoras.

Fez as quatro últimas séries do primeiro grau no Colégio Nossa Senhora Aparecida, recebendo os ensinamentos dos grandes professores que ali exerciam aquele mister.

Cursou contabilidade no Instituto Gammon, com a felicidade de ter professores de alto quilate.

Todos esses educadores contribuíram de forma decisiva na sua formação moral e intelectual.

Sua graduação superior é desdobrada em três etapas: formação na área de Ciências Humanas pela UFMG; Administração de Empresas, pela UNA e, Direito, pela Faculdade Milton Campos. Fez diversos cursos extracurriculares, especialmente nas áreas do Direito Tributário e Administração Financeira, tendo-se destacado no curso de extensão de Administração Financeira (Demonstrações Financeiras), na Faculdade de Ciências Contáveis da USP. Tem diversos trabalhos publicados na área de Planejamento Tributário.

Sua infância foi das mais proveitosas. Quando menino, nas ruas 14 de Agosto, Passa Vinte, Umbela e imediações, soltava pipas, armava arapucas, brincava de pique, jogava bolinha de gude, batia figurinha, tomava banho no Mata-Cabrito, jogava peladas em companhia dos amigos Sebastião (Butu), José Maria Valdemar, Marcos Fabri, Nilson Naves, Paulo, João Póia e outros. Adolescente, mudou-se para a rua Firmino Salles, perto do Hospital Lúcia Pinheiro, morando num casarão, em companhia da família, do avô, João de Abreu, do Zé Prego, do Bida, do Joaquim. Nessa época, participou do convívio de grandes amigos como Itamar Mazochi, Roberto Rachid, João Gattini, Gonçalves, Tadeu Arthur, deste articulista e de tantos outros. Treinou futebol sob a batuta dos técnicos Kenedy, na Olímpica, Paulo Rosa, no River Player, Deco, no Aparecida, José Lima, no Gammon.

Ainda nesse tempo, era o maior pé de valsa da cidade. Dançava no Clube de Lavras, no Centro Acadêmico da ESAL (UFLA), no Capixaba e nos arredores de Lavras.

Era um líder estudantil.

Em 1964 foi para Belo Horizonte.

Foi só.

Partiu para conseguir seu espaço no Cosmo.

No início não foi fácil. Sofreu as agrúrias e as intempéries na mudança da cidade do interior para a Capital.

Obstinado, persistente, lutador, venceu.

Trabalhou na Construtora Alcindo Veira, Banco Mercantil de São Paulo, na Cia de Melhoramentos, Urbanismo Murba S/A, Empresa Labor de Construções. Foi gerente-administrativo financeiro de empresa Alemã Edima S/A, assessor da presidência da Companhia Industrial Belo Horizonte, professor, da PUC-MG, nas disciplinas Economia Política, História das Idéias Econômicas e História Contemporânea; professor do Colégio Estadual de Belo Horizonte (Gameleira).

Em 1971, casou com Marilena Menicucci de Miranda, filha do inesquecível casal Dr. Sílvio Menicucci e Nerina. Desse casamento nasceram os filhos Luciana, Thiago e Sylvio.

Em 1972, ingressou, por concurso, na Secretaria de Estado da Fazenda do Estado de Minas Gerais, no cargo de Fiscal de Tributos Estaduais, tendo trabalhado nas cidades Montes Claros, Divinópolis, Contagem e Belo Horizonte.

Em 1983, no Governo de Trancredo Neves, ocupou o cargo de Chefe de Gabinete da Companhia de Distritos Industriais de Minas Gerais-CDI, onde também acumulou a Diretoria Administrativa Financeira, sob a presidência do lavrense engenheiro Paulo Menicucci.

No CDI, anonimamente e sem alarde, teve uma participação efetiva na implantação do Distrito Industrial de Lavras, como coordenador do processo de desapropriação do imóvel.

Participou ativamente, junto com Paulo Menicucci, em Santo André, das negociações com o empresário Abraham Kasinski, para a instalação da Cofap, em Lavras.

Foi ele também quem deu uma contribuição valiosa para que o Rotary Club Lavras Sul, juntamente com o Lavras, pudessem colocar, na entrada da cidade, o marco de “Bem-vindos a Lavras”, plantado no trevo do Gato Preto.

Foi presidente do Sindicato dos Fiscais de Tributos do Estado de Minas Gerais, por duas vezes. É atualmente presidente da Associação dos Funcionários Fiscais do Estado de Minas Gerais, organização que congrega mais de 20.000 associados, reeleitos pelo voto direto, em toda a Minas Gerais.

Salvador Franklin de Miranda, pela sua origem humilde, tem sua vida vocacionada em prol da justiça social. Foi presidente da Conferência do Santíssimo Sacramento, da Sociedade de São Vicente de Paula, diretor e fundador da creche do Santíssimo Sacramento da SSVP, em Belo Horizonte, que abriga 70 menores carentes na faixa etária de 1 a 7 anos. É diretor da Fundação Meneses da SSVP, que está construindo o maior abrigo de Belo Horizonte, destinado a velhos e retirantes.

Por sua atuação marcante nas diversas áreas, foi agraciado com diplomas e medalhas. Mas diante de sua simplicidade faz questão de ressaltar apenas dois: o Diploma de Honra ao Mérito com a Medalha da Assembléia do Estado de Minas Gerais, por serviços prestados à comunidade; e o de sócio honorário do Rotary Club Lavras Sul, por serviços relevantes a esta entidade.

Salvador Franklin é este lavrense que, há 30 anos deixou sua terra natal em busca de oportunidade e venceu, pela capacidade, honestidade, tenacidade, trabalho, e que, pelo seu trabalho, vem contribuindo para o engrandecimento de Lavras.

O ADVOGADO, PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS SALVADOR FRANKLIN MIRANDA é Gente da Terra.







Moradia - um sonho de todo cidadão.

Desde os primórdios das civilizações, uma das maiores aspirações do homem é a moradia.

A caverna foi a sua primeira casa. Era lá que ele morava para se abrigar das chuvas, das tempestades, do calor, do frio e criar suas famílias. Era ali que ele se protegia contra as feras e os inimigos.

Os anos se passaram.

Cidades foram erguidas em todo o mundo.

O progresso se fez sentir.

No correr do tempo, a população se agigantou devido à explosão demográfica e com isso provocou o déficit habitacional, tornando-se difícil em todo o globo uma moradia e muito mais, a conquista da casa própria.

A prova dessa assertiva é que no mundo contemporâneo a vida exige do homem uma luta sem igual para vencer, não só as vicissitudes e os requisitos essenciais de sobrevivência, mas um desdobrar sobre-humano para obter o seu imóvel como abrigo e sobretudo, para suprir as exigências da sociedade.

A casa foi, é, será sempre uma aspiração.

Não importa que ela seja construída na cidade, na horizontal ou na vertical. Importa que o cidadão a adquira para se realizar como homem e garantir o teto para a família.

O lavrense não á diferente. Sonha e se orgulha de ter a sua casa neste torrão sagrado do sul de Minas Gerais, local de clima ameno, de pessoas amigas, de gente culta, ordeira, trabalhadora. Nesta cidade harmônica de equilíbrio nas construções antigas e novas, numa mistura de estilos diferentes, com uma combinação de beleza e utilidade, refletindo as características de seus idealizadores e de seu povo.

Suas casas, ruas, igrejas, praças, escolas, templos, hospitais, lojas, edifícios de apartamentos, estádios esportivos são todos construídos dentro de um belíssimo projeto que a todos encanta.
Muitos são os seus construtores.

Falando-se em casa, em Lavras, o personagem que perfila hoje, em nossa coluna, é um dos responsáveis pela edificação e construção de um número sem fim dessas obras que compõem o belo complexo arquitetônico lavrense.

É O ENGENHEIRO DR. JOSÉ ALFREDO UNES, filho de Alfredo Unes e Behía H. Unes, nascido em Nepomuceno, MG, em 07/01/24.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau no Grupo Escolar Cel. Joaquim Ribeiro. As quatro últimas e o segundo grau no Colégio Sagrado Coração de Jesus, dirigido pelos Irmãos Maristas. O curso superior de engenharia, por influência de um professor, Irmão Esdras, na Escola Federal de Engenharia de Itajubá.

Sua infância foi vivida na terra natal, na Praça 30 de Agosto, hoje, Praça Negrão de Lima, mais precisamente num lindo prédio, “O Jardim de Infância”. Foi um tempo feliz que deixou muita saudade.

A adolescência foi inesquecível. Quantos amigos, quanto divertimento, quanta lembrança ainda hoje de inúmeros amigos dos tempos de menino e rapaz, como Haroldo Caio Prado, amigo de juventude.

Concluído o curso de engenharia, ingressou-se no Departamento de Águas e Eletricidade da Secretaria de Obras de Minas Gerais. Permaneceu ali alguns meses, quando foi designado para prestar seu labor no Balneário de Araxá e Assistente da Usina Pai Joaquim.

No mesmo ano, foi convidado pelo Sr. Francisco Chamié, de Belém do Pará, para assessorá-lo em suas indústrias, no final de 1949 e início de 50.

Em julho de 50 casou com Cidinha Junqueira Unes, com quem teve os filhos Elza Maria, Ana Maria, Alfredo Neto e Tadeu.

Em final de 1952, foi convidado para exercer suas atividades profissionais na área de refinaria, mas algo ocorreu quando viajava e o avião teve de fazer um pouso de emergência no aeroporto da Pampulha. Ali, a saudade da terra natal e dos familiares falou mais forte.

Com esse incidente de percurso, a Pan Air, companhia de aviação, colocou à disposição do casal o Hotel Financial, até que fossem superados os contratempos da aeronave. Neste ínterim, seu cunhado Abílio Tícle fez um convite para que o casal viesse para Lavras. Aceitou. Trocou as passagens e aqui chegou. Encantou-se com a cidade. O jardim central com sua frondosa Tipuana, flores, era o atrativo especial além dos amigos que conquistou.

Dias após, conheceu o Dr. João Batista Hermeto (TISTA HERMETO), engenheiro da Prefeitura Municipal de Lavras, que o convidou a trabalhar. Animado pelo Abílio e com o Tista como orientador, fez o primeiro trabalho - um cálculo de laje.

Para consolidar ainda mais sua estada em Lavras, o Instituto Gammon, escola de grandes tradições no ensino do Brasil, convidou-o para lecionar as disciplinas Geometria Descritiva e Física.

Apaixonou-se tanto por Lavras que nem a sua bagagem foi buscar no Rio de Janeiro. Amigos seus, como Tista Hermeto e Abílio Tícle, tomaram essa iniciativa, pois queriam sua presença em Lavras.

Aqui criou e educou sua família da qual muito se orgulha.

Montou o escritório de engenharia que, além de fazer projetos de construções, ainda contribuiu para a formação de vários engenheiros que, através do sucesso, chegaram a lecionar na UFMG, no Mackenzie e executar projetos arquitetônicos em todo o Brasil.

O engenheiro Dr. Lauro Fabrino também esteve a seu lado muitos anos, trabalhando e se preparando para a universidade. Hoje desempenha funções importantes na Capital mineira.

Nosso personagem tem, relacionado no CREA-MG, a partir de 1954, pela Construtora Unes e particularmente, cerca de 8.000 anotações na área de construção de prédios, topografia, jardins em Lavras e região e, dentre estas cita: Prédio da Faculdade de Filosofia , Prédio de Departamentos da UFLA, Clube de Lavras, Estação Rodoviária de Lavras, Colégio Nossa Senhora de Lourdes (Capela, Prédio Escolar e dormitório), edifício Irmã Ágda, Prédio do Fórum de Lavras, Piscina do Gammon, Ponte do Aquenta Sol, Solar José Pedro de Carvalho, Velório de Lavras, Clube dos Comerciários. Em Nepomuceno, o Clube da Cidade, Patronato (1º prédio), reforma da Igreja, praças e jardins. Em Carrancas: ponte na represa. E tantas outras por este Estado.

Além de suas atividades na firma Construtora Unes, foi engenheiro da RFFSA, onde se aposentou em 1983.

Foi vereador e presidente da Câmara de Lavras e ali apresentou vários projetos de cunho comunitário.

Exerceu a presidência da Associação Atlética Ferroviária, da Sociedade Lavrense de Cultura Artística (SOLCA), época em que, juntamente com Alcir Melgaco, propiciou a Lavras a vinda do tenor internacional Tito Squipa.

É sócio benemérito da Associação dos Engenheiros de Minas Gerais, é sócio do Rotary Clube Lavras, sócio-fundador do Clube Campestre e membro da ADESG.

Desde 1960, tem sido fiscal e avaliador de vendas e construções novas da Caixa Econômica Federal.

Ajudar os mais necessitados e dar assistência ao Lar Augusto Silva são hoje, sua alegria.
Pelos inestimáveis serviços prestados à coletividade, recebeu o título de Cidadão Lavrense e o nome na Sauna, na Associação Atlética Ferroviária.

Seu hobby é a filatelia.
As obras falam mais do que as palavras.

O ENGENHEIRO DR. JOSÉ ALFREDO UNES é Gente da Terra.







Corpo humano: Uma estrutura.

A partir da fecundação e do nascimento já podemos nos considerar privilegiados, pois fomos selecionados para viver neste mundo maravilhoso onde podemos dar e receber amor e servir ao próximo.

Somos milionários.

Do nascimento à idade adulta, passamos por várias fases e profundas mudanças.

Somos seres criados a imagem e semelhança de Deus e, por esta razão, estamos sempre em busca da descoberta de um para completar o outro.

Somos a soma do físico com o espiritual.

Para nos mantermos vivos, precisamos atender a uma série de funções como as de nutrição e de relação.

As funções de nutrição são importantes para a manutenção da vida, mas o relacionamento com o meio ambiente e com os outros seres é fundamental.

Precisamos nos locomover para sentir os efeitos do habitat e as emoções dos seres, dar asas aos órgãos dos sentidos para encontrarmos melhores condições de vida. Nas funções de relação nos deparamos com os músculos flexores e extensores cobrindo nossos ossos, trabalhando alternadamente, permitindo-nos ficar parados sem cair, andar, correr, pular, enfim, movimentar o corpo.

O corpo é extraordinário.
Façamos uma comparação.

Imaginemos a construção de um prédio de 20 andares. Observemos a estrutura de cimento armado. É esta estrutura que dá solidez à construção, impedindo-a de desabar.

Em nosso corpo há uma estrutura assim. O esqueleto ósseo é recoberto pelos músculos que atendem a estímulos nervosos, permitindo-nos a locomoção.

Embora consistentes, os ossos, pela sua constituição de osseína, carbonato, fosfato de cálcio, costumam sofrer danificações como fissuras, fraturas fechadas, expostas. Para corrigir tais danos físicos, estão presentes os ortopedistas, médicos especialistas nesta área.

Nossa coluna traz para perfilar, hoje, um personagem que tem divulgado o nome de Lavras através da ortopedia, não só no Brasil como também no exterior.

É O MÉDICO ORTOPEDISTA DOUTOR CARLOS FREDERICO LEITE CORRÊA (Dr. Fred), filho de Dr. Dilermando Leite Corrêa e Maria Aparecida Leite Corrêa nascido em Lavras em 24/12/41.

Seus primeiros anos de vida foram vividos aqui em Lavras, onde teve a felicidade de cursar o Jardim da Infância no Kemper e, quis o destino que, como profissional, aqui aportasse para viver.



Fez as quatro primeiras séries do primeiro grau no grupo Escolar Barão de Macaúbas, as quatro últimas no Colégio Dom Silvério e o segundo grau no colégio Santo Antônio. O curso superior na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Pós-Graduação no Serviço de Ortopedia e Traumatologia e Medicina Física do Hospital Felício Roxo, todos em Belo Horizonte.

Fez ainda o Curso Pré-Médico e o Curso Médico na Faculdade de Medicina da UFMG.

Em 1962/63, fez o Curso de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército Brasileiro-CPOR.

Formado, veio para Lavras em 1971, a convite do saudoso e inesquecível amigo Dr. Sílvio Menicucci, para prestar seu labor na Santa Casa de Lavras. Nessa mesma data, conheceu Patrícia Senna Leite Corrêa, com quem casou em 1972. Deste casamento nasceram os filhos Bruno, Simone, Júlia e Lilian.

Em Lavras, além de suas atividades profissionais, desenvolve uma atividade social comunitária de realce.

Foi sócio-fundador e o primeiro presidente do Rotary Club Lavras-Sul; Presidente e vice-presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais APAE; presidente do Clube Campestre; chefe do Departamento Médico da Associação Olímpica de Lavras e do Fabril Esporte Clube; um dos fundadores do Veteranos Olímpicos; fundador e coordenador do CEDET - Centro para o Desenvolvimento do Potencial e Talento para Crianças bem dotadas de Lavras, juntamente com uma equipe orientada pelo Rotary Lavras-Sul.

Em 1981, retornou a Belo Horizonte para trabalhar nos Hospitais Sara Kubitscheck e Mater Dei.

Afeito às modalidades esportivas, bom jogador de futebol, peteca, e faixa preta no judô; jogou no Clube Atlético Mineiro; foi campeão brasileiro de Futebol Universitário; vice-campeão mineiro pelo Banlavoura (aspirante); campeão Sul-Mineiro de Peteca. E conquistou outros títulos na categoria de judô.

Foi também chefe do Departamento Médico do Cruzeiro Esporte Clube de Belo Horizonte (time adversário do seu Galo); médico do América Futebol Clube de Belo Horizonte; médico da Seleção Nacional de Futebol do Qatar no Oriente Médico.

Nosso personagem cultiva vários hobbies - culinária, leitura, idiomas, música, viagens.

Fez um curso de culinária no SENAC, em Belo Horizonte. Quem tem o privilégio de participar do seu convívio, sabe que é um expert.

Em sua área profissional recebeu os seguintes títulos: Diploma de Especialista em Ortopedia e Traumatologia; de Membro Titular da Sociedade Latino-Americana de Ortopedia e Traumatologia; de Membro Titular da Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia do Pé.

Participou de vários congressos de ortopedia nos Estados Unidos da América do Norte, nas cidades de New Orleans - American Academy of Orthopaedic Surgeons Animal Meeting, West Palm Becha - American Orthopaedic Association Orlando - American Academy of Orthopaedic Surgoens - 62 Animal Meeting - Flórida.

Fez palestras em Congressos Médicos de Ortopedia, nos Rotary Clube e Assembléia Distritais.

Viajou inúmeras vezes a trabalho, a turismo e também para congressos na China, Tailândia, Indonésia, Síria, Iraque, Malásia, Jordânia, Europa e Estados Unidos.

Pelos seus serviços comunitários recebeu inúmeras honrarias:

Diploma de Honra ao Mérito, conferido pela Câmara Municipal de Lavras; Título de Cidadão Honorário de Nepomuceno, conferido pela Câmara Municipal de Nepomuceno (MG); Diploma de Benemérito da Polícia Militar de Minas Gerais conferido pelo Oitavo Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais; companheiro Paul Harris, conferido pela Fundação do Rotary Internacional; Presidente de Honra da Associação Olímpica de Lavras e Presidente do I Congresso Brasileiro sobre Educação do Bem Dotado - Lavras.

Nosso personagem é sócio-fundador do Rotary Club Lavras Sul e grande incentivador de projetos comunitários.

Servir através da profissão é seu lema.

O MÉDICO ORTOPEDISTA DOUTOR CARLOS FREDERICO LEITE CORRÊA (DR. FRED) é Gente da Terra.







A ARTE DE EDUCAR

Educar é permitir que a sabedoria latente no homem se manifeste. É credenciá-lo para a vida, através de pontuações, aperfeiçoamentos ao longo da existência.

Crianças, pais, vida, mestres constituem a essência e neles está centrada a educação.

Nos movimentos de rotação e translação o mundo gira, o tempo passa.

Dentro da dinâmica do universo, a cada dia nascem milhares, milhões de novas vidas, cada uma com suas características hereditárias, com suas heranças genéticas, com seus fenótipos, genótipos, com suas individualidades, uma diferente da outra.

Do nascimento até encontrar a própria identidade, cada ser encontra nos pais, na vida, nos mestres, os ensinamentos indispensáveis para viver.

Os pais, perpetuadores da espécie, ensinam as primeiras palavras, os primeiros passos, as raízes dos conhecimentos.

A vida, escola maior, o caminhar.

Os mestres, arquitetos do conhecimento, a cultura.

As crianças, as descobertas.

Caminhar, pela vida com os ensinamentos deles é viver dentro dos limites, é conhecer os limites da sabedoria, da ignorância, é viver sabiamente.

É preciso reconhecer o valor dos pais, dos mestres, da vida, para incutir, nas mentes dos seres, os verdadeiros valores, para desprezar os falsos.

O educando é a projeção do homem no futuro, refletindo no espelho de suas atitudes o retrato de seus mestres.

Mestres valorizados, homens bem formados.

Mestres desvalorizados, homens mal formados.

Com um ensino qualificado, prepara-se o homem para a vida, cultiva-se-lhe o espírito de brasilidade, de cidadania, de amor à Pátria ,de civismo - que são os sentimentos nobres de valorização do homem e de uma nação.

Falando em educação, nossa coluna, hoje, traz para perfilar uma das mais antigas professoras de Lavras que, debaixo de sua humildade, contribuiu para a formação intelectual e moral de grande parte de nossa geração.

É A PROFESSORA HELENA MARIANO DE SOUZA, filha de José Mariano de Souza e Maria das Dores de Souza, nascida em Lavras-MG, em 13/05/14.

Helena nasceu na antiga Rua das Flores, assim denominada pela grande quantidade de flores silvestres que ali existiam, embelezando-a. Hoje a rua se chama Saturnino de Pádua.

Sua infância foi vivida naquele local, onde a própria natureza se decorava, sorrindo e recebendo sorrisos da meninada. Foi um tempo gostoso e inesquecível. O brincar de roda, de pique, de boneca, de casinha, de maré. Um tempo que há muito ficou. Um tempo em que não havia televisão e o rádio era privilégio de poucos. Um tempo em que as avós contavam histórias inesquecíveis.

Professora Helena iniciou os estudos na Escola Estadual Firmino Costa. Com 7 anos foi matriculada na 3ª série, pois já sabia ler e escrever. Com 9 anos recebeu o primeiro diploma. Daí, para o Colégio Nossa Senhora de Lourdes fazer o Normal - dois anos de adaptação e os três normais. Assim sendo, terminou o magistério. Fez o curso de Administração Escolar no Instituto de Educação, em Belo Horizonte e ali se formou para diretora de ensino. Fez um curso de Especialização Rural na Fazenda do Rosário, em Ibirité, ao lado da educadora Helena Antipof.

Fez ainda outros cursos: Habilitação do Curso de Pedagogia, Supervisão, Inspeção e Magistério de Curso Normal, em licenciatura plena na Faculdade de Belo Horizonte. Na PUC de Belo Horizonte cursou Habilitação e Orientação Educacional. Fez o Curso Universitário com especialização em Escola Polivalente na UFMG. Participou de vários cursos de reciclagem e simpósios em muitos Estados do Brasil e, recentemente, participou do Curso de Filosofia para a terceira idade na PUC-BH.

Nossa personagem casou com Geraldo Alves de Souza, mais conhecido como Geraldo Madeira e o casal teve as filhas Maria José e Maria Helena. Tem inúmeros netos.

Sua vida sempre se voltou para a educação e por este motivo relacionamos a sua trajetória:

Professora, em Itumirim da 2ª Escola Distrital; diretora de E. E. Castro Alves, em Itumirim; diretora das E. E. Álvaro Botelho e Padre Dehon; inspetora Seccional em Lavras; inspetora Escolar da Secretaria da Educação; inspetora Sindicante, viajando por todas as cidades de MG; diretora da Escola Polivalente de Campo Belo; chefe do Departamento de Organização Escolar de toda a rede escolar da Secretaria de Educacional Municipal da Prefeitura de Contagem, MG; chefe de Banco de Livro, em Contagem, filiado ao MEC; professora de Filosofia e Didática em vários Colégios de BH.

Além desses inúmeros trabalhos, destacamos ainda:

Criação da Escola Estadual Padre Dehon, em Lavras. Criação de várias Escolas Estaduais em Belo Horizonte. Organização da Secretaria Municipal da Educação de Contagem. Composição da letra do hino da E. E. Álvaro Botelho, de Lavras. Presidente, por vários anos da Comissão de Concursos para Professores do Estado de Minas Gerais.

Por essa caminhada extraordinária em prol da educação em nosso Estado, nossa personagem recebeu os seguintes títulos:

Cidadã Honorária de Itumirim, em 1987, concedido pela Câmara Municipal, na gestão do Prefeito Benedito Bento de Andrade. Diploma da Medalha de Reconhecimento, do Prefeito de Contagem, Dr. Ademir Lucas Gomes, em 1992. Medalha de Honra ao Mérito concedida pela Prefeitura de Contagem. Homenagem do Corpo Docente da E. E. Álvaro Botelho, de Lavras, no aniversário do educandário. Diploma de Honra ao Mérito da APPMG (Associação dos Professores Públicos de Minas Gerais), em reconhecimento ao seu trabalho em prol da educação e do ensino no Brasil.

Professora Helena é um dos milhares de professores espalhados por todos os quadrantes do Brasil que servem como base para formar e educar pessoas, mas na sociedade permanecem sempre como alicerce, jamais chegando à fachada.

Ser professor é ser exemplo de amor extremo, é ser um sacerdote da sublime vocação de ensinar, é ser semeador da instrução, é ser humildade, nobreza, amor, abnegação, é ser “chama que nunca se apaga” e que permite que a sabedoria latente nas pessoas desperte e se manifeste.

Trouxemos para nossa personagem uma página que fala de perto sobre o professor, declamada pelo inesquecível Bi Moreira.


DÁ DE TI (Judas Isgorogota)

Dá de ti, dá de ti o que puderes,

Do talento, da energia, do coração.

Dá te ti para os homens e para as mulheres,

Como as árvores dão, as fonte dão...

Dá de ti não somente o sapato que não queres,

E a capa que não usas no verão,

Dá de ti do que fores e tiveres

Do talento, da energia, do coração...

Darás sem perceber, sem ser notado.

De modo que ninguém te diga obrigado

E nem te dê dinheiro ou gratidão.

Mas com que espanto notarás um dia

Que viveste fazendo economia


Do talento, da energia do coração...

A PROFESSORA HELENA MARIANO DE SOUZA é Gente da Terra.








Ano Novo.

Novos sonhos, novas esperanças.

A noite do dia 31 chegou ao fim.

Quando o ponteiro do relógio marcou o primeiro segundo de janeiro de 1996, tivemos a oportunidade, cada um no lugar que escolheu para ficar, de agradecer a Deus o ano que findou e a felicidade de iniciar mais um ano; de abraçar com o coração aberto, cheio de fé, aqueles que estavam ao nosso lado, de pedir, através de pensamentos por nossas famílias, pelas pessoas, pelo mundo, na realização de suas vontades e pela paz.

O som dos foguetes e rojões, o brilhar no céu dos fogos e artifícios com suas estrelinhas, cascatas, o som contagiante das músicas, a predominância das roupas brancas e amarelas, os sorrisos das pessoas, a alegria estonteante de todos, o sono dos que se recolheram mais cedo ao recesso sacrossanto de seus lares, davam-nos a impressão de que um poder milagroso operava naquele momento, para transformar os sonhos e esperanças em realidade.

Ganhamos um novo fôlego. Nasce um outro ano. Um novo espaço de tempo feito de segundos, minutos, horas, dias, meses que, ao sabor de coisas novas, oferecemos uma nova oportunidade para que, com inteligência, coragem, amor, fé, talentos que Deus nos legou, possamos construir um mundo novo.

Passadas as emoções, voltamos ao “statu quo.”

Despertamos e, ao abrirmos os olhos, deparamo-nos com o mesmo mundo de 1995. Contemplamos a mesma realidade do que ficou.

Entretanto, para muitos, o ano começou com mudanças profundas, porque passaram a viver com fé, porque mudaram interiormente, porque se libertaram de preconceitos tolos e passaram a enxergar no PRÓXIMO uma forma de SERVIR e de se realizar.

Este ano será mesmo, temos certeza, o que cultivarmos no coração, o que acreditarmos. Vamos vivê-lo intensamente e em paz. Vamos inová-lo para melhorá-lo, mas não são os dias e os meses que modificam o mundo e sim nós mesmos. Mudemo-nos interiormente e mudaremos a nossa vida e o mundo.

A madrugada do dia 1º está chegando ao fim. O sol nascente, com seus raios luminosos, anuncia-nos um novo ano.

Feliz 1996.

Com esta mensagem trazemos para perfilar, hoje, em nossa coluna, alguém que prega a Palavra de Deus, dono do tempo, responsável pela criação de todas as coisas, do universo e sobretudo pela vida do homem.

É O PASTOR ANTÔNIO L. CERQUEIRA, filho de Benedito Cerqueira e Iraci Silva, nascido em Divinópolis-MG, em 13/06/1934.

Sua infância foi a comum de todas as crianças. Adorava brincar de pique, soltar papagaios (pipas), nadar, mas sentia muito a falta da mãe que nos primeiros anos de sua meninice, veio a falecer.

Seus estudos foram feitos aos poucos; as quatro primeiras séries do primeiro grau nas Escolas Estaduais Monteiro Lobato e Antônia Valadares, em Divinópolis.

Aos doze anos de idade, mais ou menos, começou a trabalhar na fábrica de fundição Jovelino Rabelo, em sua cidade natal, oriundo de família humilde.

Passado algum tempo, matriculou-se na Escola Profissional da então Rede Mineira de Viação, hoje Rede Ferroviária Federal S/A e, aos dezenove anos, já estava formado e exercendo as funções de mecânico ajustador, naquela empresa.

Em maio de 1955, casou com Ladir Maria Cerqueira. O casal teve os filhos Esther, Paulo, Solange, Levi, José Cláudio e Oséias.

Nosso personagem iniciou sua carreira eclesiástica na Igreja Evangélica Assembléia de Deus, em Divinópolis, quando o missionário americano, Melvin Hood, através da mensagem de Paulo, Atos-23-19 assim se expressou: “Contudo não fui desobediente à visão celestial”. Encantado com tal mensagem, passou a dedicar-se à Igreja, com a parte educacional e musical, alternando suas funções religiosas com as de ferroviário da Rede Mineira de Viação.


Em junho de 1957, atendendo a um chamado de Deus, abdicou-se das funções de ferroviário e veio para Lavras, para assumir a Igreja Evangélica Assembléia de Deus, em substituição ao missionário norte-americano, NELS LAWRENCE OLSON.

Nessa época a Igreja abrangia uma vasta região: Andrelândia, São Vicente, Ribeirão Vermelho, Cana Verde, Américos, Perdões, Campo Belo, Nepomuceno, Boa Esperança, Coqueiral, São João Del Rei , Tiradentes, Lagoa Dourada, Nazareno, Cristais, Carmo da Cachoeira.

Embora tenha recebido uma Igreja com uma grande área física, com dedicação, esforço e abnegação pessoal, seu trabalho pastoral foi crescendo dia a dia e sua liderança religiosa ganhando espaços, tendo edificado outros templos nas cidades de Ijaci, Pedra Negra, Ilicínia, Aguanil, Itutinga, Arantina, Minduri. E em Lavras, as seguintes congregações: Lavrinhas, Nova Lavras, Vila São Francisco, Vila Mariana, Candinho, Jardim Floresta, Vila Alzira, Água Limpa. Em construção é o do bairro São Vicente. Reformou e ampliou o templo sede da rua Firmino Sales.

Através de sua liderança e capacidade profissional, em janeiro de 1971, fundou UMADESMIG (União de Mocidade das Assembléias de Deus no Sul de Minas), cuja finalidade é a propagação do Evangelho e confraternização entre a Juventude.

Em 1981, concluiu sua Formação Teológica no IBADE - extensão em Itaperuna, RJ.

O pastor Antônio Cerqueira foi o primeiro Secretário da Convenção Estadual de Ministros das Assembléias de Deus, em Minas Gerais, da qual hoje é CONSELHEIRO.

Foi o fundador e é o presidente da SUBCONVENÇÃO DOS MINISTROS DA IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLÉIA DE DEUS NO SUL DE MINAS.

É o diretor do Núcleo 805 da EETAD (Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus), com sede em Campinas -SP, que conta atualmente com quase seis dezenas de alunos.

Dirige e apresenta o programa radiofônico, aos sábados e domingos, através das ondas da Rádio Cultura do Oeste de Lavras, há mais de trinta e cinco anos.

Pelo brilhante trabalho desenvolvido durante esses longos anos junto à Igreja, aos evangélicos e às comunidades, nosso personagem recebeu inúmeras homenagens, títulos e honrarias: Cidadão Honorário de Lavras, cujo diploma foi entregue pela Edilidade em 21/06/93; Medalha da Ordem do Mérito Legislativo na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, em outubro de 1998; placas, e muitos outros outorgados pelas igrejas e cidades.

Neste ano, o Pastor Cerqueira, pessoa humilde de grande reserva moral, completa 39 anos de ministério nesta cidade, demonstrando o seu devotamento à causa cristã e à sua cristalina liderança na Igreja Evangélica Assembléia de Deus, em Lavras.

Para ele trouxemos algumas passagens bíblicas de grande significado.

Dos salmos, um dos seus preferidos é o 91, pela segurança e muitas promessas ali contidas.

“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do onipotente descansará.”

“Ele me invocará, e eu lhe responderei, estarei com ele na angústia, livrar-lo-ei, e o glorificarei.”

“Dar-lhe-ei abundância de dias e lhe mostrarei a minha salvação.”

De Timóteo, 1-15.

Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.

Nosso personagem tem uma vida religiosa extraordinária dedicada a Deus e à Igreja.

O PASTOR ANTÔNIO L. CERQUEIRA é Gente da Terra.









O universo e suas máquinas

Há um número sem fim de máquinas sendo utilizadas pelo homem a fim de tornar seu trabalho mais fácil e sua vida mais agradável.

Uma, porém, é extraordinariamente especial.

É o automóvel, um dos meios de transporte mais utilizados em todo mundo. Aquela máquina de linhas agradáveis à vista, de estilos diferentes e práticos no desenvolvimento de nossa tarefas do dia-a-dia, quer no trabalho quer na recreação.

Quantos modelos, quantos tipos, quantas cores.

Todos fascinando a vaidade dos homens que, ano-a-ano os aperfeiçoa mais e mais, tornando-os cada vez mais atraentes para atender aos mais requintados gostos.

Automóveis - sejam velhos, sejam novos - constituem, sem dúvida alguma uma paixão para homens e mulheres de todas as idades e do mundo todo.


As mais diversificadas marcas e os modelos mais sofisticados são colocados no mercado, anualmente, no sentido de agradar a imaginação e o desejo do ser humano.

Eles fazem o progresso, trazem divisas, alimentam esperanças, geram empregos, criam satisfações.

Carros de passeio, carros de corrida, carros...

É deveras importante saber que, desde a invenção do automóvel a vapor e a eletricidade, no século XVIII e sua evolução através do tempo, chegamos ao final do século XX com motores à explosão, transformando a energia química de uma mistura de gasolina, óleo ou álcool e ar em energia mecânica para fazer o veículo movimentar-se.

LAVRAS está ligada intimamente aos antigos carros, através de colecionadores e, aos novos, através dos avanços tecnológicos de última geração, na fabricação de peças para eles e que são exportadas para vários países, com a finalidade de completar-lhes a fabricação.

A história do automóvel é fascinante.

Em Lavras, temos um amante e aficionado, não só pela história dos automóveis, mas também pela arte de reformar e colecionar carros antigos. Por esta razão o trouxemos para perfilar, hoje, em nossa coluna Gente de Terra.

É O COLECIONADOR, ESCRITOR E MÚSICO PAULO DE OLIVEIRA ALVES, filho de Antônio Cândido Alves e Helena Oliveira Alves, nascido em Lavras, em 25/02/1928.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa. As quatro últimas e o segundo grau no Instituto Gammon.

Quando menino, gostava de brincar com coisas comuns da infância, ao lado de seus amigos Antônio Coimbra, Ari Murad, Lu Pedreiro, Antônio Lúcio, Edgar Novaes, Geraldo Nazareth e outros mais. Tendia, desde a mais tenra idade, para a criatividade das artes (invenções) e para a música.

Quanto à criatividade, até hoje, ainda mostra ao público as suas qualidades inventivas e, lembramo-nos de algumas apresentadas em carnavais passados, em convenções de Lions, como a Mulher Velha, os Dois Anões e outras, no programa “Mineiros Frente a Frente”, na extinta TV Itacolomi, onde Lavras se apresentou maravilhosamente com seus pensamentos, artistas, sendo motivo de orgulho para nós lavrenses.

Quanto à música, dispensa qualquer comentário. Além de executar o violino maravilhosamente, ainda toca piano, violoncelo e outros, e por este motivo chamado “o homem dos instrumentos”.

Aprendeu violino com D. Marta Godinho Mazzochi e mais tarde, com o maestro professor Cirilo Novais, dois grandes ‘virtuoses” do violino.

Desde a juventude, Paulo Alves desenvolveu seus dotes artísticos, aprendendo não só executar os instrumentos, como também consertá-los e afiná-los, para atender às exigências dos experts e dos amantes da música.

Em 1945, fez o Tiro de Guerra e guarda desse período boas recordações dos amigos.

Em 20/04/1957, aconteceu um dos fatos mais importantes de sua vida – o casamento com Lourdes Marinho Alves. O casal teve três filhos: Rejane, Marcelo e Fábio. Um detalhe: todos eles herdaram os dons musicais do pai, formando, em família, o quarteto musical “Paulo & Filhos”.

Nosso personagem sempre foi um artista e um sonhador.

É um compositor nato e a prova desta assertiva está no Hino do 1º Centenário de Lavras que ganhou o primeiro lugar no concurso oficial, em 17/05/1968.

Além de suas composições, escreveu e lançou recentemente o livro “Lavras - Primórdios do Automobilismo”, cuja história tem recebido inúmeras cartas de figuras ilustres, consagrando o valor da obra.

O jornal Estado de Minas e a TV Bandeirantes realizaram um completa reportagem sobre o acontecimento.

Membro ativo do Lions e da Solca por muitos anos, ocupou os mais variados cargos e desenvolveu brilhantes trabalhos comunitários através deles.

Em Lavras, não há quem não conheça o Paulo do Piano, quer dizer, Paulo de Oliveira Alves, quer pela competência profissional em consertos e afinação de instrumentos musicais, quer pelos dotes musicais, quer pela coleção de carros antigos de é que possuidor.

Seu principal “hobby” é recuperar estética e mecanicamente automóveis antigos, para fazer neles incríveis viagens no Brasil e no exterior. Paulo tem representado Lavras, à altura, em vários “rallyes”, com seus carros antigos.

Sua participação no Hallye de 1987, representando Lavras, em Santiago, no Chile, juntamente com 40 carros brasileiros e 30 argentinos e uruguaios, , foi algo indescritível, ainda se faz presente na memória.

Daqueles carros antigos ainda podemos ver nas exposições no Brasil e no exterior: o Oldsmobile, Buick, Ford, Chrysler, Studebaker, Lincoln, Juaquar, Porshe, Austin, Bentley, Willy, Renault Dauphine, DKV-Vemag, Chevrolet, Ford, Mercedes e tantos outros que nos fazem viajar no tempo. Se alguém desejar ver uma bomba de gasolina ou de óleo e alguns exemplares desses carros antigos é só fazer uma visita à casa do Paulo.

Traçando um paralelo entre os antigos automóveis e os mais modernos, podemos asseverar: o desenvolvimento tecnológico propiciou profundas transformações, tornando aqueles automóveis frágeis do passado em verdadeiras máquinas possantes, capazes de fascinar e embriagar os homens, através de suas linhas arrojadas, cores modernas, pujança do motor.

Ninguém pode negar que o advento do automóvel constituiu uma contribuição valiosa para o progresso do mundo, pois muitas outras fábricas e indústrias de peças passaram a trabalhar para atender a produção de automóveis, gerando mais emprego e riqueza.

Automóveis - antigos ou novos, são uma paixão.

Nosso personagem faz questão de ressaltar que ganhou a vida através da música, como profissional.

É presença obrigatória nos eventos sócio-artístico-culturais de Lavras e região.

Pela sua participação na comunidade, Paulo Alves foi alvo de muitas homenagens por parte da Câmara Municipal, da Prefeitura, da Ordem dos Músicos.

Nosso homenageado é uma pessoa simples, como são os artistas.

Trouxemos para a apreciação dos leitores algumas passagens de seu livro Lavras - Primórdios do Automobilismo.

“A vida é uma corrida de emoções...Corrida...fé em Deus, pé na tábua e mão no freio, “sabendo ir para poder voltar”. Ei ai, uma fórmula a que podemos chamá-la, número um”.

“Se as pessoas um dia se amarem de verdade, nenhum ser humano, em tempo algum fabricará um canhão, uma bomba. A pólvora deve ser usada somente para arrebentar pedras e com elas alicerçar casas, para nelas se abrigarem pessoas e ali habitar a paz! A força de um tanque de guerra, aproveitada e aplicada no trabalho de um trator, rasgando estradas planas e retas, encurtando distâncias, arando terreno para o plantio, gerando felicidade, facilitando o escoamento dos bens de qualquer povo. Oxalá, em futuro próximo o homem saiba entender estas verdades e fazer deste sonho uma realidade”.

Geraldo de O. Nazareth fez o prefácio do livro do nosso homenageado e retratou, com muita propriedade suas qualidades e dotes artísticos.

Carros antigos, carros novos.

Não existe presente sem passado e não haverá futuro sem o presente.

Preserve-se o passado.

O COLECIONADOR, ESCRITOR E MÚSICO PAULO DE OLIVEIRA ALVES é Gente da Terra.







O IMORTAL

Pode-se matar a fome...

Pode-se matar a sede...

Pode-se matar uma vontade...

Pode-se matar uma saudade...

Pode-se até matar o homem

Que não há outro igual.

Mas não se pode matar

Sua esperança...

Seu sonho...

Suas idéias...

Seu ideal.

O homem é imortal:

Pela bandeira que ergue

Por seus atos

Por suas palavras

Por suas ações

Por seus pensamentos

Pelo que escreve

Por suas obras.

Pode-se até matar o homem

Da forma que quiser

Ele é um ser racional

Mas não se pode matar

Nunca

Jamais

Sua esperança...


Seu sonho...

Suas idéias...

Seu ideal.

Nossa coluna traz, hoje, na introdução, uma mensagem para enfocar um dos imortais da Academia Lavrense de Letras que, ao longo de sua existência, tem nos brindado com belas páginas poéticas.

É O ACADÊMICO MURILLO MENDES LIMA, filho de Júlio da Costa Lima e Olinda Mendes Lima, nascido em Lavras, em 01/12/35.

Sua infância foi passada em Lavras, ao lado de amigos dos quais se lembra - o Dr. Ernani Alves (médico veterinário) - numa velha casa da família, lugar mágico, situada na rua Barão do Rio Branco, nas imediações da casa dos Dias, que hoje não mais existe. Era uma casa estilo antigo, com um grande quintal que ia até a rua Bernardino Macieira, antiga rua do Fogo, recheado de flores e árvores frutíferas, como tantas outras com suas peculiaridades distintas.

Nesse tempo, depois de se cansar de andar na garupa da motocicleta do primo Rafael Mendes dos Santos, ou melhor dizendo, Faé, nos afazeres e divertimentos foi aos 11 anos de idade, trabalhando no semanário “A GAZETA”, do Prof. A. Castelo Branco, jornal mais tarde, vendido para o Sr. Delly Leão Guimarães. Posteriormente, pertenceu ao Deputado Dr. Dirceu Duarte Braga que o dirigiu até sua extinção.

Murillo teve a felicidade e a honra de trabalhar com seu genitor no aludido jornal e ao lado das figuras mais representativas da imprensa lavrense: Dr. João da Costa Ribeiro (advogado); Sílvio do Amaral Moreira (Bi Moreira - jornalista); Prof. Alberto de Carvalho (jornalista); Dr. Hugo de Oliveira (advogado); Prof. Roberto Coimbra (Diretor do Instituto Gammon).

Para falar do tempo de sua infância, trouxemos do autor uma página do livro Antologia da Academia Lavrense de Letras onde, com muita propriedade assim se expressa:


Por que?

Por que, meu Deus,

Não consigo escrever

Sobre as hortênsias

Da antiga casa?

Meus verdes anos

Grande parte

Passei brincando

Entre flores,

Árvores frutíferas,

Galináceos,

Palmípedes,

Animais domésticos

E sob o caramanchão

De velhas parreiras...

Por que, meus Deus,

Não consigo,

Num poema,

As borboletas coloridas

E as flores azuladas

Daquele recanto

Da saudade?

Por que?

Seus estudos de primeiro grau foram feitos em várias escolas. Colegial na Escola Estadual Dr. João Batista Hermeto de Lavras e o Curso de Letras no Instituto Superior de Ciências, Artes e Humanidades de Lavras.

Da Faculdade não se esquece dos professores e, principalmente da grande mestra e educadora Nelly Furbetta, responsável por seu aprimoramento intelectual.

Em 1965, ingressou no Serviço Público Estadual, na área de saúde, em serviços burocráticos, trabalhando ao lado de pessoas ilustres como Drs. Fernando Haddad, Dâmina Zákhia, Orlando Haddad, Dirceu de Castro Rezende e, atualmente, ao lado de Rosemary de Araújo Rios Alves, especialista em Saúde Pública, coordenadora Setorial de Saúde Administrativa Regional do Alto do Rio Grande.

Herdou dos genitores, a sensibilidade poética e o gosto pelos clássicos da Literatura e da Música.

Uma de sua alegrias, nos últimos anos de vida de sua mãe, era ouvir dela comentários sobre seus trabalhos literários.

Nosso personagem sempre foi um amante das Letras. Quando tinha apenas 12 anos, lendo Monteiro Lobato, escreveu:


“Haicai

O burro falante

É bem mais inteligente

Do que muita gente...”

Murillo tem uma longa folha de serviço prestado à cultura.

Colabora na “Tribuna de Lavras”, desde a sua fundação, ou seja, 01/10/67.

Começou com:

“Questionário da Semana”, depois

“Galeria de Personalidade” e

“Ele X Ela” - uma seção que fez furor na ocasião.

Durante anos, manteve uma coluna de crônicas sob o título permanente: “Notas Esparsas”.

Hoje, escreve apenas para uma seção da Academia Lavrense de Letras, como um de seus membros, no jornal Tribuna de Lavras.

Nosso personagem tem como hobbies os clássicos da Literatura e da Música.

Ocupou o cargo de tesoureiro e, atualmente é o secretário da Academia Lavrense de Letras.

Seu livro “Pingos de Luz” brevemente estará sendo lançado.

Na Academia, ocupa a cadeira de número quatro, sendo seu patrono o saudoso jornalista Jacy de Souza Lima.

Certa feita, seu patrono lhe enviou esta brilhante página:

Missionário de Amanhã.

Eu procuro na flor, na ave e no fruto,

No céu, no mar e no minério

Bruto,

O segredo das coisas insondáveis...

Porque o dúbio mistério

Me convida

A provar que há possível

No impossível,

E que no véu do além se expande a vida

Em vibrações sutis e imponderáveis...

É dentro desses caos que me debato!

Ora sigo dos pássaros o rumo,

Em vôo, extraordinário, de conquista,

Ora ao nada dos nadas eu me abato,

E no anseio da prova me consumo.

Porque preciso transmitir aos entes

Que têm velada a vista,

A luz que indica as causas transcendentes...

Ajuda-me, amigo, neste afã,

Para que os tardos cegos de hoje vejam

E sejam.

MISSIONÁRIOS DE AMANHÃ

O ACADÊMICO MURILLO MENDES LIMA é Gente da Terra.







O mundo

O infinitamente grande

O infinitamente pequeno

É extraordinário observar o Universo.


Lembramo-nos das aulas de Geografia onde o mestre, para relatar a dimensão do Universo nos mostrava, através de explicações e recursos audiovisuais, num mapa, num globo, os mares, oceanos, a terra, ou numa aula noturna, o céu, as estrelas, os planetas. E para caracterizar que a terra era redonda, explicava com a saída de um navio do porto, narrando-nos que, com o distanciamento dele, observávamos primeiro todo navio, depois, aos poucos, seu casco ia desaparecendo até que finalmente, bem ao longe, o mastro deixava de ser visto.

Lembramo-nos também das aulas de Matemática onde o professor dissertava sobre as paralelas e nos dizia que elas não se encontram nem no infinito.

Na prática, olhamos para um montanha e, vendo o seu ponto mais alto, temos a impressão de que a terra vai se encontrar com o céu, mas à medida que atingimos aquele local, vemos que não é verdade, que o céu é sem limite.

A grandiosidade do cosmo é deveras magnânima.

Entretanto nós, muitas das vezes, passamos a viver num mundo muito pequeno, construido de acordo com nossa imaginação e desconhecemos o que acontece ao nosso redor. Construímos um mundo só para nós.

Aliás, os homens têm criado um pequeno mundo fictício, visível, de dimensão finita, julgando as coisas que os cercam infinitamente as mais importantes, desconhecendo que, na verdade, o mundo e todo o Universo é composto de todas as coisas materiais e imateriais, mais importantes do que as singulares do pequeno mundo que muitos criam para si.

Esse mundo pode ser o nosso País, o nosso Estado, a nossa cidade, o nosso bairro, a nossa casa, o nosso prédio, o nosso apartamento, o nosso quarto, o nosso emprego, o nosso próprio corpo.

Visualizamos e passamos a vivê-lo de acordo com nossa imaginação, esquecendo que, ao nosso lado, até mesmo dentro do nosso lar, pessoas estão querendo nossa atenção mas ficamos isolados - levantamos muros, fazemos cercas, construímos muralhas que, apesar de invisíveis, separam-nos dos outros .

Que tal se todos nós tirássemos as vendas dos olhos, os bloqueadores dos ouvidos, descruzássemos os braços, arrebentássemos os muros, as cercas, as muralhas, e passássemos a ver as pessoas ao nosso lado, ouvindo suas reivindicações, abraçássemos com os braços e coração abertos, e compartilhássemos, com nossos irmãos um pouco da nossa alegria e da nossa felicidade?

Com esse procedimento, teríamos naturalmente não um pequeno mundo, mas um grande Universo, onde as paralelas jamais se encontrariam, nem seriam marcas divisórias e nossos olhos continuariam a ter apenas a ilusão, a impressão de que, ao longe, o pico da montanha se encontra com o céu, porque o homem não deve dimensionar o seu mundo, mas sim, vivê-lo em toda a sua plenitude para SERVIR.

SERVIR é partilhar com o próximo a razão de viver neste Universo infinitamente grande de seres e de coisas.

Nilsen Steensen foi de uma felicidade ímpar quando disse:


“Belas são as coisas que vemos

Mais belas, as que entendemos

Muito mais belas as que compreendemos”.

Falando do Universo, nossa coluna traz, hoje, para perfilar alguém que parece pequeno como um grão de areia ou uma gota d’água, mas que na verdade é tão grande como uma montanha ou mar de água, pela grandeza de seu SERVIR aqui na terra.

É HAROLDO DE PAULA RIBEIRO, o confrade Vicentino, filho de Francisco de Paula Ribeiro Filho e de D. Edite Pereira Damaso, nascido em Ribeirão Vermelho, MG, em 25/12/1925.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau nas Escolas Reunidas de sua terra natal. As quatro últimas, no Seminário Coração Eucarístico de Jesus, de 1941 a 46.

Filho de família humilde, muito cedo começou a trabalhar, e por esse motivo não pôde dar continuidade aos seus estudos.

Sua infância foi uma maravilha. Nadava no rio, jogava peladas de futebol, brincava de pique, armava arapucas, soltava pipas, enfim, fazia de tudo que às crianças de outrora era permitido fazer. Totó, Walmir, Adalberto, Silas Fonseca, Sebastião Ribeiro, dentre tantos, são alguns de seus amigos daquele tempo.


RIBEIRÃO VERMELHO

Nem todas as cidades do Brasil são privilegiadas com um rio tão bonito como o nosso Rio Grande. São tantas as histórias, são tantas as lembranças que neste momento, repassamos para os nossos leitores - momento para uma reflexão, que juntamente com o nosso personagem, agora, naturalmente, farão uma viagem no tempo.

Aos 16 anos foi para Belo Horizonte, estudar no Seminário Coração Eucarístico de Jesus, onde permaneceu em regime de internato, ao lado de amigos inesquecíveis como D. Antônio Carlos de Mesquita, hoje Bispo da Diocese de São João Del Rei e de D. Cristiano de Araújo Pena, Bispo Emérito de Divinópolis.

Amante das línguas, fez curso de Francês, e Latim.

Terminando o curso secundário, foi trabalhar na Mesbla, em Belo Horizonte. Depois foi para Barra Mansa, onde trabalhou no escritório da Barbará e daí para o Rio de Janeiro, no Banco Boa Vista.

Afeiçoado à vida do interior, em 1949 retornou a Ribeirão Vermelho, para respirar o ar puro do campo e se deliciar as belezas da natureza, ingressando na Rede Mineira de Viação, hoje Rede Ferroviária Federal.

Nesse emprego permaneceu 36 anos. Além de exercer suas funções em Ribeirão Vermelho, também o fez em Bom Jardim de Minas e Lavras, onde chegou em 1961, permanecendo aqui até os dias de hoje. Aposentou-se em 1985.

Durante sua estada em Lavras, ocupou vários cargos de chefia e dentre estes o de Chefe da seção de pessoal. Boacir, Artur Penoni, Dr. Ismael Azevedo, Goulart e tantos outros foram seus companheiros de labor.

Um fato marcou profundamente sua vida no dia 30/04/56, o casamento com Hélia Maria Ribeiro, natural de Perdões. Dele nasceram os filhos Luiz, Haroldo, Geraldo e Sérgio.

Depois de uma vida profissional muito ativa, nosso personagem vem ao longo dos anos servindo à comunidade, através de várias entidades filantrópicas, quer como membro, quer como dirigente.

Nosso personagem foi tesoureiro e presidente da Cruz Vermelha, Filial de Lavras; tesoureiro da Associação Atlética Ferroviária, professor do Ginásio Municipal de Bom Jardim de Minas. É membro da Irmandade do Senhor dos Passos, de São João Del Rei, da qual o saudoso Tancredo Neves fazia parte; é, atualmente presidente do Conselho Central de Lavras, da Sociedade de São Vicente de Paulo que dá assistência aos Conselhos Particulares de São Vicente de Minas, Minduri, Carrancas, Ribeirão Vermelho, Lavras, Nossa Senhora Auxiliadora e São Sebastião.

É Vicentino convicto desde a juventude, há quase 32 anos. Por isso já ocupou todos os cargos na entidade.

A sociedade de São Vicente de Paulo, em Lavras, teve início em 24/05/1908. Atualmente conta com 480 membros, Confrades e Consócias que são voluntários não remunerados no trabalho em prol dos necessitados. Atende 451 famílias e 642 dependentes.

O Vicentino Haroldo Ribeiro se enche de júbilo por estar ao lado de seus Confrades e Consócias para SERVIR aos menos favorecidos pela sorte.

Por seu desprendimento e vida altruística angariou para si e para a família a simpatia da comunidade. Não há quem não conheca o nosso personagem.

A cidade de Ijaci, em 13/02/72, agraciou-o com o Título de Cidadão Honorário, por reconhecer nele os serviços prestados em prol da comunidade. É também portador de outras homenagens que guarda com carinho em sua casa.

Para caracterizar o nosso personagem vamos trazer uma página de Rita de Cássia Castro Leite, da Juventude Vicentina, que exterioriza com singularidade os Vicentinos.


SER VICENTINO

É aceitar um momento qualquer e torná-lo algo necessário . É nas coisas necessárias que se constrói a igualdade.

É dar uma mão, não simplesmente apertá-la, mas que seja sinônimo de união, onde as diferenças se igualam e tudo se torna igual.

É dizer palavras que não só critiquem; mas que afagam e acolhem palavras que transpiram amor.

É nos pequenos gestos que a caridade é visível. Nas simples formas de amar, de transparecer a humildade.

Em cada passo, há luta a ser vencida

A fé para ser confirmada e Deus a ser louvado.

Vicentino é aquele que não quer tudo, e sim, procura do pouco para fazer melhor para o teu próximo. Para ele pobreza não é apenas um estado de espírito, é um caminho que se torna essencial. Para ele divergência não é apenas um conflito, é uma trilha que se rompe no encontro da paz.

Ser Vicentino é acolher o irmão, quando em prantos ele estiver. É erguer a mão, para chamá-lo de irmão.

Não ter tudo mas um pedaço e o repartir. E assim, repartir a alma e o coração. É ser pobre para entender as necessidades daquele que lhe pede comida; para de Deus saciar a alma daquele que lhe pede moradia; para estar junto de Deus, daquele que lhe pede palavras para se sentir necessário.

Ser Vicentino é ser feliz quando a outro você faz feliz. É ver que dos pobres nasce um sorriso, quando olhados pelo coração, quando escutam palavras que os levam para Deus. É deixar as nossas necessidades de lado, porque ao nosso lado muitos precisam de nós.

É fazer que infinitas lágrimas se tornem sorrisos.

É mostrar que Deus está nas pequenas coisas.

É olhar para as crianças e torná-las o futuro.

É encarar os idosos e fazê-los um exemplo, ouvi-los e abrir-lhes o coração.

É buscar nos jovens a solução presente.

Enfim, é lutar para que os homens se livrem dos preconceitos e sejam dignos de amar.

Somos dignos de amar, é preciso encarar isto: fazer com que as orações não sejam ditas pela boca e sim pelo espírito.

Ser Vicentino é ser luz no caminho de quem tateia no escuro, pedindo uma mão.

É ser luz de Deus.”

A humanidade do nosso personagem, a sua maneira de ser traduzem sua personalidade e é legada a seus filhos.

HAROLDO DE PAULA RIBEIRO, o confrade Vicentino, é Gente da Terra.