quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Gente da Terra 01 - Parte 3



José Alves de Andrade

Da Academia Lavrense de Letras
Da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais

Gente da Terra
Todos direitos reservados

1ª Edição

Volume II - 2000

Impressão: Gráfica da UFLA

Capa: Luiz Alberto Soares

Editoração Eletrônica e Diagramação: Marlon Hudson de Lima.

Revisão: Eugênio Pacelli de Oliveira

Edno Tubertini


Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser utilizada ou reproduzida - em qualquer meio ou forma, seja mecânico, eletrônico, fotocópia, gravação, ou outro, sem a prévia autorização escrita do autor.

GENTE DA TERRA

Nosso objetivo neste livro foi traçar perfis de personagens residentes em nossa comunidade, ou fora, como fizemos no 1º volume, no sentido de que os leitores possam conhecer um pouco mais da vida daqueles que aqui nasceram ou foram adotados como filhos.

GENTE DA TERRA visa mostrar quem são e a potencialidade destes que muitas das vezes passam despercebidos de muitos e principalmente dos próprios lavrenses.


São conterrâneos que se destacaram ou se destacam em vários setores da vida.


Nada mais justo do que prestar-lhes um tributo, perfilando-os em GENTE DA TERRA.

O autor.





DEDICATÓRIA


A Deus, criador de tudo e de todos, à memória de meus pais, Benedito de Pádua Andrade (Planche) - Elvina Alves de Abreu (D. Noca) e dos irmãos Antônio e Aloísio, às irmãs Mirna e Maria Auxiliadora, à minha esposa Maria Sueli Pereira de Andrade, companheira de todas as horas, aos meus queridos e estimados filhos José Renato (advogado) e André Gustavo (físico), ao meu neto André Gustavo, à memória da Dindinha, a Lavras, às pessoas que eu amo e que me amam, dedico este trabalho realizado com simplicidade, sem nenhuma pretensão, mas, com muito amor.

O autor.





AGRADECIMENTO


Ao jornal Tribuna de Lavras, nas pessoas dos diretores Luiz Gomide, José Eduardo e de seus funcionários, à Academia Lavrense de Letras, ao Foto Wildes, às diretorias do Clube de Lavras, às Professoras Yonne Siqueira Fantazzini, Haidê A B. Murad, Ogmar Panzera, Walter e Édio, Nércias’Buffet, ao Dr. Mário Figueiredo Filho, à Universidade Federal de Lavras, nas pessoas do reitor, vice-reitor, chefe de gabinete, Drs. Fabiano Ribeiro do Vale, Antônio Nazareno Guimarães Mendes e José Egmar Falco, respectivamente, ao pessoal da gráfica da UFLA, aos personagens deste livro e familiares, aos diletos leitores.


O autor





PREFÁCIO


Gratidão - uma nobre virtude.


Diz o poeta: “Cada um que passa em nossa vida, não nos deixa só e nem vai só. Deixa um pouco de si, leva um pouco de nós”.


Com esse pensamento queremos dizer que GENTE DA TERRA foi criada por nós, em parceria com o Jornal Tribuna de Lavras, Rotary Clube de Lavras Sul, Academia Lavrense de Letras, Clube de Lavras, Foto Wildes, Nércias’ Buffet, Guttemberg Som, Ogmar Panzera, com a finalidade de homenagear e valorizar os profissionais, com o objetivo maior de considerar todos excelentes na medida que são úteis e exercem com dignidade suas profissões, para engrandecimento da comunidade.


O que nos motivou a escrever GENTE DA TERRA foi a visão que temos tido do mundo atual, do século XXI, onde o progresso explodiu e, nos estilhaços, vêem-se coisas boas que beneficiam a vida mas, em contrapartida, coisas negativas, como: inversão de valores, notícias sensacionalistas constituindo as principais manchetes e ocupando os melhores espaços nos órgãos de comunicação, o homem sendo considerado uma máquina, sendo despersonalizado, tratado por números e não pelo nome de batismo ou de registro, tendo o outro homem como inimigo, supervalorizando os bens materiais, guerreando, destruindo.


Através dessa visão, queremos chamar atenção do homem para observar mais o seu interior, para redescobrir o verdadeiro sentido da vida e fazer aflorar as coisas boas que existem e ficam em estado de latência no seu ser. Lembrar que ele é filho de Deus e por isso está aqui na terra. Que ele não é máquina, não é número, tem sentimentos, desejos e vontades. Lembrá-lo que é um ser humano, e, como tal, não nasceu para se isolar ou ser egoísta. Nasceu para viver em sociedade, para servir, socorrer, ajudar, colaborar, solidarizar, participar da vida comunitária através da profissão e de seu ser para tornar o mundo melhor.


Há muita gente boa, GENTE DA TERRA, espalhada por esse mundo afora.


Em todos os cantos existem os bons, os que se dão sem reservas, sem reflexões premeditadas, os que agem apenas impedidos pelo prazer espontâneo de servir. Aqueles que não alimentam desejos imoderados, aqueles desapegados às coisas materiais e, sobretudo, aqueles que, numa busca constante, procuram no próximo a oportunidade de ser útil.


Por que não mostrá-la? Por que cruzar os braços, emudecer e nada fazer?

Mudaremos o mundo, torná-lo-emos melhor, à medida que valorizarmos o homem, chamando-o pelo nome, sabendo quem é, onde mora, o que faz e tendo-o como irmão.


Esse é o objetivo de GENTE DA TERRA. Falar sobre essas pessoas e da grande riqueza que há dentro de cada uma. É descobrir e mostrar que ainda existem os idealistas, os altruístas. É valorizar a vida. É refletir a grandeza do homem no espelho de suas obras.


O reconhecimento do valor do homem é uma gratidão que se presta a GENTE DA TERRA.


O autor






VELHOS TEMPOS - MODERNIDADE

No início do século XX, a sociedade humana vivia de uma forma completamente diferente dos dias atuais. Naquele tempo, a cibernética ainda era pálida e os meios de comunicação, em comparação com os de agora, eram pouco eficientes e se limitavam aos jornais, revistas, rádio, mas, tudo ainda muito simples.

Por isso, as pessoas daquela época dispunham de muito mais tempo para o trabalho e para a recreação. As crianças ouviam as histórias contadas pela vovó, empinavam pipas (papagaios), rodavam pião, brincavam de pique ao ar livre, de roda, de casinha, faziam arapucas, passavam anel, jogavam bola, finque, enfim, viviam em meio à natureza e tinham um grande poder de imaginação e criatividade. Os adultos e os idosos, por sua vez, se reuniam na sala, na cozinha (ao lado, ou sentados no rabo do fogão a lenha, nos dias de frio ), no quintal, na varanda e, ali, ouviam rádio, liam jornal e dialogavam por horas a fio. Era uma conversa muito proveitosa que entrava noite adentro. Os assuntos eram os mais variados, dividindo, assim, as alegrias e as tristezas e, sem o saber, faziam uma terapia de grupo. Degustavam ao sabor da prosa animada com os familiares e amigos, as mais deliciosas bebidas artesanais, preferencialmente as caseiras, como o cafezinho e, às vezes, até mesmo as industrializadas, naturalmente, acompanhadas daquelas guloseimas feitas no recesso sacrossanto do lar.

Mas, o tempo foi passando, e o progresso, devagarinho, sem alarde, foi tomando seu lugar na sociedade, modificando os hábitos das pessoas, os usos e costumes, propiciando com seus atrativos que são muitos- a televisão por exemplo- novos comportamentos, acabando quase que por completo com aqueles encontros residenciais que eram tão aconchegantes. A evolução realmente tomou conta do universo. O rádio melhorou assustadoramente. Hoje, temos, além das emissoras AM, as rádios FM, com sons estéreos. Walkmam com seus plugs fixados nos ouvidos das pessoas andando pelas ruas, ou mesmo, em outros ambientes. A televisão é colorida e ainda existe o videocassete para nela se acoplar e assistir com as fitas, o que quiser e a hora que se desejar. A TV a cabo, pode selecionar inúmeros canais nacionais e internacionais para os mais exigentes e sofisticados gostos. O computador deixou de ser objeto de luxo e passou a ser uma necessidade dos tempos modernos. Navegar na Internet não é mais privilégio só de alguns, mas de toda a sociedade. Daqui bem pouco tempo haverá em todas as casas, um computador, como existem: a luz, a água, o gás, a televisão.

Nota-se neste final do século que parte dos homens, na luta pela sobrevivência, na ânsia de suas conquistas pelas riquezas materiais, não perde seu precioso tempo com os sentimentos, deixando de lado, a sensibilidade, o amor, o espírito de servir, aguçando de forma especial, o egoísmo, o individualismo, a auto-suficiência, tornando-se materialistas, escravos da tecnologia, não dialogando e nem se comunicando mais com o próximo, a não ser para negócios, e, assim mesmo, através dos avançados meios de comunicação como o fax , o computador- via internet, o telefone celular.

Pela auto-suficiência, os homens estão se tornando prisioneiros de si mesmos, passando a sentir, muito cedo, os efeitos de um mal chamado SOLIDÃO. Solidão que os envolve como a pior das piores de todas as doenças, causando-lhes uma sensação de vazio, abandono, desespero, tristeza, saudade.

Chama-nos a atenção neste final de século, esta solidão em que vivem tantas pessoas. O pobre que dorme debaixo da marquise, o doente no hospital, o preso em sua cela, o andarilho na estrada, os idosos nos asilos, todos distanciadas do convívio dos que se julgam eternamente produtivos, esquecendo-se estes, de que amanhã poderão ser um, na fila da Solidão.

Desconhecer os que estão a sua volta, ignorando-os, só deles se lembrando, quando o infortúnio se faz presente, é uma grande loucura que deve ser abandonada pelos homens, enquanto é tempo.

Se os homens não se derem conta de que são seres humanos, dificilmente haverão de encontrar um medicamento eficaz para curar a enfermidade da moda - Solidão - pois, se esquecem de que “ninguém é uma ilha” a viver nesta espécie de embriaguez ou delírio material, mistificados pelos embalos do progresso com suas mais avançadas técnicas.

Velhos tempos- Modernidade.

Se os homens não conviverem lado a lado, se não compartilharem com o próximo a sua razão de ser, se não forem solidários, ao invés de solitários, por certo continuarão escravos deles mesmos e, no final, encontrarão a solidão, como companheira inseparável.

Abordando este tema, trouxemos para perfilar hoje, em nossa coluna, Gente da Terra, um lavrense que além do exercício de suas atividades profissionais, presta outras valiosas colaborações comunitárias como as de transmitir nas ondas de seu rádio amador, mensagens de otimismo e de esperança.

É O TÉCNICO EM LABORATÓRIO WANDERLEI PEREIRA, filho de Pedro José Pereira e de Judith Cornélia, nascido em Lavras, MG, em 06/06/1937.

Estudou nas Escolas: Estadual Álvaro Botelho, Francisco Sales e no Colégio Pedro Salles, onde concluiu as quatro séries do primeiro grau. Seu currículo escolar ficou limitado devido às circunstâncias em que se viu envolvido desde criança. Porém, na escola da vida sempre foi um ótimo aluno, sabendo aproveitar as oportunidades que esta lhe ofereceu, aperfeiçoando-se como profissional.

Começou a trabalhar muito cedo, mas, mesmo assim, ainda teve um tempo para fazer suas peraltices de criança ao lado dos amigos, Ari Machado, Belmiro, Euler Magalhães(chapudo), outros. Aqui abrimos um parênteses para ressaltar uma delas. Quando estudante, ao sair da escola, tinha o hábito de apertar as campainhas das casas por onde passava. Uma dessas, era a do Dr. Armando, onde havia uma grande escada. Certo Dia, Dr. Armando ficou de tocaia, à espera do peralta, e, quando este apertou a campainha, foi agarrado antes que tivesse tempo para fugir, passando assim, um grande susto.

Inicialmente, começou engraxando sapatos. Aos doze anos, já prestava serviços no Hospital Vaz Monteiro no setor de limpeza e jardinagem, vivendo ali grande parte de sua infância, aprendendo e desenvolvendo sua capacidade profissional, graças ao seu talento, esforço, persistência e boa vontade. Ávido de conhecimento, fez o curso de Auxiliar de Enfermagem com a Saudosa Doutora Dâmina Zakhia.

Do Hospital Vaz Monteiro, foi para a Santa Casa de Lavras, trabalhar com os médicos Sílvio e Rafael Menicucci. Tempos depois foi para Belo Horizonte fazer um Curso no Banco de Sangue do Hospital Felício Roxo. Aproximadamente, em 1964, foi montado o Laboratório Santa Cecília, onde permaneceu trabalhando alguns anos como funcionário e sócio ao lado daqueles, e de Dr. José Alair Couto. Hoje tem seu próprio laboratório.

Nosso personagem tem sua vida direcionada para os menos favorecidos pela sorte e, por esta razão, participa ativamente de movimentos filantrópicos na comunidade.

Muitos não sabem, mas, Wanderlei, além de técnico, é ator e, como artista amador, participou de muitas apresentações, no passado, angariando fundos para colaborar na reconstrução do Salão Paroquial, no tempo do Padre Honório, bem como, para ajudar na construção da Igreja Nossa Senhora Auxiliadora.

Outra aptidão de nosso personagem, desconhecida por muitos, é a hipnose. Através desta, ele fez muitas sessões pela cidade e cidades vizinhas.

Pela sua identificação com o povo, foi eleito vereador e exerceu o mandato de 1966 a 72, ao lado dos edis: Leônidas de Souza Lima, Geraldo Melo, Cristóvão Fernandes ( Vico), José Santana, João Flu e outros, apresentando projetos de cunho comunitário.

Foi presidente do Centro Espírita Augusto Silva e, até hoje, é membro da diretoria daquela instituição.

Hoje, além do trabalho no laboratório, manda mensagens de conforto, otimismo, esperança, para todos que captam as ondas de seu rádio amador.

Pelos relevantes serviços prestados à comunidade foi agraciado com os títulos: Honra ao Mérito, no Iº Centenário de Lavras, em 1968, pela Prefeitura Municipal de Lavras; Destaque Personalíssimo do Ano, em 1977, pela colunista social Edméa Moraes; Sócio Benemérito da Corporação Musical Euterpe Operária, outros.

Nosso personagem é casado com Ana Luiza Rodrigues Pereira. O casal tem os filhos: Cláudio, Sheila, Luiz Gustavo, Luciano e Thiago.

Trouxemos para o Wanderlei a mensagem de José de Castro, que se enquadra no seu jeito de ser.

O INSTANTE DIVINO

Não deixes passar, despercebido, o teu divino instante de ajudar. Surge várias vezes nos sessenta minutos de cada hora, concitando-te ao enriquecimento de ti mesmo.

Repara, vigilante.

Aqui, é o amigo que espera por uma frase de consolo. Ali, é alguém que te roga insignificante favor. Além, é um companheiro exausto no terreno árido das provas, na expectativa de um gesto de solidariedade. Acolá, é um coração dorido que te pede algumas páginas de esperanças; mais além, é um velhinho que sofre e a quem um simples sorriso teu pode reanimar. Agora, é um livro edificante que podes emprestar ao irmão de luta; depois, é o auxilio eficiente com que será possível o socorro ao próximo necessitado.

Não te faças desatento.

Não longe de tua mesa, há quem suspire por um caldo reconfortante e, enquanto te cobres feliz, há quem padeça frio e nudez, em aflitiva expectação.

As horas voam. Não te detenhas. Num simples momento, é possível fazer muito. Ao teu lado a multidão das necessidades alheias espera por teu braço, por tua palavra, por tua compreensão...

Vale-te, pois, do instante que foge e semeia bênçãos para que se diminua a miséria do mundo e , em te fazendo hoje mais rico de amor, possas fazer-te, amanhã, mais rico de luz.


O TÉCNICO EM LABORATÓRIO WANDERLEI PEREIRA é Gente da Terra.







A VOLTA

Como é bom voltar para casa, aquele lugar sublime, com seus encantos, com seus segredos, com suas lembranças, ser recebido com um abraço, com um sorriso irresistível dos familiares, dos amigos, depois do trabalho, da escola, do entretenimento, das férias, ou mesmo do hospital, após uma enfermidade, da cela de uma prisão, de uma despedida, de um desencontro.

No corre-corre da vida, em busca de nossos ideais, estudamos, trabalhamos, divertimos, gozamos férias, ficamos doentes, somos aprisionados, sofremos rudes golpes, nos separamos, querelamos, mas temos a certeza de que retornaremos a nossa casa, ao nosso paraíso, verdadeiro templo, onde o amor faz sua morada.

Pelo automatismo, muitas das vezes não damos conta disso, mas, a verdade é que habitualmente sempre voltamos e, se isso não acontece, sentimos uma sensação de vazio, de falta, sentimos frustração, saudade, pelo fascínio que ela nos oferece a cada dia, com sua tranqüilidade, segurança, bem-estar, através de uma verdadeira magia, mostrando-nos que vale a pena ali estar.

Nossa casa é nosso refúgio, é nosso pequeno grande mundo, é onde nos sentimos à vontade, onde nos encontramos com nós mesmos, onde detalhamos nossos planos, construímos nossos castelos, embalamos nossos sonhos.

Não importa que ela seja um palacete, um apartamento, um casebre, uma choupana, construída num grande centro, numa favela ou numa palafita. Importa sim, que seja o nosso lar. É ali que vivemos os melhores momentos. É ali que desfrutamos da companhia daqueles que nos são caros, que nos fortalecem, nos encorajam, nos amparam. É ali que sentimos o calor humano, o amor. É ali que temos a nossa privacidade, um cantinho só nosso, onde choramos a tristeza e sorrimos com a alegria.
Não há como esquecer a nossa casa. Estejamos onde estivermos, fazendo o que tiver que ser feito, ao aproximar a hora do retorno, passamos a imaginar aquele lugar só nosso, de tantos encantos que a nós inebriam e nos fazem felizes.

Que horas são ?

Está na hora de voltarmos para casa !

Voltemos levando nos olhos, o brilho da alegria; no corpo, o calor da amizade; no coração, o amor, sentimento maior da existência humana.

Vamos rápido. Estão esperando por nós. Não façamos mais esperar-nos. Façamos alguém feliz e sejamos felizes.

Brindemos a volta com um brinde qualquer. Se nada houver, simplesmente com um olhar, com uma palavra, com um sorriso, com um abraço fraterno.

Falando em volta, nossa coluna, hoje, traz para perfilar um profissional da área médica que, ao longo dos anos, vem dedicando sua vida à vida das crianças, consultando-as, receitando, fazendo-as, quando internadas para tratamento, retornarem as suas casas para a alegria da família.

É O MÉDICO PEDIATRA DR. JOSÉ CARLOS REZENDE, filho de José Rezende e Ana Menezes de Rezende, nascido em São Vicente de Minas, em 10/08/47.

Sua infância foi alegre e repleta de boas lembranças.

Fez as quatro primeiras séries do 1º grau, em São Vicente de Minas, as quatro últimas, no Ginásio de Internato de Andrelândia, e, o segundo grau, na Academia de Comércio Cristo Redentor, em Juiz de Fora. Formou-se em Medicina, em 1971, pela Universidade Federal de Minas Gerais. Fez residência na Policlínica de Botafogo e pós-graduação em Pediatria, na PUC, também no Rio de Janeiro.

Formado, clinicou por quatro anos na cidade maravilhosa, na Policlínica de Botafogo e na URPE ( Urgências Pediátricas) e foi médico da VARIG.

Nesta época, um fato marcante aconteceu em sua vida. Visitando seu irmão, no Rio de Janeiro, conheceu a Dra. Márcia Carvalho Rezende, filha de tradicional família lavrense, com quem se casou em 23/06/73. Desse casamento nasceram os filhos: Daniel, carioca, formado em Engenharia de Produção pela PUC-Rio, casado com Cristiane, pais de Júlia, “o xodó ” dos avós; Gustavo, atualmente cursando Administração de Empresas também na PUC-Rio, e, Juliano, que está no 1º ano de Administração da UFLA, estes dois últimos, lavrenses.

Nosso personagem veio para Lavras em 1975. Aqui se radicou e juntamente com sua esposa desenvolvem suas atividades laborais. Ele, na pediatria e empresário no ramo de laticínios, ela, cirurgiã e endocrinologista.

Esteve de julho de 91, a julho de 93, exercendo, juntamente com sua esposa, atividades na superintendência Regional - Setor de Perícias Médicas do RJ. Nesse período, fizeram vários estágios. Ele, na área de Neonatologia, e ela, em endocrinologia, diabetes e nutrição.

Em Lavras, como médico, foi perito do INSS, chefe do grupamento médico pericial durante 10 anos. Foi médico da Creche Sílvio Menicucci, da Escolinha do Gordo, na Associação Olímpica de Lavras, da ESAL, diretor social da Associação Médica de MG- Regional de Lavras, diretor clínico da Santa Casa, de 1995 a 97.
No período que exerceu a direção clínica, mais precisamente em novembro de 1995, idealizou e montou a UTI NEONATAL DA SANTA CASA, doando os aparelhos, saliente-se, quase todos importados, àquela entidade, no sentido de atender à altura, aos recém-nascidos graves e prematuros. Como se sabe, os prematuros exigem um atendimento especial de médicos, aparelhos, enfermagem, 24 horas por dia, além é claro, do carinho, do amor, que lhes são dispensados pois, como o próprio nome diz , eles não têm ainda os órgãos totalmente formados e necessitam de uma aparelhagem própria que substitua e faça às vezes do útero, berço materno, local onde se alojam e se desenvolvem desde a concepção até o nascimento. Utiliza-se, desta feita, de uma forma artificial e mecânica para se conseguir a maturação desses órgãos.

A UTI INFANTIL, segundo nosso personagem, conta com: Equipe Médica Pediátrica, Equipe de Enfermagem, todos Especializados, Aparelhos de última geração, Laboratório de Análises Clínicas.

A finalidade que o levou a criar a UTI INFANTIL da Santa Casa de Lavras foi para salvar as vidas dos bebês que, sem esta, poucas chances teriam de sobrevivência.
Com esse ato de doação, de amor, de servir, nosso personagem, juntamente com toda a equipe, têm salvado muitas vidas de recém-nascidos e prematuros.

São poucas as cidades que contam com uma UTI INFANTIL. Lavras é uma dessas cidades privilegiadas pois, além de contar com um complexo hospitalar de grande envergadura, possui médicos de alto nível e uma assistência de enfermagem capacitada.

Além de suas atividades médicas, o Dr. José Carlos Rezende, em dezembro de 1985, fundou a fábrica, Laticínios Serra Bela, localizada no sopé da Serra da Bocaina, para produzir queijos finos de excelente qualidade, a altura daqueles fabricados no Laticínio Campo Lindo, de São Vicente de Minas, do qual Sr. Zeca, seu pai, fora presidente .

A Serra Bela tem uma produção de 50 toneladas por mês que são negociadas em 14 Estados do Brasil. A fábrica gera 40 empregos diretos e outros tantos indiretos, e está entre as dez maiores arrecadadoras de ICMS do município de Lavras.

Embora assoberbado com tantos afazeres, ainda tem tempo para nos finais de tarde e nas manhãs de domingo, praticar seu esporte favorito: o futebol. Sua paixão é tão grande que, na década de 80, chegava ao Estádio da Olímpica, às 4 h da manhã para garantir seu lugar no treino. Sua posição - ponta direita - seu apelido - Tita - é muito estimado e querido por todos.

É cristão, católico praticante.



Nosso personagem, em 1996, foi homenageado pela Associação Comercial de Lavras com o diploma de Empresário do Ano, no ramo de Laticínio. É também homenageado sempre que recém-nascidos e prematuros são conduzidos para a UTI NEONATAL e, de lá, voltam para suas casas, dando alegria às famílias. Esses diplomas são dados de coração, onde também são guardados, por serem preenchidos com as letras do amor.

Trouxemos para nosso personagem, uma página de Constâncio Vigil ( In “Terra Virgem” ), transcrita na acrópole do Bi Moreira em 12/10/75, que retrata a sua forma de ser e de servir.

“Ia à procura de homens para com eles melhorar a humanidade e, mais do que em meio da jornada, compreendi que era inútil meu afã. Detive-me e voltei-me para as crianças. Oxalá que todos, como eu, assim o compreendam.

Oxalá que amem mais aos pequeninos, aos do próprio lar e aos que se acham nas ruas; aos que riem e aos que choram; àqueles que estão vendo e àqueles a quem não podem ver!

Oxalá verifiquem quão pouco roubam os ladrões de ouro comparados com os que roubam a alegria e a doçura dos que serão donos do mundo!

Oxalá que, entre todas as culpas, saibam distinguir a maior: a de matar numa criança, um homem a quem não conhecem e que a vida reclama!

A Deus clemente e misericordioso supliquemos que a alma humana se redima através do amor à criança. Que as mentes que tateiam nas sombras busquem a luz no olhar das crianças. Que as consciências torturadas achem a paz no amor à criança!”

O MÉDICO PEDIATRA DR. JOSÉ CARLOS REZENDE é Gente da Terra.





FÁBRICA DE SONHOS

Há, por este mundo afora, fábricas e mais fábricas, criando, recriando e produzindo tudo que possa satisfazer as necessidades materiais e espirituais do homem. Do necessário ao supérfluo, do simples ao sofisticado. Há de tudo. Do inimaginário ao imaginável.

Há, porém, na mente do homem, uma fábrica muito especial, A FÁBRICA DOS SONHOS. Fábrica que alimenta e faz da vida, a vida que todos desejam viver.

A liberdade de sonhar é do homem, do homem que deseja dar asas a sua imaginação, ouvindo a si mesmo para descobrir sua interioridade, conquistar ou reconquistar algo e apreciar as belezas da vida.

Os homens, por serem diferentes, são diversamente afetados interna e externamente por ações que fazem aflorar e mover seus sonhos. Isto é da essência de todos e não há como fugir.

Ao sonhar, o homem faz sua alma flutuar e deixa transparecer sua intimidade. O homem sonha de forma diferente pois, na realidade esses sonhos retratam exatamente aquele momento que vive e, cada um tem o seu significado - real ou irreal.

Quando criança, o homem sonha colorido, com o despertar da vida, com as coisas que estão a sua volta. Na adolescência, com a descoberta de si mesmo, com a exuberância da juventude, sonha com o amor, com a conquista. Na idade adulta, com a consolidação de seus planos, com a tranqüilidade do futuro e, na velhice, com a paz .


Ele sonha sempre e em todas as idades. Ele sonha em amar e ser amado. E, como é bom amar e ser amado. Ter alguém só pra nós. Alguém que nos faz feliz, que nos faz imaginar a vida com o esplendor das cores do arco-íris, com a esperança de quem reencontrou pelos caminhos da vida uma nova paixão para satisfazer e conservar o seu estado de espírito perfeito, impulsionando pelo desejo de viver.

Amar com vontade de unir-se à pessoa amada, ou, a alguma coisa, numa reciprocidade de dar e receber através desse sentimento maravilhoso que deixa ultrapassar os limites da compreensão até atingir o infinito.

Amar para se sentir útil, para dar vida a uma outra vida, para não se sentir morto por dentro.

Amar aos pais, ao cônjuge, aos filhos, ao próximo, a Deus. Amar com vontade amar, amar, amar...

Todos nós sonhamos, todos nós devaneamos, todos nós viajamos nos pensamentos sem fronteira, todos nós amamos de uma forma ou de outra, com palavras, gestos, ou mesmo em silêncio.

Infeliz do homem que não sonha.

A esse não é dado o prazer de amar e de viver.

Falando em sonhos, em amor, quem não se lembra das cartas enviadas ou recebidas para e da pessoa querida. Num passado não muito distante, com a ausência dos meios de comunicação eficientes, como os de agora, o melhor e que transportava nossos sonhos, nossas mensagens, era o correio. Aliás, diga-se de passagem, uma correspondência levava, às vezes, um mês para chegar e, enquanto isso, a saudade e a ansiedade preenchiam o espaço vazio.

Nossa coluna, hoje, homenageando o carteiro do passado e do presente, traz para perfilar o carteiro mais antigo da cidade.

É O CARTEIRO APOSENTADO JORGE NAVES DE GOUVEIA- JORGE SEGREDO -, filho de Aureliano Goulart de Gouveia e de Maria Avelar Naves, nascido nos Pimentas, distrito de Lavras,MG, em 24/07/19. Pela dificuldade de registro essa foi a data oficial mas, o nascimento de verdade foi em 1916.

Sua infância foi vivida na fazenda dos Pimentas, brincando e trabalhando nas lidas rurais. Ali criava passarinho, armava arapucas, pescava no rio do Cervo.

Estudou no Grupo da zona rural com D.Lazarina, com os professores Tomás, João Pimenta. Seus amigos Pocidônio, João, Dedeca, nessa época formavam um Jazz que aos sábados e nas noites de semana, dava um toque de requinte às noites enluaradas com seu acordes.

O apelido de JORGE SEGREDO se deve ao amigo de juventude, ISTOÉ, que, certo dia, na Igreja Matriz, em companhia de Dego Mesquita, Nequinha, Manoel, vendo o Jorge caminhar, o chamou de SEGREDO, por causa do Agenor Carroceiro, e daí para frente este ficou conhecido pelo apelido.

Aos 15 anos, ou seja, em 1931, veio para Lavras, para desenvolver suas atividades comerciais, pois seu pai lhe montou um negócio de secos e molhados. Entretanto, não foi feliz nessa iniciativa, tendo que encerrar suas atividades como proprietário. Em seguida, atendendo a um convite do Sr, José Oliveira Lima- Nego Justino- foi trabalhar como caixeiro desse, na rua do Capim, hoje Chagas Dória. Tentou novamente o comércio por conta própria, mas ainda dessa vez não deu certo. Assim, voltou novamente a ser caixeiro de Paulo Caetano da Costa, filho de Joaquim Caetano da Costa, tendo como colegas de trabalho, João e Sebastião Caetano. Em 1938, passou a ser caixeiro de Assis e dali foi convidado por Lígio Goulart , para trabalhar no CORREIO, como carteiro, em 1944.

Como carteiro, desempenhou as atividades: mensageiro, entregador de telegramas e cartas, encarregado do tráfico postal(serviço de recebimento e expedição de todo o movimento do correio), tesoureiro, escrita telegráfica e correspondência oficial arrecadar e, finalmente, postalista, cargo em que se aposentou em 1979, após 35 anos de serviços ininterruptos, àquela instituição.

Pelo que sabemos, a primeira Agência do correio foi instalado em Lavras, na rua Cincinato de Pádua, atrás do Banco de Crédito Real. Depois mudou-se para o prédio onde funciona a Sapataria Santo Antônio e, finalmente, construíram sua sede própria, na rua Raul Soares

Quando o Correio passou para a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, nosso personagem foi trabalhar às margens da Rodovia Fernão Dias, como encarregado de turma. Inicialmente, no Posto da Represa( posto do Sávio), depois, no Posto da Petrominas e, finalmente no Posto do Hotel Maia, em Perdões.

Foi colega de muitos carteiros como: Ox , Itamar Rodrigues, Osório Veiga, André do Nascimento, Orlando Guerra, Isabel Silva, outros.

Sua satisfação, enquanto funcionário, era entregar as correspondências para as pessoas que aguardavam com ansiedade e sempre perguntavam se havia chegado um telegrama ou uma carta. Gostava de realizar os sonhos das pessoas através da entrega das mensagens que materializavam os sentimentos nas cartas e telegramas.

Em Lavras, naquela época, eram poucos os funcionários, mas as correspondências também eram em número pequeno, comparando com os dias de hoje, onde são postadas 5 mil cartas e, distribuídas aproximadamente 15 mil em média, diariamente, através de 28 carteiros que andam quilômetros e mais quilômetros desempenhando suas funções.

Na década de 30, mais precisamente em 1937, conheceu no seu comércio, Maria Marcelino Naves, com quem se casou em 1940. O casal teve os filhos: Jorge, Vera, Juarez, Márcio, Mauro, Marcelo, Antônio Carlos, Jorge Antônio, João Dehon, Maria de Fátima, Maria de Lourdes e Regina. Tem 18 netos.

É um apreciador da arte musical. Gosta de ouvir clássicos. Canta no Coro Sagrado Coração de Jesus há quase 50 anos. Foi, também, um seresteiro.

Nosso personagem, na sua simplicidade, criou e educou sua numerosa prole que está esparramada por esse Brasil afora. Além de ser o carteiro aposentado mais antigo, é também o morador mais antigo da Praça Santo Antônio.

Para ele trouxemos uma mensagem de R.Tagore, da Acrópole de Bi Moreira, em 09-12-79.


Eu dormia

e sonhava

que a vida

era alegria

Acordei

e vi


que a vida

era serviço

Servi

e vi

que o serviço

era alegria.

O mensageiro dos sonhos cumpriu com dignidade sua missão. Continuemos a sonhar.


O CARTEIRO APOSENTADO JORGE NAVES DE GOUVEIA - JORGE SEGREDO é Gente da Terra.







SIMPLICIDADE - A singeleza da vida

No universo temos um verdadeiro mar de pessoas lutando dia-a-dia na busca de seus sonhos. Umas, na simplicidade, no servir; outras, no escravizar, no dominar, na arrogância. Os contrastes aí estão.

A pirâmide social faz com que as pessoas vivam num clima de competição, lutando para chegar primeiro, para ganhar e ter mais, esquecendo-se, até, às vezes, de que para conseguir riqueza, poder, status, precisam usar as outras, fazendo-as vítimas, vítimas da fome, da pobreza, da doença, da ignorância.

Felizmente, para nossa alegria, muitas pessoas vivem na simplicidade, com afinidade, como irmãos. São pessoas extraordinárias que, embora cultas, não se deixam valer de sua cultura para manipular a consciência dos mais humildes; ricas, não se apegam à riqueza mas a repartem, enriquecendo-se cada vez mais que partilham; belas, não se incomodam com essa qualidade externa, deixando prevalecer a interna, a da alma ; talentosas, usam seus talentos para servir ao próximo, colocando-o lado a lado, ajudando-o. Cada uma dessas pessoas, com suas características, com suas aptidões, com seu jeito de ser, se sobressai das demais. Elas sobressaem porque são dotadas de qualidades especiais, se colocam como as mais simples, não se impõem nunca, mas, pelo contrário, ensinam-nos gratuita e livremente a linguagem do amor, da liberdade, do servir. Essas pessoas são a simplicidade e a essência do ser.

São agraciadas a todo momento com o reconhecimento das outras pessoas e, como crescem espiritualmente.

A história nos fornece uma lista interminável dessas pessoas simples com seus bons exemplos.

Contrastando com essas, porém, há algumas poucas, é verdade, as do ter, que se julgam superiores, maiores e melhores do que as outras, que se colocam no alto do pedestal, desejando ser mais reais do que o próprio rei, subjugando outras, escravizando, manipulando, colocando o poder, o dinheiro acima de tudo, esquecendo-se de que na vida tudo é passageiro, que se acaba e que acima delas, também existem outras bem mais altas e bem mais importantes.

Fornece-nos também, a história, uma lista das pessoas que se julgam acima das outras, que se julgam líderes, donos e senhores do mundo. Isso, é claro, só por algum tempo. As que se julgam famosas, importantes, se iludem e sabem que um dia tudo acaba. Fica apenas, a história vazia daquelas que exerceram um predomínio dentro da comunidade apegados simplesmente ao poder, sem nada fazer em benefício dos menos favorecidos, ou mesmo, daquelas cujo poder do dinheiro, as faziam esquecer os problemas comunitários. Pobres de espírito, nada semearam de bom e por essa razão não são festejadas com alegria.

Há um adágio popular que diz:

“Lembra-te de cumprimentar as pessoas quando estiveres subindo para que elas possam te cumprimentar quando estiveres descendo”.

JESUS, exemplo de simplicidade, recusou a todo tipo de ostentação, dominação, e, até o final dos tempos será lembrado e tido como a humildade em pessoa.

Na simplicidade das pessoas, das coisas, dos gestos, dos atos, vê-se a grandeza do ser humano.

O pensamento bíblico : “Os últimos serão os primeiros” - fala-nos de perto da humildade e da simplicidade.

Falando em simplicidade, fizemos hoje, uma visita ao nosso personagem e ali constatamos a realidade do que falamos em nosso intróito. A humildade de seu lar é um exemplo vivo de tantos outros lares, iguais e existentes por este mundo afora.

É O CARPINTEIRO IBERÊ DA CRUZ FONSECA, filho de Francisco da Cruz Fonseca e América Teodolina da Fonseca, nascido em Lavras, em 16/08/1923.
Sua infância e adolescência foram vividas na Ponte Alta, ao lado dos amigos Osvaldo, Otávio, Chico, outros, fazendo miniaturas de moinho, monjolo, arapucas, carrinhos e outros brinquedos.

Estudou certo tempo em casa com a irmã Ambrosina e, depois, abandonou os estudos pois, muito cedo, começou a trabalhar, visto ser descendente de família humilde.

Aos dezoito anos, mudou-se para Lavras. Logo em seguida foi servir o Exército em São João Del Rei. Como era época da Segunda Grande Guerra, dali foi para Juiz de Fora, e, finalmente, voltou para Três Corações, onde concluiu seu tempo. Tem boas recordações do Exército.

De volta para Lavras, iniciou suas atividades de marceneiro e em sua oficina na Rua Álvaro Botelho, pode fabricar os mais variados tipos de móveis, para atender sua clientela lavrense e da região. Ali fez: guarda-roupas, cristaleiras, camas, sofás, cadeiras, mesas, armários, criados, tudo para compor casas e escritórios.

Nessa labuta profissional, ficou até se aposentar há uns quinze ou vinte anos.

Dai para frente passou a fabricar instrumentos musicais como: violão, bandolim, guitarra, contrabaixo, propiciando aos artistas, executores destes, a execução de músicas. Nos dias de hoje, ainda os conserta e tira alguns sons para sua alegria, bem como da vizinhança.

É um artista nato. Tocou violão com o Décio sapateiro e outros músicos lavrenses.

Além de suas atividades profissionais, musicais, cultiva o hábito da escrita. Há bem pouco tempo, escreveu o libreto intitulado “ Jovens, escolham o caminho”, mas não teve a oportunidade de publicá-lo. Neste, colocou sua sensibilidade, materializou seus pensamentos e transformou seus sonhos em realidade, deixando conselhos a serem seguidos pelos jovens. É um autodidata.

Trouxemos para nossos leitores algumas frases esparsas de seu libreto.

“Não permitam, caros amigos jovens, que vocês sejam dominados pelo vício”.

“Quantos jovens poderiam ser felizes e fazer a felicidade de seus familiares mas, entregues às drogas, se transformam em farrapos humanos ”.

“ O Brasil precisa de homens para o futuro e não de elementos entregues ao vício do álcool, do fumo e dos tóxicos”.

“ Obedeçam a seus pais e sejam felizes”.

“ Não se julgue infeliz por possuir menos, e nem importante, por possuir muito “.

IBERÊ, nosso personagem, é pessoa de pouca prosa. Gosta mais de ouvir do que falar. Por isso mesmo é tido pelos seus amigos como homem sábio.

Político, como todo brasileiro, sempre esteve ligado aos grandes estadistas como Getúlio Vargas, JK, Tancredo Neves . A prova dessa assertiva está nos quadros que ornamentam a sala de visita de sua casa.

Com o IBERÊ, debaixo de sua simplicidade e humildade, podemos aprender mais uma lição de vida.

Às vezes, muitos de nós nos deixamos levar pelo egoísmo, pelo orgulho, pelo poder, pelo dinheiro, e nos esquecemos dos mais simples, dos mais humildes, de suas necessidades. Não podemos deixar que isso aconteça.

Abramos as portas do coração para darmos mais alegria ao mundo, às pessoas, lembrando que somos todos irmãos.

O CARPINTEIRO IBERÊ DA CRUZ FONSECA é Gente da Terra.





MISTÉRIO

A vida é repleta deles

É comum chegarmos em casa e, ao encontrá-la sem ninguém, sentimo-nos impressionados pelo vazio e ficamos a imaginar coisas. Às vezes, enfrentamos de frente tal situação aproveitando-a para uma reflexão, outras, ligamos a televisão, o radio, abrimos janelas, portas, acendemos luzes, fazemos barulho, com receio do silêncio. A verdade é que não estamos acostumados com ele, ou melhor, temos até, medo dele.

Lembramo-nos que, certa vez, vivemos em nossa casa um desses episódios. Era inverno. Faltou energia elétrica. Deparamos com o mistério da noite que caiu silenciosa e calma. Expectativa. Algo pairava no ar. As sombras envolveram tudo, o firmamento escureceu. Um ruído estranho rondava o lugar. Olhávamos por entre as frestas da porta, da vidraça embaçada, sob a tênue claridade da lua, mas, a escuridão impedia-nos de ver com precisão. O tempo passava lentamente levando nossas emoções. De quando em vez, o ruído aumentava dando-nos a impressão de que alguém ali estava para nos amedrontar ou qualquer coisa similar. Parecia haver um vulto a percorrer a casa e, o seu andar, a produzir um ruído em contato com o solo. Sentíamos o desespero se apoderar de nós. Nenhuma voz, nenhuma luz, nada. Apenas o ruído, as sombras, o silêncio, o medo. Um frio gelado tomou conta de nosso corpo. O arrepio da derme se fez sentir. Os ruídos se sucediam, a expectativa aumentava, a insegurança permanecia.

Em dado momento, como que num passe de mágica, a eletricidade é religada naquele local. Mais do que depressa, acionamos o interruptor da lâmpada da varanda. Um clarão tomou conta do lugar. Devagar, até que a menina dos olhos se acomodassem com a luz que acabara de ser acesa, colocamos a chave na porta e a abrimos. Em seguida, acendemos as outras lâmpadas da casa e, pé-ante-pé, fomos entrando para ver o que era aquele ruído a nos impressionar. Procuramos por toda parte. Aqui, ali, acolá, por detrás das portas, dos armários, dos sofás e nada. O ruído ainda se fazia presente mas o vulto desaparecera. Como a casa já estava totalmente iluminada, continuamos a procura, até que, de repente, nos deparamos com uma das janelas entreaberta e, o vento a açoitá-la e a produzir aquele som característico de filmes de suspense naquelas noites de lua cheia e, as cortinas, balançavam, dançando de um lado para o outro, como alguém a se movimentar.

Foi uma noite cheia de suspense, medo e emoção.

Depois da ansiedade, do susto, a tranqüilidade voltou a reinar.

Se não houvessem: aquele ruído, aquele vulto, a nos impressionar, aquela noite por certo, teria sido fascinante porque no seu silêncio, teríamos um momento de reconciliação do corpo com o espírito e haveria tempo de se ouvir na intimidade de nosso ser, a voz da consciência e do coração.

O silêncio tem desses mistérios.

Falando em suspense, em mistérios, nossa coluna hoje, trás para perfilar, uma escritora lavrense que tem levado o nome de Lavras além fronteira e, cujo estilo de escrita, se equipara aos de Aghata Christie, Sherlock Holmes.

É A ESCRITORA E ACADÊMICA TEREZINHA DE LOURDES REZENDE – LOURÊ, TEY DE, filha de José Ferreira Rezende e Maria de Lourdes Bolcato Rezende, nascida em Lavras, MG., em 06/09/.

Sua infância e adolescência foram vividas em Lavras, onde pode apreciar cada cantinho da terra pois, seu pai era nômade. Guarda boas recordações da Praça Dr. Jorge, da Chácara do Gammon, da Praça Dr. Augusto Silva.

Estudou desde o pré até a oitava série do primeiro grau no Colégio Nossa Senhora de Lourdes e, o Magistério, no Instituto Gammon. Fez inúmeros cursos de Secretária, dentre tantos, o do Americam Management Association, em SP, e participou de muitos encontros de aperfeiçoamento. Concluiu o curso de Inglês no Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos-ICBEU-Lavras-MG. Fez ainda o curso de informática.

De 1972 a 1991, exerceu as atividades de Secretária Executiva do Departamento de Engenharia Rural e do Departamento de Ciências Exatas, na Prefeitura do Campus Universitário, Coordenação de Graduação e Pós-Graduação em Zootecnia, da Divisão de Assuntos Comunitários, na Chefia de Gabinete, em Congressos, na Rádio Universitária, da Escola Superior de Agricultura de Lavras, hoje, Universidade Federal de Lavras. Foi ainda, Relações Públicas do Lavras Tênis Clube, Secretária Executiva da Epamig, FAEPE.

Promoveu diversos eventos culturais. Coordenou junto com o professor José Oscar, na UFLA, o 1º Festival de Balonismo em Lavras.

Descendente de família artística, fez dança, teatro e escreveu uma peça intitulada: “Quando o medo fica engraçado”, encenada por artistas lavrenses, no Auditório Lane Morton e no CNEC.

Em 1997, passou a ocupar uma cadeira na Academia Lavrense de Letras e tem como seu patrono, Monteiro Lobato.

Paralelamente as suas atividades profissionais, nossa personagem sempre teve um tempo para se dedicar as suas atividades intelectuais. Escrevia, escrevia, escrevia. Escreveu os Livros: O Jogo da Detetive, em 1983, O Flagrante da Luneta, em 1988, O Muro Misterioso, em 1989, todos editados pela Editora Virgília, de Belo Horizonte, MG. Escreveu ainda e está para publicar os Livros: Hora Fatal, Quatro Sentenças de Morte, categoria adulto, literatura policial e Noite de Aventura, categoria infanto-juvenil, literatura policial.

Seus livros são de suspense, emoção, mistério. Ao iniciar a leitura, o leitor não tem vontade de parar e vai até o final, na busca da descoberta do mistério.

Pela grande aceitação e sucesso de seus livros no mercado, Terezinha já foi alvo de muitas reportagens nos principais jornais e revistas do pais, bem como, da rede televisiva.

Um fato interessante que ocorreu há tempos foi que um jornal de grande circulação do país, foi até a Inglaterra para entrevistar um membro da CWA e, lá, informaram que no Brasil, em Lavras, MG, havia um membro para atendê-lo e conceder a entrevista. Assim aconteceu.

Seu pseudônimo é Lourê, Tey de.

A Escritora e Acadêmica Lavrense, Terezinha de Lourdes Rezende, é a única representante na América do Sul, desde 1991, deste elenco seleto da CWA- Crime Writers’ Association ( Associação de Autores de história de Crimes). A CWA tem sua sede na Inglaterra e a maioria dos seus membros são ingleses. Autores que não são do Reino Unido - Overseas Members, são aproximadamente 60 associados. A CWA tem um jornal mensal(Red Herrings) onde publica os lançamentos dos seus membros, promove palestras de especialistas criminais, médicos, arqueólogos, tudo com o objetivo de oferecer tecnologia para as tramas de seus associados.

Há bem pouco tempo atrás, nossa personagem esteve visitando a Escócia e Inglaterra. Infelizmente por uma questão de desencontro de datas, não pode participar da reunião daquela associação.



Desde 1996, nossa personagem é Secretária Geral da Fundação Abraham Kasinsk, que tem como objetivo maior aqui em Lavras, o projeto em execução do Parque Florestal das Quedas do Rio Bonito, na preservação do meio ambiente, margeando a rodovia que liga Lavras a Luminárias, de tão lindo, torna-se um sonho.

Ao longo de sua vida, pelos relevantes serviços prestados à educação nossa personagem recebeu homenagens e, dentre elas, podemos citar o Diploma de Honra ao Mérito da Associação Esaliana, em 1980.

Lourê, Tey de, tem diversos hobbies como leitura, música, filmes e curtir Noninho, seu gato de estimação.


A ESCRITORA E ACADÊMICA TEREZINHA DE LOURDES REZENDE, LOURÊ, TEY DE é Gente da Terra.





Estradas - Transportes - Elos de interação.

A necessidade de se locomover e transportar seus bens através de maiores distâncias num menor tempo, acompanha o homem desde os primórdios. No Brasil, não é diferente. São mais de 150 milhões de pessoas e um sem - número de bens exigindo condições para se locomoverem o mais depressa possível. É o homem correndo para chegar ao lugar desejado ou voltar para casa, transportar seus produtos aos centros de abastecimento e industrialização, enfim, de transportar suas atividades infra-estruturais utilizando para isso os transportes quer através das rodovias, ferrovias, aquavias ou aerovias

Como sabemos, as rodovias, ferrovias, aquavias, aerovias, vencem distâncias e conduzem riquezas. Através delas os homens se aproximam, se comunicam, fazem negócios, viajam, partem e chegam a cada momento.

Viajando pelo Brasil, por sua extensa malha rodoviária, apreciando suas belezas mil, contemplamos hoje, a Rodovia Fernão Dias e, vendo essas estradas do primeiro mundo, retornamos ao passado para traçar um parâmetro. Foram os portugueses que, após o descobrimento do Brasil, abriram as primeiras picadas. Depois, os bandeirantes, com suas caminhadas terra adentro e descobrindo os caminhos traçados pelos índios e com isso, plantando novas povoações.

Com o progresso, com a surgimento do carro, com aprimoramento dos outros meios de transporte, houve a necessidade de se melhorar e construir novas estradas.

A primeira rodovia moderna que se construiu no Brasil foi a Rio - São Paulo, a conhecida Presidente Dutra, por volta de 1928. Ela não tinha o traçado dessa rodovia que hoje podemos apreciar. Era uma estrada cheia de curvas, não era asfaltada e nem de quatro pistas . Mas, foi o início de uma grande conquista e hoje aí está permitindo ao homem fazer esse percurso em cerca de quatro ou cinco horas, num tempo bem diferente daquele que gastavam os cavaleiros em suas cavalgadas.

O País tem agora não só aquela rodovia mas, milhares e milhares de quilômetros de rodovias a interligá-lo nos seus quatro cantos. A Rio - São Paulo, Imigrantes, Castelo Branco, Belém - Brasília, Rio - Bahia, Transamazônica, a Fernão Dias, hoje em duplicação, e tantas outras, nada devendo às rodovias do primeiro mundo.

Há um equilíbrio entre as rodovias, ferrovias, aquavias, aerovias, com os veículos leves e pesados. trens, metrôs, embarcações, aeronaves, A cada dia que passa novas tecnologias são lançadas no mercado, no sentido de atender às necessidades de locomoção do homem moderno e seus bens.

Sem este progresso, estaríamos ainda hoje, viajando no lombo de cavalo, percorrendo picadas, trilhas, transportando nossas riquezas a passos de tartaruga. Como estamos relacionados entre os países emergentes, sentimos que caminhamos, senão com a velocidade dos países do primeiro mundo, pelo menos, procuramos acompanhá-los.

Falando em transporte, Lavras é detentora de uma empresa que se faz presente nas principais rodovias de nosso país, com suas carretas, caminhões e outros veículos de pequeno porte, levando e trazendo riqueza, sob o logotipo do Expresso Nepomuceno ou Just In Time.

Por isso, perfila hoje em nossa coluna, um empresário do transporte que por muitos anos vem servindo a Lavras, à região, a Minas e ao Brasil.

É O EMPRESÁRIO AGNALDO DE SOUZA, filho do saudoso Agnésio Carvalho de Souza e Maria Rosa de Souza, nascido em Ijacy, MG, em 05/03/32.
Sua infância e juventude foram vividas em sua terra natal e Lavras, ao lado de muitos amigos como Zezé do Francisquinho, Eduardo, Lili, ex- prefeito de Ijacy, Murilo Girardelli, Gordo, Tito do INPS, Agostinho Bianquini e outros.

Naquela época, gostava de pescar no Rio Grande, armar arapucas, pegar passarinhos, brincar de pique.

Estudou um certo tempo no colégio São Pedro. Não deu continuidade aos seus estudos porque muito cedo começou a trabalhar, negociando aqui, ali, acolá. Herdou de seu pai, Agnésio, figura impar e atuante em nossa comunidade, os dotes de empresário.

Casou-se com Ilma Alvarenga de Souza, em 17/12/1955. O casal teve sete filhos: Tânia, Alessandra, Kênia, Gisele, Agnésio, Agnaldo e Lisiane. Tem 10 netos.

Em 02/06/59, já fazia transporte de carga para Belo Horizonte e São Paulo, com apenas um caminhão Cheviote e, em 13/10/59, adquiriu o Expresso Nepomuceno de José Fabri que, à época, fazia a praça de Nepomuceno. Permaneceu naquela cidade, até 1966, quando transferiu o referido Expresso para Lavras. Aqui, instalou-se inicialmente na rua Comendador José Esteves, nº 200, mudando em 1976, para a Praça da Estação e, em 1991, mudou-se para o Distrito Industrial, instalações próprias, com uma área construída de 3.000 m2, num parque de 20.000m2.

De 1969 a 1973, explorou a indústria de cal, na cidade de Formiga. Não foi muito feliz e abandonou tal atividade laborativa.

O Expresso Nepomuceno atingiu um crescimento tal que hoje conta com uma frota de aproximadamente 100 veículos entre carretas, caminhões, e outros de menor porte.

Transporta carga fracionada(carga pequena), Carga seca( lotação- carga fechada), Carga para montadoras como Cofap, TRW, Stander, Jonhson e outras.

O Expresso Nepomuceno gera mais de 150 empregos diretos e 500 indiretos.

Hoje em dia, a área construída está passando por várias melhorias, pois o objetivo de nosso personagem é atingir o Certificado ISO 9.000 até dezembro deste ano, trabalhando com Qualidade Total.

O investimento que vem fazendo ao longo do tempo é para adquirir, com as tecnologias mais adequadas do mercado, uma condição ainda melhor e capaz de dar ao transporte do Brasil, uma solidez e uma estrutura empresarial de serviços a altura de um grande País, executando com Qualidade Total, eficiência e presteza os trabalhos solicitados.

Além da transportadora, Agnaldo tem diversificado suas atividade empresariais nos ramos da construção civil e agropecuária.
Embora dotado de grande potencialidade, vem ao longo dos anos, fazendo a distribuição de trabalho nas empresas, com os filhos.

Tem alguns hobbies: ouvir músicas de todos os tipos e especialmente as sertanejas, futebol, curtir a família.

Por seus trabalhos foi homenageado com: Diploma de Honra ao Mérito do Campo das Vertentes em 1985; Diploma de Honra ao mérito do Rotary Club Lavras Sul; Diploma os Melhores do Ano- Programa Circuito Industrial da TV. Bandeirantes; Título de Cidadão Honorário de Nepomuceno, em 1988; Diploma de Honra ao Mérito do Rotary Club Lavras; Diploma de Colaborador Emérito da Polícia Militar; Diploma de Empresário do Ano FederaMinas, 1997; Diploma de Membro Honorário da Academia Lavrense de Letras, dentre outros.

Para nosso personagem trouxemos de Rui Barbosa, um belíssimo pensamento:

ORAÇÃO E TRABALHO

Oração e traballho são os recursos mais poderosos na criação moral do homem. A oração é o íntimo sublimar-se da alma pelo contato com Deus. O trabalho é o inteirar, o desenvolver, o apurar das energias do corpo e do espírito, mediante a ação contínua de cada um sobre si mesmo e sobre o mundo onde labutamos.


O EMPRESÁRIO AGNALDO DE SOUZA é Gente da Terra.





A vida nos propicia delícias como:

Sonhos - Devaneios

O homem acalenta desejos infinitos
Na sua mente, no seu coração.
São os sonhos da imaginação
Que duram a vida inteira.
Mas que com ela, não se confundem
Porque o tempo a ela envelhece
E, eles, não.

Os sonhos são inexplicáveis,
Mas, compreensíveis
Fazem parte da espécie humana
Que pode senti-los, compreendê-los.

Fossem fatos da natureza
Seriam decifrados
Teriam explicações
Mas como são subjetivos
Não há como explicá-los

Os sonhos - os devaneios
São abstrações
Como figuras
Num caleidoscópio
Buscando significado
Para revelar ao ser, enquanto ser
Na sua interpretação
À razão de seu existir.

Com esse nosso poema, apresentamos nossa personagem a perfilar hoje em Gente da Terra.

É A ESCRITORA E ACADÊMICA MARIA EUGÊNIA MACEIRA MONTENEGRO, filha de Bernadino Maceira e Ricardina Amaral Maceira, nascida em Lavras, MG, em 07/10/15.

Antes de entrarmos na essência de sua vida, abramos um parênteses para dizer que a rua Bernadino Maceira é uma homenagem prestada à seu pai, um português, de inúmeras qualidades, engenheiro prático, ecologista que muitos benefícios prestou a Lavras.

Maria Eugênia fez as quatro primeiras séries do primeiro grau, na Escola Estadual Firmino Costa, tendo como professoras Dª.Dudu Negrão, Margarida, Mariquita Guadalupe, Cenira. As quatro últimas séries e o curso de normalista, no Carlota Kemper.(Gammon).

Viveu sua mocidade na década de 30. Em 1935 foi Rainha do Carnaval, pelo Clube “ Segura o Bucho”.

Como escritora, relata sua juventude no livro -Lavras- Terra de Lembranças, recentemente editado. Ali, relata os costumes e amizades da época, dentre elas a de Stella Menicucci e Marília Pinto Ferreira, apelidadas de as Três Graças.

Foi uma época áurea e feliz.

Em 1938, casou-se com o engenheiro agrônomo Nelson Borges Montenegro, indo morar no Rio Grande do Norte, na Fazenda Itu, onde viveu 20 anos. Ali foi espectadora muda de secas e enchentes consecutivas, que muito abalaram sua saúde. Na vida bucólica de fazendeira, os seus afazeres eram a equitação, natação, caça, nas matas da caatinga. Conviveu com os humildes moradores da Fazenda, fazendo um trabalho social de grande alcance, angariando a simpatia e amizade de todos. Contudo, sentia-se um pássaro fora do ninho e, ali, procurou distrações maiores nas leituras de revistas e romances. Adquiriu o gosto pela leitura e começou a sua vida literária.

Todas as tardes ia para o alto de um morro que ficava à frente da Casa Grande. Ali, debaixo de uma latada ( cobertura de palha), começou a escrever as sua memórias de infância. Teve como mestre o Grande e Imortal poeta João Lins Caldas, que a iniciou nas letras, mostrando-lhe a beleza da prosa e do verso, ensinando-lhe métrica.

Mudando-se para Assu, cidade conhecida como Atenas Norte RioGrandense, conviveu com escritores e poetas da terra. O povo assuense amava as letras e punham nome nos filhos, tirados da literatura grego. Ainda hoje existem os Sócrates, Demóstenes, Ulíssses, Demócritos, perambulando pelas ruas do Assu. Há uma infinidade de poetas clássicos e populares. Estes primam nas glosas e quadras e exploram qualquer acontecimento fazendo seus versos, que são motivos de elogios. Muitos livros já foram impressos sobre os poetas do Assu, com quem nossa personagem teve o privilégio de conviver.



Em 1972, ingressou-se na Academia Norte-Riograndense de Letras e, no mesmo ano, foi eleita prefeita de Ipanguaça.

Foram experiências milionárias. Dedicou-se de corpo e alma à literatura e à política. Como prefeita, construiu escolas, biblioteca pública, um teatro municipal- o único no Estado. Construiu cinco mini-postos de saúde e o Grupo de Escoteiros “Luiz Gonzaga”.

No Teatro, foram e são encenadas muitas peças, inclusive algumas de sua autoria.

Um fato que marcou profundamente sua vida foi quando das enchentes de 1974, que inundaram o seu município e teve que retirar aproximadamente 3.500 flagelados, para a cidade de Assu.

Como podemos observar, a vida de nossa personagem é repleta de acontecimentos e realizações

Materializa seus pensamentos, suas histórias, suas memórias nos livros já publicados: Saudade, Teu Nome é Menina- memórias de infância; Azul Solitário- poemas; Alfar, A Que Está Só- ficção; A Andorinha Sagrada de Vila Flor Lourenço; O Sertanejo- romance de costumes do Vale do Assu; Lembranças e Tradições do Assu- documentário; Porque o Américo Ficou Lelé da Cuca- Corde em Prosa; Perfila de João Lins Caldas- biografia; A Peabinha Encantada e Outras Histórias- Editado pelo MEC e que se encontra em todas as escolas do Brasil; Todas as Marias- mini-contos; Lavras- Terra de Lembrança- memórias da mocidade. A publicar nossa personagem tem: Poemas do Entardecer, Poemas do outro Lado- epitáfios, Crônicas e Contos.

Maria Eugênia é membro e sócia das entidades: Academia Norte- Riograndence de Letras; Academia Lavrense de Letras; Academia Anapolina de Letras. É sócia fundadora da Associação de Jornalistas e Escritores do Brasil, no R.G. do Norte, sócia da SBAT, ex-membro dos Conselhos Estadual da Mulher e do Município de Assu, da Academia N.R.G. de Trovas.

É artista plástica.

É detentora de dezenas de títulos de Cidadã Honorária.

Foi casada, hoje viúva de Nelson Borges Montenegro, ex- deputado estadual, ex-prefeito de Ipanguaú, por duas legislatura e empresário do MASA-SA.

Tem um filho- Athos- casado com Rosa Iracema e quatro netos.

Para se conhecer melhor a vida de nossa personagem basta ler alguns de seu livros. Um detalhe começou a ler não para mais tal o seu jeito gostoso de escrever.

A ESCRITORA E ACADÊMICA MARIA EUGÊNIA MACEIRA MONTENEGRO é Gente da Terra.





LIDERANÇA

Os líderes mundiais vêm ao longo dos tempos comandando a terra, promovendo transformações. São pessoas de boa formação, bom nível intelectual, com preparo profissional, experiência, grande poder de influência, persuasão, coordenação, excepcional fluência verbal, escrita, a merecer de seus seguidores o poder de comando.

Naturais ou formais, como são importantes. Em casa, no bairro, na cidade, no estado, no país, enfim, em qualquer lugar, os líderes são necessários. A ausência deles significa desmando, confusão, desorientação, desagregação, perda, fim.

Os verdadeiros líderes são idealistas, altruístas, sensíveis, operosos. Buscam, para os liderados, a satisfação de seus anseios e, nunca, interesses particulares.

De vez em quando surgem os falsos líderes, aqueles que são fabricados pela mídia, pelo poder econômico, pelo corporativismo. Aqueles vaidosos, moldados para si mesmos, para as conquistas pessoais ou das classes a que pertencem. Aqueles que para conseguir o que desejam, passam por cima de tudo, destroem princípios, fazem estardalhaços, mostram riqueza, poder, tudo isso, para encobrir limitações, deficiências. São impostos. Não são aceitos e, por essa razão, encontram resistência em todos os setores.

O mundo atual carece de líderes autênticos.

Tomara que surjam líderes de verdade nas comunidades e essas não fiquem acéfalas. Líderes nos quais os seguidores possam depositar confiança pela excelência de suas qualidades pessoais, morais, intelectuais, profissionais.



Abraão, Moisés, Salomão, Alexandre, Franco, Salazar, Roosevelt, Kennedy, Madre Tereza de Calcutá, foram líderes que mudaram a história e a fisionomia do mundo, pela maneira de ser e de agir.

Que a crise que ai está, provocada pela globalização, faça emergir, brotar líderes por todos os cantos para que eles possam reivindicar a favor do povo com soluções acertadas.



Que venham os novos lideres com propostas verdadeiras para que o mundo encontre neles o verdadeiro caminho da paz e da prosperidade.

Falando em liderança, trouxemos hoje para perfilar em nossa coluna Gente da Terra, uma professora que faz parte do grande elenco dos líderes que ajudam descobrir e formar outros líderes.

É A PROFESSORA ESTHER CARVALHO PEREIRA, filha de José Venerando Pereira e Esther de Carvalho Pereira, nascida em Lavras, MG, em 10/07/19.

Esther nasceu e até hoje ainda vive naquele sobradinho que fica na Praça das Mercês, e que resiste às intempéries. É filha do saudoso Juca Venerando- comerciante, homem de grande sensibilidade artística- irmã de Rafael, Roberto, Leonardo ( Nadinho ), já falecidos e Marcos.

Fez as quatro primeiras séries do primeiro grau no Kemper e o Curso Normal no Colégio Nossa Senhora de Lourdes.

Sua infância e juventude foram bem vividas com a família. A disciplina caseira era severa, mas teve seus méritos porque os filhos de Juca Venerando e Esther, lutadores como os pais, venceram honestamente através do trabalho. Todos assumiram cargos de confiança, exercendo-os com dignidade e capacidade e, por essa razão, foram alvos de diversas homenagens a níveis: federal, estadual, municipal.

Da infância e adolescência, que saudade das festas do Kemper, Gammon, Esal. Como não podia se dançar naqueles locais, brincava-se de “roda “, cantava “Olha o Macaco na Roda”, tudo americanizado e de acordo com as normas da Igreja. Mister Wheelock é quem podia dizer. E as quadrilhas gostosas no Clube de Lavras! As companhias de teatro, as encenações, as peças. E os piqueniques? Ah! Por falar nos piqueniques, se não fosse a dupla esaliana Mori e Alfredo, nossa personagem teria se afogado no Rio Capivari, quando participava animadamente da natação com seus colegas e amigas.

Lembra-se ainda, na sua juventude, de sua participação na SAL- Sociedade dos Amigos de Lavras, onde faziam parte: Meirinha Botelho, Nelly Grego, Bi Moreira, Magalhães Pais, Antônio Carvalho, Juca Venerando, outros. Nessa época, mais precisamente em 18/06/1951, teve a oportunidade de organizar um almoço que ficou na história de Lavras. Compareceram convidados ilustres e grandes personalidades públicas como: Juscelino Kubistchek, Assis Chateubriant, Carlos Luz, Enaura Negrão de Lima, Hugo Goutier, Isabel Condessa de Paris, Conde de Paris, D. João, Ovídio de Abreu, J.Angelo Nepomuceno, outros. Foi uma festa inesquecível. Um detalhe que ainda guarda na memória: J.K. foi à cozinha procurar pão de queijo embora fossem servidos iguarias finíssimas e pratos tradicionais da cozinha mineira.

Na época da segunda guerra mundial, fez parte da turma que providenciava agasalhos para serem enviados à Itália. Lembra-se também do regresso dos pracinhas. Da bela recepção que fora oferecida a eles no Clube de Lavras.

Professora, exerceu o magistério por pouco tempo na Escola Estadual Álvaro Botelho pois, conseguiu transferência para a Escola Estadual Firmino Costa. Adorava aquela Escola de tanto ouvir do pai, os elogios ao grande mestre que tanto lutou para criar uma escola modelo em Minas Gerais- Professor Firmino Costa.

Ali foi seu sonho realizado e julgando-se ainda pouco preparada recorria à orientadora técnica Nelly Grego, que possuía cursos de pedagogia e aperfeiçoamento em Belo Horizonte. Assim, foi adquirindo conhecimento, vivência, confiança e ministrando melhores aulas a seus alunos.

Passado algum tempo, Nelly quis aposentar-se e, as professoras, por conhecerem e saber da competência de Esther, indicaram-na para a direção, tendo essa indicação recebido o referendum do governador que a nomeou para o cargo. Tomou posse em 1959.

A mestra Esther tinha mil planos na cabeça. Seu ideal primeiro, dar mais conforto aos alunos, mestres e serventes. Melhorar o ensino adquirindo livros, materiais didáticos, dando curso de aperfeiçoamento aos professores, reformar a escola que estava em precárias condições de uso, aumentar o número de salas de aula.

Eram planos difíceis de serem realizados mas a vontade férrea, aliada ao apoio dos pais, colegas e políticos, foram postos em ação, os planos. O Governador Magalhães Pinto liberou a verba, e em, 1964, reinaugurava-se a Casa de Firmino Costa. Agora linda, com maior número de salas e com todas as condições de uma escola-modelo como sempre foi. Fez-se justiça ao grande educador e a Lavras,” Uma das Capitais da Inteligência”.

Desenvolveu por mais um certo tempo suas atividades profissionais e, em 1974, se aposentou. Deixou ali um grande número de amigas e amigos aos quais agradece até hoje, pela confiança que tiveram na sua pessoas e pela cooperação que deram ao seu trabalho para fazer daquela casa de ensino, um exemplo.

Na sala de estar de sua casa, há um pequeno memorial, um sem número de fotografias, placas de homenagens e documentos que contam a sua vida e sua história. Ali está o cantinho da saudade e das boas lembranças que ela curte com emoção e carinho. Também gosta de um boa literatura, de ouvir música, de conviver com a família, com os amigos.

Seus méritos estão ligados a sua vida de realizações.

Que tal lembrar a homenagem da Escola Estadual Firmino Costa, naquela placa de prata, em 1974, onde está escrito: “A senhora que caminhou conosco, iluminou o caminho e apontou o rumo, nossa gratidão” ; ou então, em 1976, a homenagem da Escola Estadual Dr. João Batista Hermeto com outro cartão de prata, ou ainda, o Diploma de Honra ao Mérito, oferecido pelo Prefeitura Municipal de Lavras e tantos outros.

Esther. Existem coisas que não se apagam da memória. Por exemplo, a sua presença na Escola Estadual Firmino Costa recebendo e dando carinho àquelas crianças, os abraços, os beijos, o tocar das mãos, os olhos mourejando-se em lágrimas, os ensinamentos, os aprendizados, a formação de personalidades, de caráter. Todas essas coisas estão guardadas na memória, na retina dos olhos, e, como diz o poeta “Recordar é Viver”.

A você, educadora, oferecemos:
(Transcrito: Autor ignorado)

DOIS CONSTRUTORES

Um construtor erigiu belo templo.
Com muita graça e perícia ele o fez.
Arcos e ogivas, pilares e nave
Fama lhe deram, assim, de uma vez.

Vendo-o tão belo, disseram os amigos:
“Não ruirá; antes firme será
Obra de e nobreza qual está!
Glória tão grande jamais passará!”

Um professor erigiu belo templo.
Com amorável e terno cuidado.
Com paciência lavrou os seus arcos,
Com oração - cada bloco talhado.

Não foi louvado seu esforço contínuo,
Nem comentado seus planos audazes,
Pois o edifício que o mestre erigiu
Era invisível a homens falazes!

Foram-se as eras... O templo ruiu!
Do construtor ninguém mais se lembrou.
Jazem por terra os ricos pilares!...
Toda a beleza a ferrugem acabou.

Mas a grandeza do templo invisível,
Que o professor nobremente erigiu,
É da criança - a alma imortal!
Foram-se as eras... mas nunca ruiu!

A PROFESSORA ESTHER CARVALHO PEREIRA é Gente da Terra.





CRISE

Mais uma vez, uma tormenta financeira vem causar turbulência no cenário econômico mundial.

As oscilações nas bolsas de todo o mundo refletem isso e vêm provocando ao longo do tempo, preocupações não só aos países emergentes como também aos países ricos.

Elas retratam:

O mercado

O comércio

Importação e exportação

Equilíbrio

Desequilíbrio na balança comercial

Investidores

Especulações

Entrada

Fuga de capitais

Taxas de juros
Desafios

Da Ásia para uma parte da América Latina. È, sem dúvida, uma crise global.

Gera receio, medo, intranqüilidade, recessão. Intensifica-se o desemprego. Com isso, o poder aquisitivo do homem cai.

Naturalmente, muitos estarão pensando que esta crise não irá afetá-los mas, não é verdade. Fazemos parte da globalização. Somos produtos do meio e como tal, participamos dos erros e acertos, das perdas e ganhos.

A nível doméstico, planejamos com nosso salário, diga-se de passagem, sem reajuste há algum tempo, o pagamento das despesas inevitáveis como: aluguel ou prestação da casa própria, do carro, as contas de água, luz, telefone, mensalidade escolar, combustível, supermercado, plano de saúde, farmácia, dentista, roupas. O supérfluo, hoje em dia, nem pensar.

Quanto gastamos no mês?

É mais ou é menos do que a ganhamos?

Se gastamos mais do que ganhamos é porque não estamos sabendo controlar nossos gastos ou, nosso poder aquisitivo diminuiu e, é bom que aprendamos a planejar para não ficarmos inadimplentes com nossos credores, ou seja, no vermelho pois, as taxas de juros são elevadas.

A crise financeira internacional reflete incondicionalmente nas finanças domésticas.

Que tal retirar o S da palavra crise para transformá-la na palavra crie?

Ser criativo, acreditamos, é a solução para vencer crises.

Falando em crise financeira, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, Gente da Terra, um lavrense que, dia-a-dia vem se destacando com seus comentários abalizados sobre a economia internacional e do Brasil, nos jornais, rádio, revistas especializadas, televisão.

É O JORNALISTA E CONSULTOR FINANCEIRO - JOÃO MARCOS CICARELLI, filho de José Cicarelli e Nair Magalhães Cicarelli. Nascido em Lavras, em 22/08/39.

Sua infância e juventude foram vividas em Lavras, junto com parentes e amigos inesquecíveis como Xerife, Rubão, Padre e tantos outros.

Fez as quatro primeiras séries do primeiro grau nas Escolas: Estadual Álvaro Botelho e Firmino Costa. As quatro últimas e o segundo grau, em São Paulo. .

Começou suas atividades laborais muito cedo. Inicialmente foi no Armazém Esperanto, de propriedade do Iraci Teixeira, depois, na Papelaria Pádua e jornal A Gazeta, quando era diretor o Delly Leão Guimarães e, finalmente, na Rádio Cultura D’Oeste de Lavras, na produção e apresentação de programas, ao lado de grandes locutores como José Jorge, Jaime Gomide, Orlando José, José Orlando, Herculano Pinto, Geraldo Canarinho, Florentino, Celso Pita, Ferrã, época áurea, em que a audiência era 100% nos rádios. Havia um alto falante fixado no poste, no começo da Praça Dr. Augusto Silva, bem defronte a Igreja do Rosário, transmitindo os programas para aqueles que, aos domingos ou em outros dias da semana, passeavam pelo jardim. Bons tempos, boas recordações.

Em 1959, Cicarelli mudou-se para a cidade de São Paulo a procura de novos horizontes e novas conquistas. Ali, continuou seus estudos, formando em Grafotécnica e Datiloscopia pela Academia de Polícia Civil de São Paulo. Foi funcionário do Banco de Crédito Real de Minas Gerais , da Rádio Cometa, de entidades financeiras e, simultaneamente, escrevia artigos para os jornais Diário Popular e Diário do Grande ABC.

Apresentou, por doze anos, o Programa do Carro, na TV Gazeta de São Paulo.

Como escritor, publicou vários Livros de Contos, Poesias e sobre o Mercado Financeiro.

É diretor de comunicações da Ordem Nacional dos Escritores e membro da União Brasileira dos Escritores.

Escreve artigos para jornais da grande imprensa de São Paulo e revistas especializadas, no segmento de economia e finanças, e tem presença constante nos jornais das principais emissoras de televisão do País. Durante muitos anos, assinou coluna de crônicas em A Tribuna de Lavras, intitulada Cotidiano.

Há quatro anos, escreve e apresenta, diariamente e em diversos horários, comentários econômicos na Rádio Eldorado, do grupo do jornal O Estado de São Paulo.

É diretor da Time Comunicação, empresa de assessoria de imprensa.

Nosso personagem é casado com Patrícia dos Santos Cicarelli, jornalista e economista. Tem três filhos do primeiro casamento. Alexandre(publicitário), Adriano(médico) e André, formado em turismo.

Nas suas horas de lazer, freqüenta teatros, lê, reúne-se em bate-papos informais com amigos e, sempre que possível, refugia-se em seu sítio, Quatro Estações, no Vale do Paraíba, onde recarrega sua energias físicas e mentais.

Pelo seu trabalho foi agraciado com a Comenda da Ordem Internacional dos Jornalistas, no grau de Grande Mérito-Comunicação Social.

Na Capital paulista, desfruta de grande prestígio junto à sociedade, imprensa escrita, falada e televisada, escritores, aos economistas, pelo seu talento, desempenho, capacidade profissional, sensibilidade literária.

São dele estes dois pensamentos:

“ A história da minha vida não é rica em realizações mas, gostosamente constituída “.

“ A grandeza do salto está no carinho e no respeito das amizades que conquistei “.


O JORNALISTA E CONSULTOR FINANCEIRO - JOÃO MARCOS CICARELLI é Gente da Terra.





TELEVISÃO

A palavra televisão significa ver à distância. Foi inventada possivelmente no século XVIII e vem aperfeiçoando-se cada vez mais através de sucessivas e notáveis modificações introduzidas ao longo do tempo.

Ela se constitui hoje em dia num dos maiores meios de comunicação de massa. Praticamente está presente em todas as casas.

Colorida ou preto e branco, grande ou pequena, como é importante. Não há quem fique sem assistir. Seja noticiário, futebol, novela, filme, ou programas variados.

O certo é que as pessoas criaram o hábito de assistir televisão diariamente e, quando não o fazem, ou esta sai do ar, sentem a sensação de vazio e, muitas das vezes, não sabem nem mesmo o que fazer.

Assistir televisão transformou-se num vício.

Para os amantes do esporte, nada melhor do que assistir, torcer, se emocionar com as disputas de seu time favorito. Para as mulheres que gostam de novela, como é bom ficar esperando o capítulo seguinte. Para as crianças e jovens, ver os artistas prediletos com seus programas e linguagem própria da idade, é o máximo. Para os que gostam de ampliar seus conhecimentos, o canal da cultura é sensacional. Para os que se deliciam com os programas variados, podem curti-los o dia todo. E, para quem gosta de filmes, um canal especial ou a locação de uma fita na locadora satisfaz plenamente.

A televisão atende a todos os gostos.

Com o advento das antenas parabólicas, com a assinatura de TV a Cabo, as televisões passaram a receber e a retransmitir mais de 100 canais. As locadoras e produções independentes multiplicaram-se, e as pessoas podem escolher o querem apreciar, nacional ou internacionalmente.

Entretanto, muitas pessoas que ainda não têm acesso a multicanais e parabólicas, continuam, como num passado próximo, a assistir na tela da televisão, um número bem reduzido de canais.

A televisão é realmente um meio de comunicação extraordinário e, a brasileira é sem dúvida alguma, uma das mais criativas do mundo.

Falando em televisão, Lavras também tem a sua história. Nos lembramos bem dos anos 50/60, quando vieram para cá os primeiros aparelhos e, assistir a um programa era difícil pois, via-se mais chuviscos na tela do que as imagens propriamente ditas. E a luta para a implantação do sinal lá na Lavrinha, na Serra da Bocaina ? E as dificuldades dos técnicos e das pessoas que lutavam por isso ? A vida de um desses técnicos é o enfoque de nossa coluna hoje, que vai nos dar muitos detalhes.

É O TÉCNICO EM ELETRÔNICA - RAFAEL MENDES DOS SANTOS- FAÉ MENDES - filho de Manoel Mendes dos Santos e Ana Almeida dos Santos, nascido em Lavras,MG, em 22/01/26.

Viveu sua infância e adolescência na rua Barão do Rio Branco, nas imediações do armazém do Sr. Manoel Alves, ao lado de parentes e amigos pertencentes as famílias Souza, Alves, do Antônio Vagner, Isnar Silva, Agostinho Bianchini e outros, curtindo as delícias da vida, aprendendo, vendo e andando no bondinho que subia e descia.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Álvaro Botelho.

Membro de uma família cuja aptidão era e, ainda continua sendo, a técnica em eletrônica, muito cedo abandonou os estudos acadêmicos e passou a fazer cursos e mais cursos nessa área, tornando-se assim, um dos maiores experts do ramo, na região.

Seu mestre foi o irmão José Mendes, um dos papas da eletrônica pois, além da queda natural, ainda era um estudioso da matéria. Na oficina, nosso personagem não tirava os olhos dele, absorvendo seus conhecimentos e prática. A prova inconteste dessa assertiva é que na década de 50, quando chegou a Lavras o primeiro aparelho de televisão, de propriedade do Albertino Azevedo, este o emprestou para à família Mendes que, no mesmo dia o levou para a oficina da rua Barão do Rio Branco, construiu uma antena e o testou, recebendo assim, as imagens da TV Itacolomi de Belo Horizonte.

O interessante é que logo após esse acontecimento histórico para Lavras, a RCA Victor enviou para a Firma do saudoso comerciante Haical Haddad, um aparelho de TV. Para receber as imagens, o inesquecível técnico, Ordando Azevedo Costa( pai do Dr. Matheus Azevedo), funcionário daquela firma, instalou a antena na torre da Igreja Matriz e foi um sucesso.

No início, tudo foi muito difícil. A conquista aconteceu graças a um desafio, a um trabalho incansável e pioneiro de uma equipe composta por José, Rui, Rafael Mendes, Isac Mesquita e Jacy de Souza Andrade que em 1958, montaram às suas custas, um repetidor para retransmitir a copa do mundo daquele ano. Em Lavras, existiam até então, somente dois aparelhos de televisão. Um na casa do Jacy e outro na oficina Mendes. Nos dias de jogos do Brasil, eles colocavam os aparelhos nas janelas para que as pessoas amantes do futebol pudessem assistir aos jogos.

Para a televisão atingir o que é hoje em Lavras, muitos repetidores foram montados, construídos. Um deles foi colocado na Lavrinha, depois em Carmópolis, para receber os sinais da TV Itacolomi de Belo Horizonte, outro em Brasópolis, outro em Carrancas, jogando as imagens da TV Tupi de São e depois da Globo, para o repetidor da Serra da Bocaina. Além deste Repetidor da Serra da Bocaina, que está aproximadamente a 320 metros de altura do pé da serra, tiveram que fazer uma pequena usina de forca, na Fazenda do Tomba, de propriedade do Sr. Francisco Pinto, para gerar energia para o repetidor.

Por volta de 1975, foi criada a fundação TV LAVRAS, que contou com a colaboração dos membros: Ivan e David Andrade, Sérgio Mazzochi, Nelson Mesquita, Edson e Orlando Alves, João Torres, Lé Mendes, Bié Pinheiro, Isac Mesquita, Rafael, José e Rui Mendes, Jacy de Souza Andrade e outros, no sentido de melhorar a recepção das imagens da televisão em nossa cidade.

Quantos casos pitorescos aconteceram aos pioneiros que cuidaram da captação e retransmissão dos sinais da televisão em nossa cidade. Lavrenses que trabalharam anonimamente, que deram do seu tempo para que outros pudessem ter entretenimento através da televisão e, diga-se de passagem, sem ganhar nada e ainda dispondo de suas economias para viajar, comprar, montar, construir e edificar repetidores.

O Rafael, numa das idas à Serra da Bocaina, foi agraciado com uma quantidade enorme de espinhos nos pés, jogados pelo ouriço caixeiro. O José, o Rui Mendes e o Isac Mesquita viram certa vez um disco voador lá pelas bandas da Serra. Apavorados, Isac e Rui pegaram o jeep e saíram em disparada e, atrás deles e do jeep, o José Mendes que fora esquecido. E o comerciante Isac Mesquita, quando viajou com Rafael a São Paulo, para comprar a primeira Televisão, no caminho lembrou-se de que não havia levado os documentos do carro. Deixaram-no em Itajubá e continuaram a viagem de ônibus, mas trazendo a televisão da marca GE.

Em 1980, aproximadamente, terminou aquele trabalho abnegado, gratificante, executado por eles tantos anos e, entrou em cena, o DETEL- Departamento Estadual de Telecomunicações de Minas Gerais, que tem hoje como seu presidente, o engenheiro Dr. Paulo Menicucci.

Agora, com o progresso a todo vapor, as imagens digitais ou analógicas, chegam através dos satélites até as antenas repetidoras e dessas, às nossas casas, mas, mesmo assim, ainda temos problemas com imagens congeladas na tela, ou canais fora do ar.

Depois deste breve histórico, gostaríamos de relatar que foi o nosso personagem, o responsável pela chegada das imagens às televisões nas cidades: Oliveira, Carmo da Mata, Itapecirica, Divinópolis, Piuim, Santo Antônio do Monte, Bom Despacho, Pará, Usiminas, Alpinópolis, São Roque de Minas, São João Del Rei e tantas outras cidades.

A montagem da Radio Cultura D’ Oeste foi executada pelo Rafael e seu irmão José Mendes.

Foi ele também que reformou a aparelhagem e montou a Radio FM Universitária, da UFLA, sendo por essa razão, homenageado com uma placa de prata.

Como técnico em eletrônica trabalhou na Casa de Sistema em Belo Horizonte, Cia Industrial Paraense, Cauê, Cia Nacional de Pilhas(Alex), DETEL.

Nosso personagem é casado com Maria Divina dos Santos. O casal tem quatro filhos: Rafael, Luciano, Cláudia e Paula.

Atualmente divide seu tempo de aposentado com a família, com os amigos e a oficina, sua companheira inseparável.
Nosso personagem não pára de trabalhar porque gosta daquilo que faz e coloca sua habilidade profissional a serviço do semelhante.

O TÉCNICO EM ELETRÔNICA RAFAEL MENDES DOS SANTOS - FAÉ MENDES - é Gente da Terra.





FILOSOFIA

Quando se fala em filosofia vem à memória os nomes de filósofos como: Demócrito, Aristóteles, Platão, Sócrates, Santo Tomás de Aquino, Kant, Rousseau, Montesquieu, Descartes, Pitágoras, suas histórias, suas teorias. Lembra a Grécia, berço da cultura.

Quantas teorias, quantas explicações para decifrar a curiosidade e às indagações do universo, da interioridade do homem, ser insaciável, insatisfeito que não se sacia e não se satisfaz nunca. Ser que está sempre procurando conhecer e saber mais e mais a cada dia que passa

A descoberta lhe causa prazer satisfação.

Do nascer ao morrer o homem acumula uma gama enorme de conhecimentos.


Os órgãos dos sentidos, visão, audição, gosto, olfato, tato e, o cérebro, estabelecem uma relação do homem com o meio e com as coisas, transpondo barreiras temporais e geográficas. Com isso ele grava em sua mente, imagens, sons, sensações táteis, gustativas, olfativas, cor, forma, exame com espírito crítico os temas, faz distinção entre os opostos, especula.

Delimita com precisão os processos de esclarecimento do conhecimento, faz análises de conceitos usados pelas ciências, estuda métodos sob o prisma lógico e aclara a realidade do seu mundo interior e exterior.

O homem, por excelência se difere dos outros seres. Ele desenvolve sua inteligência e cria explicações racionais e inteligíveis para os seus questionamentos.
Mas, estes continuam porque o homem é na verdade, um filósofo e vive em busca de respostas mil.

O quê ? Onde ? Quando ? Por quê ?

Estas e tantas outras perguntas haverão de estar sempre presentes para que o homem possa ter uma razão de viver, e buscar, nas ciências, na filosofia, respostas às suas investigações.

A palavra Filosofia de origem grega significa, amor a sabedoria ou o desejo de saber, conhecer.

No mundo das idéias o conhecer é dinâmico.

Como disse shakespeare:

“Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que sonha nossa vã filosofia”.

Tentemos perquerí-los através do saber.

Falando neste tema, nossa coluna hoje traz para perfilar um dos mais antigos professores universitários e filósofo de Lavras que, debaixo de sua simplicidade vem contribuindo extraordinariamente para a formação intelectual de grande parte da juventude brasileira, ávida de conhecimento, com seus brilhantes ensinamentos.

É O PROFESSOR E FILÓSOFO NELSON WILLIBALD WERLANG, filho de José Albino Werlang e Catharina Emília Junges, nascido em Montenegro, RS., em 08/02/31.

Viveu parte de sua vida em Montenegro, pequena cidade localizada nas adjacências do rio Foromeco, lugar tranqüilo, bucólico, próprio para meditar e, aos três anos, mudou-se para Boa Vista do Buricá. Ali, na Escola Santos Dumont, fez as quatro primeiras séries do primeiro grau.

Descendente de família de classe média, muito cedo deixou o convívio dessa, indo estudar no seminário de Curupá, Sta. Catarina. Naquele educandário fez as quatro últimas séries do primeiro grau, bem como, o segundo grau, recebendo uma formação cultural que lhe proporcionou sólidos conhecimentos das disciplinas curriculares inclusive o latim e o grego.

Concluída essa fase, foi para a Faculdade de Brusque, estudar Filosofia e Matemática. Esse tempo foi extremamente importante para o seu desenvolvimento intelectual pois, naquela instituição de ensino, encontrou tempo e tranqüilidade para dedicar-se à filosofia (reflexão) e à matemática, completando mais tarde, referidos cursos na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Varginha.

Em 1955, veio para Lavras onde iniciou suas atividades como professor de matemática, ao lado dos professores: José Martins(Deco), Aloísio, Padre Tito, Padre Raimundo, Waldir Azevedo, Sebastina Fontes, outros, no inesquecível Colégio Nossa Senhora Aparecida. Naquele colégio, além da Matemática e da Física, ministrou ainda as disciplinas: Português, Francês, Inglês, Espanhol. Nas horas de folga ainda ensinava para alguns alunos o alemão e o italiano.

Idealista, em 1958, candidatou-se a vereador e foi eleito. Exerceu o mandato por apenas um ano. Licenciou-se do cargo e viajou para a Alemanha onde foi fazer os cursos de matemática e cultura alemã, garantindo assim a continuidade e o aprofundamento de seus conhecimentos filosóficos, matemáticos e lingüísticos.

De retorno ao Brasil, a Lavras, reiniciou suas atividades laborais como professor, ministrando aulas de Filosofia, (Metafísica), Física, Matemática, Cálculo Numérico, Cálculo Diferencial e Integral nas faculdades de Lavras, São João Del Rei (Fundação), Varginha.

Foi um dos grandes diretores da Escola Estadual Dr. João Batista Hermeto, realizando ali, além de um brilhante trabalho pedagógico, uma verdadeira transformação física. Construiu a quadra de esporte, o galpão para as práticas das técnicas, nas disciplinas dos Ginásios Orientados para o Trabalho e tantos outros melhoramentos que propiciaram ao corpo discente e docente, condições para um grande aprendizado.

Exerceu as funções de Chefe do Departamento da Fazenda no governo de Maurício Pádua.

Foi professor, vice diretor e diretor do FELA - INCA, hoje Universidade Estadual, por aproximadamente 20 anos.

Na década de 1970, fez concurso na Universidade Federal de Lavras, antiga ESAL, tendo sido aprovado como professor de Matemática 1 e 2, Cálculo- Álgebra Linear e Geometria Analítica, lecionando ali, por 20 anos, aquelas disciplinas. Em 1992, aposentou-se.
Nosso personagem como não poderia deixar de ser, por seu alto espírito de servir, foi rotariano e por um lapso de tempo pertenceu as fileiras do grande elenco de rotarianos do Rotary Club de Lavras.

Pelo seu trabalho dedicado à juventude, à educação e a Lavras, foi por diversas vezes homenageado na Escola Estadual Dr. João Batista Hermeto, na Universidade Estadual, na Universidade Federal de Lavras, com placas de prata e sendo convidado como paraninfo de turmas.

Professor Nelson foi casado com Rosaly Pádua de Sousa. O casal teve dois filhos: Erika( Odontóloga) e André( jornalista), hoje na TV Bandeirantes de BH.

Os hobbies de nosso personagem dentre muitos são: leitura, música, viagem e o estudo contínuo da matemática.


O PROFESSOR E FILÓSOFO NELSON WILLIBALD WERLANG é Gente da Terra.





“ MENS SANA IN CORPORE SANO ”

O homem moderno, ao contrário do antigo, se delicia com os avanços tecnológicos e vive uma vida por excelência sedentária. Tempos atrás, ele caminhava para fazer suas compras, ir ao banco, passear, subia escada, levantava-se da poltrona para ligar ou desligar os aparelhos elétricos , para atender ao telefone, visitava, conversava com os vizinhos, amigos, parentes, gastava energia.

Hoje, faz suas compras e controla sua conta bancária, via telefone, internet, quase não caminha, utiliza o carro em demasia, substitui a escada pelo elevador, usa o controle remoto, o telefone sem fio ou celular e passa a maior parte do tempo assentado ou parado, executando suas atividades diárias, deixando de queimar calorias e exigindo muito de sua mente.


Naturalmente ele pensa que é uma máquina comum como as outras, mas não é.
Sua vida depende da harmonia da mente e do corpo.

De um modo geral, no afã de suas conquistas não se preocupa muito consigo mesmo. Às vezes, para vencer os embates hodiernos, esquece que o corpo e mente tem suas limitações, descuida-se e exige mais do que pode, ficando fragilizado, susceptível e, com isso, adquirindo doenças.

O segredo da vida está na forma pela qual ele a vive.

Atividades intelectuais sem excesso, exercícios físicos regulares e mode-rados, boa alimentação, são alguns requisitos para se cuidar do corpo e da vida.

Nada melhordo que um relax, após as atividades laborais diárias em busca de objetivos futuros.
As academias de ginástica propiciam às pessoas, melhores condições de vida, física e mental. Ali, as pessoas cultuam o corpo, tornando-o mais bonito, eliminam toxinas e, ao mesmo tempo, aliviam a mente do stress do dia-a-dia.

Depois de uma seção de ginástica ou de exercícios físicos, as pessoas se sentem mais leves, relaxadas e mais a vontade.

Entretanto, não é só em academias que se pode fazer ginástica. Há muitas alternativas para se exercitar o corpo e a mente. Uma boa caminhada ao ar livre, uma partida de futebol, um jogo de vôlei, de basquete, uma partida de tênis, uma pedalada na bicicleta, um jogo de peteca, natação, alpinismo, ouvir uma boa música, assistir a um bom filme, fazer uma boa leitura.

O homem sabendo dosar bem suas atividades físicas e mentais, consegue fazer com que o corpo e mente mantenham equilíbrio e harmonia, caracterizando o slogan: “Mente sã num corpo são” ou seja “ MENS SANA IN CORPORE SANO ” .

Com este pensamento, mais uma vez fazemos uma viagem no tempo . Agora, lembrando a rua Tiradentes, o Colégio Nossa Senhora Aparecida, o Lavras Tênis Clube, o Instituto Gammon, a ESAL, os recantos da nossa Lavras, os longínquos países, todos, lugares maravilhosos e testemunhas de uma vida que viveu, brincou, estudou, praticou esporte, competiu, venceu, acumulou troféus, medalhas, condecorações, encontrou a felicidade e a compartilhou com familiares, amigos e admiradores.

É O ATLETA E DR. EM CIÊNCIA DOS ALIMENTOS - PROFESSOR ADIMILSON BOSCO CHITARRA, filho do saudoso Professor de Educação Física, José Chitarra e de Maria da Glória Chitarra, nascido em São João Del Rei,MG, em 27/07/46.

Ainda criança veio para Lavras onde se radicou, curtiu as delícias da infância, da juventude, da idade adulta, ao lado de pessoas que lhes são caras, constituiu sua família.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Firmino Costa. As quatro últimas e o segundo grau no Colégio Nossa Senhora Aparecida. O curso Superior de Engenharia na UFLA. Mestrado e Doutorado em Ciência dos alimentos, na USP e, Pós-Doutorado, em Londres-ITP e Davis- Califórnia-UCD.

Além de ter sido um respeitável professor universitário e ter laborado por muitos anos na UFLA, onde se aposentou, nosso personagem tem uma longa história esportiva e que sem dúvida alguma, deve servir de estímulo à juventude brasileira.

Segundo relatos históricos do Bi Moreira, assessorado pelo Prof. Quinan, nosso personagem despontou para o esporte, em 1956, quando ainda muito criança, disputou com meninos maiores uma corrida de 50 metros, vencendo muitos deles, na Olimpíada Bi Moreira, promovida pelos inesquecíveis professores José Lima e Quinan, no Instituto Gammon.

Ali foi o início de sua longa corrida, às vezes, revezando, outras, saltando, propiciando-lhe uma maravilhosa jornada esportiva.

E não era para menos pois nesta época, já se exercitava nas corridas e nos saltos pelas ruas, na escola e nos clubes esportivos, mostrando agilidade e força. Era um aficionado pelo atletismo e sabia o que queria. Era determinado e obstinado, daí o grande sucesso como atleta.

O entusiasmo, a dedicação, a perseverança, os treinamentos fizeram com que a emulação tomasse conta de seus pensamentos no sentido de vencer desafios cada vez maiores nas competições a que se propunha.

Mas, nosso personagem participava de uma modalidade esportiva individual e como tal, exigia uma grande força de vontade para, solitariamente, treinar naquelas enormes pistas vazias, horas e horas, dias e meses para conseguir seus objetivos. Era e é o contrário da modalidade esportiva coletiva, cuja prática é mais fácil pois os atletas podem disputar, conversar, brincar, discutir parte tática, técnica, erros, acertos, comemorar juntos os sucessos como no futebol, vôlei, basquete.

Entretanto, nada disso o fazia esmorecer. Tempo de frio, de calor, de chuva, lá estava ele solitário nas pistas, treinando suas corridas, seus saltos, vencendo o tempo, os obstáculos, as dificuldades.

Comungava seu ideal de atleta com o acadêmico. Praticava esporte mas ao mesmo tempo se preparava para a vida, estudando. Quantas e quantas vezes os atletas são incompreendidos pelas escolas que colocam obstáculos impedindo ou dificultando-os de conseguir seus ideais esportivos. Não é, não foi e nunca será difícil conciliar esporte, educação e trabalho, quando se quer. Os exemplos dos campeões estão ai, mesmo com todas as dificuldades encontradas no trajeto.

O atleta Chitarra é um deles. As mais de 150 medalhas, os troféus, nacionais e internacionais , os artigos em revistas, jornais, são os frutos das vitórias colhidas nas pistas e estão guardados com carinho em sua casa, contando a sua história de atleta mirim a adulto.

Foi campeão em atletismo juvenil nacional e internacional. Campeão Sul Americano de salto em extensão(7,60ms), em Quito Equador, em 1964; Campeão Sul Americano Juvenil de Atletismo em Santiago do Chile, em 1964, em Salto Triplo (17,77ms); Record Mineiro Juvenil bem como nos 100 ms rasos (10”8), em 16/06/64; Campeão Juvenil em Juiz de Fora, 11/08/64 nos 100 metros rasos e Salto Triplo; Campeão Brasileiro de Salto Triplo; destaque especial do Atletismo Mineiro em 1965/66; Troféu Brasil em 68, 2º lugar, no salto em distância. Títulos nas Olimpíadas Universitárias e tantos outros.

Chitarra disputou atletismo pelo Lavras Tênis Clube, clubes diversos, pela Federação Mineira, Federação Brasileira, participando em vários lugares do Brasil e do exterior sempre trazendo vitórias como no Chile, Equador, Argentina, Hungria, Portugal, Tóquio, Itália.

As modalidades esportivas praticadas pelo nosso personagem: 50, 100 e 200 ms; revezamento de 4/100, salto em distância, Salto triplo, basquete, futebol.

Ele fez parte do grande elenco formado por outros campeões lavrenses como: Canarinho (Dr. Antônio Carlos-advogado)Marcelo, Fausto, Maurício e Paulo de Souza, Gabriel Müller, Delane Siqueira, Fernando Dias, Clodoveu e outros.

Uma outra grande vitória conseguida foi em 13/07/72, quando subiu ao pódio mais uma vez, só que dessa para casar-se com a professora universitária Maria Isabel Fernandes Chitarra. O casal teve os filhos lavrenses: Bernardo, estudante de Comunicação e Juliana, vestibulanda.

Ainda hoje pratica seus esportes favoritos.

Sentimo-nos felizes pois nossa cidade é mesmo celeiro de grandes campeões. Quem não se lembra dos professores de Educação física do Instituto Gammon, do Colégio Aparecida, dos professores: Chitarra, Dilon, Silas, Edna, José Lima, descobridores de talentos. Quem não sabe que Lavras sempre foi respeitada e propalada em todos os cantos do Brasil e no exterior por seus valores esportivos e por sua educação!

Nosso personagem é um sábio campeão.

“ MENS SANA IN CORPORE SANO ” .

O ATLETA E DR. EM CIÊNCIA DOS ALIMENTOS - PROFESSOR ADIMILSON BOSCO CHITARRA é Gente da Terra.





SOLIDARIEDADE- UM ATO DE AMOR

Todos nós já passamos ou provavelmente iremos passar por provações sentindo as agruras da dor, do sofrimento.

Isso acontece diariamente com todos, com essa multidão de pessoas necessitadas material ou espiritualmente que caminha em busca de solidariedade, de fé, de força, coragem, justiça, de paz, de uma melhor situação de vida e, com ela, acompanhando-a, os dramas e as histórias de cada uma dessas que percorre cada qual o seu caminho, que é seu e de mais ninguém, junto a companheiros de jornada, no caminho traçado por Deus.

Algumas dessas, às vezes, se julgam mais do que as outras pela auto-suficiência, pelo dinheiro, pelo poder, pela beleza, pelo conhecimento, mas, ao primeiro revés que sofrem, vêem sua insignificância e descobrem que são iguais às outras, acordando para a realidade da vida.

Felizmente, nessa caminhada, encontramos pessoas sensíveis, que renunciam às vaidades, ao egoísmo e, impulsionadas pela solidariedade, reservam um tempo fora ou até mesmo dentro do horário de trabalho, para se dedicar à sublime missão de servir àqueles que caminham em busca de soluções para seus problemas, como os menores abandonados, os idosos, os deficientes físicos e mentais, os doentes, os presidiários, os marginalizados, os famintos, os desesperados, os desesperançados, os desempregados, rompendo e transpondo, com esse procedimento, as barreiras do indiferentismo.

São pessoas maravilhosas, enamoradas pelo ser humano, pelo irmão, pela vida. São pessoas cuja beleza interior desabrocha no exterior, resplandece e faz com que elas fiquem mais bonitas através do brilho, do carinho, da esperança, do amor que levam nos olhos, no coração, àqueles, evitando ou minimizando neles, o pranto, as lágrimas, as dores, a solidão.

Escrever sobre essas pessoas que realizam coisas positivas, que se dedicam a esse mister, é escrever sobre gente que faz a diferença. São pessoas solidárias, semeadoras da generosidade, da bondade, do servir. Escrever e enaltecer o trabalho delas é falar do amor.

Gostamos de escrever sobre elas e sentimo-nos bem porque, normalmente, não ocupam nenhum espaço na mídia, fazem tudo no anonimato. Aliás, o amor quase nunca é notícia e muito menos quem o pratica. Ele não causa impacto, não chama atenção e, por isso, fica adormecido, a não ser, quando se trata de uma apresentação cinematográfica como no filme Titanic, numa peça teatral como a de Romeu e Julieta ou então, numa novela de amor exibida na televisão.

Pessoas solidárias, normalmente são sensíveis, espiritualistas, que se doam desmedidamente, servem, caminham com os companheiros de jornada e os fazem felizes, num ato de amor.

Falando em solidariedade, em amor, trouxemos para perfilar hoje, em nossa coluna, uma pessoa que serve ao próximo de uma forma muito especial, estando presente, sorrindo, expressando palavras animadoras de conforto, demonstrando, carinho, amor, numa Maternidade onde nascem vidas, verdadeiros tesouros, sonhos dos pais.

Ela é a PROFESSORA ROSA MURAD HADDAD- D. ROSINHA - filha de Chucri e Najila Murad, nascida em 26/11/22, no Rio de Janeiro.

Filha caçula de uma família de onze irmãos, desfrutou das delícias do bairro de Vila Isabel, RJ, por um pequeno período de sua infância, pois, a família mudou-se para Vitória, no Espírito Santo.

Quando ingressou na escola, para cursar as quatro primeiras séries, em Vitória, já era alfabetizada. Estudou em Muriaé, MG., em regime de internato, no Colégio São Paulo, das Irmãs Marcelinas, onde se formou no curso normal.

Professora, queria lecionar mas teve que voltar para o Rio de Janeiro, aos 17 anos, ficando junto da família. Agora, residindo na Avenida Vieira Souto, esquina de Montenegro( hoje, Vinícius de Moraes).

Quantas lembranças gostosas da Cidade Maravilhosa. A praia, o som das ondas se quebrando, a brancura das águas, a refrescante brisa marítima, a beleza da paisagem, o encanto da noite.
Inesquecíveis também eram as reuniões à volta da mesa de jantar. Toda a família se reunia, inclusive alguns amigos de seus irmãos que eram bem recebidos. O detalhe:. foi numa dessas reuniões, que nossa personagem conheceu seu esposo, o DR. ORLANDO HADDAD. Foi amor à primeira vista. Apenas relutava consigo mesma em não querer casar com primo mas, quando ele se formou em medicina, no dia 06/12/43 e a convidou para dançar a valsa, começaram a namorar de verdade. Noivaram e em 22/01/44, casaram-se, vindo morar em Lavras. Desse casamento nasceram os filhos Drs. Hélio e Rui, médicos e, o músico, Orlando Haddad.

Tem verdadeira adoração à família.

Além de dedicada esposa, sempre foi uma admiradora do marido pela sua inteligência, competência profissional e pela maneira caridosa com que cuidava dos pacientes desprovidos de recursos financeiros. Empenhou-se junto a ele para concretizar um sonho: construir a CASA DE SAÚDE E MATERNIDADE - DR. ORLANDO HADDAD. Canalizaram então, todos os esforços, recursos que ganhavam na medicina e, em 17/05/59, estava concluída a obra, iniciando seu funcionamento. No começo, era um hospital geral e só se tornou Maternidade, em dezembro de 1972, com a vinda para Lavras de Dr. Hélio, seu filho primogênito, que acabara de fazer residência no Rio de Janeiro. Este, como o pai, trabalhou também na Santa Casa e no Hospital Vaz Monteiro. Dr. Rui preferiu ficar no Rio, onde é cirurgião torácico. Uma das grandes alegria dos pais foi quando Dr. Orlando realizou uma cirurgia em um paciente, tendo como auxiliares seus filhos médicos. Outra, o sucesso do filho Orlando como músico nos Estados Unidos da América do Norte.

D. Rosinha, como é carinhosamente chamada, estudou piano com D. Cecília Veiga, no Kemper, sempre estimulada pelo marido Dr. Orlando que, além de médico, foi escritor e pertenceu a Academia Lavrense de Letras. Ele a aplaudia e lhe escrevia lindos poemas ao som do piano. Formada, deu seu primeiro recital, aos 45 anos de idade. Lecionou piano em casa e no Kemper, por 15 anos.

Nota-se a sensibilidade de nossa personagem na música, na lhaneza de trato, na benevolência, na solidariedade.

No anonimato, sem alarde, D.Rosinha, diariamente faz suas visitas à Maternidade, levando às pacientes uma mensagem de otimismo, de carinho, de amor, de esperança, ajudando-as, mostrando que ainda existem pessoas que se preocupam com as outras, que são companheiras solidárias na jornada da vida.

Como é bom receber uma visita no hospital. Como é bom uma conversa quando se está só. Como vale a pena saber que somos importantes para alguém. Como bom saber que não estamos esquecidos.

Judith Murad, Leda Ventorin, Élbia Campos, Cecília Veiga, Marília Lunkes, Elza Murad, Tereza Furtini e tantas outras amigas, noras, netos, filhos, amigos e admiradores desconhecidos têm um profundo respeito e uma grande admiração pelo trabalho que ela desenvolve dentro da Maternidade e na Comunidade.

Em sua homenagem, em 1995, foi criada a ASSOCIAÇÃO MATERNO - INFANTIL ROSA HADDAD, com a finalidade de atender gestantes e crianças, dando-lhes todo apoio necessário.

D. Rosinha é uma apaixonada por Lavras e não gostaria de viver em outro lugar, pois, aqui, encontrou a felicidade.

Dela citamos os seguintes pensamentos:

“ Quero subir à presença do Senhor para manifestar-lhe a minha gratidão pela vida que vivo nesta terra abençoada “.

“ Em nosso coração podemos escrever nossa própria história”.

“ De nós e, só de nós, depende a nossa felicidade e nossas realizações”.

“ Com amor a Deus, entrego-lhe minha vida na certeza da paz e da alegria”.


A PROFESSORA ROSA MURAD HADDAD - D. ROSINHA é Gente da Terra.





FRUTAS- LEGUMES-VERDURAS

A mãe natureza, com sua sabedoria vem através dos tempos, nos quatro cantos do mundo, esculpindo, colorindo, produzindo, dando suculentos frutos, a nos fascinar pelo gosto e pelo visual.

Nos contrastes de cores e formas, enche nossos olhos, impressiona-nos, com a produção de legumes e verduras cultivados nas hortas, campos e, sobremaneira, na beleza dos pratos expostos à mesa.

Mas, não basta somente admirá-los, nos pés, nas hortas, nos campos, nas bancas dos supermercados, sacolões e verdurões pela beleza aparente. É preciso degustá-los para apreciar seus sabores deliciosos.

Sabendo disso, as donas-de-casa se dirigem aos sacolões, verdurões, supermercados, para adquiri-los e levá-los para casa no sentido de prepará-los e servi-los.

Eles, juntamente com outros alimentos, repõem a energia física, a qual precisa ser recuperada e, para recuperá-la, nada melhor do que ir ao encontro das maravilhas alimentares que dão água na boca e satisfazem nossas necessidades.

Nosso organismo, para se manter vivo, necessita de alimentos, água, oxigênio para serem transformados em energia na digestão.

Degustamos nas refeições, açúcares, gorduras, proteínas, vitaminas, substâncias que produzem energia para manter o equilíbrio e o funcionamento do nosso corpo.

Pela manhã, o café, o leite, o pão, biscoitos, geléias, com o complemento de frutas frescas ou mesmo de seus sucos, dão-nos ânimo e fortalecem-nos para os embates do dia.
No almoço, além do cardápio trivial do dia-a-dia, composto das tradicionais guloseimas caseiras, uma supersalada, feita em combinações de ingredientes, dá um verdadeiro toque de sofisticação à mesa e satisfaz-nos..

Que delícia comer uma salada de verduras, um prato de legumes, tudo fresquinho, riquíssimos em vitaminas e fibras que facilitam a digestão, diminuem o teor do colesterol e nutrem nosso organismo.

O importante na alimentação não é comer muito ou pouco, é saber combinar iguarias para não faltar nada.

É sabido que nas frutas, legumes e verduras, são encontradas pequenas quantidades de vitaminas, elementos de grande importância para o organismo pois, além de contribuírem para o seu desenvolvimento, previnem doenças.

As donas-de-casa, sabedoras disso, com criatividade e sabedoria elaboram na cozinha as refeições, utilizando-os para dar saúde à família.

O saber escolher, o saber fazer, o saber comer, é uma arte.

Falando em frutas, verduras, legumes, lembramo-nos de um dos mais antigos verdureiros de Lavras, que aqui aportou em 1958, trazendo inovações aos hábitos alimentares dos lavrenses e dos habitantes da região, introduzindo ao cardápio desses, muitos produtos até então negociados só na capital.

É O COMERCIANTE ANTÔNIO RODRIGUES LUCAS JUNIOR- “O PORTUGUÊS”- filho de Antônio Rodrigues Lucas e Vicência de Jesus, nascido em 08/10/1929, na Ponta do Sol, Ilha da Madeira, em Portugal.

Sua infância e juventude foram vividas em sua terra natal, onde deixou grandes amigos e uma grande saudade.

Aos 23 anos de idade, veio para o Brasil, precisamente para a cidade de Santos, onde trabalhou por seis anos no mercado municipal. Foi em Santos, em 1956, que conheceu a lavrense Maria Clemente Assunção com quem se casou, nesse mesmo ano. Desse casamento o casal teve os filhos: Marco Antônio( o Luquinha), que nasceu em Santos, Nestor e Joana D’Arc, lavrenses.

Depois de casado, permaneceu por mais dois anos ali e, como sua esposa não se habituava ao clima daquela região, em 1958, mudaram para Lavras. Inicialmente, trabalhou no mercado com o Sr. Júlio Sales ( Júlio do Rex ).
Depois, montou seu próprio comércio de frutas, verduras e legumes, em um dos cômodos do prédio do Hotel Jardim, localizado na Praça Dr. Augusto Silva, esquina com a rua D.Inácia,( local onde viveu Bi Moreira). Sua permanência naquele local foi rápida, pois um incêndio destruiu aquele prédio, em 1961. O “Português” não se fazia presente naquele dia porque, estava fazendo compras no Ceasa de São Paulo, para abastecer seu estabelecimento.

Negociante, em 1962, adquiriu do Sr. Augusto, o Bar Santa Rita de Cássia, que se localizava onde hoje está instalado o foto Wildes, quase defronte a Matriz.

Em 1965, comprou o imóvel da rua Barão do Rio Branco, 285, próximo ao Super Alves, onde montou o seu verdurão. Como inovava no comércio daqueles produtos, trazia sempre novidades e até mesmo espécies importadas. O visual de suas bancas era espetacular. Os clientes faziam filas, para serem atendidos. Saíam dali satisfeitos pois, adquiriam produtos de boa qualidade e que, quase sempre só eram vendidos na capital. Muitos aprenderam a degustar certas frutas, verduras e legumes, com o “Português”. Sua satisfação era ver seus clientes felizes com as compras que faziam pois, estavam levando para casa, saúde.

Negociou por vários anos e ainda continua negociando mas, agora, aposentado, só para passar o tempo, atender os antigos clientes e fazer novos amigos.

Falando em amigos, não esquece do Júlio Sales, Manoel Alves, José Alonso, Morais, Olívio Lima, Bento e tantos outros freqüentadores de seu estabelecimento comercial.

Seus hobbies são: jogar dama, baralho( truco - douradinha), ouvir uma boa música, bater um bom papo com amigos.

Adora Lavras e não a troca por lugar nenhum.

Tem saudade de sua terra natal, dos parentes e amigos que lá deixou há tantos anos.

O “PORTUGUÊS” iniciou e mostrou o caminho para o consumo de frutas, verduras e legumes em Lavras e região e, hoje se sente realizado porque aqui, nos vários verdurões, sacolões e supermercados, se compra qualquer espécie nacional ou importada e tudo fresquinho para o consumo imediato, sem precisar buscar fora.
Tem Lavras como um dos grandes centros comerciais e um dos mais ativos da região. Considera-a como sendo sua segunda terra natal guardando-a no coração.

É da energia de quem fornece energia que nossa terra desenvolve.

O COMERCIANTE ANTÔNIO RODRIGUES LUCAS JUNIOR- “O PORTUGUÊS”- é Gente da Terra.





MÁQUINAS & EMPREGOS

Vivenciamos o fantasma do desemprego.

Num passado não muito distante não era difícil conseguir um emprego e, para nele ser admitido, os empregadores não faziam tantas exigências. A oferta era maior do que a procura. Com a evolução e o passar do tempo, vieram as exigências: o candidato tinha que ter o curso primário; depois, o primeiro grau completo, daí, o segundo, o superior, saber dirigir, datilografia. Hoje, exige-se além dessas, outras como: mestrado, doutorado, informática, línguas e, segundo informações, idade de... até...

A medida que o tempo vai passando as exigências vão aumentando, o número de emprego diminuindo, o desemprego campeando e as pessoas sendo substituídas pelas máquinas.

Lembramo-nos de que na década de 60, 70, 80, quem sabia datilografia era privilegiado, conseguia com facilidade ser contratado e gozava de prestígio nas empresas. Por isso, os jovens se matriculavam nas escolas de datilografia da cidade como: de D. Urbana, D. Iracema, de D. Nica Clemente, da Sara Chaufoum, da maçonaria, outras, preparando-se.

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Não se assustem. Esses eram apenas alguns dos primeiros exercícios para quem iniciava seus estudos de datilografia.

Hoje, temos espalhadas pela cidade um sem número de escolas de informática com o propósito de reciclar quem sabe datilografia e ensinar os segredos dessas máquinas extraordinárias chamadas computadores, que vieram substituir com grandeza as antigas máquinas de escrever, elétricas ou não.
Neles e com eles podemos digitar, copiar, calcular, desenhar, receber, comprar, passar informações, comunicar com o mundo. Sem eles torna-se impossível viver ou desenvolver qualquer atividade. Somos dependentes deles como somos da eletricidade, da água, do ar.

Em qualquer repartição onde vamos ali estão eles sendo operados a nosso serviço. Quer seja num banco, numa escola, numa secretaria, numa loja. Estão presentes em todos os lugares.

Eles são, na verdade, verdadeiros cérebros desumanos. Extraordinariamente desenvolvidos mas, sem sensibilidade, e não respondem às nossas emoções.

Evoluem cada vez mais e com uma rapidez impressionante. Por isso, muitos deles já se tornaram obsoletos e outros modernos são sofisticadíssimos.

Através desses que substituiram as máquinas de escrever, digitamos nossa coluna, contamos histórias, falamos dos seus criadores e dos professores que ensinam essa arte que a todos encanta.

Da máquina de escrever ao computador, nos preparamos, nos qualificamos com a finalidade precípua de enfrentar o mercado de trabalho tão escasso e disputado nos dias atuais.

Falando em máquinas & empregos, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, uma das professoras de datilografia mais antigas de Lavras, que conseguiu ministrar seus conhecimentos a inúmeros jovens e adultos desejosos do aprender.

É A PROFESSORA URBANA TEIXEIRA DA SILVA, filha de Manoel Tibúrcio Teixeira e Maria Rosa da Silva, nascida em Nazareno, em 26/09/1918.

É lavrense de coração pois veio para nossa cidade aos cinco anos de idade, vivendo aqui toda sua vida.

Criança saudável, brincou pra valer nas horas de folga. Jogava pedrinha, pulava corda, batia peteca, brincava de roda e ainda aprendeu a fazer crochê e rezar com sua mãe que era uma pessoa muito religiosa e dedicada à família.

Aos sete anos iniciou seus estudos na Escola Estadual Firmino Costa, onde concluiu o primário. Depois, foi estudar no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, concluindo ali, com mérito, o curso normal.

Integrante de uma família de sete filhos, privou-se muito cedo da companhia do pai que faleceu precocemente, deixando como arrimo de família, o filho Eugênio, com apenas 17 anos, a trabalhar ao lado da mãe para criar os outros irmãos. A mãe, essa nem se fala. Foi uma verdadeira heroína, como são todas as mães. Jamais esmoreceu. Criou e educou a todos com muita união e fraternidade.

Formada, nossa personagem lecionou na Escola Estadual Firmino Costa, até sua aposentadoria em 1966. Trabalhou ao lado das grandes mestras Cinira, Nelly Grego, Madalena, Celeste Dessimoni, Celeste Bini, Maria Ignácia, outras.

Tem saudade daquele tempo, das colegas, dos alunos.

Aposentada, começou a lecionar datilografia em casa. Muitos alunos passaram por sua escola. Dr. Itamar Mazzochi, Dra. Abgail Valadão, Dr. Edson, Dra. Olga, Sr. Luiz e tantos outros inesquecíveis alunos. Sua escola ficava bem ali na rua Dr. José Augusto do Amaral, lugar onde também viveu grande parte da sua vida. Foram 17 anos dedicados à datilografia. Sua visão futurista era de causar inveja.

Mas, a vida de nossa personagem não era só trabalho. Estudou piano no Kemper com a professora Marta Moreira e, depois, violão, por uma temporada. Tem dom artístico. Quem teve ou tem o privilégio da sua companhia sabe dos seus dotes. Aliás, isso é coisa de família.

Para os mais vividos, acreditamos, há ainda um facho de lembrança na memória dessa família que tantos serviços prestou a Lavras. Quem não se recorda do enfermeiro da Santa Casa e massagista da Associação Olímpica de Lavras, Eugênio Teixeira. Do Evaristo, do Gonçalo e do artista Belmiro, o inesquecível Hermano Morel?

Hoje seu hobbie é ouvir música, ler e dedicar-se à oração.

Por ocasião de nossa visita à sua casa, deparamos sobre a mesa com uma mensagem que a transcrevemos pois fala de perto da vida de nossa personagem que durante toda sua vida soube repartir o conhecer.

“TODOS REPARTIAM O PÃO"

E todos repartiam o pão
e não havia necessitados entre nós.

Nossos irmãos repartiam os seus bens
fraternalmente tinham tudo em comum,
e era grande a alegria e a união.

Hoje de novo a palavra nos reúne
e com a mesma união e alegria
vamos na ceia do Senhor partir o pão
para, depois, repartir com o nosso irmão “.


Que tenhamos sempre máquinas de alta tecnologia e que essas possam gerar empregos para que o pai de família tenha à mesa o pão e possa reparti-lo.


A PROFESSORA URBANA TEIXEIRA DA SILVA é Gente da Terra.





PERSEVERANÇA

Perseverar na fé, no amor, no trabalho, nas obras, é acreditar no sucesso da vida.

Participamos de grandes lutas, conseguimos grandes vitórias, vivemos emoções, realizamos sonhos, tornamos nossa vida cheia de amor.

Viver é maravilhoso mas não se pode viver a vida apenas como se fosse a beleza transparente de um jardim florido na primavera é preciso vivê-la, enxergá-la também como um jardim no inverno, quando as plantas perdem suas folhas, não desabrocham suas flores e ficam aparentemente com um ar de tristeza.

Nós, homens, somos assim, felizes mas, a cada momento que deparamos com as vicissitudes, com os problemas diversificados da vida, sejam de ordem pessoal, social, profissional, familiar, sentimo-nos naquele instante que o mundo vai desabar sobre nós. Ficamos fragilizados, vulneráveis à mercê de ajuda e dimensionamos nossa pequenez no universo. Não fosse a perseverança na fé, jamais ultrapassaríamos esses percalços.

O viver é uma arte e consiste num misto de acontecimentos. Ora vivemos a alegria pela conquista de um sucesso pessoal, familiar, ou de um amigo, ora a consternação pelo conflito da alto estima, da não compreensão do grupo, da falta de emprego, de dinheiro, do desencontro familiar.

Mas, o tempero da vida está exatamente nesses ingredientes reveladores de alegria, tristeza. Sem eles não poderíamos sentir, avaliar o antagonismo dos nossos sentimentos e muito menos sentir emoções.

A vida é mesmo um eterno correr contra o tempo, no executar de tarefas domésticas ou profissionais em busca de objetivos, esse tempo que não dá tempo, esse tempo que teimamos em perseguir mas, que a cada momento vai passando cada vez mais rápido e, quando damos conta, os cabelos já estão prateados e as marcas desse tempo encravadas no corpo, dando-nos vontade de reviver, de trazer ao presente as lembranças do passado para matá-las com uma dose de saudade.

Cada um de nós sabe muito bem o que fez, o que faz e o que fará para vencer. Se ninguém souber, não importa, porque na mente de cada um há um filme da vida gravado e que pode passar a qualquer momento na retina dos olhos.

Mas a vida é assim. Continuemos a perseverar. Amanhã será um novo dia, a luz surgirá silenciosa para encher a terra de claridade e iluminar o nosso caminho, trazendo com ela o ânimo, a alegria, como imperativos da nossa condição de seres humanos corajosos, independentemente de raça, credo, situação financeira, para lutar, realizar, vencer.

Perseverar na fé, no amor, no trabalho, no servir, é a confiança que temos em nossas forças para superar os obstáculos e as incertezas do caminho, lembrando sempre que recebemos talentos, somos capazes e muito importantes no plano dos homens e de Deus.

Persevere.

Falando neste tema, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, uma pessoa que dedicou grande parte de sua vida, ao Jornal Tribuna de Lavras, atendendo a um convite e ao desafio do jornalista Luiz Gomide, em 1967, quando criou este jornal.

É O MESTRE EM ARTES GRÁFICAS, EDNO TUBERTINI, filho de Bruno Tubertini e Querina Boari, nascido em São João Del Rei, em 27/03/1932.

Sua infância foi vivida em sua terra natal. Adorava jogar bola. Participava de muitas “ peladas”, ao lado de Telê Santana, o consagrado Técnico de Futebol Brasileiro e de muitos amigos que lá deixou. Foi goleiro. Desde pequeno é torcedor fanático do Atlethic Futebol Clube de São João Del Rei, do Atlético Mineiro, do Vasco da Gama e aqui em Lavras, da Associação Olímpica, não deixando de ter simpatia pelo Fabril EC., dada a sua convivência na Zona Norte.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual de São João Del Rei e na Escola Estadual Álvaro Botelho, de Lavras.

Descendente de família humilde, aos 13 anos veio para Lavras, na companhia de seu cunhado Áureo Ruffini e de sua irmã Laura. Aqui se ambientou e logo começou a trabalhar. Seu primeiro emprego foi no antigo Armazém Brasil, situado onde é hoje o Banco do Brasil.

Iniciou sua Carreira na imprensa como tipógrafo, na Gráfica Progresso, localizada na rua Santana, de propriedade do saudoso Antônio Pereira. Depois foi para a Papelaria e Tipografia Pádua “ A GAZETA”. Trabalhou ainda na Gráfica São José e na Imprensa GAMMON, na antiga Escola Agrícola.

Foi proprietário da Gráfica Ipê ( ex-Imprensa do Gammon ), tendo como sede, o antigo prédio do Cine Ipê. Falando em Cine Ipê, de saudosa memória, nosso personagem ali trabalhou como bilheteiro desde a sua fundação até o seu fechamento.

Em 01/10/67, data da fundação do Jornal Tribuna de Lavras, à convite do jornalista Luiz Gomide e do Dante Silva, foi convidado para ser um dos colaboradores deste jornal, ao lado do Áureo Ruffini e uma grande equipe. Ocupou vários cargos no Jornal de tipógrafo a revisor. Fez Escola. Muitos dos funcionários da Tribuna, aprenderam o ofício com ele. Áureo, Pacelli, Luiz Carlos, Lazinho, Vanderlei, Juliano, Sidnei e outros foram e são testemunhas do exemplar companheiro e mestre.

Acompanha a Tribuna desde que começou na rua Santana, passando para a rua Cristiano de Souza, dependências do Kemper e agora na Vila São Francisco, onde foi construído um grande parque gráfico, digno de uma grande cidade como Lavras.

É considerado pelo Jornalista Luiz Gomide como sendo Patrimônio da Tribuna, tal é a distinção que recebe nesta casa.

São 32 anos de colaboração à imprensa e à Tribuna. Sua vida, sua história, confundem-se com o Jornal.

Em 24 de novembro de 1956, casou-se com Jovercina das Mercês Lima (Lia), filha de Manoel Fernandes Lima e de Jovercina Maria de Jesus. O casal teve cinco filhos: Edna Marília, Celeida Mara, Glenda Margareth, Kênia Maria e Edno José.

Atualmente além dos seus afazeres no Jornal Tribuna de Lavras, ao lado do Pacelli, Áureo, Lazinho, Vanderlei, Juliano, Sidnei, Adilson, Walter, Adriano, Renata, Regina, Marlene, Cida, Raquel, Tati, Luiz Gomide, José Eduardo e outros, vem curtindo também as delícias do bem querer dos netos, da família e dos amigos.
Nosso personagem vem ao longo da vida perseverando naquilo que faz, naquilo que acredita, no seu trabalho, na fé.

“Regozijai-vos na esperança, sede paciente na tribulação, na oração perseverantes...” (Romanos 12-12).

O MESTRE EM ARTES GRÁFICAS EDNO TUBERTINI é Gente da Terra.





CHEGADAS E PARTIDAS

A cada momento presenciamos chegadas, partidas, vindas, idas, nascimentos, mortes. São acontecimentos infindáveis a nos colocar de frente com os mistérios insondáveis da existência humana.

Esperar o desconhecido da chegada causa-nos expectativa, agrada-nos, o da partida, amedronta-nos, desola-nos.

Ao chegar, os olhos iluminam-se, o rosto resplandece, o sorriso se abre, planos são feitos, emergem fontes de alegria, de amor. Na partida, na despedida, os olhos se entristecem, lágrimas são derramadas, o rosto mostra sofrimento, os lábios selam-se, perdem o sorriso e se abrem para proferir palavras de lamento, de saudade, pela perda daquele plantio que fora cultivado no coração.

Nossos caminhos são misteriosos mas, a vida, na medida que vivemos, ensina-nos a desvendá-los, a valorizá-los e ver que tanto as chegadas quanto as partidas, as vindas e idas, os nascimentos e a as mortes, são reais e não são nossas opções mas, opções daquele que nos deu a vida, que a tudo criou, que tudo pode e, por essa razão, não está sujeito a indagação e muito menos a julgamento.

Somos apenas, pobres mortais. Fazemos parte do revezamento das gerações. Somos aprendizes a aperfeiçoar cada vez mais as obras do universo com os ensinamentos das lições do mestre. Somos frutos de sua vontade, do seu amor. Acreditamos. Preparamo-nos verdadeiramente para uma outra vida, a vida espiritual, muito diferente da material, embora muitos não creiam.

Assim, tanto na chegada quanto na partida, na vida ou na morte, viveremos os encantos do dom da vida dados pelo Senhor e sentiremos sempre a grandeza de sua infinita sabedoria, vendo e sentindo sua beleza, dentro dos indecifráveis mistérios.

Portanto, a partida é tão sublime quanto a chegada.

Não haveria partida se não houvesse chegada.

Quem chega, fatalmente, um dia parte.

Com este pensamento, com certeza, um dia nos encontraremos novamente pelos caminhos do universo.

Despedimo-nos.

Até breve.

Alicerçados neste preâmbulo, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, um dos obreiros mais antigos de Lavras, pessoa que no auge dos seus 80 anos, não se cansa de operar em benefício do próximo.

É O ARTESÃO CARLOS MAGALHÃES, filho de José Magalhães Júnior e Josefina Augusta de Carvalho Magalhães, nascido em Lavras, em 30/06/1919.

Sua infância foi vivida no Esplanado, na Rua das Flores, no Campo do Cemitério e na Zona Norte da Cidade, onde reside até hoje. Brincou muito de Tico-Tico Fuzilado, Roma, Carniça, todas, brincadeiras daquela época.

Estudou só até o segundo ano de grupo, na Escola Estadual Firmino Costa. Dentre seus colegas, lembra com saudade do Nadinho, do Todão e de muitos outros.

Descendente de família humilde, muito cedo começou a trabalhar. Ainda na infância, laborou por um lapso de tempo na Imprensa Gammon e na Gazeta. Ali teve a oportunidade de trabalhar para os Professores Castelo Branco e Roberto Coimbra. Mas, seu primeiro emprego de verdade foi na Companhia Fabril Mineira, aos 14 anos de idade. Exerceu as funções laborativas no fiatório, na casa de panos, no almoxarifado. Permaneceu naquele emprego por um período de 20 anos. Passou uma temporada na Indústria Matarazzo ( cerca de 4 meses) e, depois, mais 20 anos, na Rede Mineira de Viação( Viação Férrea Federal), prestando com sabedoria, seus serviços na Caldeira, Máquina a Vapor e Funilaria, onde se aposentou, em 1970, fazendo e deixando muitos amigos .

Sua estada na Rede começou em Ribeirão Vermelho e terminou em Lavras, com a aposentadoria. Dentre tantas lembranças do emprego, guarda uma especial - uma Telha Francesa, vinda de Paris, que serviu de cobertura à Rotunda construída em Ribeirão, emoldurando com sua beleza, a porta de entrada de sua casa.

Em 14/01/43, casou-se com Martha Silva. O casal teve os filhos: Shirley, Celso, Adalberto, Mércia e Telma. Tem 11 netos e 2 bisnetos.

Nosso personagem é um estudioso e um praticante do espiritismo, desde 1950.

Lembra-se do João Luiz Gonzaga, um dos iniciadores do Grupo Espírita Anjo Ismael que atendia os adeptos na rua Álvaro Botelho, isso, por volta de 1947. Nesse tempo, João adquiriu um terreno na rua Moacir Costa Lima e doou para o Núcleo da Legião da Boa Vontade( cujo diretor, à época, fora Carlos). Com o desaparecimento do Núcleo, em 1962, o terreno foi transferido para o Grupo Espírita Anjo Ismael. Através de um trabalho de equipe composto por Carlos Magalhães, Alberto Carvalho, José Pedro Luciano, Alfredo Delfino, Sebastião Serafim e outros, foi construída aquela sede.

Hoje, denomina-se Sociedade Espírita Anjo Ismael, tendo como presidente, Ramon Alvarenga que conta com os préstimos de uma grande equipe de trabalho e cujo lema é servir.

Carlos Magalhães, antes e após sua aposentadoria vem contribuindo juntamente com os irmãos, através da Sociedade Anjo Ismael com a doação de 25 cestas básicas, de 20 kg cada, para amenizar a dor e o sofrimento dos mais necessitados, matando-lhes a fome e alimentando-os na esperança. Além dessas, doa também às entidades filantrópicas, peças artesanais como canecas, castiçais, cinzeiros, fabricadas na sua modesta oficina de fundo de quintal, recheada de carinho e amor.

Seus olhos brilham, seu rosto se ilumina, ao falar das quartas feiras, quando são distribuídas na Sociedade Anjo Ismael, para as crianças, adultos e idosos, mais de 40 pratos do sopão.

Não se esquece dos tempos idos quando compunha paródias, dedicando-as, aos saudosos amigos Mozar Gomide, José Idalina(José Anselmo), Haical Haddad e outros.

É um torcedor fanático do Fabril E.C., do qual foi um dos seus diretores por muitos anos, e do Botafogo do Rio.

Seus hobbies são: a leitura espírita, outras, trabalho, servir.

Para nosso personagem dedicamos a receita retirada da mensagem distribuída pela Sociedade Espírita Anjo Ismael.

“Bolo de Felicidade"

1 xícara de amizade
2 xícaras cheias de compreensão
1 xícara de paciência
1 xícara de humildade
1 copo grande transbordando de alegria
1 pitada de bom humor
1 colher de fermento de personalidade cristã.


PREPARO

Mexa as palavras cuidadosamente. Acrescente a compreensão, a humildade e a paciência, misturando tudo com muito jeito. Tempere com alegria, o bom humor e a personalidade cristã. Sirva porções generosas, sempre com muito amor. Não deixe esfriar: A temperatura ideal é a do coração. A receita nunca falha. Se alguém não gostar é porque tem o paladar estragado e precisa consultar o quanto antes um médico que se chama JESUS CRISTO”.

O ARTESÃO CARLOS MAGALHÃES é Gente da Terra.





JOÃO-DE-BARRO

Este nome nos lembra os pequenos pássaros, cor de terra, de canto característico, freqüentes nas fazendas. O curioso dessa espécie é a construção de seus ninhos de barro, verdadeiras obras de arte. Com os pés e bico, eles amassam e moldam suas casas, de preferência, nos galhos das árvores. Comumente, constróem uma só mas, às vezes, alguns chegam a construir conjuntos, dando-nos a impressão de apartamentos. Os ninhos são feitos de duas partes. A primeira, composta da porta de entrada e sala e, a segunda, separada desta, o ninho de verdade. Estes têm a forma arredondada e medem cerca de 20 a 30 centímetros de diâmetro, por 25 de altura.

Esses pássaros, pelas obras que fazem, são denominados, além de joão-de-barro, por: barreiro, oleiro, amassa barro.

Um fato que nos chama a atenção é a privacidade que mantêm em suas moradias. Um, não invade o território do outro. Por isso, de quando em vez, encontramos nas árvores, ninhos vazios, ou então, ocupados por outras espécies de aves que fazem deles, locais para a postura de seus ovos.

Nós, homens, não fugimos à regra. Também construímos nossas moradias, barracos, casas, prédios de apartamentos, imitando com esse procedimento, o nosso conhecido joão-de-barro.

A moradia para nossa sobrevivência, sabemos, é vital. Entretanto, muitos de nossos irmãos ainda não conseguiram um teto para se abrigar e proteger das intempéries do tempo. Lutam desbragadamente mas, os empecilhos são muitos e dificultam esse intento.

Mutirões.

Benditos mutirões.

Através deles descobrimos que a união faz a força. Que de mãos dadas conseguimos edificar nossas moradias. Que juntos, tudo podemos. Que o sonho da casa própria pode se tornar realidade.

Aos poucos, vamos descobrindo que isoladamente nada conseguimos mas, unidos somos uma realeza.

Vamos descobrindo que só, somos como uma gota d’água, como um galho isolado, quase nada podemos fazer, não causamos nenhum efeito. Unidos, somos como milhões de gotículas d’água que caem juntas, formando as chuvas a irrigar os campos, alimentando os rios, fazendo nascer minas, matando a sede. Somos como milhares de galhos encravados nos troncos, formando as árvores, as florestas, uma verdadeira resistência, a purificar o ar, ofertando oxigênio, produzindo alimento.

Na verdade, diante do universo, somos pequeninos mas, unidos, creiam, somos uma fortaleza.

Com este intróito, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, um líder de mutirão que muito tem feito para tornar realidade o sonho da casa própria, daqueles menos favorecidos pela sorte, bem como, vem ajudando às entidades religiosas de nossa comunidade.

É O CIDADÃO JOÃO AVELINO DE CARVALHO, filho de Francisco Avelino de Carvalho e Maria Pimenta de Carvalho, nascido em Lavras,MG, em 27/05/41.

Estudou só até as quatro primeiras séries do primeiro grau na Escola Estadual Francisco Sales, tendo como professoras D. Regina Salgado, Maria Purcini, entre outras. Dos colegas lembra-se com saudade de todos.

Sua infância foi difícil pois, muito cedo, começou a trabalhar mas, assim mesmo, ainda teve um tempo para armar arapuca, brincar de pique, jogar bola, ao lado do Antônio e João Lucas, Vitor Alves e tantos outros amigos.

Viveu sua infância na Subestação Experimental de Lavras, antigo Pasto Fechado.

Aos nove anos já apanhava café juntamente com sua mãe. Aos doze, fazia parte das conferências de São Sebastião e São Camilo Lelis, ajudando os mais pobres na construção de casas.

Em 20/05/65, casou-se com Alice Cândida de Carvalho com quem teve os filhos, Luiz Cláudio e Márcia. Tem quatro netos.

Um ano antes de se casar, ingressou como metalúrgico na Rede Mineira de Viação, posteriormente denominada Rede Ferroviária Federal, trabalhando na reforma de locomotiva, carros de passageiro e, na ausência desses, como eletricista, pedreiro, aposentando-se em 30/11/92.

Desenvolveu um trabalho extraordinário. Durante sua estada naquela entidade, foi digno dos melhores e maiores elogios de seus chefes.

Em 1990, foi eleito e condecorado com o título de Operário Padrão, pela excelência de seu trabalho.

Durante toda sua vida tem dedicado parte de seu tempo em benefício dos mais carentes. A tônica de seu viver é servir.

Suas obras estão presentes nos quatro cantos da cidade. Onde há a necessidade da ajuda, ali está o mutirão comandado por nosso personagem João Avelino.

Há um sem número de participantes nesse grupo. Lembramos do João Vergílio, Lázaro Soares, Geraldinho, Deldec, Heli Ribeiro, João Pereira, João das Chagas, Jamil e filho, Peroba, Tiãozinho, José Francisco(Mulatinho), Paulo Batista, José Galo, Arlindo José, Luiz Carlos, outros.

João Avelino realiza um trabalho silencioso, anônimo, mas de grande repercussão social, como verdadeiro joão-de-barro.

Lembramo-nos certa vez, quando juntamente com seus companheiros do mutirão, transformaram uma oca, lugar inabitável, onde moravam cinco pessoas, em condições sub-humanas, numa verdadeira casa com sala, cozinha, quarto, lá nas imediações do bairro Novo Horizonte. Naquele tempo, era um trabalho realizado aos sábados e domingos pois, todos tinham seus afazeres nos dias úteis da semana. Lembramos também da construção do banheiro, na Fazendinha do Padre Israel e mais, um sem número de obras que foram e são realizadas pelo mutirão do nosso personagem. Nas Igrejas N.S. Auxiliadora, Mercês, no Recanto, no Seminário, no Posto Médico-odontológico da Cohab, nas casas e barracos da periferia. Todas, obras a testemunhar esse serviço prestado no anonimato.

Benditos Mutirões espalhados por este mundo afora, levando esperança, transformando sonhos em realidade.

A humildade, o despreendimento, o servir desses abnegados irmãos, dão-nos a certeza de que não caminhamos só, mas, junto com aqueles impelidos pela fé, pelo amor, pela solidariedade.

Para nosso personagem, homem de fé, trouxemos as seguintes citações de Gibram Khalil Gibram, sobre o Trabalho, em seu livro “O Profeta” (separata 01/05/76) :

“ Quando trabalhais, sois uma flauta através da qual o murmúrio das horas se transforma em melodia...” .

“ E, apegando-se ao trabalho, estais na verdade amando a vida...”. “.
Da Bíblia citamos:

1 Corintios-15-58

“ Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, ao Senhor, o vosso trabalho não é em vão”.


O CIDADÃO JOÃO AVELINO DE CARVALHO é Gente da Terra





FESTAS

Casamentos, aniversários, bodas, formaturas, natal, reveillon, acontecimentos, comemorações.

São eventos inesquecíveis que marcam, deixam lembranças, afloram saudade. São acontecimentos que emocionam, encantam, imortalizam momentos.

Ambientes são decorados. Alinham-se suavidades de detalhes. Combinam-se cores que se completam, conferindo umas às outras, mais brilho, mais beleza, acentuando de vez, a fantasia e os sonhos dos protagonistas e convidados.

Decoração - um toque de requinte.

A criatividade, os arranjos, estampam o glamour pelas nuances de cores elaboradas com lindas combinações, feitas pelo toque mágico de artistas que transformam lugares e coisas, em ambientes seletos e requintados para a ocasião.

É emocionante como esses artistas são dotados de sensibilidade, imaginação criativa que, com pequenos toques de arte fazem do local, um verdadeiro paraíso.

Eles propiciam ao ambiente, uma atmosfera encantadora, iluminando, arranjando, espalhando um ar de festa e de alegria.

Uma decoração perfeita, harmoniza-se com um buffet de classe.

Festejar acontecimentos é transbordar o coração de alegria. Mais ainda, é compartilhar felicidade com aqueles que nos fazem felizes e nos irradiam fluidos positivos.

Comemorar uma festa é uma preciosidade.

Que possamos comemorar sempre esses acontecimentos extraordinários que alegram a alma, o espírito, a vida.

Com esta introdução, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, uma empresária do ramo de buffet que tem, ao longo dos anos, transformado em realidade, os sonhos de muitas pessoas.

É A EMPRESÁRIA NÉRCIA DE ABREU, filha de José Custódio de Abreu e Conceição Alves de Abreu, nascida em Lavras, MG.

Sua infância e juventude foram vividas na vizinha cidade de Ribeirão Vermelho e dali guarda as melhores recordações. Em companhia dos irmãos, Terezinha e Paulo, viveu dias de pura alegria, em uma típica vida de criança do interior.

Criatura cheia de sonhos.

Estudou as quatro primeiras séries do primeiro grau em uma escola de sua cidade natal. Depois veio completá-los em Lavras. Estudou e se formou professora no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, onde se destacou desde o início. Fez e solidificou inúmeras amizades que a acompanham até hoje.

Formada, iniciou-se no magistério em Ribeirão Vermelho, mas, logo em seguida, veio para a Escola Municipal Francisco Sales, onde fez sua carreira profissional, encerrando-a no cargo de Diretora.

Lecionando, dirigindo, concluiu seus estudos superiores na UEMG, na época da FAFI, entidade tão importante na formação de nossos educadores. Formou-se em Pedagogia( Administração Escolar e Supervisão). Não satisfeita foi para São João Del Rei, onde cursou Orientação Educacional.

Casou-se muito jovem com Alfeu Alves Pereira com quem teve as filhas: Nádia e Ivana. Nádia é supervisora escolar e tem duas filhas e, Ivana é educadora. Como diz o ditado, filha de peixe, peixinho é. Ambas as filhas, herdaram da mãe o gosto pela educação, a elegância e a fineza de trato com as pessoas.

Aposentada, quando tudo parecia encerrado, a vida feita, as filhas criadas, o objetivo profissional alcançado quanto à educação, nossa personagem não parou para descansar. Buscou novas alternativas para sua vida, já tão repleta de realizações.

Sem saber ingressou-se no ramo empresarial de buffet.

No começo pensou que era apenas um passatempo, um complemento para sua renda. Fazia salgados congelados e atendia às pessoas em sua própria residência. Distribuía em pontos de vendas, geralmente amigos, tais como Padaria Rocha, Campestre Clube, onde é sócia, no LTC, outros.

Para dizer a verdade, nem ela mesma sabe como tudo aconteceu. De um pequeno negócio gerido de sua própria cozinha, transformou-se na empresária do mais requintado Buffet da região.

O Nércia’s Buffet, o nome escolhido para o negócio, sem dúvida, não fica a dever nada aos mais famosos “Buffets” dos grandes centros.

Com isso, a fama veio e, hoje, atende não só a cidade de Lavras, mas as cidades vizinhas e tantas outras espalhadas pelo Brasil.

O Nércia’s Buffet vem se consagrando pela excelência de qualidade.

Modesta, nossa personagem sabe que o sucesso é fruto do apoio que sua família sempre lhe deu. Conta com grupos eficientes para desenvolver esse mister e, especialmente, como sua filha Ivana.

Não aceita os louros do sucesso sozinha. Faz questão de relacionar o trabalho de seus sobrinhos, verdadeiros artistas: Miguel, Paulinho e Lucinha. O trabalho ímpar de seu gerente Vicente de Paula Pinto e de suas companheiras de longa data: Rosária, Cida, Fia, Celina, Rosa, Rose e dos colaboradores: Adamastor, Cláudio e o Maître Tiãozinho que chefia uma equipe fabulosa de garçons.

Este é o perfil de nossa personagem que vem realizando ao longo dos anos, em Lavras e toda a região, as mais badaladas festas de casamento, aniversário, bodas, formaturas, natal, reveillon, congressos, encontros empresariais, políticos, acontecimentos.

Lavras se orgulha de ter uma empresária do ramo de buffet a transformar sonhos e fantasias em realidade.

Nércia se realizou como educadora, mãe de família e, agora, se realiza como empresária. Gera com seu negócio um sem número de empregos. Prestigia o comércio local, adquirindo para suas realizações, os produtos necessários às iguarias que oferece em seu buffet, em dia de festa.


A EMPRESÁRIA NÉRCIA DE ABREU é Gente da Terra.





Meio Ambiente - Indústria.

Vivemos num mundo encarando a natureza como uma fonte inesgotável de recursos, entretanto, esquecemo-nos de que esses podem existir em abundância, mas são limitados.

Na busca do progresso, do desenvolvimento, poluímos, os rios, os mares, o ar, o solo. Com isso, consciente ou inconscientemente, extinguimos seres e quebramos o equilíbrio da natureza. Quantas espécies já desapareceram e quantas estão prestes a desaparecer.

Se não tivermos consciência de que preservar a natureza é preservar a própria vida, muito em breve, não iremos legar para as gerações futuras o que nossos antepassados nos legaram.

As queimadas arrasam o solo, destroem os microorganismos formadores do húmus, poluem o ar, acabam com a vegetação rasteira, com as árvores, com animais.

Não bastassem as queimadas, os desmatamentos também constituem uma catástrofe ecológica. Com elas vem a erosão do solo, queda da produtividade, inundações, diminuição das nascentes d’água, desaparecimento de espécies animais e vegetais.

Os perigos estão aí, os danos são reais. Devemos atuar de forma correta no sentido de preservar o planeta terra.

Para atender nossas necessidades, bens renováveis como as árvores das quais se extraem a madeira para edificar casas, fazer portais, portas, janelas, telhados, tacos, móveis, objetos de decoração, a celulose, matéria prima para confecção do papel, devem ser replantadas e áreas reflorestadas à medida que são consumidas.

Como sabemos, os seres vivos, animais e vegetais, relacionam-se entre si e com o meio ambiente. A ecologia, ciência que estuda esses relacionamentos, nos ensina como fazer para manter o equilíbrio dentro da natureza e preservar o planeta terra.

Admiramos peças belíssimas, feitas com madeira de lei como: jacarandá, óleo, ipê, peroba, canela, sucupira, cedro, imbuía, mogno e tantas outras. Elas enchem nossos olhos.

Os artesaõs da madeira, através da imaginação, do poder de criatividade, transformam - na em verdadeiras obras de arte.

Olhemos ao nosso derredor. Admiremos com prazer, essas maravilhas e, para concluirmos, que tal plantarmos uma árvore para recompormos a flora?

Com este intróito, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, um dos mais antigos artesões e industrial do ramo de madeira que vem, ao longo dos anos, fabricando móveis e artefatos de madeira para Lavras e toda região, dada a excelência de qualidade de seus produtos.

É O ARTESÃO E INDUSTRIAL REINALDO AUGUSTO DE MELLO, filho de Francisco Augusto de Melo e D. Sabina Cândida de Jesus, nascido em Lavras, em 20/12/1924.

Sua infância, adolescência e parte da mocidade, foram vividas na famosa Serra do Gambá, deste município, de onde guarda muitas recordações.

Muito cedo começou a exercer o árduo trabalho braçal na roça, ao lado de seus queridos irmãos( inseparáveis companheiros).

Estudou só as quatro primeiras séries do primeiro grau, na Escola Rural do Queixada.

Descendente de família humilde teve que buscar outras opções de emprego, indo trabalhar na Companhia do D.E.R.

Em 26 de junho de 1949, casou-se com D.Geralda Vitória de Jesus. Desta união nasceram os filhos: Marli (in memorian),Iranilda, Irani, Jair, Maria, Geraldo, Carlos, Elma, Rubens, Jucelene, Cleber, Kellem. Tem 15 netos.

No início, as coisas não foram fáceis para nosso personagem mas, com sua força de vontade e determinação, deixou o D.E.R. e, na década de 60, abriu seu próprio negócio. A Carpintaria Nossa Senhora Aparecida, localizada no centro da cidade, para produzir móveis. Em 1965, transferiu seu empreendimento para a Vila Murad, um bairro nascente. Ali teve início a grande arrancada para o futuro. Realmente o negócio cresceu e se tornou uma das fontes de trabalho mais vigorosa do ramo, em Lavras.

Nesta época, e por muitos anos, trabalhou para o Sr. Mazochi e João Alvarenga, proprietários dos Estabelecimentos Zakia, dedicando-se quase que exclusivamente àqueles, pois as encomendas eram muitas.

Como não podia deixar de ser, os filhos foram crescendo e se juntaram a ele, e abraçaram o trabalho e aquele tão abençoado empreendimento.

Em 1984, surgia com porte de indústria, na área de fabricação de portas, janelas, armários, móveis, a REINC- REINALDO INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA, passando a ser altamente especializada ao melhor modelo de obra de arte, trabalhada em madeira de qualidade e rapidamente conquistou o mercado consumidor. Em Lavras e região parte do mercado já pertence àquela. Muito em breve estará expandindo para atingir o Mercosul e quem sabe, até a Europa.

O parque industrial localizado no Distrito Industrial de Lavras, atende os requisitos das grandes indústrias do país e foi uma grande conquista do nosso personagem e filhos que hoje administram com eficiência o empreendimento.

Reinaldo ainda trabalha na REINC- Distrito Industrial e, no galpão da antiga marcenaria, dando exemplo de determinação e força de vontade.

Sua indústria gera inúmeros empregos diretos e indiretos.

Fruto de obstinação, vontade, capricho, qualidade dos produtos fabricados por nosso personagem, filhos e empregados, a REINC recebeu duas vezes a premiação “ Prêmio de Excelência Empresarial”, como melhor Empresa em toda a Minas Gerais e por duas vezes, escolhida como a melhor marcenaria e fabricante de móveis de Lavras e região, através da MDA. Dentre outros a REINC e seus dirigentes se sentem orgulhosos de levar o nome de Lavras por este Brasil afora.
Além do trabalho Reinaldo aprecia muito conversar com os amigos, viajar para as praias do Espírito Santo, Aparecida do Norte-SP, assistir filmes de faroeste com muita ação.

Dia 26 de junho deste ano, comemorou juntamente com a esposa, filhos, genros, noras, netos, familiares e amigos, suas Bodas de Ouro. Comemorou os 50 anos de vida em comum ao lado de D. Geralda, mulher com quem partilhou fielmente sua vida, seus sonhos, projetos e pensamentos, trilhando o caminho de mãos dadas sempre em busca de uma saída, de um ponto de chegada e da seta que indicasse a direção certa, com muita fé em Deus. Jamais desanimou. Lutou e venceu todos os obstáculos ao lado daqueles que lhe são caros.

Reinaldo é o espelho para os filhos. Nele eles vêem o exemplo de homem, de retidão, de respeito, de honra, trabalho, fortaleza, proteção e amor.

Com madeira nobre se constróem móveis e muitas outras obras de arte.

Com amor à natureza se preserva o planeta terra, um maravilhoso mundo verde, sem poluição, com ar puro, rios de águas límpidas, ao lado de um solo de terra férteis.

O ARTESÃO E INDUSTRIAL REINALDO AUGUSTO DE MELLO é Gente da Terra.





O MUNDO E SUAS MUDANÇAS

As pessoas do mundo contemporâneo se orgulham do progresso, mas se esquecem das mudanças advindas dele.

Derrubaram o muro de Berlim, mas erguem a cada dia que passa outras muralhas, muralhas de ódio, de inveja, de egoísmo, de materialismo. Inventam máquinas modernas como televisão, computador, robô, para solucionar com maior rapidez os problemas da vida no menor espaço de tempo, mas afastam as pessoas. Fazem clonagem de seres, de coisas, mas se esquecem do amor. Fazem transplantes de órgãos, com material sintético. Fazem leis. Fazem mil coisas, distanciam cada vez mais, os homens.

Nas fábricas, nas indústrias ao invés de um olhar, de um toque de mão, de um sorriso de um irmão, apenas o movimento repetitivo, automatizado de uma máquina fria. Nas casas, os jornais eletrônicos, as novelas, os filmes, substituem o diálogo. Ali, os familiares, amigos estão fisicamente perto, mas longe nos pensamentos. Nos diversos setores da sociedade o homem não é tratado pelo nome, identifica-se por números.

Será que nos esquecemos de que vivemos no mesmo mundo? Será que passamos a ser coisas e não gente? Será que perdemos os sentimentos como a solidariedade, o amor ? Será que não somos mais seres humanos ?

Acreditamos e temos certeza de que somos gente, somos seres humanos e nos realizamos junto com nossos irmãos na procura permanente daquilo que buscamos na vida.

Como nós, eles também estão numa busca sem fim. Por isso é bom procurarmos descobrir os porquês de seus choros, de suas dores, de suas tristezas, de suas lágrimas, de suas necessidades.
Nos encontraremos com nós mesmos, na medida que encontrarmos e ajudarmos nossos irmãos deficientes, idosos, menores abandonados, doentes, presidiários, pobres.

Pelos caminhos do coração nos manteremos unidos através dos laços do amor.
Que a civilização atinja o clímax, que haja transplante de órgãos, de coração mas, temos certeza, jamais poderá fazer leis que possam obrigar-nos a amar ou proibir-nos de amar as pessoas.

A felicidade do nosso irmão deve ser a nossa felicidade, as lágrimas do nosso irmão devem ser as nossas lágrimas, o sofrimento do nosso irmão deve ser o nosso sofrimento

Não sejamos indiferentes.

Não basta apenas nos comovermos ou termos compaixão.

Façamos como determina a palavra de Deus e a máxima de Rotary

“ Dar de si sem pensar em si ”

Com esta introdução, perfila hoje em nossa coluna, um abnegado servidor do próximo, que há anos vem prestando relevante serviço de caráter social na Vila São Francisco e no bairro Jardim Glória, atendendo algumas centenas de crianças, jovens, adultos e idosos, dando-lhes apoio material e oferecendo-lhes condições de vida.

É O VICENTINO - ANTÔNIO DE PAULA - filho de Antônio de Paula e Maria Evangelina de Paula, nascido na cidade Morro do Ferro, MG, em 10/12/1922.

De origem humilde, teve que começar a trabalhar cedo, e por isso cursou apenas as quatro primeiras séries do primeiro grau em sua cidade natal.

Criança, jovem, adulto, sempre foi muito franco, alegre, feliz, trabalhador.

Em Morro do Ferro gostava muito de fazer serenatas e por essa razão não abandonava seu violão. Foi também músico da Banda Lira Batistana daquela cidade.

Aos dezoito anos foi para a cidade de Oliveira fazer o Tiro de Guerra.

Em 1943, conheceu Emília de Oliveira Paula, com quem se casou. O casal teve 12 filhos, João Batista, Eugênio, Fátima, Elder, José Pedro, Santinha, Gema, Betina, Marinês, Valéria, Domingos e Claret. Tem 50 netos e 16 bisnetos.

Casado, mudou-se com a família para Uberaba a fim de trabalhar em uma fazenda como peão, cuidando de gado Nelore e Zebu..

Depois de algum tempo, voltou para a cidade Morro do Ferro onde trabalhou em um sítio que havia adquirido.

Com a chegada dos primeiros filhos, surgiram as primeiras dificuldades e com isso, nosso personagem foi à procura de um novo emprego, conseguindo se empregar no DER-MG, onde permaneceu durante três anos. Em agosto de 1950, foi trabalhar na Rede Mineira de Viação onde aposentou-se após 34 anos de serviço.

Chegou em Lavras em 1951 onde permanece até hoje.

Desde criança preocupava-se com os menos favorecidos pela sorte e aos 12 anos, ingressou-se na SSVP, em Morro dos Ferro, transferindo-se posteriormente para a Conferência Nossa Senhora das Graças, em Lavras.

Diante do brilhante trabalho desenvolvido, foi eleito presidente do Conselho Particular da Sociedade São Vicente Paulo, permanecendo no cargo por 9 anos.

Junto com os companheiros, conseguiu construir diversas casas para os socorridos. Ainda durante sua gestão, firmou convênio com a Prefeitura Municipal de Lavras e através de um trabalho conjunto com o prefeito Célio de Oliveira foi construído o Posto de Saúde no terreno da SSVP, na Vila São Francisco, junto à Escola Profissional.

Este complexo, com o apoio de todos os Vicentinos, do Sílvio Fontes, José Batista dos Santos (Zezinho Alfaiate) e D. Ubaldina Pinto dos Santos, funcionou maravilhosamente, até que construíram um novo posto e com melhores condições de atendimento.

Nosso personagem, como membro do SOS e com o total apoio do Sr. José Leonindas, criou a Cantina Paulo Avelino, no prédio da SSVP, onde foram servidas durante anos e anos, refeições a todos os necessitados que ali compareciam. Esta Cantina funcionou durante 8 anos, sendo mantida pelo SOS e também por várias pessoas de boa vontade como: Loja Samira, Agnaldo do Expresso Nepomuceno, Francisco Botrel, Pereirinha, Tarcísio, Vanil Daher e muitas outras pessoas.

Foi criado também através de um trabalho conjunto de nosso personagem e de Dona Custódia Marinho, o Corte de Costura, onde havia 10 máquinas, conseguidas pelo Sr. Antônio com o apoio da prefeita Jussara, do prefeito João Batista e da Câmara de Vereadores, curso este que funcionou por mais de seis anos, gerando aprendizagem e emprego a muitas pessoas.

Atualmente está desativado o Corte de Costura, não por falta de espaço mas, porque o nosso personagem espera que o Sr. Antônio Vítor Pereira e Sônia Brotel continuem com a doação dos tecidos como sempre fizeram e também outros que queiram contribuir para o treinamento das alunas e para que o curso de Corte de Costura possa continuar propiciando àqueles que desejam aprender uma profissão, a possibilidade de o fazer.

Uma outra preocupação do Sr. Antônio é sempre a chegada do frio. Sem medir esforços, sai a procura de colaboradores no sentido de angariar cobertores e agasalhos para aquecer os necessitados.

Nosso personagem conta atualmente com 76 anos de idade mas não se cansa de ajudar os menos favorecidos pela sorte.

É um verdadeiro guerreiro. Não esmorece.

Sua felicidade é ver a felicidade do próximo.

As reuniões de família em sua casa são verdadeiras festas, onde a alegria anda à solta mostrando que as pessoas se realizam ajudando ao próximo.

Aqueles favorecidos, os familiares, os amigos de Antônio de Paula sabem muito bem que ele, embora simples, é um vencedor, um guerreiro e um grande ser humano.

O VICENTINO ANTÔNIO DE PAULA é Gente da Terra





SER CRIANÇA

É nascer do amor
receber a graça de Deus
ter o dom da vida
e a candura de uma alma pura.

SER CRIANÇA

É viver inocentemente
com singeleza no olhar
sem hipocrisia, sem falsidade
e a felicidade encontrar.

SER CRIANÇA

É ter esperança
quebrar barreiras
unir pessoas, sentimentos
fazer encantamentos.


SER CRIANÇA

É brincar de pique, de roda
pular amarelinha, passar anel
trocar figurinha, bater tapão,
jogar bolinha de gude, futebol, rodar pião,
soltar pipas, estourar traques, andar de trole,
brincar de casinha, de bonecas, construir castelos na areia,
andar descalço na enxurrada, tomar refrigerante,
comer algodão doce, chupar pirulito, picolé, comer chocolate,
lambuzar o rosto, as mãos, a roupa,
se machucar, ficar doente,
acordar a noite, ir para a cama dos pais
chorar, sorrir, fazer birra.

SER CRIANÇA

É amar e viver a vida
de uma forma diferente
sem maldade, sem ambivalência,
sem segundas intenções, sem violência.

SER CRIANÇA

É viver a vida inteira
conhecendo a magia da vida
com simplicidade, com amor
sentindo seus encantos.

SER CRIANÇA

É sorrir para a vida com esperança
sendo adulto,
com uma alma de criança.


Com estas palavras, trouxemos para perfilar hoje em nossa coluna, uma criança, exemplo de luta, de vontade de viver, que veio ao mundo trazendo-nos a felicidade. Ela representa nesta oportunidade, todas as outras neste mês de outubro, dedicado a elas.

É ANDRÉ GUSTAVO PEREIRA DE ANDRADE JÚNIOR, filho de André Gustavo Pereira de Andrade e de Viviam Mara Diniz Silva de Andrade, nascido em Lavras, MG, em 16/01/98.

Sua chegada foi muito rápida.

Aconteceu na última semana do quinto mês de gestação. Sua mãe foi atendida em caráter de urgência pelo Dr. José Marcos Ticle, no hospital Vaz Monteiro, às 22,45 horas, que num piscar de olhos, com habilidade e conhecimento profissional, acompanhado peloanestesista Dr. Ricardo, pela pediatra de plantão Dra. Josefina, pela enfermeira Andréa, fez a cesariana, trazendo-o ao mundo.

Da sala de cirurgia para o berçário. Recebeu ali os cuidados das enfermeiras Cláudia, Andreia, Glória, Patrícia, Terezinha, Ana Paula e Rose, por dois dias, e um tratamento especial da Dra. Maria Ignez que, sabendo tratar-se de um prematuro “in extremus”, aconselhou-nos uma UTI NEONATAL, urgente. Esta envidou todos os esforços para tal até que, através de uma conversa telefônica a qual mantivemos com o nosso estimado e querido amigo Dr. José Carlos Rezende, que, num gesto de bondade, somado à ética profissional, o que lhe é peculiar, solicitou o número do telefone da Dra. Maria Ignez. Minutos depois, ela nos dá a grata notícia de que o Dr. José Carlos Rezende havia conseguido um lugar para o André Gustavo Júnior na UTI NEONATAL DA SANTA CASA DE LAVRAS ( já dissemos mas nunca é demais repetir - foi ele quem doou para a Santa Casa esta UTI, num gesto de amor ). É bom frisar que conseguir uma vaga numa UTI NEONATAL é muito difícil, quase impossível.

Do Hospital Vaz Monteiro à Santa Casa, André foi de ambulância da UNIMED, com toda aparelhagem, mais uma estufa especial da UTI da Santa Casa, para manter a temperatura, respiração, batimentos cardíacos, dirigida pelo habilidoso motorista José Francisco, e, atendendo aquela pequenina vida pesando cerca de 800 gramas, com todo cuidado, dentro da UTI móvel, a Dra. Maria Inêz, o Dr. Ricardo e, André, o pai. Na Santa Casa, recepcionando-o estavam o Dr. José Carlos Rezende, a enfermeira - chefe Dra. Eliana e uma equipe que o levaram à UTI.

André Gustavo permaneceu lá por três meses sob os cuidados dos médicos Drs. José Carlos Rezende, José Carlos Loyola, Dr. Osmar, Pedro Luiz, Dras. Talita, Narda, das enfermeirasTereza, Nati, Marli, Bete, Dulciléia, Franceni, Laura, do pessoal do laboratório Santa Cecília, Dr. José Alair Couto, Auxiliadora, Erilda, Mena.

Durante sua estada na UTI, recebeu de todos, um tratamento maravilhoso, regado a amor. Até leite materno veio do Hospital Odete Valadares, de Belo Horizonte( saliente-se, sua permanência na UTI não custou absolutamente nada). Foi um período de muita espectativa, de muita luta, de muita atenção, de muitos cuidados.

Recebeu também os cuidados dos médicos Drs. Eugênio, João Tomaz, Mário, Dirceu de Castro, Pedro Zica, Nélio, Décio, Dra. Maria das Graças.

Vale a pena acreditar em Deus, nos homens, na ciência.

No dia 02/04/98, recebeu alta e foi para casa onde continuou recebendo aquele tratamento amoroso e carinhoso das enfermeiras, Ana, Lúcia, Tânia, Nati, Kelli, Arlete, Eliete, Marlene, Mariana, Isa, Luciene, outras e, dos familiares.

Desde que nasceu até hoje só nos tem dado alegria.

Obrigado, amigos dos hospitais, corpos administrativos, médicos, enfermeiras, os que oraram, rezaram, e, principalmente a Deus.

Somos e seremos eternamente agradecidos.

Para nosso pequeno e querido neto André Gustavo Júnior escrevemos quando ainda lutava nos primeiros dias, o seguinte:


O MILAGRE DA VIDA

No silêncio da noite, numa sexta-feira, no meio de tanta expectativa, ele chegou trazendo a alegria. Foi um momento sublime e de grande emoção. Era pequenino, muito frágil, quase não preenchia as palmas das mãos com seu delicado corpo, mas, aos poucos, pelo carinho, pelo amor, pela esperança, pela fé, começou a lutar, a crescer, a robustecer, para identificar-se no plano de Deus e dos homens.

Os dias vão se passando e sua luta pela vida continua, aguçando em nós, uma vontade maior de dar vida àquela vida que luta com humildade sem desanimar.

Vencerá. O preço de sua luta será a vitória desse grande desafio.
Na vida, seus talentos servirão para levar aos homens, o servir e, a Deus, os agradecimentos pela felicidade de ter vindo ao mundo.

Damos graças ao Senhor pelo dom da vida.


ANDRÉ GUSTAVO PEREIRA DE ANDRADE JÚNIOR é Gente da Terra.





GRADUAÇÃO UNIVERSITÁRIA

Sonho de muitos - Realidade de poucos.

Dados estatísticos mostram que no Brasil ainda é realidade de poucos, concluir o terceiro grau, embora nos últimos tempos os governos venham dispensando maiores atenções à educação.

Entretanto, a dura realidade é que os estudantes que ingressam no ensino de primeiro grau, na rede pública, ou até mesmo, alguns na rede particular, não chegam a concluir o segundo grau e, quando concluem, não têm condições de competir nos vestibulares das Universidades com aqueles que freqüentam as melhores escolas particulares, fazem cursinhos e têm por trás de si, toda uma estrutura financeira que permite um aprendizado de qualidade.

Poder-se-ia até dizer que o ensino nas escolas públicas, hoje, quase eqüivale ao particular. Comparativamente, nas décadas de 60,70 o ensino na rede pública era de bom nível, mas, assim mesmo, a grande maioria dos estudantes estudava à noite, trabalhava durante o dia para se manter, ajudar na renda familiar, não tinha disponibilidade para as tarefas escolares e, muito menos, freqüentar um cursinho pré-vestibular pela falta de recurso financeiro, o que não é diferente dos tempos atuais.

Nota-se com isso que o problema de ingresso às Universidades está mais ligado à falta de melhoria na distribuição de renda entre a população do que no próprio sistema de ensino.


Traçando um paralelo, em determinados países do mundo, há um grande universo de jovens freqüentando as Universidades. No Brasil o percentual ainda é bem baixo.

A intenção de se disponibilizar vagas nas Universidade para alunos das escolas públicas, pode ser uma boa alternativa mas, obviamente, encontrará resistência por aqueles que primam por um ensino de qualidade.


O dinamismo do universo está aí e se incumbirá das transformações pois, a educação, desde os primórdios, vem sofrendo profundas modificações. Basta lembrar a educação ministrada na Grécia, onde a supremacia do Estado era predominante e a educação visava preparar os jovens pela relação que havia entre indivíduo e Estado. Lembrar as concepções de Platão, Aristóteles de que a educação deveria ser para todos os homens livres. Lembrar Atenas e Alexandria, os conflitos entre a educação pagã e a cristã, as artes liberais e a filosofia, Santo Tomás de Aquino, Dante, os movimentos intelectuais, os educadores, Rousseau, Kant, Pestalozzi, a educação na Inglaterra, nos Estados Unidos da América, na França, União Soviética, Alemanha, América Latina, no Brasil, com a chegada dos Padres Jesuítas e tantos outros.

Mudanças e mudanças na educação vêm se operando através dos anos, modificando o homem, modificando a sociedade, modificando o mundo.

A sociedade é dinâmica e a educação a acompanha com a finalidade de atingir o pleno desenvolvimento do ser humano. As grandes Universidades são testemunhas dessa assertiva.


Com este intróito, perfila hoje em nossa coluna, um educador que há anos vem prestando serviço à educação quer como mestre na docência, quer como Reitor de uma instituição de ensino de primeira grandeza - UFLA..

É o PROFESSOR DOUTOR FABIANO RIBEIRO DO VALE, filho de Júlio Ribeiro do Vale e Edna Carvalho Ribeiro do Vale, nascido em Itumirim,MG, em 28/09/55.

Viveu parte de sua infância em sua cidade natal, nos tempos em que as ruas ainda não eram cobertas por paralelepípedos ou asfalto. Eram de terra batida. Ali brincou, jogou futebol no América, com o técnico Sebastião Justino, nadou nos riachos, no rio Capivari, jogou finco, soltou papagaio e estudou o primário no antigo Grupo Escolar Castro Alves, tendo sido o primeiro aluno e orador da turma.

Concluído o primário, foi estudar na Escola Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, em Andrelândia,MG, ingressando na quinta série, sem fazer o exame de admissão. Ao terminar a oitava série, recebeu a Medalha de Honra ao Mérito como primeiro colocado dentre os formandos. Veio para Lavras em 1970, matriculando-se no primeiro ano do segundo grau, no Colégio Estadual( Escola Estadual Dr. João Batista Hermeto). Ainda estudante do terceiro ano, já lecionava em uma escola de Carmo da Cachoeira.

Prestou vestibular na ESAL(UFLA), foi aprovado, fez o curso de agronomia e, durante esse, lecionou as disciplinas de Química Geral, Química Orgânica e Física no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, nos “cursinhos”Alfa, Pré-10, CAVE, Filadélfia, em Lavras,MG, e no Colégio Armstrong de Campo Belo. Foi monitor junto ao Departamento de Química e coordenador do Projeto Rondom/Campus avançado do Vale do Jequitinhonha. Em 1977, formou-se Engenheiro Agrônomo.

Em 1978, por ter sido um dos melhores alunos da turma, a convite do então diretor, prof. Jair Vieira, iniciou sua vida profissional na ESAL(UFLA) como professor do Departamento de Solo. Em 1992, passou a ser professor titular de Fertilidade do Solo.

É PhD em Ciências de Solo, 1986, North Carolina State University, Raleigh, USA; MS.em Solos e Nutrição de Plantas, 1982, UFV(Universidade Federal de Viçosa).

É professor responsável por disciplinas oferecidas nos cursos de graduação, pós-graduação e colaborador em outras. Foi professor tutor do PET-agronomia de 1992 a 1997. Orientou 21 bolsistas de iniciação científica; 20 bolsistas do PET- Agronomia e diversos estagiários de graduação. É autor de inúmeros artigos científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais. Coordenou 18 projetos de pesquisa com financiamentos, foi pesquisador bolsista do CNPq de 1987 a 1997. Como pesquisador visitante, atuou junto à North Carolina State University-USA. Pariticipou de 13 bancas examinadoras de concursos públicos na UFLA, UFV e UFRGS. A convite da CAPES-MEC, visitou diversas universidades americanas para avaliar a pós -graduação em ciências agrárias em relação ao Brasil, foi membro da delegação do governo brasileiro no seminário de cooperação científica, tecnológica e empresarial realizado na Bolívia, dentro do programa de construção do gasoduto Brasil-Bolívia.

Professor Fabiano participou ainda de missões oficiais nos USA, México, Equador, Argentina e Holanda. É membro da Sociedade Brasileira de Ciências de Solo e do corpo de revisores de 5 revistas científicas do Brasil. Consultor científico do CNPq, FAPEMIG E FAPESP e consultor técnico da CAPES. Coordenador Geral(Pró-Reitor) de Pós Graduação, Presidente do PICD, foi Diretor Substituto da ESAL por 21 dias(1989/91), é membro de vários conselhos, chefe de departamento, membro da Egrégia Congregação e tantos outros.

Em 1996, assumiu a Reitoria da UFLA, realizando ali um trabalho de expressão, dando-lhe uma nova visão, transformando-a numa vitrine universitária das mais atraentes e capacitadas pelo alto nível de ensino ali ministrado, honrando dessa maneira, aquela instituição de ensino, criada em 1908 pelo Rev. Samuel Gammon e instalada pelo engenheiro Benjamim Harris Hannicutt, com o nome de Escola Agrícola de Lavras, naquele tempo, com poucos alunos e funcionários a qual em 1977, teve a mudança de nome Escola Agrícola de Lavras (EAL) para Escola Superior de Agricultura de Lavras( ESAL), cuja Federalização se deu em 23/12/63, através da Lei 4.307 e, em, 15/12/94 foi transformada em Universidade Federal de Lavras (UFLA), pela Lei.8.956, um sonho há muito acalentado.

Com isso, a UFLA, desde a criação e instalação da EAL, destaca-se no mundo universitário como uma das melhores instituições do país, pela excelência da qualidade de ensino.

De menino simples, que andava com os pés no chão, na querida cidade de Itumirim, ao homem hoje, Doutor em Ciência de Solos, Reitor da UFLA, nosso personagem palmilhou os caminhos das ciências e mostra, através de seu trabalho, quer seja de mestre, quer seja de administrador, ter sempre os pés no chão tomando decisões acertadas que engrandecem sua missão e a instituição que dirige pela sapiência e competência.

Durante sua vida, nosso personagem vem sendo distinguido, agraciado com títulos, diplomas, homenagens. PHI KAPPA PHI - A mais alta honra acadêmica concedida pela North Carolina State Universty, USA, 1984- GAMA SIGMA DELATA -; Nort Carolina State Universty, USA, 1986 -; Placas de honra ao mérito, professor homenageado, paraninfo, patrono, Medalha “Alferes Tiradentes”, da Polícia Militar de Minas Gerais, amais alta condecoração dessa Corporação; Cidadão honorário de Lavras; Comenda “Antônio Secundino de São José”, da Assembléia Legislativa de Minas Gerais e tantos outros.

Nosso personagem foi agraciado ainda com as conquistas especiais, Mariza Pereira Hermeto Bueno do Vale, sua esposa e os filhos Maria Cecília, Maria Letícia e Rômulo.

O PROFESSOR DOUTOR FABIANO RIBEIRO DO VALE é Gente da Terra.





HOSPITAL

O hospital é uma instituição que presta assistência médica curativa, preventiva. É um lugar onde a pessoa é recebida com a finalidade de tratar, prevenir ou diagnosticar doenças. A palavra hospital deriva-se do latim - hospitale - que significa hospedaria. A sua existência data de séculos antes de Cristo.

A história sobre a origem do hospital e das túnicas brancas usadas ainda hoje por médicos, enfermeiros, dentistas, fisioterapêutas é tão antiga quanto à humanidade.

Nesse templo, os enfermos recebem cuidados especiais, têm tempo para refletir sobre a vida e ver que a saúde é um bem divino, que ela é a própria felicidade. Como é maravilhoso, andar, falar, ouvir, ver, sentir as belezas do universo!

Ali, nota-se um movimento constante de pessoas que entram e saem com pensamentos de otimismo, de desespero, de saudade, de desconfiança, de solidão, de esperança, de solidariedade.

Durante o dia, visitas de médicos, enfermeiros, parentes, amigos, palavras de consolo. À noite, horas de ansiedade, de saudade, de solidão. Quando foge o sono, essas horas parecem intermináveis. Há um silêncio profundo, quebrado, às vezes, pelo andar dos médicos, enfermeiros ou mesmo dos funcionários que fazem o trabalho noturno, ao longo dos corredores. Os pensamentos nessas horas mortas da noite viajam para lugares jamais sonhados diante da solidão e do sofrimento.

Com o nascer do novo dia as esperanças se renovam e se fortalecem na fé. Fé que às vezes fica relegada a um segundo plano pela vaidade, principalmente quando a saúde está bem, as companhias se fazem presentes, não falta nada e tudo é um mar de rosas.

Mas é dentro do hospital que as pessoas sentem cada vez mais a presença da fé, de Deus confortando, pois é Ele o companheiro das horas incertas e difíceis, companheiro que ajuda a vencer o medo, a solidão, a ansiedade, a tristeza, a desconfiança, o desespero.

No hospital as pessoas previnem e curam os males do corpo e, na fé se fortalecem espiritualmente.

Lavras é uma cidade privilegiada pois tem um dos melhores complexos hospitalares do interior de Minas: seis hospitais, todos equipados com os mais modernos aparelhos, sofisticados e de última geração.

Com esta introdução, trouxemos para perfilar hoje, em nossa coluna, o médico fundador do Hospital do Coração que há anos vem prestando relevantes serviços à população lavrense e da região, através da ciência médica,

É O MÉDICO DR. PAULO HENRIQUE CELANI, filho de Carmo Celani e Maria Mercedes Ribeiro Celani, nascido em Guaxupé, MG, em 03/03/42.

Filho único, passou a infância e adolescência em sua terra natal.

Estudou do primeiro ao segundo grau no seminário.

Descendente de família humilde, filho de pai sapateiro e mãe professora, foi estudar medicina em Belo Horizonte. Como não possuía recursos financeiros para custear os estudos, lecionava em colégios particulares da Capital para se manter e fazer o curso. Foi monitor dos alunos do primeiro ano do curso de medicina.

Em 1964, ainda estudante, conheceu Tereza A. F.Celani, casando-se com ela em 1968. O casal teve os filhos: Paulo Henrique (Médico), Sílvia (Fisioterapêuta) e Juliana (Farmácia Industrial e Bioquímica).

Em 23/12/1969, formou-se na Faculdade de Ciências Médicas de Belo Horizonte.

Fez residência no Hospital Militar.

Formado, veio para Lavras em 23/12/69, desenvolver seu trabalho de cardiologia na Santa Casa, a convite do saudoso médico Dr. Sílvio Meniccuci e, ali, em companhia dos médicos Rêmulo Furtini, Hugo Paiva, Sílvio e outros, criou o primeiro CTI da região. Saliente-se que foi a equipe de Dr.Paulo Hennrique Celani que colocou o primeiro marca-passo do sul de minas, em um paciente de Lavras

Dr. Paulo Henrique permaneceu na Santa Casa de Lavras até 1979, quando resolveu montar sua própria clínica na rua Costa Pinto. Médico de visão, viu que Lavras possuía condições de abrigar mais um hospital e, em 1981, tendo a seu lado, a esposa Tereza Celani, seu braço direito, fundou o Hospital do Coração, desenvolvendo um trabalho honroso, na área de saúde.

Profissional de mente aberta, sempre participou de congressos, seminários, encontros na área médica e principalmente na área de cardiologia, sua especialidade, no Brasil e no Exterior (Estados Unidos). Manteve por longos anos um estreito relacionamento profissional e de amizade com Dr. Euriclídes de Jesus ZERBINI, uma das maiores autoridades em cardiologia do país e da Beneficência Portuguesa, em São Paulo.

O Hospital do Coração conta com 78 leitos, 36 médicos, enfermeiros, nutricionista e gera cerca de 150 empregos diretos. A parte profissional está aos cuidados do Dr. Paulo Henrique e, a administrativa, a cargo de Teresa.

O hospital, hoje, conta com Centro de Diagnóstico para assistir a população de Lavras e região; com a Transvida, para remoção aérea de pacientes em todo o país, dotada com unidades móveis de UTI, tendo como sede Belo Horizonte. Dispõe de um plano de sáude-PAIS- que faz parte da ABRANGE, Associação Brasileira de Medicina de Grupo da qual Dr. Paulo é membro da diretoria.

O primeiro Pronto-Socorro Municipal de Lavras foi firmado entre a Prefeitura Municipal e o Hospital do Coração. Atualmente, o Pronto-Socorro Municipal está em atividade naquele hospital.

Em busca de novas soluções e inovações na área de saúde, nosso personagem vem empreendendo grandes conquistas para agasalhar os anseios da população.


Dr. Paulo Henrique foi por muitos anos sócio do Rotary Club de Lavras Sul, tendo exercido quase todos os cargos no Conselho Diretor e foi um dos responsáveis, juntamente com Luiz Vieira, Francisco Rodarte e outros, pela criação da APAE de Lavras. Foi médico da Polícia Militar de Minas Gerais, onde se reformou como Tenente Coronel. Foi o fundador da Sociedade Sul Mineira de Cardiologia.

Há trinta anos nosso personagem vive em Lavras. Seus filhos são lavrenses.

Foi agraciado, por várias vezes, com títulos, medalhas, diplomas, pelos relevantes serviços prestados à comunidade Lavranse e região.

Nosso personagem, fundador do Hospital do Coração vem, como se vê, contribuindo de forma eficaz com os objetivos: prevenir, curar, diagnosticar e recuperar a saúde do ser humano.

O MÉDICO DR. PAULO HENRIQUE CELANI é Gente da Terra.

6 comentários:

Anônimo disse...

Granded José Alves, meu colega de turma no grupo Firmino Costa. Posteriormente também como Bel. em Direito -VG.
Sou um zero à esquerda na internet, mas achei "Gente da Terra" 01 - parte3.
Valeu, velho amigo e colega. Valeu muito. Como o velho Bi, em "Nossa terra nossa Gente", também tive uma coluna em Varginha, na revistinha do IBC: "Gente que é gente nossa". Gosto disto. Parabéns. Continue.
Abraços.
Erlei - fone (0..41)3566 6868 - Curitiba PR

liza disse...

Obrigada pela homenagem ao REINALDO AUGUSTO DE MELlo vó do meu esposo pessoa humilde trabalhador , honesto tenho orgulho de fazer parte da familia de REINALDO AUGUSTO DE MELO

Unknown disse...

boa tarde, sou português vivo em portugal... gostava de partilhar consigo uma historia de familia conhecida de Lavras mas de origem portuguesa... podemos conversar um pouco? pmacastro@hotmail.com

Unknown disse...

boa tarde, sou português vivo em portugal... gostava de partilhar consigo uma historia de familia conhecida de Lavras mas de origem portuguesa... podemos conversar um pouco? pmacastro@hotmail.com

Unknown disse...

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Unknown disse...

Meu nome é Antônio Carlos Serra da família (Botelho e Serra) meu pai in memória Sebastião Botelho Serra de 02/11/1920 e meu avô Plínio Botelho Serra gostaria de saber assuntos e comentários a formação desta família que teve passagem por lavras e região.