quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Encontro de Folia de Reis em Lavras - 2009
Meeting of the Kings in Lavras Folia - 2009


Walter Barbosa no ensaio da apresentação.
Família tradicional no folclore lavrense

Walter Barbosa in the trial of the presentation.
Family folklore in traditional lavrense









VÍDEOS

Shooting




Companhia de Santos Reis - São Vicente
Companhia de Santos Reis - Saint Vincent





Encontro Folia de Reis - 2009
Meeting of Folia de Reis - 2009






Homenagem ao escritor
Tribute to the writer

VÍDEOS DE LAVRAS E SUA GENTE



Domingo na praça




Amigos do Choro




Azena Oliveira - Hino de Lavras




Lavras do passado




Lavras da atualidade




Tenor: Eduardo P. Meireles





Museu Bi Moreira





Tenor: Hugo Mazochi

sábado, 4 de outubro de 2008

Academia Lavrense de Letras - Lavrense Academy of Arts








ACADEMIA LAVRENSE DE LETRAS (A.L.L.) criada em 17 de novembro de 1967 - Lei 675 - com início de suas atividades em 20 de julho de 1968, ano do centenário de Lavras - tendo por finalidade a união dos intelectuais lavrenses, o cultivo e a difusão das letras, bem como o desenvolvimento cultural da comunidade de Lavras.









ACADÊMICOS - PATRONOS

Angela Faria de Paula Lima - Guilherme de almeida

Antonio Russi - Victor bastos

Carlos Frederico Leite Correa - Pedro Nava

Eduardo Cicarelli - Oscar Negrão de Lima

Homero Faria - Joaquim josé Leão de Korpo Santo

José Alves de Andrade - Sílvio do Amaral Moreira

Luiz Carlos Ferreira de Sousa Oliveira - João Guimarães Rosa

Maria Carolina Brasileiro de Castro - Sylvio Moreaux

Maria Cássia Terra Mendes - Carmem Cartaxo

Maria Olímpia Alves de Melo - Orlando Haddad

Maria Regina Gomes e Sousa - Carlota Kemper

Murilo Mendes - Jacy de Souza Lima

Nelly Furbeta - Jorge Goulart

Paulo Adolfo Machado Lages - Murilo Mendes

Paulo Expedito Rodarte - Rubens Alves

Pedro Coimbra Pádua - José Luiz de Mesquita

Terezinha de Lourdes Rezende - Monteiro Lobato

Vanda Faria de Paula Lima - Catulo da Paixão Cearense

Zenita Cunha Guenther - Helena Antipoff

POESIA & CIA


Copyrigth- setembro- 2002 - by Sebastião Naves

José Alves de Andrade

Capa: Luiz Alberto Soares

Editoração: Celeida Mara Tubertini Maciel - Marlon Hudson de Lima

Web Master: Marlon Hudson de Lima - (35) 8801-7339

Revisão: Eugênio Pacelli de Oliveira

Impressão: Gráfica da UFLA.


Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc. sem autorização escrita ou prévia dos autores.



DEDICATÓRIA

Dedicamos esta obra ao Criador de tudo e de todos, à memória dos que já partiram, às pessoas que amamos e que nos amam, às mulheres, criaturas delicadas, maravilhosas, inspiradoras e responsáveis por todas as conquistas humanas, aos lugares, ao amor, às pessoas que sabem amar... amando.

Os autores.



AGRADECIMENTO

Nossos agradecimentos à vida, a todos que nos incentivaram a escrever este livro, pois, com certeza, ele tem no seu interior uma filigrana das fantasias, dos amores, das ilusões e frustrações dos sentimentos ocultos de cada um.

Os autores.

PREFÁCIO

Embevecido li "Poesia & Cia", delicioso livro de autoria de Sebastião Naves e José Alves de Andrade.

Encantaram-me os poemas que nele se encontram os quais devem ser lidos e relidos por quem aprecia obra literária.

Feliz foi o poeta Sebastião Naves em diversos poemas.

Seus versos são de amor, de ternura, de saudade, de dúvida, de angústia e de desilusão.

Eis alguns: "FAZER PRA QUÊ"

{Quando desiste de fazer uma canção}

" Mas...

fazer e fazer pra quê

se sou um grande fracasso

se não tenho mais o seu abraço

se não tenho mais VOCÊ!

SÓ NÓS DOIS

"E por toda parte

Para aonde vou

Em todo lugar onde estou

Tenho você, minha querida,

Comigo escondida.

Tenho você no coração".

Aparece o Poeta José Alves. Fala também de amor e de desilusão. E se assim não fosse, não teria sentimento, não poderia poetar.

Em FRAGMENTOS, diz ele:

"Nos escombros de um ser

Explodido pela desilusão

Restam ainda fragmentos

Que regeneram

E que fazem renascer

Uma nova vida".

.......


A vida é mesmo assim

Surpreendente.

Dá sempre uma nova oportunidade

Para se encontrar

A felicidade".

Pensa o poeta José Alves na imortalidade:

"Pode-se matar o homem

Da forma que quiser.

Ele é um ser racional

Mas não se pode matar

Nunca

Jamais

Sua esperança...

Seu sonho...

Suas idéias...

Seu ideal.

E José Alves continua a filosofar:

O QUE SERIA ?

"De uma vida sem outra vida

De um corpo sem alma

De um coração sem amor

De uma mente sem pensamentos".

Sublime é UMA DECLARAÇÃO DE AMOR

Amor ecológico

E pensando nas mães:

MÃE

"Ausente ou presente

lavrense, mineira, estrangeira

Você é maravilhosa".

Não posso referir-me a todos os poemas, porque assim fugiria à minha missão.

Tenho também de dizer algo sobre os poetas filhos de José Alves:

André Gustavo Pereira de Andrade, físico, com os poemas DE VERBOS...(Um esboço sobre as ações humanas) ações humanas) e O SILENCIO, e José Renato Pereira de Andrade, advogado, com os poemas BRISA E DESPERTAR, mostram a todos a sua inteligência e a sua sensibilidade.

Enriquecida está a literatura brasileira com este livro de poesia, pois esta, como já se disse, "é, em verdade, eterna como o mundo".

Wilson de Oliveira

(O professor Wilson de Oliveira é Membro do Conselho Superior da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, Doutor em Direito Civil, professor aposentado da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, tem publicado seis livros de direito e cinco de poesia).



FALTA MUITO?

A você, amigo ou amiga, que teve hoje a gentileza de adquirir este livro, que contém algumas poesias minhas, eu desejo que aprecie ou mesmo goste do que nele escrevi, porque é a sua avaliação que vai me dizer, de modo muito especial, o quanto ainda pode estar faltando para que eu possa me sentir bem perto de ser também.... POETA!

S. Naves

PARA NADA

Ele é o resto

de um resto humano

que em surdina e solidão

inquieto e desolado

ainda bate no coração

E ainda fervente

de amor e de desejos,

cheio de leveza de renda

e de lembranças de beijos

está só na quietude

da noite

E conversa muito

com a saudade.

É o poeta enamorado

que vai bebendo

em taça franjada de ouro

o restinho do vinho

dos seus sonhos.

E cheio de vazio

e de verde paixão,

comovido, teme embriagar-se

com a desilusão

funda, profunda

e desoladora...

E cala e chora

um choro doído...

E dorme e vai sonhar

mais, como sempre.

Como sempre, PARA NADA!

CASTELO VAZIO

Ele tem tanto tédio

que tem hora que para ele

até o tempo

para de passar

de tédio também.

E... nota, às vezes,

que a areia de sua vida

está passando muito depressa

para a ampulheta da morte.

E solitário na vida

está já ensaiando, parece,

para a solidão sem fim.

Ele sabe que a vida

nunca mais

lhe vai dar de volta

os mesmos sonhos

bonitos que viraram

FUMAÇA!

E ela, a sua amada, apesar de tudo, continua sendo o resto

da sua alegria de viver!

Seu coração é quase

um castelo vazio.

quase também

Uma festa que parou.

Quando está com ela

sorridente e mansa

fica querendo que o dia

pare de passar.

Quando acontece abraçá-la

sente um “que” de flor

com raro perfume

que só ele sabe a fragrância.

Ela ainda lhe transmite poesia e ternura.

E ele quer o seu amor

mesmo que seja em “conta gotas”!

ou em sonho fantasia!



POETA

O tempo

não existe

para a alma

do poeta.

Ele vive

o tempo todo

querendo renovar

o brilho das estrelas.

E... coitado...

Vai morrer querendo!



SOLIDÃO

Inquieto de coração,

dominado pela emoção,

ele tem raiva da distância

e da saudade

que o invade.

Alguém acabou

com a sua paz!

E sentindo o vento frio,

fica ainda mais inquieto

nesse vazio

que alguém o deixou

que sua alegria matou

e o encheu de solidão!

Agora ele sabe

que alguém matou

o seu coração

e que longe

muito longe

o enterrou!



FAZER PRA QUÊ!

Posso fazer uma oração

uma poesia

uma confissão

uma fantasia.

Posso fazer uma canção

um contato

uma abstração

um contrato.

Mas...

fazer e fazer pra quê,

se sou um grande fracasso

se não tenho mais o seu abraço

se não tenho mais VOCÊ!...



SAUDADE

Meio incoerência

certo e incerto

meio abandono

meio solidão...

Sensação!

sensação de magia

de euforia

de confusão.

Sou um eterno

livro de infância

de dias de alegrias

de aventuras de travessuras

e... de TERNURAS.!

Sou um pouco angústia.

Sou muito também

aquela sensação

que gente sente

de estar morrendo

de saudade

de alguém

que está sempre

junto da gente!



CONSOLO

Teu beijo de amor

que, parece,

nunca mais provarei

e que nem sei mais

o gosto que tem.

Você nem imagina

meu bem

o quanto com ele

já sonhei.

E... não vou parar

de sonhar!



UM SONHADOR

Não sou

nunca vi

e nem sei

se serei...

O que sei

o que estou sabendo

é que vou continuar

sempre assim:

sempre sendo...



CIRCO

Às vezes penso

em desembarcar

dos meus sonhos

mais bonitos

só pra sair

de vez

deste circo!

...Deste circo

dos aflitos!



AZAR

Ah!

se

eu

planto

sonhos

só colho

quimeras.

E...

se busco carinho

só encontro feras!



UMA ESMOLA

Para que não dilua

a névoa dos meus sonhos

mais bonitos

e não desapareça

o encanto

das minhas fantasias,

preciso, demais,

que apareça alguém

para me dar

uma esmola

de ilusão

e de fantasia!

Nem precisa

ser amor!



PROCURA

Temos todos

o direito

de buscar felicidade.

Não importam

as amarras

e...

muito menos

a idade.

Mas eu...

procurar agora

pra quê?



RECEIO

Tenho sempre

ímpetos

de arrancar

daquela roseira

aquela

rosa

rubra.

Mas...

receio

que seus espinhos

me firam a mão

e o coração.

Então... então...

o melhor mesmo

e esquecer

aquela linda

ROSA RUBRA!



SÓ NÓS DOIS

Ficar imaginando

nem é preciso

o quanto é complicado

o coração.

Às vezes ele parece

ter juízo

outras vezes

parece que não.

Mas não importa

nem um pouquinho

o que aconteça agora

ou depois,

desde que com você

eu esteja juntinho!

- Você e eu - só nós dois!

Que a você

eu devo esquecer

você quase me fala

quase me diz.

Mas eu não tenho

como escolher

entre amar você

ou ser infeliz.

Pois perdido ainda

de amor intenso

nem penso

no agora

nem no depois.

Só penso

num amor imenso:

- Você e eu - só nós dois!

E resisto e reajo e sonho!

Sonho com você me sorrindo

e ponho nesse sonho então

todo o encanto tamanho

de ter na minha a sua mão.

E faço assim

deste quarto, pois,

o quarto mais alegre

e lindo

tendo nele você linda

me sorrindo

e o mundo se resumindo

em você e eu - só nós dois!

Ah!, o silêncio

do meu quarto triste

a frieza de tudo

que nele existe

e que só tédio

e solidão me dá.

Consola-me porém

ficar pensando

que ainda tenho você

e somos dois!

E fico então

doido fantasiando

que tudo agora somos nós:

Você e eu - só nós dois!

E por toda a parte

para aonde vou

em todo lugar onde estou

tenho você minha querida

comigo escondida...

- Tenho você no coração!

E a minha solidão

de todo dia

não fica tão solitária

assim

porque por todo lado

que ela espia

vê você perto de mim.

Afinal, sou eu e você

e somos dois.

E o mundo...

Ah, meu bem... pra mim

o mundo

é você e eu - só nós dois!



TORTURA

Com o desejo

de tê-la

eu me torturo.

Na ânsia

de possuí-la

eu me acorrento.

E...

se na ânsia-desejo

eu me amarguro,

como suportar

esse tormento?



ME DEIXA SONHAR

Sei que não posso

forçar

que me abra

o seu coração.

Só que

não posso esperar

por um aceno

da tua mão!

Já esperei

mais do que podia

já sofri mais

do que agüento

já escondi

mais do que devia

esse amor

quase tormento.

Mas fazer o quê

meu amor

se você não quer

me querer?

Sofre calado

a minha dor

e meu amor

esconder?

Posso fazer isto

sofrendo

e até fingir

que sou feliz.

Mas estará sempre

sabendo

que estou

muito infeliz.

Descubra então

por favor

um jeito

um jeito qualquer

de tornar

meu doido amor

o menos triste

que puder...

É impossível para você?

Se for

me vai custar entender.

Mas ah! Como eu seria

feliz

se nos meus braços

a pudesse ter

toda amante

toda amada

assim como sempre

a quis.

Mas... não!

Não diga nada não.

Me deixa assim

na ilusão.

Porque é melhor

continuar

sonhando

com a esperança

de outra vez te ter

do que ter

de ficar

chorando

se de todo

te perder!



PODE ME DEIXAR

Eu a amo muito.

Uma vez mais confesso.

Você já sabe

e nem quer que eu repita.

Você é e sabe disso,

o amor que professo

Você é minha paixão

doida e bonita.

Mas meu amor,

não sei se mereço

que você fique assim

com medo e aflita.

Não tenho esse direito

eu reconheço.

Mas calar como,

esse amor que alto grita?

Pode me deixar!

Fico triste e mudo.

Mas você não vai

sair da minha vida.

Dela fará parte

apesar de tudo.

Me esqueça!

Pode me deixar sozinho.

Mas saiba

que minh’alma dolorida

vai sempre

por versos no seu

caminho!



O BEIJO

Pensando em você

eu sigo caminhando

esperando

um dia

o seu beijo ganhar.

Mas os dias passam

e eu vou esperando

porque afinal

só me resta esperar...

Ah, ilusão,

minha traiçoeira

companheira

que me alenta

o coração;

Eu juro que te daria

em troca desse beijo

que tanto, tanto, desejo

todo o amor que nunca escondi

todas as lembranças

que sempre guardei

todos os versos que escrevi

e todos os sonhos que sonhei!

mas...

por preço nenhum

ilusão

eu te daria

um instante sequer

e nem ao menos

um lampejo

do sensual

e carinhoso beijo

que desesperadamente

desejo

desse meu tormento

de mulher!



MORTAL VENENO

Aprendi

e não mais esqueci

a mensagem

quente da sua boca

e a linguagem

macia e morna

das suas pernas

- que deixavam as minhas

uma como louca

e as outras

tontas e frementes!

... E querendo

e implorando todas

o calor das suas

para juntas

roçar

o mais profundo

interior do seu mundo

e acordar nele

o cantinho fértil

onde dormita a semente

excitante que ainda

existe em você!

...E estou sempre esperando

com volúpia e carinho

que os seus seios

vibrantes livres e lindos

saltem do seu peito

e de modo perfeito

rocem doidamente

o meu corpo

e me carreguem

para junto da lua

me deitem em douradas nuvens

e me mostrem outros sóis

e desconhecidas estrelas!

Depois...

depois posso beber

sereno

numa taça de cristal

bem cheinha

todo o seu mortal

veneno!



VAZIO

Vivo afogado

no imenso vazio

da sua quase

total ausência.

E tudo que me rodeia

nada mais é

do que uma farandula

de figuras

e de sons

que fazem

do meu NADA

apenas um tédio

imenso, e, às vezes

um desespero

estranhamente

dolorido.


PRA QUÊ!

Posso fazer uma oração

uma poesia

uma confissão

uma fantasia.

Posso fazer uma canção

um contrato

uma abstração

um pacto.

Mas fazer e fazer

pra quê,

se sou um grande fracasso

se não tenho mais

o amor do seu abraço

se não tenho mais você!

E inquieto de coração,

dominado pela emoção,

tenho raiva da distância

e da saudade

que me invade.

Alguém acabou

com a minha alegria

e com a minha paz!

E sentindo o vento frio

fico ainda mais inquieto

nesse vazio

que me ficou

que minha defesa matou

e me encheu o coração

de solidão.

Ah! Agora eu sei meu coração!

Alguém o abandonou

ou então

o esqueceu

e nunca mais o procurou!



SONHADOR

O tempo não existe

para a alma do poeta.

Ele vive o tempo todo

querendo renovar

o brilho das estrelas...

E... coitado!

Vai morrer querendo!



FILOSOFANDO

A cada dia que passa

me prendo mais

a minha vida de monge

do Bem-Te-Vi,

sossegado retiro

de silêncio e meditação.

Medito muito

e muito

a respeito

da coisa nenhuma

de TUDO!



QUE PENA

Na solidão

converso muito

comigo mesmo.

E o eu de agora

E o eu de ontem

Soluçam juntos

Uma bela saudade do passado.

Outro pela cinzenta

Realidade do presente

Que escurece mais

A cada dia que passa.

E nenhum pensa mais

no futuro.

E isto é desolador!

Que pena!



SEPULTAMENTO

Vou sepultar no Bosque tudo o que é passado,

Vou cobrir de espinhos as lembranças das rosas.

- Já não posso mais ir ao jardim perfumado

ver aquelas roseiras floridas e viçosas

nas quais ele sempre colhia com cuidado

uma rosa já fria, mais linda e cheirosa.

Ah!... e ter de esquecer aquelas mãos pequenas

que segurei muitas vezes em horas mansas!

E por que meu Deus, bastou um desengano apenas

para matar tantas e tantas esperanças?...



A NOITE

A noite

é sempre um mistério.

Mistério que mexe comigo

provoca meus anseios

e é um castigo

que me tira do sério.

A noite

é também inspiração

é frio

é calor

é confronto.

A noite

tem um "quê" difuso

que me deixa confuso,

meio tonto

e sem ponto

de encontro.

Quantas vezes me perco

olhando o céu

coberto com um véu

feito de estrelas!

E... vou vagueando na lua

e no vazio da rua

perdido, extasiado

e a voz muda!

Quantas vezes!

Até perdi a conta...

A noite

provoca os meus sonhos

e os meus pensamentos.

E os Deuses noturnos

em silêncio

acordam os meus tormentos,

acendem uma chama

e a minha alma se inflama.

Agitam também meu coração

consomem a minha calma

e acabam com minha paz!

A noite

me faz perder os sentidos,

perder a noção de perigo

perder a quietação

perder o medo e a razão!

A noite

é para mim

um grande mistério!

Mas...

é também sedução

é magia

é emoção e é...Poesia!



QUERIA

Queria que a noite

não chegasse

tão cheia de saudade assim!

Queria que seus pensamentos

nem que fosse só

por alguns momentos

chegassem bem perto de mim.

Queria que minhas palavras

não se perdessem no vento.

Queria poder parar o tempo

só o tempo suficiente

para que fortemente

eu pudesse abraçar

e beijar

você!

Queria mesmo

que o tempo parasse

e que só andasse

quando eu o chamasse.

Queria também

que num instante

minha imagem

os seus olhos invadisse

para que no seu mundo

outra vez eu surgisse

e passasse a fazer

parte dele.

E... que seu coração

Lá bem no fundo dele

Ficasse querendo

Que eu voltasse correndo.

Mas tudo isto

Eu sei

É só QUERIA

Por que... Sei lá porque ?!

Só sei é que a noite vai

E que vem o dia

e eu não esqueço você.

Só me resta então

Consolar-me com a Lua

às estrelas

pedir proteção

E...

vagar perdido na rua

cheio de ansiedade

e de aflição

por viver pensando

-e até chorando-

que já fui

expulso

do seu

CORAÇÃO



MAS...

Você é para mim ainda

um céu azul

uma brisa suave

um sorriso iluminado

uma noite de lua cheia

uma constelação de estrelas.

O algo de misterioso

que a envolve agora

impressiona demais

a minha imaginação

ocupa todo o meu pensamento

e me faz escravo seu.

A sua presença enfim

me embevece

me inebria e

me entontece ainda.

A saudade que me fica de você

quando você se vai

continua dando encanto

à minha vida estimula

os meus sonhos

e o meu desejo de continuar

vivendo à espera

de outras horas de encantamento

e magia junto de você.

Você é para mim

enfim

um vergel florido

e perfumado,

soberbo e refulgente

de beleza que enche

de esperança o meu amanhã.

Que, afinal não vai ser

muito mais

que os meus ais

à espera de outro amanhecer

que me vai trazer mais um dia.

Mais um dia

que vai ser como sempre

cheio de doidas esperanças

de sentir ainda

num momento qualquer

como se fosse a realização

do meu mais lindo sonho:

um pouquinho

do seu calor

um pouquinho

do seu carinho

e um pouquinho

do seu amor!

Mas...



FOI O FIM

Eu...

embarcação

de velas rotas

à deriva

carregado de bonitas

lembranças

que estão fenecendo

que estão desaparecendo,

indo mar a fora

sem horizontes

e sem nenhuma esperança

de encontrar

um porto seguro

para ancorar.

Então ao léu, no mar,

sem rumo e sem destino,

só me vai restar

esperar

que de dentro

da minha esperança

iludida, tementida

e dos meus sonhos distantes

que foram meras quimeras

num breve e eterno instante

chegue turbulento

um forte e cortante vento

para levar

rumo ao desconhecido

e para nunca mais,

o que de mim

muito pouco restar!

E depois?

Ah! Sim...

Depois, depois...

Depois não tem

mais nada!

FOI O FIM!



AH! OS MEUS OLHOS!

Olhos que olham dia

que olham a noite

que tudo enxergam

com os mesmos desejos.

Olhos que esperam beijos

que brincam com as paisagens

e com as imagens.

Olhos cansados

de olhar estrelas

de olhar a lua

de olhar a rua...

Olhos cheios de dor

cheios de amor

e de estranha mistura

de alegria

de tristeza

e de fantasia.

Olhos que todo dia

vagam e divagam

quase mortos de saudades,

de ansiedade

e de esperanças

que nunca chegam!

Ah! Esses meus olhos!

Esses doidos olhos meus

que agora em desespero

e tão inquietos

estão querendo os teus

cada vez mais lindos

e cada vez mais perto!

Coitado dos meus olhos!



RUÍNA

Os meus pensamentos

já estão

com jeito

de extinção.

A impressão

que tenho agora

é que estou

cheio de abandonos

por dentro

e por fora.

Acho que não vai demorar

- e não adianta chorar -

para que eu

só amanheça

quando a noite chegar...

...Não aspiro mais nada

não espero coisa nenhuma

só suspiro desesperança!

Sinto que sou apenas

uma ruína

ou um vazio imenso!



É ISSO AÍ, BICHO!

Ele, o safado

cara de pau

é o tipo típico

do come quieto

do corta curto.

E quando

dá o ar da graça

é de topete em pé

é de sangue frio

é de boca cheia

é cuspindo longe.

Gosto dum bate papo

dum peito de vaca

dum rapa pé

e dum forrobodó.

Mas

tretô-relô

o pé de valsa

não cochila

e sai no tapa

no pontapé

no bate-pronto

e no que mais der!

E...

é um tempo quente

um Deus nos acuda!

É um corre-corre

que Deus me livre!

Caramba sô!


VAI FALANDO

Fala, não cala.

Fala, fala palavras

sem pensar

no que vai falar.

Vai falando,

falando, sem pensar

no que fala.

Fala, fala conexa

ou desconexa

mas fala!

Fala verdade,

fala mentira,

fala apenas fala

mas fala.

Fala, vai falando

parado ou andando.

Mas não cala!

Fala, fala e fala!

Fala bobagem,

fala besteira,

fala asneira

mas fala.

Não cala.

Fala, fala e fala.

Faça falando assim

como estou escrevendo.

Mas... Se você não

Está afim,

Pode me xingar!

Compreendo!



É SÓ ISTO SIM!

Essa relação afetuosa

que há entre nós dois

é para mim muito prazerosa

e encantadora.

Ela suaviza sim

a saudade de tudo

que ainda tenho

dentro de mim

e que tenho medo

de perder.

É uma relação gostosa

que desejo fosse mais íntima.

Ela é o calmante

para as minhas inquietações

é uma deliciosa ocupação

para o meu pensamento.

É para a minha vida

o alimento.

Essa relação de bem querer

é o lenitivo da minha solidão

e é o que ainda faz bater

o meu cansado coração.

Portanto...

me deixa continuar

me enganando.

Vê se não mata

o que me resta

de ilusão.

Finge, finge

que gosta de mim...

é só isto

é só isto sim!



VOCÊ!

Pensar em você

faz o enlevo

das minhas noites

de insônia

e de melancolia.

Você para mim

tem o encanto

e a magia

de um ninho

de passarinho.

Você tem uma estranha

originalidade cativante

que vive enclausurada

no oco do meu coração.

De você sai uma refulgência

especial, como se fosse um raro

diamante a reluzir.

Você me faz

perder o sentido

do que seja aventura,

fantasia ou realidade.

E isto é poesia!

Pois vivo tecendo

fantasia

para suportar

sem você

a minha vida vazia!



COM FUSÃO

Eis aí o seu deleite

uma “profunda” e mega poesia

que você tanto aprecia

para que você aceite

ou rejeite.

É feita de pluma

e de perfumada espuma

com enfeite

de verde musgo

que rebrilha

e com sabor

de salsa

ou de salsaparilha.

É poesia com jeito

de amor desfeito

de amor vincado

passado a limpo

e para ser depois dobrado

para ser esquecido

e abandonado.

Enfim uma nova

e nívea poética,

cheia de velozes zéfiros

e de estóica estética

com enfeites de pasmos,

de lindos virentes

e de dolentes espasmos!

O pobre vate

que acabara de escapar

dum enfarte

sem querer

e sem saber

foi enfeitando todo

de escuros e pesados tons,

bebendo ou sorvendo

sozinho ou só

a frieza da dura amargura

de tanta tristeza

de um jeito de causar dó!

E por isto então

e lembrando-se de você

que tem n’alma uma liba

e que com versos defira,

ele com a maior alegria

dedica a você

esta quase Pó e Sai.

Que então agora

você coração

cheio de emoção

de bondade

e de piedade

delire

e dê lírios brancos

de amor tecidos

a vate que desolado

tudo e tanto verteu

calado, quieto

e cheio de medo.

Mas desolado ele indaga:

E para quê?

E concluiu sem alegria

e com melancolia

que tudo foi para

coisa nenhuma...

Coisa nenhuma

que afinal

é em suma

o TODO DE TUDO

somado!

Ô coitado...



INQUIETUDE

Ao olhar o céu à noite

- noite bela

e cheia de estrelas,

sinto a cada momento

um frio vento

brincando com meus cabelos.

E, só então percebo a inquietação

que à noite me traz.

E inquieto fico

de corpo e alma

sob a luz

da lua calma

dominado

e assustado

com o tempo que passou

e que quase tudo levou!

Alguém com certeza

roubou a minha paz!

E olhando a rua

deserta e nua

quase não suporto mais

a inquietação,

a desolação,

que me traz

a solidão!

E quase em oração

e com aflição

peço murmurando

e soluçando:

Agüente mais um pouco

velho e cansado coração!

Só um pouquinho mais!...



ETÉREA VISÃO

Agora

só tenho etérea visão

de saudades e de sonhos...

no meu coração cansado

o passado

que era tudo

está morto,

está mudo!

Tudo passou

tudo acabou.

E dolorosamente

tenho de concluir

que do palco

preciso mesmo sair.

Tenho de sair

porque percebi

que não adianta

coisa nenhuma

continuar

ou ficar

esgrimindo

nem acordado

nem dormindo

contra o anárquico

e o isofórmico

que domina este mundo

imundo,

no qual impera

e nos desespera

os temperamentos

pendulares nojentos,

anárquicos,

paroquixicos

e maquiavélicos.

Percebe-se já por toda parte

um sujo fogo triádico

de níveis terríveis, infernais

que não se imaginava

pudesse haver jamais!

Há por toda parte

por todo canto

para o nosso desencanto

uma nova epigenese mental

tão sutil, subjetiva e infernal

tão extremamente entrópica

que destrói ou mata

todas as crenças nas atividades

reflexivas, mesmo exóticas

que asfixiam as tendências

para as aventuras antropológicas

e filogenéticas

de dimensão social e cósmica.

E... as tendências

de tentativas e de atividades

neológicas, no rumo

de um processo cognitivo

ficam estereotipadas

e se tornam uma espécie

de confrontação dialética

um processo neurorístico

sem estética,

incognoscente

e... até inconveniente.

Enfim, um processo

de endoculturação

que queiramos ou não

vai urdindo

de forma constante

e avassalante

fluxogramas tão instrumentalizados

tão cosmicamente evoluídos

e anarquizados

que fossilizam

a cosmo-visão

de tal forma que tristemente

coitados,

vamos recebendo indiferentes

violentos socos no nariz

e lindas cusparadas no carão!

Que coisa amigão!

Tem jeito não?



INSTANTES

Por alguns “instantes”

vivi uma história perfeita

feita por suas mãos

por seus gestos

por seu coração

por seu amor

por seu calor

por seu sorriso

por seu carinho.

Você colocou o chão

sob os meus pés

me protegeu das tormentas

e acabou com minha solidão.

Com você acabaram

as minhas fantasias

porque você ficou sendo

a minha poesia

feita e perfeita.

Aprendi com o seu mundo,

cresci com o seu carinho,

encontrei o meu caminho

e enchi de paz a minha alma.

Por alguns instantes

fui o seu sol

o seu príncipe

o seu par

o seu altar.

Mas os “instantes”

passaram velozes demais!

E eu fiquei só outra vez!...

E... agora é consolar!

Ninguém me mandou sonhar.

Então agora é mesmo me consolar

e parar

de rir,

de sonhar

de chorar!

Tudo até parece

só foi instantes!



ADEUS ANO VELHO

No dia em que você se vai deste mundo para nunca mais voltar; no dia em que você é banido e se vai injuriado e debaixo de apupos dos ingratos que desejaram e que agora festejam a sua morte e o seu sepultamento, eu quero, meu velho amigo, que compreensivo e paciente compartilhou das minhas dores e das minhas insônias, que discreto partilhou das minhas alegrias e dos meus triunfos, eu quero, repito, nesse dia em que você se vê abandonado, ao estender-lhe a minha mão amiga, num gesto de carinho e de solidariedade, dizer-lhe que não estou pensando da mesma forma que essa gente ingrata que a noite da sua morte, por toda parte, está pelas ruas, pelos salões de festas, pelos bares ou em casa, festejando com foguetes e champanha o seu desaparecimento, esquecida de que você, no mínimo, conservou-lhe a vida.

Eu, ao contrário, meu companheiro de 365 dias de incertezas e de medo do amanhã, estou triste e lamentando a nossa separação. E quero que você saiba, desprezado companheiro, que agora, quando você está partindo para sempre e para nunca mais, que enquanto eu aqui estiver, vou sentir saudades de você. E saiba também meu amigo 2001 que não vou dar “vivas” ao que o expulsa e lhe toma o lugar. Afinal, eu nem posso saber se ele vai querer conviver comigo... Ele pode até querer me matar!

De uma coisa, porém, eu e você podemos estar certos: ele também vai morrer no fim do ano e os homens, hoje ingratos com você, serão também ingratos com ele. Não se aborreça, portanto, amigo velho. Os homens são assim mesmo... Vá com a certeza de que pelo menos eu fiquei pensando em você. Vá e não olhe para traz. Adeus!



NOSSA RÁDIO 66

Que alegria

Você ouviu?!

kalifa.

Você ouviu?!

Você ouviu?!

Você ouviu esta noite a Rádio de Lavras? Sim, era isto o que todo mundo perguntava uns aos outros no dia seguinte ao da primeira irradiação experimental. – Eu ouvi da meia noite até às 3, dizia um. – Eu peguei só até às 2, comentava outro. – E eu levantei de madrugada para escutar! Falava outro triunfalmente! E todos escutamos e todos fazíamos questão de manifestar! E em todos notava-se uma grande satisfação, muita alegria! Estávamos – como diria o Eça – babando, lambuzados de contentamento com o excepcional acontecimento. Eça, pra nós, não era para menos, pois diacho, não é que a gente ficou mesmo arrebatado de contente quando o Cidão anunciou: “Estão ouvindo a Rádio Cultura D’Oeste, diretamente dos seus estúdios, à Rua Rio Branco 299, na cidade de Lavras, Estado de Minas Gerais!” Sim, senhor! O orgulhozinho regional da gente se arrebitou todo! A gente ficou envaidecido mesmo! Então saber que em nossa cidade há uma emissora, não é lá qualquer coisa de formidável? É sim! Ora essa!

É importante! Dá imponência! Faz inveja!

E... quando a gente deixa de brincadeira e olha o Rádio por um prisma mais objetivo, quando atentamos para as suas verdadeiras finalidades, quando pensamos na infinidade e na variedade de benefícios que o Rádio oferece à coletividade, quando pensamos em tudo isto, então... então... é mesmo para entusiasmar! Porque... ter uma Estação de Rádio!... “sabe lá o que é isto!”


CARO AMIGO(A).

Nascemos por amor

Por amor vivemos

Existimos por amor

Por amor morremos.

Ame... ame... continue amando sempre.

José Alves de Andrade


O CANTO

Neste pequeno canto

De tantos encantos

Cintilam palavras de significados mil

Arquitetam sonhos

Espalham detalhes

Trazem saudade

Renovam esperanças

Revivem felicidade

Para enfeitar os recantos deste canto.

Sua porta de entrada

É emoldurada por pura imaginação.

Seu interior

Recoberto de talentos e sentimentos do coração.

É um canto acolhedor.

Lugar íntimo, elegante, cheio de graça

Onde a inspiração faz,

Em um outro canto, quase esquecido,

A poesia nascer e florescer.

Com meu canto sem pranto

Ocupo um dos cantos

Deste pequeno canto

Cubro de fantasia

O que vejo, o que sinto, o que escrevo

Por rima, métrica e poesia.



OPORTUNIDADE

Nesse silêncio interior

Vivo meu próprio isolamento espiritual.

Sua ausência

Envolve-me num manto de solidão

Faz-me sentir a presença do vazio

E o desalento no coração.

Entre tantas pessoas

Sinto-me um exilado

Um ser infinitamente solitário

Com pensamentos e sentimentos

Repletos de imaginação.

Sua lembrança me acompanha

Vejo você

Sinto uma sensação excitante que me fascina

Meu coração acelera-se

Meus olhos iluminam-se

Minha boca emudece

Minha alma alegra-se

Não há como ficar insensível diante de tamanha beleza.

Seu poder de sedução

Maravilha-me

Estou radiante.

Por vezes

Murmuro suas palavras de recusa

Mas

Vejo em seu rosto

Uma luz refletindo o contrário do que diz

Vejo receio de quem quer amar

E tem medo de fazê-lo pelo que passou.

Vejo delicadeza, ternura, paixão

Vejo uma fonte inesgotável de amor a jorrar

Fazendo florescer num coração solitário

A felicidade.

Não censuro

A vida e as pessoas

São mesmo cheias de mistérios, de enigmas, de sonhos

Desvendá-los

É nossa busca para encontrar a felicidade.

Nesse tempo sem fim

Não vejo distância

Não vejo impedimento a nos separar

Sinto apenas no coração

Uma oportunidade para amar.



LINHA DIVISÓRIA

Vivemos sobre uma linha

na fuga do seu traçado

a consciência nos censura

a sociedade nos cobra.

Os extremos estão fixados

de um lado

a vida

do outro

a morte

o bem

o mal

o certo

o errado

o amor

o ódio.

O livre arbítrio

é nosso juízo de razão

fazer ou não fazer

depende de nós.

Entre extremos

limites

sob conflitos

alternância de

atos, pensamentos,

acertos e erros

vivemos nossa vida

sobre a linha divisória

atrás dos sonhos que acalentamos.


SEGREDO

Penso

Penso mil coisas

Viajo

Construo sonhos

Vejo o inatingível e,

Como que por encanto,

Ali está você

Falo-lhe da vida

De amor

Falo-lhe de você para você

Tocando-lhe

Acariciando

Beijando

Amando

Curtindo-lhe

Sem impedimento

Sem limite

Sem medo

Na imaginação

Que viaja na ilusão

E que me faz feliz

Vivendo você

Em silêncio

No segredo

Da mente.


FRAGMENTOS

Nos escombros de um ser

Explodido pela desilusão

Restam ainda fragmentos

Que regeneram

E fazem renascer

Uma nova vida.

Vão-se as tristezas,

os desencontros

Vem o esquecimento

E, de repente,

Chega você.

É retorno

É recomeço.

É extraordinário

Sentir novamente

As delícias do viver

Os sonhos recônditos

Os projetos de ventura

A vida é mesmo assim...

Surpreendente.

Dá sempre uma nova oportunidade

Para se encontrar a felicidade.



MINHA PEQUENA

Vale a pena sonhar

Vale a pena te encontrar

Vale a pena contigo se encantar

Vale a pena conversar

Vale a pena te escutar

Vale a pena te falar

Vale a pena sorrir

Vale a pena chorar

Vale a pena em ti acreditar.

Tudo vale a pena.

Vale a pena te esperar

Vale a pena te visitar

Vale a pena te adorar

Tudo vale a pena.

Vale a pena viver

Vale a pena te ver

Vale a pena te querer

Vale a pena sentir prazer

Vale a pena não te esquecer

Vale a pena te dizer:

Na vida,

Como escreve o poeta

“Tudo vale a pena

Quando a alma não é pequena”.



ILUSÃO

Seduzido pelo seu olhar

Pelo seu sorriso

Pelo seu jeito de falar

Pelo seu jeito de andar

Vivo momentos de delírio

Devaneio

Mergulho-me em sonhos

E como magia

Você ali está.

Encantando-me a cada instante

Fazendo-me sentir

A felicidade

De repente

Como chuvas de verão

Como nuvens que se dissipam

Como a brisa que passa

Você se vai.

Seduzido por você

Continuo a sonhar.



SUAVIDADE

A suavidade

De seu olhar,

Do seu sorriso

Do seu toque

É como uma brisa

Em dia de verão

Tocando meu corpo

Tateando meu rosto

Embalando você

Dentro de meu coração.

Sua fala mansa

canta

Minha alma alcança

Aumenta a esperança

Que se agiganta

E se encanta.

Com você

Oh!

Minha Santa.



ESQUINA 777

Esquina dos encontros

de ruas e praças

de pessoas que se cruzam

do ontem com o hoje

do antes com o depois.

Esquina da imaginação

onde as musas se adornam

se enfeitam e se elegem

as mais belas.

Esquina das maquiagens e fragrâncias

das delícias

dos desejos, das vontades

dos sonhos e da vaidade feminina.

Esquina da inspiração

da sensualidade

do prazer

da descoberta

onde faz renascer nas mulheres

a alegria de viver.



DOUTOR

Venho fazer uma consulta.

Aparentemente nada sinto

Mas, internamente algo me molesta

Meu coração está doente

A pressão descompensada

E a temperatura em desequilíbrio.

Confesso.

Não sei o que é.

Faça um exame completo, doutor.

Use seu estetoscópio

Ausculte meu peito.

Com o aparelho veja a pressão

Aproveite, tire a temperatura

E, se necessário

Peça RX, exames laboratoriais e computadorizados.

Penso que meu mal

É causado pelo microorganismo da saudade

Que invadiu o meu coração

E nele se instalou

Parasitando-o

Não sei.

Diagnostique, doutor.

Seja certeiro e preciso

Minha vida depende do seu saber

Receite

Do receituário tomarei todos os medicamentos

Exceto, os resistentes como:

antibióticos, sulfas e antitérmicos

Que, acredito

São impotentes contra o meu mal.

Os sensíveis, sim.

Tomarei todos.

À noite

Uma dose de elixir do amor

Para ver entre as estrelas, uma especial...

Pela manhã

Uma colher de esperança

Para sentir em cada nascer do sol

Um novo amanhecer, um novo prazer

E, de hora em hora

Ou todas vezes que a dor se manifestar

Uma drágea de doces lembranças

Para

A saudade matar.



O IMORTAL

Pode-se matar a fome...

Pode-se matar a sede...

Pode-se matar uma vontade...

Pode-se matar uma saudade...

Pode-se até matar o homem

Que não há outro igual.

Mas não se pode matar

Sua esperança...

Seu sonho...

Suas idéias...

Seu ideal.

O homem é imortal:

Pela bandeira que ergue

Por seus atos

Por suas palavras

Por suas ações

Por seus pensamentos

Pelo que escreve

Por suas obras.

Pode-se até matar o homem

Da forma que quiser

Ele é um ser racional

Mas não se pode matar

Nunca

Jamais

Sua esperança...

Seu sonho...

Suas idéias...

Seu ideal.



PASSEIO

A noite estava linda

Na estrada

O carro corria quase a deriva

A música suave

Quebrava o silêncio

E entre um olhar e outro

Apenas o sorriso

Nenhuma palavra

A madrugada chegava de mansinho

Um querer sem saber

Faz o carro parar

A gente se aproximar

A se tocar

Emocionar

Acontecer

No horizonte, os primeiros raios de luz

Anunciam o amanhecer

Hora de se separar

O vazio apodera-se do momento

Vem a despedida

Com ela, a espera

De uma outra noite

Para se amar.



VOCÊ

Nos meandros da vida

Em um ponto qualquer

Valendo-se da graça e beleza que Deus lhe deu

Você ainda vive presente

Voando através do pensamento

Leve como plumas ao ar

Em busca de um campo de pouso

Revelando esperança, amor

Iluminando o trilhar de uma vida

Amando cada dia, cada noite e o tempo.

Cabelos encaracolados

Secos ou molhados

Esvoaçantes ao vento

Rosto moreno, queimado de sol

Narizinho arrebitado

Corpo esguio de andar elegante

Cabeça feita, corpo perfeito

Sem sentir, sem saber

Interfere na vida de alguém.

Nos meandros da vida

Em um ponto qualquer

Você chegou.



O QUE SERIA ?

De uma vida sem outra vida

De um corpo sem alma

De um coração sem amor

De uma mente sem pensamentos

O QUE SERIA ?

De um rio sem água

De um céu sem estrelas

De um rosto sem sorriso

De um tempo sem tempo

O QUE SERIA ?

Da visão sem os olhos

Das palavras sem a boca

Do som sem os ouvidos

Do abraço sem os braços

O QUE SERIA ?

De mim sem você ?

SERIA...

Solidão

Silêncio

Vazio

Seria nada

Seria só

Um corpo sem vida.



COMO ESQUECER

Você está presente

Na noite que chega

No dia que vai

Na aparência de universitária

Na meiguice de quem fala com suavidade

Na beleza da juventude

Na inteligência de quem é sábio

Na arte de ouvir, de participar

COMO ESQUECER

Se lembro seu jeito de ser

Se vejo seu andar de menina

Se guardo seu olhar

Se ouço sua voz

Se sinto seu calor

Se você está dentro de mim

Se sou seu prisioneiro

COMO ESQUECER

Tento

Mas é inútil

Você embaralhou minha cabeça

Confundiu meu coração

E agora

Não sei o que fazer

COMO ESQUECER ?



AUSÊNCIA

A distância

É prova

É teste

Viver longe é o mesmo que

Amar a lua sem tocá-la

Ver o infinito sem encontrá-lo

Falar de amor sem amar

O tempo não pára

A saudade aumenta

E você não está

Distância

Ausência

Espaço vazio

Procuro e não vejo

A não ser você

Dentro de mim.



DESPEDIDA

Despedimo-nos sempre

e cada vez

nosso ser é invadido por um vazio

por um sentimento de ausência

propiciando-nos saudade.

Não fomos e não estamos

preparados para despedidas

essas são sempre difíceis, doídas

machucam e deixam marcas

que só o tempo pode cicatrizar.

Sabemos

a cada momento partimos

retornar, certeza não temos

apenas aguardamos acontecer

porque nas despedidas paira sempre

a esperança da volta.

Mais uma vez está o tempo a nos comandar

bom, vamos nos despedir

até breve

nos encontraremos

pelos caminhos do mundo.



PASSAGEM

Viver é uma arte.

Viver é amar, é servir, é sofrer

É sentir as alegrias, as tristezas

É lutar, é ter uma razão para existir

É procurar encontrar o sentido da vida

E a morte vencer.

Morte

Mistério da vida

Enigma desconhecido

Gerador de pânico, de dor

Que um dia virá

Para o corpo descansar

E a matéria transformar

Enquanto isso

Viver, viver, viver

Satisfazer-se neste planeta encantador

Verdadeiro espetáculo cósmico

Obstáculos vencer

Chorar, sorrir

Bem querer.

Um dia, quando ela tiver que vir

A vida material que se ama em delírio

A que tanto se apegam

Se extinguirá

Deixando na terra

Sua herança genética

Levando para o criador

A grandeza infinita da eternidade



ESPELHO D'ÁGUA

De repente

Como que num passe de mágica

Bem à frente de nossos olhos

Estava o lago dos encantos

Refletindo imagens alucinantes

Da natureza a nos inebriar.

Um visual lindo

De perto e de longe

Reproduzindo o real e o irreal

Tão bonito

Que imaginávamos

Não haver um outro igual.

Em harmonia com aquele

A beleza de seu corpo perfeito

A suavidade de seu rosto lindo

Sorrindo

Beleza a admirar

Olhos a brilhar

Boca a falar

Fazendo a gente se encantar

Com vontade de amar.

De volta, no caminho

Passagens entre ciprestes

E num cantinho escondido

Um ninho cor de rosa, aconchegante

A nos esperar

Para um sonho realizar.

Veio a noite

Na cidade

Cenas presenciou

Dores causou

O encanto levou

Lembranças deixou

Daquela tarde de quem tanto se emocionou, amou

No esplendor do Espelho D'Água

Daquele lindo lago do amor.



MANHÃ DE VERÃO

Silenciosamente,

Contemplava numa manhã de verão

À beira rio

Um remanso de águas calmas

Transformado em praia

Velado por paredões rochosos

E, ali, está você

A sorrir, a falar, a nadar.

Céu completamente azul

Sol a brilhar

Árvores tombadas

Seus galhos a água beijar

Vento a ventar

Seu corpo de formas perfeitas

Todo molhado

Estendido na areia

Estava a secar.

Admirando você

Naquela manhã de verão

Tomando banho de sol

Desejei abraçá-la, tocá-la

Falar do meu amor, da minha saudade

Mas, você, não sei porque

Sem nada dizer

Deixou-me apenas

Contemplar e admirá-la

Silenciosamente.



ADEUS

Ausência

Pensamentos perturbados

Coração partido

Mente e corpo em desarmonia.

Chorar para que

Quem ama não abandona

Não esquece

Não faz o outro sofrer

Se cuidar?

Qual a razão?

Se se perde o amor

Se se perde o sentido da vida

Se se sente só, abandonado.

O amor

Não se mata

Não se arranca do coração

Não se destrói com um adeus

Porque ele vive

E sua lembrança

É sua testemunha

Na saudade.



TELEFONE

Ouço o telefone tocar

Como de costume

Atendo.

Ecoa em meus ouvidos

O som de uma voz

Que há muito não ouvia.

Que alegria !

É você a falar

A recordar

E saudade matar.

Não dá para acreditar

Depois de tanto tempo

Depois de tanta ausência

O bom mesmo

É sentir sua presença

E ficar a lhe escutar.

Por anos

Seguimos caminhos diferentes

Construímos nossas vidas

Mas nunca ficamos distantes

Porque nossos pensamentos

Estiveram sempre presentes.

Neste lampejo

Voltar ao passado

Rever pessoas, lugares

É repetir, é reencontrar a felicidade

De um tempo que ficou guardado.



PASSEAR

Passear é sair por aí, olhar

Respirar ares diferentes

Estontear-se com as paisagens

Sem ter nenhuma vontade de voltar.

Passear é sentir emoção

É embriagar-se com tudo

Sonhar, acordar

É ouvir a voz do coração.

Passear é notar o tempo passar

Ver você sorrir,

Ouvir você falar

Sentir o seu tocar

E o tempo não poder segurar.

A estrada é nosso destino

A velocidade, nossa companheira

As fantasias, nossos desejos

A felicidade nossa busca .



A VOZ DO VENTO

Chegando ao Sítio Bem-Te-Vi

Recanto do poeta

Fascina-nos a beleza do lugar.

É a natureza a nos falar

São árvores, arbustos, flores coloridas

Lago, piscina, quadra de esporte, pomar

Pássaros a voar

Bem-te-vi a cantar.

Na varanda

Ouvindo a voz do vento

Vivendo um tempo que é só seu

Está você todo sorridente.

Lembranças chegam

Saudades afloram

Coração se alegra

Olhos brilham.

É o tempo presente

Dentro do tempo, tempo

Anunciando você

Cheio de vida

Repleto de boas recordações

Poesias a fazer.

Você, poeta,

Emociona a todos

Toca a sensibilidade das pessoas

Faz com que elas se sintam felizes.

Você é muito gente

Amigo e companheiro.



AMOR PROIBIDO

A cada momento meus olhos buscam os seus

A cada instante vejo seu sorriso, no meu

A cada segundo vivo a encontrar

Sua vida, na minha

Meu corpo, no seu

A se completar.

Seus olhos brilham

Refletem a vida

Falam de você

Da sua intimidade.

O brilho deles é como o brilho do sol

Representa vida

Sem este não há como viver

A vida fica sem vida.

Seu corpo é uma linda escultura

De formas delineadas

Delicado, de cútis macia, aveludada

Esculpida pelas mãos do Senhor

Você é vida, amor, beleza

Você é paixão e minha riqueza.



VAZIO

Você partiu

Saudades deixou.

Os dias vão passando, passando

E meus pensamentos estão em você.

Recordo a cada momento

Nossos encontros

Revivo a cada segundo

Nosso amor eterno.

Aqui, fico a imaginar você aí

Deslumbrada com tantas visões

Praias

Céu e mar azul

Com ondas a beijar

Sol a brilhar e seu corpo bronzear.

O telefone chama.

Atendo.

É você a falar

E a saudade matar.

Volte.

Venha depressa

Desejo vê-la, tocá-la, amá-la

Meu grude, meu amor infinito.



SAUDADE

Como conter sentimentos

Sua ausência bate forte

Me faz reviver momentos inesquecíveis

De prazer, alegria, amor.

Sua ausência é doída

Me entristece

Me faz chorar de emoção

Machuca meu coração.

Vendo-a andar pela cidade

De dia, à noite

A pé, ou de ônibus

Só ou acompanhada

Vigiada, sem liberdade

Me mata de saudade.

Meu desejo é tocá-la, amá-la

Venha, abrace-me, entregue-se

Vamos viver nosso amor

Naquele ninho acolhedor.



UMA DECLARAÇÃO DE AMOR

Quisera ser o sol, para seu corpo aquecer

o vento, para seu corpo tocar

a chuva, para seu corpo molhar.

Quisera ser as flores coloridas

para seu corpo enfeitar

os pássaros, para sua beleza cantar.

Quisera ser as estrelas, a lua,

para à noite, seu corpo iluminar.

Quisera nos meandros deste lindo e deslumbrante corpo,

no todo exposto ao tempo

cativo às intempéries

exalando perfumes

exibindo seus encantos

entre curvas, altos e baixos

produzido com matizes cambiantes

trazidas nas nuanças das estações

nesta ornamentação perfeita

onde a natureza revela aos olhos de todos

transparências, cores, belezas e visões mil

num espetáculo a contemplar,

SERPENTEAR em suas ondulações e dizer:

Você é linda,

Amo você.

Quisera sempre com meus olhos admirá-la

Altaneira, imponente,

Com meus ouvidos captar

o som das águas percorrendo seu corpo

a brisa sussurrando entre as folhas

das árvores e arbustos

o orquestrado canto dos pássaros

ecoando sinfonias.

Quisera com meus pés em chinelos aveludados

percorrer suas entranhas

com minhas mãos tocá-la, acariciá-la, senti-la.

Quisera com minha voz bradar aos quatro ventos

Amo você

OH ! SERRA DA BOCAINA

E, com meu coração

entregar-lhe todo meu

AMOR ECOLÓGICO.




MÃE

Mãe, Mamma, Madre, Mother, Mère, Mutter,...

Em todos os idiomas

Em todos os tempos

Em todos os lugares

A cada instante, a cada fração de segundo

A palavra mãe é invocada.

Mãe que em momento mágico e sublime

Dá à vida, uma nova vida.

Amamenta, troca fraldas, alimenta,

Se preocupa,

Passa noites acordada

Canta canções de ninar

Sonha com o futuro.

Mãe que acode quando o filho se machuca

Quando vem as doenças,

As dores de barriga, de dente, de cabeça

A febre, os apertos do dia-a-dia.

Mãe que entende as manhas

Orienta nos estudos

Que sofre, que se alegra

Que está ali, firme e decidida

Com seu jeito alegre, cheia de energia, coragem

Cumprindo sua missão de anjo da guarda.

Seja em que idade for

É emocionante ver o filho buscando a mãe

É extraordinário ver e sentir

O exemplo de doação, de partilha, de amor

Sem nada pedir em troca.

Mãe é mesmo um talismã

Uma porta sempre aberta

Uma fonte inesgotável de amor

Embora sabendo serem os filhos

Apenas um pouco seus

E cada vez mais, filhos do mundo.

Mãe,

Mulher meiga, feminina, delicada, chique

Não importam os tons vocálicos

Os idiomas falados, ou o tempo

Ela enche a vida de emoções, de esperança

Mãe,

Suas palavras, seus ensinamentos

São perenes.

O gosto delicioso dos alimentos que faz

Inesquecível.

A companhia, o carinho, o amor,

A ternura, a entrega, o aconchego de todas as horas,

Insubstituíveis.

Mãe,

Ausente ou presente

Lavrense, mineira, brasileira ou estrangeira

Você é maravilhosa.



SER CRIANÇA

É nascer do amor

receber a graça de Deus

ter o dom da vida

e a candura de uma alma pura.

SER CRIANÇA

É viver inocentemente

com singeleza no olhar

sem hipocrisia, sem falsidade

e a felicidade encontrar.

SER CRIANÇA

É ter esperança

quebrar barreiras

unir pessoas, sentimentos

fazer encantamentos.

SER CRIANÇA

É brincar de pique, de roda

pular amarelinha, passar anel

trocar figurinha, bater tapão,

jogar bolinha de gude, futebol, rodar pião,

soltar pipas, estourar traques, andar de trole,

brincar de casinha, de bonecas, construir castelos na areia, andar descalço na enxurrada, tomar refrigerante, comer algodão doce, chupar pirulito, picolé, comer chocolate,

lambuzar o rosto, as mãos, a roupa,

se machucar, ficar doente,

acordar a noite, ir para a cama dos pais

chorar, sorrir, fazer birra.

SER CRIANÇA

É amar e viver a vida

de uma forma diferente

sem maldade, sem ambivalência,

sem segundas intenções, sem violência.

SER CRIANÇA

É viver a vida inteira

conhecendo a magia da vida

com simplicidade, com amor

sentindo seus encantos.

SER CRIANÇA

É sorrir para a vida com esperança

sendo adulto,

com uma alma de criança.

SONHOS - DEVANEIOS

O homem acalenta desejos infinitos

Na sua mente, no seu coração.

São os sonhos da imaginação

Que duram a vida inteira.

Mas que com ela, não se confundem

Porque o tempo a ela envelhece

E, eles, não.

Os sonhos são inexplicáveis,

Mas, compreensíveis

Fazem parte da espécie humana

Que pode senti-los, compreendê-los.

Fossem fatos da natureza

Seriam decifrados

Teriam explicações

Mas como são subjetivos

Não há como explicá-los.

Os sonhos - os devaneios

São abstrações

Como figuras

Num caleidoscópio

Buscando significado

Para revelar ao ser, enquanto ser

Na sua interpretação

À razão de seu existir.



RAIO DE SOL

O brilho de seus olhos é lindo

Lindo como a beleza dos raios solares

Numa manhã de inverno, em meio ao nevoeiro

Adentrando frestas de árvores

Como gotículas de chuva prismando no ar

Em tardes de verão, transformando-se no arco-íris

Ou, então, desabrochando-se como um botão de flor.

A gente fica fascinado, apaixonado

Querendo capturar e guardar para sempre no coração.

Seus olhos falam de sua intimidade

Falam da sua vida

Dos seus encantos

Dos seus segredos guardados

Falam do amor que reside dentro de você

Da sua ternura, da sua paixão, da sua sensibilidade.

Seu rosto meigo resplandece suavidade

Sua boca de lábios rosados é fascinante

Seu andar elegante, enfeitiça

Seu corpo bonito, mostra toda sua exterioridade.

Nos seus olhos vejo o reflexo dos meus

A procura dos seus.




RETROVISOR

Desejava chamar, gritar

Mas você se afastava mais e mais

E sua imagem se perdia no horizonte.

Na visão do espelho retrovisor

Era um dia como os outros

Apenas o sol não apareceu

E, com isso, a tristeza chegou

Deixando no olhar, a solidão estampada.

Foi quando de repente, sobre a face

Uma lágrima rolou

Apenas uma, e a suficiente para deixar

Ainda mais enternecido um coração

Dilacerado pela separação.

Sem me desesperar, perdido no tempo

Levantei o olhar uma vez mais

Quase que num suspiro final

Para buscar sua imagem que se perdia

E se confundia na distância, com o vazio.

Já não mais existia,

Parecia uma miragem, uma fantasia

Você se foi, deixando apenas saudade

Saudade que machuca

Saudade que dói

Saudade que me faz lembrar

Os dias e as noites que juntos passamos

Os lugares, as músicas, as palavras

Os momentos eternos

Saudade que me faz lembrar você.



O TEMPO

Quantas horas ?

Imaginemos o tempo

Na nossa mente

Imaginemos o tempo

Dentro do tempo

Ele um tempo dinâmico

Segundo, minuto, hora, dia, mês, ano, século

É um tempo correndo dentro do tempo

Sem parar o tempo

Passa o dia, vem a noite

Inicia, finda o ano

E o tempo continua correndo

Sem parar

Na imaginação

Imaginemos o tempo

Imaginemos nós dentro desse tempo

O tempo se foi

E, com ele, nós

O tempo corre

Correr para que

Se ele corre por nós.

Que horas são ?



ENCONTRO

Ontem, hoje e sempre

Encontros.

Encontros de amigos

Encontros de palavras

Encontros de alegria

Encontros de tristeza

Encontros de felicidade

Encontros da vida.

Portas e janelas abertas

Haverá sempre entradas e saídas

Chegadas e partidas

Permitindo encontros

De vontades, sonhos, desejos

Do dia com a noite

Do ontem com o hoje

Do hoje com o amanhã.

São encontros

Do tudo e de todos

Dos rios com os mares

Do sorriso com os lábios

Dos olhos com os olhares

Do amor com o coração.




CASO FORTUITO

Neste universo

De oceanos, céu, ventos, solo

De milhares de seres, objetos

É engraçado a força que as coisas têm

Elas se cruzam, se isolam, se misturam

E,

De repente

Sem o quê nem porquê

Na dimensão menor do planeta Terra

Nos encontramos

Você e eu

Nesta selva de pedras

Dentro dessa multidão que caminha esperançosa

Entre sonhos e realidade

A procura da felicidade

Foi um encontro fortuito

Inexplicável

Muito especial e real.




DISTÂNCIA

Fisicamente distantes

Diluídos no espaço

Dois corpos, se encontram, se ligam, se unem

Numa linguagem muda

De pensamentos que viajam através do tempo

Energizados e magnetizados

Pela força do amor.

Outras vezes

Por incrível que pareça

Dois corpos tão próximos

Separados por desencontros

Ficam tão distantes

Um ao norte

Outro ao sul

Falando línguas diferentes

Impedidos de ver, de ouvir, de sentir

As emoções do viver.




VIAGEM

É fascinante viajar

Percorrer caminhos

Desvendar mistérios

Viver intensamente cada momento.

Nossa trajetória é limitada

Alguns caminham rápido

Outros devagar

Mas todos procuram chegar ao seu destino.

Nesta viagem

O importante é:

Encontrar alguém

Adentrar seu corpo

Despertar seu coração

Dissipar enigmas

Fazê-lo feliz.

Viajemos...

Agora para dentro de nós

Para dentro de nosso coração

Caminhemos com passos firmes

Altivos, confiantes, esperançosos.

Caminhemos pela estrada da vida

Alargando horizontes

Deixando em nossas pegadas

Rastros de felicidade para os que nos seguem.




HISTÓRIAS - ESTÓRIAS

Histórias,

Estórias,

São fatos, ficções

Vividos, imaginados

Protagonizados na vida

Pelo homem.

São reais

Irreais

Misto do verdadeiro com o falso

Do ser com o não ser

Do acontecer com o ficcionar.

Histórias, estórias

Do passado, do presente

Petrificadas no tempo

Gravadas e relatadas na vida

Pelo homem.




LEMBRANÇAS

Ah! Lembrança

Presente

Sempre presente

Do passado

Onde tudo se vê

Onde tudo se sente

Nostalgicamente

Na distância...

Aqui dentro do peito

Solitário

Silencioso

Um coração bate de saudade

Por você

Nessa ausência

Que o tempo não desfaz

Lembrança

Ah! Lembrança!




DE VERBOS...

(UM ESBOÇO SOBRE AS AÇÕES HUMANAS)

Queria traçar em algumas linhas dessa folha

Sublimes rimas que refletem

Em mim, a tua poesia...

Construída com sólida arquitetura

Mas com toda leveza que vem de minh' alma

Como um prisma que dispersa o teu sorriso

Em um filme colorido

Mas, para isso, necessito de uma infinidade verbos

Pois sem eles não existe a ação, nem ao menos a existência,

O SER ou DEVIR

Há simplesmente o ESTAR, e estar simplesmente

Não é bom-é fugaz, incompleto...

Mas faz parte da natureza humana

Esta busca, esta contradição, esta mudança

Mutatis- Mutantis

E nesta busca vivo entre o passado, presente e o futuro

Conjugando todos os tempos e modos

No imperfeito, no mais que perfeito, no futuro pretérito

Em todas as possibilidades.

No imperativo faço valer daquela estrutura sólida

E, já no infinitivo tomo a liberdade de

CONJUGAR, EXPRESSAR, NASCER, RECRIAR, INTERPRETAR

ERGUER, TRAÇAR, VIVER, PERDOAR, ESQUECER

RENOVAR as esperanças, e finalmente, já entre o infinito

E o Gerúndio, fico TENTANDO encontrar RESPOSTAS

Para um verbo, o verbo AMAR

E..., JURO, CONTINUO TENTANDO,

Conjugar esse verbo simples

Que não vem dos livros

Mas do coração, do fundo d' alma...

Como um espelho refletindo sua face

Reconstruindo seus traços,

É o coração

E ele continua tentando.

André Gustavo P. de Andrade




O SILÊNCIO

O silêncio pode dizer muitas coisas

Por ser um retrato da alma

Esse silêncio às vezes pode representar

Uma dor, uma perda, uma ausência constante

Enfim, uma saudade, saudade de quem se foi

De quem está longe embora tão perto

Uma reflexão, uma pausa... para

Conter todo aquele turbilhão de sentimentos

Que de repente irrompem em uma lágrima

O silêncio pode ser de confusão, agitação interna

Que quer tornar-se... embora não saiba como?

Como transformar em palavras a sua angústia

Mas o silêncio também pode se mostrar

Em uma esfera de alegria, um olhar tenro

Um toque, um carinho na mulher que se ama,

Ou apenas em um gesto de um pais para um filho

Símbolo do respeito e da cumplicidade dos dois

Ah, o silêncio tem o intenso poder de ferir à distância

Mas como pertence à dicotomia humana pode

Também encher uma coração de alegria

Ah quanta perplexidade contém um silêncio

Quantas emoções, palavras mudas, gestos inacabados

Quanta saudade, quanto silêncio ao meu redor enquanto escrevo

Quanta PAZ...

André Gustavo Pereira de Andrade




BRISA

Por um momento

Fiz-me vento e viajei até seus aposentos...

Estavas repousando!

Senti o perfume de tua pele

O calor de teu corpo

A beleza de teus contornos...

Preenchi todo o quarto com meu amor que,

Embora pleno naquela ocasião,

Tornara-se incorpóreo pelas circunstâncias.

Te vi e te senti

Não mais me continha

Eras tão bela

Que numa pequena brisa beijei-a

Fazendo-a acordar então para os meus sonhos...

José Renato Pereira de Andrade




DESPERTAR

Que a pobreza de minha mensagem

Não ofusque o brilho de tua inteligência.

Que a beleza não se perca

Pela dureza e insensibilidade do mundo.

Que a paixão viva sempre latente

Nos corações

E que o amor seja o hino a embalar

O sorriso de cada ser humano.

Que encontremos a razão da vida

No sorriso de uma criança

Num gesto simples de bondade

No encanto da Mãe Natureza

Em saudosas recordações ou

Na poesia de tantos enamorados.

Que a luz brilhe

E haja pelo menos um foco

Nos momentos de angústia e solidão.

Que o sabor de estar vivo não se perca,

Mas se renove a cada alvorecer.

Que minha existência

Não seja mórbida, rastejante e rotineira,

Mas que meus dons sejam dissipados

Sinalizando um bom caminho.

Que eu não morra sem ter vivido uma grande ilusão,

Mas que pela vida eu aprenda,

Realmente,

A razão de uma doce paixão.

José Renato Pereira de Andrade




UM ALENTO

Talvez, você no auge de sua vida

Ainda não deu conta da presença do próximo

Mas, ele está aqui, é como você

É feito de carne e osso

Ouve, fala, vê

Sente insegurança

Tem medo

Se entristece,

Se decepciona

Sente dor, sofre

Tem esperança

Vive o presente

Acredita no amanhã

Se alegra

Tem o sol, a lua, o ar, a água, o solo

A fé

É feliz

Existe

Vive

Emociona-se

Ama a vida, as pessoas, o universo.

Por quê ser diferente?

Desconhecer o próximo?

O sucesso é efêmero

Não há bem que sempre dure

Não há mal que não se acabe.

Já experimentou a solidão, a depressão, o stress?

Acredita ser mesmo capaz de viver num mundo só seu?

Quem o alimentaria

Quem o vestiria

Quem lhe prepararia os remédios

Quem construiria sua casa

Quem lhe faria companhia?

Abra os olhos, os ouvidos, o coração

Veja o próximo

Escute a sua voz

Ame-o

O amor é a razão da vida

Assim, você será muito mais feliz.




FANTASIA

É gostoso fechar os olhos

Lembrar você.

A fragrância de seu perfume

O envolvimento de seus braços

As carícias de suas mãos

O calor de seu corpo

Persistem ainda

Quase que...

Uma brisa na ramagem

Um remanso no rio

Um sorriso de criança.

É um devaneio

Que me faz mergulhar

No espaço infinito da vida

Com sua lembrança

E sentir o prazer de viver.

É a imaginação transpondo o real

Até atingir o irreal mundo das fantasias

Onde existe, além da felicidade

A alegria de sonhar.

Sonhar os mais belos sonhos de amor

As mais belas histórias

Ser feliz

Depois, acordar

Sabendo que você existe

E é uma esperança na vida.




FRAGILIDADE

A fragilidade da vida humana

É como a tênue chama da vela

Que se esconde do vento

Da efêmera gotícula d' água

Equilibrando-se na superfície de uma pétala floral

A refletir a luz do sol

Na certeza de que o calor a fará desaparecer.

A vulnerabilidade da vida humana

Está no horizonte do pensamento

No deslocar das nuvens do céu

À beira mar, com as ondas que vão e vem

No som que se perde na distância.

A fragilidade da vida humana

Está na sua chegada

Na sua permanência

Na sua luta diária pela sobrevivência

Na saúde, na doença

Na certeza de sua fragilidade

E na busca de se conseguir

MAIS UM DIA PARA VIVER.




CAMINHEIRO

Você é passageiro da vida

Viajante do tempo

Um sonhador.

Caminheiro

Contemple na escalada do tempo

O talento do criador

Sonhe com a vida como a imagina

Através de seus pensamentos secretos

Transportados pela mente, dando asas a imaginação.

Caminheiro

O perfil do universo

É o alento dos que crêem

Acredite

Fale com sua consciência

Ela lhe dirá.

Caminheiro

Você é passageiro da vida

Viajante do tempo

Caminhe, viaje, sonhe

Você está vivo

É o felizardo desta vida.




LIBERDADE

Montanhas

Mares

Muralhas

Portões

Grades

Cadeados

São fortalezas que

Aprisionam homens

Mulheres, crianças

Mas não aprisionam sentimentos

Porque esses viajam com os pensamentos

Sem barreiras a interceptá-los.

O íntimo do coração

É ponto vital dos sentimentos

E as fortalezas não impedem

O tráfico dos pensamentos

Que transcendem, chegam e vão

Somente aonde pode chegar e ir a imaginação.

Obstáculos...

Aprisionam, impedem deslocamentos físicos

Mas não obstruem os pensamentos

Que norteiam a verdadeira razão do viver

A LIBERDADE.




FALE

Fale de tudo que faz você feliz

Fale da vida

Fale do nascer de um novo ser

Do germinar da semente

Do desabrochar de uma flor.

Fale.

Fale do tempo

Da primavera

Da chuva a cair

Do riacho a correr

Da brisa fresca de verão

Do alvorecer

Do crepúsculo

Das ondas do mar

Do azul celestial

Fale

Fale do sorriso da criança

Do exemplo dos idosos

Do amor

Da esperança

Da fé.

Fale

Fale do concreto

Do abstrato

Da espera

Da chegada.

Fale

Fale de tudo que seu coração está repleto

Fale, pois a palavra é a expressão da alma.

Fale

Fale de tudo que faz você feliz

Pois, hoje, você é o dono da palavra.




NATAL

Nesta época do ano é lindo o visual.

Cidades totalmente iluminadas.

O colorido das lâmpadas estendidas sobre as torres das igrejas, edifícios, árvores, lojas, faz das noites de dezembro, verdadeiros caleidoscópio e bolas de cristal, onde as pessoas depositam seus sonhos, na esperança de realizá-los.

Nas calçadas e ruas, ao som dos motores e acordes natalinos, o fervilhar de pessoas e carros.

Trânsito alucinante.

Sinal que abre

gente que passa

carros que param.

Sinal que fecha

gente que pára

carros que passam.

Uma loucura.

Comércio e ruas.

É tempo de festa.

Tempo de presentes.

Crianças, jovens, adultos e idosos

pobres, ricos

todos acalentam o desejo

de ganhar um presente.

E

na espera

passa o tempo

sem que as pessoas tenham tempo

de ver o tempo passar.

Tudo é permitido

tudo é possível.

Pois,

sonhar

não é proibido.

Dezembro.

Mais uma vez é NATAL.

Tempo do advento

tempo de alegria

tempo de reflexão.




VIDA

Que valor poderíamos dar à luz do sol se não conhecêssemos as trevas da noite, ou que valor daríamos ao bálsamo se não existisse a dor?

Muitos, para entender o verdadeiro sentido da vida, precisam conhecer primeiro o infortúnio. Quando este chega, mergulham em seu interior para, numa meditação profunda, se conhecerem melhor e saber quem realmente são.

Façamos uma reflexão, não absoluta sobre o tema.

Quem vive sabe que a vida é assim.

Às vezes se ganha, às vezes se perde.

Ganha-se com a fecundação, perde-se com a morte.

Ganha-se com sorrisos, perde-se com lágrimas.

Ganha-se com a paz, perde-se com a guerra.

Ganha-se com sonhos, perde-se com desilusões.

Ganha-se com vitórias, perde-se com derrotas.

Ganha-se com altruísmo, perde-se com egoísmo.

Ganha-se com amor, perde-se com o ódio.

Ganha-se com a esperança, perde-se com a desesperança.

Ganha-se com a fé, perde-se com a descrença.

A vida nos mostra:

Ganha quem doa

quem vê e ouve

quem perdoa

quem liberta

quem compreende

quem realiza

quem é justo

quem ama

quem renuncia

quem faz o outro sorrir

quem faz o outro feliz.

Perde quem escraviza

quem acusa

quem faz o outro chorar

quem se faz de cego e surdo

quem magoa

quem destrói

quem odeia

quem não crê

quem é ganancioso

quem pratica injustiça

quem usa e abusa do outro

quem faz o outro infeliz.

Nesta vida, o sonho de todos é ganhar, é vencer, mas há necessidade de passar por cima dos outros para vencer, para ganhar?

Medite.

A gente ganha, a gente perde.

Há compensações.




CHAVE

O mundo precisa de chaves

Chaves para abrir

Olhos que não vêem

Ouvidos que não ouvem

Bocas que não falam

Braços cruzados

Memórias guardadas

Corações trancados

Portas fechadas.

Chave

O mundo precisa de chaves

Você é a chave

Que abre os olhos da juventude deixando-os avistar o horizonte.

Que abre os ouvidos para ouvir os ensinamentos.

Que abre as bocas para proferir palavras de conhecimento e cânticos de liberdade

Que abre os braços para abraçar o ideal.

Que abre a memória para lembrar dos fracos, humildes e esquecidos.

Que abre corações deixando-os arder na fé.

Que abre as portas da esperança.

Chave

O mundo precisa de chaves

Você é a chave

Abra tudo

Deixe tudo aberto

Tudo escancarado

Pois você é o artista

Que ilumina e faz este mundo melhor.




CARNAVAL é:

Delírio.

Magia

Alucinação

Feitiço

Prazer

Elevação.

CARNAVAL é:

A alquimia do encanto

Da expressividade

Do corpo e da mente

Na satisfação

Da imaginação.

Brincar o carnaval é:

Deliciar os momentos deste tempo,

ao som dos tamborins, surdos, repiniques, sambas, enredos.

É encontrar a felicidade,

vivê-la, guardá-la no coração e na mente,

neste tempo efêmero de ilusões.

Ao som contagiante do carnaval.

Respira-se

Transpira-se por todos os poros

A alegria.

É deslumbrante.

Ah!

Nova Lavras, Goiabeira, Suvaco de Cobra,

Mocidade, Alegre da Zona Norte, Meu Consolo é você, Vila Jardim.

Por onde andam vocês?

Estamos morrendo de saudade.

Mas, enquanto vocês não vêm para a avenida, continuamos

sonhando, exaltando as fantasias de nossos sonhos, sambando ao som do trio elétrico que eletriza, e nos faz sambar no Bloco do Pão Moiado, no Bloco dos Ferroviários Fora de Linha, no Bloco da Alvorada, na Banda do Funil, na Banda do Meio, na Banda do Final.





O QUE SOMOS

Respeitando ideologias

Somos um ser composto

Formado de matéria e espírito.

Uma transparência que organiza e manda

Um corpo que obedece e serve.

Somos o que todos vêem e não vêem

O real e o virtual

O visível e o invisível

Somos o exterior e o interior

O concreto e o abstrato

O divisível e o indivisível

Somos o mutável e o imutável

O efêmero e o eterno

O mortal e o imortal

Somos o que se consome e o que permanece.

Somos o tudo

Somos o nada

Somos a vida que habita o cosmo.

Somos enquanto compostos

Dualidade.

Vida corpórea

Vida espiritual.

Somos a vida que ganhamos de Deus herdada de nossos pais

A vida que provisoriamente administramos.

Somos planos, projetos, sonhos, ilusões, desilusões

Construções, realizações.

Somos o transitório

Deste cenário de caminhadas terrenas,

Um misto de alegria, tristeza, felicidade, sofrimento

A espera de uma vida futura

Que pode chegar a qualquer momento

Na permuta do visível com o invisível

Entre o mundo terreno e o celestial.

Deixando para os que ficam, as dores que invadem o seu ser

E quantas dores...




DOR

Dor do corpo

Dor da alma

Dor doída

Dor que machuca

Dor que faz sofrer.

Dor

Dor de uma perda

Dor da tristeza

Dor de uma saudade

Dor da solidão

Dor do abandono.

Dor

Dor física

Dor espiritual

Dor passageira

Dor permanente

Dor da dor.

Dor

Dor aparente que se mostra

Dor escondida que se esconde

Dor

Dor que habita

O corpo e a alma da gente.

Dor

Quantas dores

Para vencê-las

A solidariedade dos amigos

A fé em Deus

Criador de todas as coisas.





O INVASOR

Quero invadir sua mente

Ir onde estão guardados

Todos os seus segredos.

Quero mergulhar no seu inconsciente

Viajar pelo consciente

Navegar nos seus pensamentos

E aproximar-me do seu eu.

Quero viajar e conhecer

Os caminhos misteriosos dessa mente

Ora em momentos de paz

Ora sob tempestades, tormentos

Sentindo a alegria, a tristeza

Olhando para dentro

Vendo tudo acontecer

Na distância ínfima ou infinita

Para poder revelar-me no semblante

Do seu ser que vive.

Sinto que é possível

Acredite.

Basta abrir sua mente, seu coração

Entrarei sem quebrar

Nada dessas fortalezas

Que guardam com sabedoria

Seus sentimentos, seus segredos

E,

Assim,

Poderei,

Com minha imaginação

Conhecer sua intimidade

Realizar seus sonhos

E seus desejos.

FIM





Contou-me o poeta que

Às vésperas de uma longínqua

Primavera de 1938, no apogeu

Dos seus 21 anos, chegava a Lavras

Com sua bagagem de garra e vontade

para vencer a luta por uma vida digna.

Hoje, 64 anos depois, presenteia-nos

Com seu terceiro livro de poesias,

Fruto de todas essas primaveras

E de toda a sensibilidade

Lapidada através dos anos.

"O tempo

não existe

para a alma

do poelta..."

já nos diz em uma das suas poesias,

algumas das quais deixam supor amarguras

que fazem parte do ser sensível que coleciona

emoções e nos devolve obras como

mais essa, para o nosso imenso prazer.

Vinte e um de setembro,

Há sessenta e quatro anos!

"E o eu de agora

E o eu de ontem

Soluçam juntos...".

Parabéns, poeta!

Samuel Alvarenga Filho

(leitor de poesia)






Os poetas possuem a alma inquieta

e o coração acalentado; os escritores

traduzem em palavras nossos sentimentos

e sonhos sem fim. Agora o professor Dr.

José Alves de Andrade soube fundir esses

dons divinos em um só. Suas poesias nos

remetem a lugares maravilhosos e enchem

nossos corações de pura emoção,

levando-nos ao espaço e deixando-nos

entre as mais belas estrelas através de

pura magia. Se o leitor quer voar mas

ainda não sabe como ou se quer sonhar

mais ainda não consegue o sono ideal,

encontrará nessa obra e nas poesias

de nosso professor tudo o que necessita.

E que tais poesias durem aquilo que

passar e pelo tempo que durar....

Mário Figueiredo Filho

(Dr. Mário Figueiredo Filho é Advogado, militante na área cível e trabalhista na Comarca de Lavras).